O Houston Texans, por mais uma temporada, conseguiu extrair o melhor de seus jogadores e chegar até o limite do elenco em 2016. Mais uma campanha 9-7, um novo título da AFC Sul e o triunfo na pós-temporada até a eliminação para os Patriots, mostram que Houston tem peças capazes de tornar o elenco da franquia realmente competitivo. Porém, em alguns pontos cruciais, especialmente na posição mais importante do futebol americano, a equipe deixa a desejar.
Desta maneira, 2017 começa para os Texans com boas e más notícias: enquanto J. J. Watt finalmente está saudável e de volta, o time perdeu três titulares do setor defensivo e deverá manter o alto nível mesmo assim. Além disso, é claro, Bill O’Brien segue à procura de um quarterback competitivo para a franquia.
Ataque
A temporada 2017 começa para o Houston Texans com a função principal de melhorar seu sistema ofensivo, o qual foi o 28º da NFL em pontos por partida e o 31º em aproveitamento na red zone. Todavia, enquanto a partir de agora Bill O’Brien será o responsável por chamar as jogadas ofensivas da franquia, a menos que as antigas peças do ataque dos Texans melhorem, uma grande mudança pode não acontecer, já que não houveram grandes mudanças no elenco.
Na posição de quarterback, sai Brock Osweiler, entra Tom Savage. Savage, contudo, só foi titular em seu carreira por duas partidas, não tendo totalizado nenhum touchdown nessas ocasiões. Verdade seja diga, Savage conhece o plano de jogo dos Texans e tem um braço forte, todavia, e, momento algum de sua carreira provou ser um titular decente. Isso também explica porquê Houston recrutou Deshaun Watson na primeira rodada do último Draft. O ex-Clemson vem de uma ótima carreira no universitário e, antes do que muitos esperam, pode assumir a titularidade do Houston Texans – seria o mais racional a ser fazer neste momento, aliás.
Recebendo passes, está a grande estrela desta ataque, DeAndre Hopkins. O wide receiver tem sido impressionante recebendo passes, porém a ausência de um quarterback de elite (e de certa forma melhores recebedores no elenco também), tem atrapalhado relativamente suas performances. Ao lado dele, o melhor nome é Will Fuller (635 jardas e 2 TDs ano passado), que é de fato uma grande ameaça vertical aos adversário, todavia, ele ainda sobre com drops e não é um alvo dos mais seguros. Além deles, os melhores alvos de Tom Savage neste ataque estão na posição de tight end: C. J. Fiedorowicz e Ryan Griffin combinaram para 104 recepções, 1.001 jardas e seis touchdowns na temporada passada, dando a entender que podem ser opções interessantes ao longo das partidas.
Desta maneira, fica evidente que o ponto forte do ataque dos Texans não é o jogo aéreo, deixando então esse “título” para o jogo terrestre do time. O’Brien adora correr com a bola e ele certamente espera ver seu melhor running back – Lamar Miller – mais saudável em 2017. Apesar de ter perdido duas partidas ano passado, Miller ainda assim ultrapassou as mil jardas corridas, mas a marca de cinco touchdowns pelo chão deixa a desejar, por outro lado. Além do camisa #26, Houston poderá contar com Dont’a Foreman, calouro de Texas selecionado na 3ª rodada do último Draft, o qual deve dar boa profundidade ao jogo corrido da equipe ao lado de Alfred Blue e Tyler Ervin.
Já a linha ofensiva do Houston Texans, ficou marcada por inconstâncias ao longo da temporada passada e não conseguiu repetir ótimas atuações ao longo de toda a campanha. Portanto, é preciso que aconteça algumas melhoras. Essas podem ser dificultadas já que Duane Brown, o melhor bloqueador do elenco, não sabe quando estreará na temporada. Além dele, Derek Newton, com uma grave lesão, tem chances de perder todo o ano de 2017. Sem eles, os Texans esperam ver uma nova temporada sólida do left guard Xavier Su’a-Filo, e que o segundo anista Nick Martin esteja totalmente recuperado e pronto para enfim estrear na NFL.
Defesa
A defesa do Houston Texans é movida por sua linha defensiva, a qual terá J. J. Watt de volta depois do camisa #99 ter perdido 13 jogos no ano passado por conta de lesão. E veja como Watt é importante para esse setor: ele disputou duas partidas completas em 2016, os Texans venceram em ambas as ocasiões e totalizaram nove sacks. Sem ele, a franquia precisou de mais sete jogos para alcançar essa mesma marca de sacks. É preciso destacar ainda que Watt terá a companhia do ótimo Jadeveon Clowney, que enfim tem mostrado porquê foi uma 1ª escolha geral no passado. Clowney, atuando como edge rusher, computou 12 tackles para perda de jardas e seis sacks no ano. Essa dupla, que ainda é complementada pelo substituto de Vince Wilfork, D. J. Reader, é a grande esperança de Houston no ano.
