Qual Carolina Panthers veremos em 2017? Bom, esta é a pergunta que todos os fãs da franquia querem saber. Isso porquê, após ter feito uma temporada 2015 quase perfeita, os Panthers tiveram vários problemas e decepcionaram no ano passado, fato que deixou o time fora da pós-temporada pela primeira vez após três anos.
De uma maneira geral, faltou aos Panthers marcar mais pontos, e ceder menos. O ataque do time teve média de 23,1 tentos por partida, tendo perdido seis partidas por três pontos ou menos. Além disso, a defesa foi a 7ª pior da liga, permitindo mais de 25 pontos por jogos aos adversários.
Assim sendo, em diversos quesitos da equipe de Carolina é possível encontrar incertezas. Como Cam Newton comandará seu ataque após uma temporada passada displicente? Jonathan Stewart será o mesmo aos 30 anos de idade? Kelvin Benjamin tem cacife para ser um WR nº 1? A defesa conseguirá se manter saudável, principalmente na posição de linebacker? Ron Rivera voltará a ter uma temporada de Coach of The Year? Enfim, são muitos questionamentos que os Panthers carregam para a temporada 2017.
Como falado, tudo começa com o sistema ofensivo, e quando tratamos desse setor, diretamente, vêm à tona o nome de Cam Newton. MVP em 2015, Newton não conseguiu repetir tal sucesso na temporada passada – de 35 touchdowns aéreos, caiu para 21. Em outras palavras, isso significou que ele foi de um ano de MVP para outro fora até do Pro Bowl. E os Panthers sentiram isso: a campanha 15-1 de 2015 deu lugar à uma 6-10, incluindo o último lugar da divisão. Desta maneira, ficou claro que o Carolina Panthers irá até onde o talento e a liderança de Cam Newton forem capaz de alcançar – e esses limites têm variado bastante ao longo dos anos.
Para ajudar em uma nova volta por cima do camisa #1, o Carolina Panthers oferece a ele um grupo de recebedores em tese pouco diferente do ano passado, porém mais saudável. Isso começa por Kelvin Benjamin, que novamente deve ser o principal wide receiver da franquia. Benjamin ainda não é o recebedor que Carolina esperava, mas suas 1.949 jardas e 16 touchdowns em duas temporadas que disputou ilustra o quão importante ele pode ser para o time. Para jogar ao lado do camisa #13, a franquia ainda tem uma carência – a qual explica a escolha de Curtis Samuel no último Draft – já que Devin Funchess ainda precisa produzir mais como profissional. Tais inconstâncias entre os WRs dos Panthers faz com que o melhor recebedor da franquia não esteja nessa posição, mas sim na de tight end. Greg Olsen agora acumula três temporadas seguidas com pelo menos 77 recepções e 1.000 jardas, além de três escolhas para o Pro Bowl desde 2014. Cada vez mais ele tem se consolidado como um dos principais TEs da National Football League.
Certamente que um grupo de recebedores em sintonia é o que coloca o quarterback em posição para executar grandes jogadas. Entretanto, no caso de Cam Newton, é sempre necessário que o Carolina Panthers esteja focado no jogo terrestre acima de tudo – e isso vem acontecendo em 2017. A linha ofensiva da franquia, a qual foi obrigada a usar e abusar dos improvisos de posições na temporada passada, deverá estar mais saudável neste ano e contará com o reforço de Matt Kalil, o qual protegerá o “lado cego” de Newton.
Além disso, Matt, seu irmão Ryan e o restante da ágil linha de bloqueadores dos Panthers deverão estar focados no ataque corrido do time. Afinal, o veterano Jonathan Stewart se prepara para a sua décima temporada na liga, mas ele não sabe o que é estar saudável pelos 16 jogos do ano desde 2009. Por conta disso, a escolha de primeira rodada no Draft 2017 foi o RB Christian McCaffrey, o qual não é um exímio running back nas trincheiras, porém apresenta uma agilidade e explosão raras na posição. Se Stewart se concretizar como um corredor para duas descidas, a agilidade de Newton e versatilidade de McCaffrey devem tornar o ataque corrido de Carolina ainda mais interessante.
