Philadelphia Eagles, Dallas Cowboys, Seattle Seahawks, Los Angeles Rams, e até mesmo o Green Bay Packers até certo tempo… Esses eram os times mais badalados quando o assunto era as principais equipes da Conferência Nacional. Em campanha ou equilíbrio dos dois lados da bola, as franquias citadas realmente se sobressaíram sobre demais, alguns por méritos maiores de seus quarterbacks, outras porque o elenco é realmente competitivo.
Mas enquanto estávamos preocupados em analisar se o favorito da NFC Leste era Eagles ou Cowboys, como Green Bay sentirá a falta de Aaron Rodgers, ou o ótimo trabalho de Sean McVay, não percebemos que um novo candidato surgiu nesta conferência. Com seis triunfos consecutivos, o New Orleans Saints apresenta vários motivos que mostram que o bom momento do time não é uma série de vitórias qualquer.
O ataque do time está jogando bem…
A essência do ataque do New Orleans Saints é a mesma dos últimos dez anos, uma vez que seu fator diferencial – Drew Brees – permaneceu (quase) intacto neste período. Até agora em 2017, Brees totaliza 71,6% de aproveitamento nos passes, 2.214 jardas, 13 touchdowns e apenas quatro interceptações, com um rating de 105. Verdade seja dita, este não é o melhor ano da carreira do camisa #9 – já vimos ele produzindo bem mais que isso. Contudo, esses números de Brees são ideais para um sistema ofensivo que tem outras armas de qualidade além apenas do quarterback.
O que acontece em 2017 é que Drew Brees sabe que tem um plano de jogo mais completo ao longo das partidas, já que ele pode confiar em seus running backs. Neste ano, o sistema ofensivo do New Orleans Saints vai além de ter Michael Thomas como principal recebedor do time (ele totaliza 50 recepções, 545 jardas e 2 TDs no ano) e rever Ted Ginn Jr. fazendo big plays (tem média de 17,1 jardas por recepção). Este ataque agora tem duas peças no backfield que provavelmente qualquer outro elenco da NFL também queria ter. Os corredores de New Orleans estão sendo efetivos e oferecendo perigo às defesas oponentes, seja correndo ou recebendo a bola.
Após oito partidas disputadas, os running backs dos Saints Mark Ingram e o calouro Alvim Kamara totalizam 68 recepções, a maior marca da liga ao lado dos Patriots para RBs. Contudo, saiba que New Orleans é o único time que tem dois corredores com pelo menso 30 passes recebidos no ano. Além disso, combinados, são 852 jardas corridas para eles, com média de 4,8 jardas por tentativa. No ano, contando passes e corridas, eles já marcaram nove TDs.
Acredite ou não, mas o sucesso do ataque terrestre do New Orleans Saints talvez não seja o setor do time que mais impressiona nesta temporada – e nem o segundo. Isso porque a linha ofensiva dos Saints tem feito um trabalho espetacular em 2017. Além de fazer com que New Orleans tenha 4,3 jardas por tentativa em média (8º melhor da NFL), esse grupo de bloqueadores permitiu apenas oito sacks (1º) e 36 hits (2º) no campeonato.
…mas é a (surpreendente) defesa que vem fazendo a diferença
O outro setor mais impressionante do New Orleans Saints em 2017 é possivelmente sua defesa. Aquele setor que foi o pior da NFL em basicamente todos os quesitos básicos em 2016, agora parece saber exatamente o que fazer em campo, de acordo com as situações de jogo, para deixar seu ataque em posição de fechar as partidas.
Não, a defesa de New Orleans não é perfeita, e está longe disso. Entretanto, ela vem se destacando em quesitos básicos que são de suma importância para que seu time vença as partidas. Por exemplo, os Saints têm o 10º melhor sistema defensivo do liga cedendo pontos, já que seus adversários marcam em média 19,3 tentos por jogo. Além disso, a equipe já forçou pelo menos um turnover em seis jogos do ano, totalizando 12 na sequência de seis vitórias. Em 2017, quando força turnovers, o New Orleans Saints tem campanha 6-0. Se isso não acontece, o retrospecto do time é 0-2. Por fim, ainda vale ressaltar que a franquia é a 9ª melhor da National Football League em termos de sacks feitos, com 23 até agora.
