A última vez que o Tennessee Titans disputou uma partida de playoffs foi em 2008. Desde então, foram apenas duas temporadas com campanhas vitoriosas e quatro técnicos diferentes comandando a equipe. Será que esse jejum termina agora? Para acharmos o último triunfo dos Titans em mata-mata, devemos voltar até 2003, quando Steve McNair ainda era o quarterback do time. Naquela época, diga-se de passagem, os Titans chegaram a disputar duas finais de conferência em um intervalo de quatro anos, incluindo uma ida ao Super Bowl XXXIV.
Tennessee esteve muito próximo da uma ida à pós-temporada no ano passado, após ter alcançado uma campanha 9-7. Entretanto, as fragilidades do elenco claramente emperraram a franquia de apresentar um grupo realmente competitivo e chegar ao outro nível. Justamente por isso, várias contratações pontuais foram feitas, as quais em tese devem resolver os maiores problemas dos Titans e deixar o time em ótima posição de voltar aos seus melhores dias.
Ataque
O sistema ofensivo do Tennessee Titans vem passando por um processo de reconstrução desde a campanha 2-14 da franquia em 2014. Desde então, o mais difícil – encontrar um quarterback realmente competitivo – foi feito e agora o GM Jon Robinson se preocupa em encontrar as melhores opções para Marcus Mariota. De uma maneira geral, a última offseason foi de fato a primeira vez que isso aconteceu, e mal podemos esperar para ver como os reforços estarão com a camisa dos Titans.
A ideia do Tennessee Titans ao buscar nomes ofensivos pontuais para a franquia percorre a ideia de que, na pior das hipóteses (que já estaria muito boa), Mariota tem que manter seu rendimento do ano passado, quando totalizou 26 touchdowns para nove interceptações, em 15 partidas disputadas. Ele ainda teve média de jardas aéreas por jogo de 228,4, o que é muito interessante se levarmos em conta que ele estava em seu segundo ano na NFL, adora correr com a bola e era rodeado por um grupo de recebedores que em geral deixava a desejar.
Assim sendo, tem-se um motivo que explica diretamente as chegadas de Eric Decker, e Corey Davis e Taywan Taylor, como resultados de duas das primeira três escolhas dos Titans no último Draft destinadas a recebedores. Eles formarão parceria com Rishard Matthews (945 jardas e 9 TDs em 2016) e Delaine Walker (800 jardas e 7 TDs). A ideia da franquia é ver a experiência de Decker, o talento puro das mãos de Davis e verticalidade absurda de Taylor dentro de campo nesta temporada. Matthews e Walker precisam de melhores companheiros; e não se esqueça que Tajae Sharpe e Harry Douglas ainda podem fazer barulho por lá.
No back field vem a outra boa parte do ataque do Tennessee Titans – e esse sim apresenta muito poder de fogo. Na temporada passada, DeMarco Murray voltou a ser um dos melhores running backs da NFL, tendo liderado a Conferência Americana em jardas corridas. Ao todo, Murray teve mais de 1.500 jardas de scrimmage e 12 touchdowns. Ademais, é preciso ressaltar que Derrick Henry (vencedor do Heisman Trophy em 2015) continua sendo uma real ameaça no jogo corrido, especialmente nas proximidades da end zone; ele marcou 5 TDs na temporada passada.
Esse sucesso no jogo corrido, é claro, não seria possível se não fosse pela ótima linha ofensiva dos Titans, o qual muitos já desacreditavam após uma pífia temporada em 2015. Além de possibilitar seus corredores à uma média de 4,6 jardas por tentativa, o grupo protagonizado por Taylor Lewan, Jack Conklin (ele foi calouro ano passado e ainda assim esteve no All Pro Team da NFL) e Ben Jones permitiu 28 sacks aos seus QBs.
Defesa
A defesa do Tennessee Titans segue sendo o ponto de preocupação do elenco, visto que, apesar de sólida em alguns aspectos, no fim do dia acaba sendo muito ruim em outros. Vamos por partes. A linha defensiva, a qual não apresenta grandes estrelas e coisas do tipo, tem sido uma grata surpresa nos últimos anos. Além de um trabalho invejável no pass rush (os Titans permitiram apenas 88,3 jardas terrestres por partida), esse grupo de defensores fez parte da 6ª melhor defesa da NFL em 2016 em termos de sacks, com 40 ao longo do ano. Você talvez nunca tenha ouvido falar tanto em Jurrell Casey, DaQuan Jones, Austin Johnson e companhia, porém, saiba que eles têm feito da linha defensiva dos Titans uma das melhores da liga.
