Depois de sete temporadas, o Miami Dolphins conseguiu retornar aos playoffs, no ano passado – e não é coincidência que isso tenha acontecido no primeiro ano de Adam Gase no time. Todavia, durante a offseason, a lesão de Ryan Tannehill (a qual irá deixá-lo fora por todo o ano) fez com que a posição mais importante do time ficasse em xeque.
É com isso em mente, e visando corrigir várias fragilidades do elenco vistas em 2016, que Gase começa seu segundo ano de trabalho em Miami. Ele terá a missão inicia; de levar a franquia para os playoffs pela segunda vez consecutiva, algo que não acontece desde 2000-2001.
Ataque
Como citado, o Miami Dolphins não terá Ryan Tannehill, o qual teve a temporada mais segura de sua carreira em 2016, neste ano, devido à uma lesão. Sem ele, Adam Gase comandará um velho conhecido, dos tempos de Chicago Bears: os Dolphins assinaram com o veterano Jay Cutler, que havia anunciado aposentadoria do futebol americano há alguns meses. E a chegada de Cutler é realmente uma incógnita. Enquanto de um lado sabemos que o camisa #6 teve apenas quatro touchdowns nas cinco partidas que disputou ano passado e que em dez anos de carreira profissional esteve nos playoffs só uma vez, do outro, temos conhecimento que os melhores desempenhos de Cutler na NFL vieram quando ele trabalhou com Gase, em 2015 (21 TDs e 11 INTs).
Para o restante do ataque, Miami apresenta peças interessantes. No jogo aéreo, o grupo de recebedores da franquia conseguiu renovar com Kenny Stills (líder do time em TDs aéreos em 2016 com 9) e espera que o bom Jarvis Landry mantenha sua produção ofensiva em alta (94 recepções, 1.136 jardas). Além disso, os Dolphins esperam um grande ano do jovem DeVante Parker, o qual se mostrou uma interessante ameaça vertical na temporada passada apesar de estar apenas em seu segundo ano na liga. Por fim, vale destacar ainda a chegada de Julius Thomas. O tight end, após ótimas temporadas em Denver, não conseguiu corresponder às expectativas nos dois anos que vestiu a camisa dos Jaguars, e agora chega para um time com limitações na rotação de TEs.
Ademais, o Miami Dolphins espera contar novamente com ótimas atuações de seu jogo terrestre, impulsionado por Jay Ajayi. Diga-se de passagem, pouca pessoas esperavam ver os Dolphins correndo bem com a bola no ano passado, já que no começo de 2016 o ataque corrido era uma fraqueza do elenco. Entretanto, o ano se passou, Ajayi assumiu a titularidade do time e fechou sua segunda temporada na NFL com 1.272 jardas, incluindo três performances com mais de 200 jardas. Para 2017, ainda assim, é preciso mais regularidade do camisa #23, que esteve abaixo das 80 jardas em 11 das 16 partidas que disputou. Sem Tannehill e com o ataque nas mãos do recém-chegado o Jay Cutler, correr bem com a bola será talvez o ponto mais importante deste sistema ofensivo.
Para auxiliar o backfield de Miami, Gase aposta em uma linha ofensiva que, em tese, é bastante sólida. Para isso, entretanto, o center Mike Pouncey precisa se manter saudável. Ele disputou apenas cinco partidas em 2016 e não sabe o que é atuar em todos os jogos de uma temporada regular desde 2012. Se Pouncey estiver em campo e conseguir resolver os problemas no centro da linha ofensiva, os guards e tackles da franquia não devem ter problemas. Isso porque Laremy Tunsil segue atuando como uma escolha de primeira rodada e Ted Larsen vem de um bom ano com os Bears. Além disso, o confiável Jermon Bushrod é um nome de destaque no lado direito desta linha.
Defesa
Visivelmente, a defesa do Miami Dolphins não se encontrou ao longo de toda a temporada passada. A transição de treinadores, combinada com a fragilidade em alguns setores do sistema, acabou resultando em um grupo defensivo que terminou o ano de 2016 como o 29º da NFL em jardas cedidas por partida, incluindo 140,4 jardas terrestres permitidas por confronto. Para esta temporada, então, Matt Burke será o coordenador defensivo da franquia, substituindo Vance Joseph, agora nos Broncos. Burke tem muito trabalho pela frente, mas pelo menos ganhou alguns reforços.
A linha defensiva e o pass rush do Miami Dolphins, por mais um ano, girará em torno de Cameron Wake e Ndamukong Suh. Wake liderou o time em sacks na temporada passada (11,5, seis a frente do segundo colocado), enquanto Suh finalmente mostrou porquê se destacou em Detroit: ele totalizou 72 tackles em 2016, a terceira melhor marca da liga entre defensive/nose tackles. A maior incerteza deste grupo neste momento é quem jogará na outra ponta desta linha defensiva, já que Mario Williams não está mais por lá. Ao que tudo indica, Andre Branch será o principal nome para a função, sendo que Charles Harris (escolha de 1ª rodada dos Dolphins no Draft 2017) deve ter boas e importantes participações ao longo do ano.