Individualmente falando, vemos um front seven com fragilidades no grupo de linebackers, mas com nomes interessantes na linha defensiva: Cameron Jordan é um Top 10 da liga em termos de sacks, com sete, e – quem diria – Alex Okafor vem jogando muito bem e é o segundo melhor “sackador” do time (depois de ter jogado apenas 21,4% dos snaps com os Cardinals em 2016, ele atua em 77% das jogadas dos Saints neste ano). E lembre-se que Sheldon Rankins, inexplicavelmente, parece não ter vindo para sua segunda temporada na NFL.
Na secundária, todavia, está o ponto mais sólido deste sistema defensivo – e ninguém previu isso acontecendo. Marshon Lattimore vem jogando como um veterano Pro Bowler (e acho difícil não darmos o prêmio darmos o prêmio de Calouro Defensivo do Ano se continuar assim); Marcus Williams, calouro de segunda rodada, tem feito tudo que um free safety de alto nível precisa fazer; e Kenny Vaccaro voltou a assegurar sua titularidade no elenco. Tenha em mente que Lattimore e Vaccaro, respectivamente, permitem um rating de 37,4 e 40,7 aos QBs que lançaram em suas direções até agora.
Qual foi a última vez que os Saints tiveram uma defesa como essa?
Para encontrarmos uma defesa dos Saints tão eficiente quanto essa, devemos voltar ao ano de 2009, quando o time veio a conquistar o primeiro título de sua história.
Naquela temporada, New Orleans cedeu 21,3 pontos por jogo; neste ano, este valor é de 22,2 após oito duelos. Em jardas por partida conquistada pelos adversários, as 351 de 2017 são melhores que as 357,8 de 2009.
Ademais, há oito temporadas, os adversários conquistaram 235,6 jardas aéreas e 122,2 jardas corridas por jogo. Agora, esses números são 236,8 e 114,2, respectivamente. Por fim, o atual New Orleans Saints tem média de 1,7 turnover por confronto; aquele tinha a média de 2,4.
A defesa dos Saints de 2009, evidentemente, era melhor que a de 2017. Pelo menos é isso que os números indicam até agora. Porém, é preciso ressaltar que ainda restam oito partidas no calendário desta temporada e, se continuar assim, esse sistema defensivo deverá ter estatísticas significativamente superiores aquelas de oito anos atrás.
Desta maneira, enfim, New Orleans volta a ser realmente competitivo
Então após alguns anos, o New Orleans Saints voltou a construir um elenco equilibrado, que conquista jardas e pontos, mas também sabe o que está fazendo defensivamente. Ainda existem problemas? É claro que sim, e o fato da defesa dos Saints ser protagonizada em grande parte por calouros pode ser um agravante diante de grandes adversários. De qualquer forma, devemos concordar que este é o melhor (e mais equilibrado, esta talvez seja a palavra crucial para entender tudo isso) time formado em New Orleans desde aquele que conquistou o Super Bowl XLIV.
Não à toa, depois de três temporadas seguidas com campanha 7-9 e nenhuma ida aos playoffs, os torcedores de New Orleans têm grandes chances de poderem ir ao Merdedes-Benz Superdome no mês de janeiro – e isso será interessante.
Com isso em mente, está na hora de cravar: torça para seu time não enfrentar os Saints! Drew Brees não está mais sozinho, nos dois lados da bola. Em especial, ele agora tem ao seu redor uma defesa capaz de roubar bolas e ser sólida em determinadas situações. Seja dentro ou fora de casa, acredite, nenhum adversário deveria querer enfrentar o New Orleans Saints em um eventual confronto de playoff. Já vimos Drew Brees bem acompanhado em outras pós-temporadas e sabemos que ele não é para brincadeira. Este New Orleans Saints não é difícil de ser explicado, na verdade, o maior desafio é, de fato, encontrar uma maneira de pará-lo.
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