Defensivamente falando, o Carolina Panthers não se encontra em uma conjuntura muito diferente. O sistema defensivo da franquia tem nomes talentosos, especialmente no front seven, porém sofreu bastante com as lesões na temporada passada. Essa defesa será comandada a partir de agora pelo coordenador Steve Wilks, mas pouca coisa deve mudar. O pass rush da equipe continua dependente de Mario Addison (9,5 sacks em 2016) e Charles Johnson, o qual deverá variar os snaps com o também veterano Julius Peppers, que está de volta ao time. Ademais, o meio do setor segue sendo representado talvez pelo melhor trio de linebackers da NFL, com Luke Kuechly, Thomas Davis e Shaq Thompson. Se esses três nomes estiverem saudáveis, espere ver a defesa dos Panthers entre as dez melhores da liga!
Um pouco mais atrás possivelmente se encontra a maior incógnita do sistema defensivo de Carolina. A secundária da equipe, que foi uma das mais eficientes da NFL em 2015, não conseguiu se manter tão sólida no ano passado. Portanto, algumas escolhas tardias de Draft foram destinadas para o setor, e as contratações dos veteranos Mike Adams e Captain Munnerlyn podem dar mais consistência ao restante do grupo.
No fim das contas, como será a temporada do Carolina Panthers se resume a Cam Newton. Com o brilho do camisa #1, o elenco dos Panthers tem capacidade de chegar aos playoffs e incomodar mais uma vez. Sem ele, esse grupo não passa de bom e nem deve retornar à pós-temporada, como no ano passado. A importância de Newton para os Panthers está à prova mais uma vez. Na verdade, já sabemos que ele é o jogador mais importante da franquia. O que ainda está em pauta é real poder de liderança de Cam, o qual tem uma nova chance de mostrar que muita gente está enganada ao seu respeito.
Principais chegadas (posição, antigo time)
– Matt Kalil (OT, Vikings);
– Mike Adams (SS, Colts);
– Julius Peppers (OLB, Packers);
– Captain Munnerlyn (CB, Vikings).
Principais saídas (posição, time de destino)
– Michael Oher (OT, free agent);
– Mike Tolbert (FB, Bills);
– Kony Ealy (DE, Patriots);
– Ted Ginn Jr. (WR, Saints).
Notas do time
– Ataque: B-
- Quarterback: B
- Running backs: B+
- Wide receivers: B-
- Linha ofensiva: C+
– Defesa: B+
- Linha defensiva: B
- Linebackers: A
- Secundária: C+
– Calendário: C (50,4%)
Estatística determinante
Na temporada passada, o Carolina Panthers permintiu aos adversários 161 pontos no quarto período – esta é a maior marca da história da NFL.
Nomes para ficar de olho
Cam Newton – A dúvida sobre qual Cam Newton os Panthers terão em 2017 continua. Será aquele que totalizou 45 touchdowns e venceu o MVP em 2015 ou o de 2016, que teve menos de 20 TDs e completou apenas 52,9% dos seus passes? A carreira de Newton na NFL ainda peca em estabilidade – e Carolina claramente sente isso. O camisa #1 é um dos jogadores mais atléticos da história e deverá fazer de tudo para dar a volta por cima neste ano (mais uma vez). Com novas peças ofensivas, essa temporada pode ser mais uma de sucesso para o Super Cam!
Luke Kuechly – Luke Kuechly é o melhor linebacker da NFL, e agora já acumula quatro idas ao Pro Bowl consecutivas. Nas duas últimas temporadas, entretanto, ele acabou perdendo nove partidas devido à lesões, incluindo seis em 2016. Não à toa, a defesa dos Panthers cedeu mais de 25 pontos por partida aos oponentes. A onipresença de Kuechly dentro das quatro linhas faz dele talvez o defensor mais valioso da atualidade, e um dos jogadores de futebol americano mais interessantes de ser assistido.
Christian McCaffrey – Como não gostar da ida de Christian McCaffrey para o Carolina Panthers? O ex-jogador de Stanford agora defende uma equipe que conta com um sistema ofensivo muito versátil (exatamente como ele), que adora utilizar os passes para running backs e que conta com um dos jogadores mais habilidosos dos últimos tempos. Complementos que casam perfeitamente com corredores explosivos, inteligentes e dinâmicos. McCaffrey, sem dúvidas, pode “cair como uma luva” para Carolina.
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Este é mais um texto da série Perguntas Para a Temporada (PPT), que analisa como será o ano de cada franquia da NFL, de acordo com a ordem do Draft. Para ter acesso aos outros artigos desta série, CLIQUE AQUI – em algum momento, seu time estará por lá!
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