Um pouco mais atrás, no grupo de linebackers dos Dolphins, talvez tenham acontecido as maiores mudanças dessa defesa. O ex-Steelers Lawrence Timmons foi contratado e Raekwon McMillan recrutado na segunda rodada deste ano. Assim sendo, McMillan (ou até mesmo o também recém-contratado Rey Malualuga) ocuparão o meio dessa defesa, enquanto Kiko Alonso finalmente vai para o “lado fraco” dos LBs, e Timmons ocupa o “lado forte”.
Por fim, vale destacar os defensive backs de Miami. A equipe espera que as boas atuações de Byron Maxwell se tornem constantes, assim como as de Xavien Howard, o qual foi uma grata surpresa dos Dolphins como calouro quando participou no ano passado e deve ganhar mais chances no time titular. Além disso, a grande esperança dessa secundária está em Reshad Jones, que vinha jogando muito bem em 2016 até sofrer uma lesão que o deixou fora de todo o campeonato. A volta de Jones implica que os novos contratados Nate Allen e T. J. McDonald disputem a titularidade na posição de free safety do time. Lembrando que esse é um setor que, mesmo desfalcado no ano passado, interceptou 16 passes, a 9ª melhor marca da NFL.
Conclusão
O fator especial deste Miami Dolphins está fora das quatro linhas: Adam Gase se mostrou confortável com o elenco que tem em mãos e, quando isso acontece, normalmente boas coisas vêm à tona – a ida dos Dolphins aos playoffs no ano passado mostra isso. Resta saber agora se Gase conseguirá fazer seus jogadores renderem ainda mais e alcançarem um patamar mais alto. Vencer a divisão é sempre muito complicado pois o New England Patriots está por lá. Todavia, será mais um ano que a franquia começa mirando a pós-temporada; considerando que Jay Cutler não estrague tudo, é claro.
Principais chegadas (posição, antigo time)
– Jay Culter (QB, Bears);
– Julius Thomas (TE, Jaguars);
– Lawrence Timmons (OLB, Steelers);
– Ted Larsen (G, Bears);
– Nate Allen (FS, Raiders);
– Rey Malualuga (LB, Bengals);
– T. J. McDonald (FS, Rams).
Principais saídas (posição, time de destino)
– Earl Mitchell (DT, 49ers);
– Dion Jordan (DE, Seahawks);
– Mario Williams (DE, free agent).
Notas do time
– Ataque: B+
- Quarterback: B-
- Running backs: B
- Wide receivers: B+
- Linha ofensiva: B+
– Defesa: B
- Linha defensiva: B+
- Linebackers: B
- Secundária: B-
– Calendário 2017: D (54,7%)
Estatística determinante
Em situações de terceira descida para 10 jardas (ou mais), o Miami Dolphins tiveram cinco first downs em toda a temporada, apesar de terem enfrentado essas ocasiões 53 vezes.
Nomes para ficar de olho
Jay Ajayi – Jay Ajayi foi o jogador mais valioso do Miami Dolphins na temporada passada. Desde quando ele se tornou o principal running back do elenco, os Dolphins venceram 9 dos 11 jogos que disputaram, sendo que Ajayi totalizou três performances de 200/+ jardas terrestres neste período. Assim sendo, essa dependência do camisa #23 não deve mudar muito para a temporada 2017: Miami continuará precisando de ver seu RB inspirado se quiser almejar coisas grandes no ano. E Jay Ajayi já mostrou do que é capaz.
Cameron Wake – O momento vivido por Cameron Wake é simplesmente espetacular. Levando em conta 2015 e 2016, ele disputou 23 partidas, tendo somado 18,5 sacks nessas ocasiões. Além disso, se formos um pouco mais além, veremos que Wake acumula 30 sacks nas últimas três temporadas (39 partidas disputadas). O camisa #91 é o melhor pass rusher de Miami e qualquer esperança do sistema defensivo do time de melhorar em relação ao ano passado passa pelas boas atuações de Cameron Wake.
Jay Cutler – Por que você deve observar Jay Cutler? Bom, primeiramente pois ele é o quarterback do Miami Dolphins, e estará encarregado de pelo menos levar a franquia aos playoffs novamente. Além disso, sempre que Cutler está em campo, surge alguma expectativa sobre o seu rendimento – desta vez não será diferente. Ele está de volta à Conferência Americana, mas com uma campanha 7-13 nos últimos 20 jogos que foi titular. Agora ele tem mais uma chance (ao que tudo indica, a última) de mostrar seu talento na National Football League!
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Este é mais um texto da série Perguntas Para a Temporada (PPT), que analisa como será o ano de cada franquia da NFL, de acordo com a ordem do Draft. Para ter acesso aos outros artigos desta série, CLIQUE AQUI – em algum momento, seu time estará por lá!
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