No grupo de linebackers, o Houston Texans também vem forte, visando se manter sólido no combate ao jogo terrestre, e repetir as 99,7 jardas corridas permitidas por confronto no ano passado. O grande líder deste setor é Brian Cushing, o qual se prepara para sua nona temporada na NFL e finalmente tem conseguido se manter saudável. Além dele, Whitney Mercilus e Benardrick McKinney chamam atenção, já que são ótimos pressionando quarterbacks, parando corridas e nas coberturas de passe – dificilmente você encontrará uma dupla de LBs no futebol americano tão completa (e, aliás, subestimada) quanto essa. Esse grupo ainda conta com dois nomes interessantes para a rotação, o de Brennan Scarlett e principalmente de Zach Cunningham, escolha de segunda rodada do último Draft.
A secundária dos Texans, por sua vez, é o setor mais incerto desta defesa para este ano, visto que ela perdeu possivelmente seu melhor cornerback e mais seguro safety. A ida de A. J. Bouye para os Jaguars deixa um vazio em um dos lados dos CBs, o qual tentará ser ocupado por Kevin Johnson (escolha de 1ª rodada de 2015), o qual perdeu mais da metade da temporada passada por lesão. No lado oposto a ele, estará Johnathan Joseph; com Kareem Jackson brigando por posição com ambos. No papel, este é um grupo de cornerbacks muito acima da média, porém, ainda precisa se provar no nível profissional. Entre os safeties, com a saída de Quintin Demps (líder de interceptações da equipe em 2016), Corey Moore deverá fazer dupla com Andre Hal na função, tendo o recém-contratado Marcus Gilchrist de primeira opção na rotação.
Conclusão
Acredite ou não, mas o Houston Texans, em 2017, pode conquistar seu quinto título de divisão em um intervalo de sete anos. E essa, aliás, é apenas a meta inicial da franquia, que sabe que pode vir a competir nos playoffs caso chegue até lá – tudo dependerá também de como J. J. Watt estará. Entretanto, ao que tudo indica, esta temporada deve ser bastante parecida com as anteriores para Houston, porém com maiores dificuldades devido às perdas do elenco e melhora dos rivais divisionais. O Houston Texans aparenta estar a um quarterback realmente competitivo de se tornar uma real potência na AFC. O problema é que essa questão não deve ser resolvida neste ano.
Principais chegadas (posição, antigo time)
– Marcus Gilchrist (DB, Jets).
Principais saídas (posição, time de destino)
– Vince Wilfork (DT, aposentou);
– Brock Osweiler (QB, Browns/Broncos);
– A. J. Bouye (CB, Jaguars);
– Quintin Demps (SS, Bears).
Notas do time
– Ataque: B
- Quarterback: C
- Running backs: B
- Wide receivers: B
- Linha ofensiva: B-
– Defesa: A-
- Linha defensiva: A-
- Linebackers: A-
- Secundária: B
– Calendário 2017: B (45,5%)
Estatística determinante
Nas primeiras três temporadas de Bill O’Brien no comando do time, nenhuma franquia da NFL correu mais com a bola do que o Houston Texans.
Nomes para ficar de olho
J. J. Watt – J. J. Watt, mais que o melhor jogador do Houston Texans e melhor defensor da NFL quando está saudável, mostrou ser um dos melhores atletas da liga, se não o melhor na atualidade. Desde 2011, Watt já alcançou duas temporadas acima dos 20 sacks, 15 fumbles forçados, interceptação e até mesmo touchdowns recebidos. Ele também já venceu três prêmios de Jogador de Defesa do Ano e esteve no All-Pro Team em quatro oportunidades. Depois de ter disputado apenas três jogos em 2016, espere ver o mesmo camisa #99 neste ano.
DeAndre Hopkins – Cada vez mais, DeAndre Hopkins tem ganhado seu espaço entre os melhores wide receivers da NFL na atualidade, e sua temporada de 2015, com 1.521 jardas e 11 TDs sem um QB de elite under center ilustra isso. Em 2016, todavia, Hopkins teve seu ano mais improdutivo desde 2013, quando era calouro; mas lembre-se o quão horrível foi o ataque aéreo de Houston. Com isso em mente, os Texans não têm dúvidas sobre quem será seu principal alvo nesta temporada, e um bom ano da franquia passa, definitivamente, pelas mãos do camisa #10.
Deshaun Watson – Mais um ano se passou e o Houston Texans continua à procura de um quarterback realmente competitivo. Após alguns frustrações na free agency e em algumas trocas, a franquia decidiu apostar então no Draft, onde é sempre uma boa maneira de investir, mas os resultados tendem a ser a longo prazo. De qualquer forma, o nome da vez, Deshaun Watson, demonstrou ser um dos principais prospectos da posição nos últimos anos, tendo como principal característica o espírito de vencedor – veja a final nacional do college football de 2016 e você entenderá o que estou falando. Assim sendo, Watson chega à NFL com a missão de comandar uma franquia que ainda não sabe o que é ter um exímio franchise quarterback em sua história. Entre os QBs draftados, o ex-Clemson é o meu favorito.
–
Este é mais um texto da série Perguntas Para a Temporada (PPT), que analisa como será o ano de cada franquia da NFL, de acordo com a ordem do Draft. Para ter acesso aos outros artigos desta série, CLIQUE AQUI – em algum momento, seu time estará por lá!
Até onde o Houston Texans irá em 2017? Mande para nós sua opinião nos comentários ou pelas redes sociais!
–
Siga-nos no Twitter @ShotgunFA
Curta no facebook.com/shotgunfootball