O grupo de linebackers dos Titans também, mesmo ainda incompleto de um modo geral, tem feito atuações bastante sólidas. Essas, naturalmente, têm sido consequência da dupla Brian Orakpo e Derrick Morgan, os quais ainda estão atuando em bom nível na NFL e combinaram para 19 sacks na temporada passada. Além deles, Wesley Woodyard e Avery Williamson completam os LBs do Tennessee Titans – e devem ter mais trabalho com a saída do importante Sean Spence. Ambos não são exímios defensores para as três descidas da defesa, contudo, a capacidade deles de cobrir os dois lados do campo é algo que não é visto em todos os times.
Por fim, é preciso falar da secundária do Tennessee Titans. Está cada vez mais claro que foi ela o calcanhar de Aquiles desse sistema defensivo, afinal, enquanto o front seven fez o que foi citado anteriormente, os defensive backs dos Titans totalizaram apenas 18 interceptações (9ª pior marca da NFL) e cederam 269,2 jardas aéreas por partida (3ª pior da liga) em 2016. Tudo isso fez com que o time protagonizasse diversos cortes e contratações: entre as principais, Jason McCourty não defende mais Tennessee, enquanto Logan Ryan foi contratado de New England, Johnathan Cyprien veio de Jacksonville e Adoree’ Jackson foi escolhido na primeira rodada do último Draft. Os três devem começar o ano como titular, ao lado lado do segundo anista Kevin Byard na primeira rotação, dando uma nova cara à secundária da equipe. Toda mudança, quando necessária, é boa. Entretanto, ela vem acompanhada de inevitáveis incertezas.
Conclusão
O Tennessee Titans é um dos times mais “quentes” da NFL para a temporada 2017, e há quem diga que o grupo tem reais chances de se tornar uma real potência da liga em breve. De fato, teoricamente falando, esse elenco parece se encaixar perfeitamente em todos os sentidos, indo de um quarterback muito talentoso, até uma defesa que se reforçou de acordo com as necessidades, com peças interessantes. Mas, como citado anteriormente, contratações nem sempre são uma certeza. Sobre o que esperar dos Titans? É difícil concretizar isso, pois não sabemos como os reforços da franquia estarão, e eles terão impacto direto na campanha. De qualquer forma, pelo conjunto, Tennessee entra como favorito na AFC Sul e real candidato a fazer – pelo menos algum – barulho nesta pós-temporada (e isso já não acontece há um bom tempo).
Principais chegadas (posição, antigo time)
– Eric Decker (WR, Jets);
– Sylvester Williams (NT, Broncos);
– Johnathan Cyprien (S, Jaguars);
– Logan Ryan (CB, Patriots).
Principais saídas (posição, time de destino)
– Sean Spence (LB, Colts);
– Kendall Wright (WR, Bears);
– Al Woods (NT, Colts);
– Jason McCourty (CB, Browns);
– Perrish Cox (CB, free agent).
Notas do time
– Ataque: A-
- Quarterback: B+
- Running backs: A-
- Wide receivers: B
- Linha ofensiva: A-
– Defesa: B-
- Linha defensiva: B
- Linebackers: B+
- Secundária: C+
– Calendário 2017: A (43,9%)
Estatística determinante
Com as 3.426 jardas aéreas alcançadas na temporada passada, Marcus Mariota se tornou o primeiro quarterback do Tennessee Titans a ultrapassar a marca das 3.000 jardas de passe desde Matt Hasselbeck em 2011.
Nomes para ficar de olho
Marcus Mariota – Marcus Mariota chegou num inevitável, empolgante e de certa forma delicado momento de sua carreira profissional. Ele é visto como um dos quarterbacks mais promissores da atualidade e, rumo ao seu terceiro ano profissional, levanta expectativas por estar melhorando a cada temporada. Ele conseguirá se confirmar como uma realidade na NFL? Bom, tudo indica que sim. Em 2016, com 3.426 jardas, 26 TDs e 9 INTs, Mariota foi o protagonista do time que voltou a dar esperança aos seus torcedores. Consequentemente, o camisa #8 chega para 2017 sendo um dos nomes mais “on fire” da liga, e pode (mesmo) terminar o ano concretizado entre os melhores QBs do planeta.
DeMarco Murray – Poucas pessoas previram DeMarco Murray “ressurgindo” no Tennessee Titans apenas uma temporada depois de ter sido um fracasso com os Eagles. As 1.287 jardas e nove touchdowns de Murray no ano passado com os Titans, sem dúvidas, foi um dos fatores mais determinantes para a boa campanha da franquia e, consequentemente, levanta expectativas – individuais e coletivas – para 2017. Murray voltou a figurar no topo dos running backs da NFL e, pela experiência e talento que tem, deve ser um dos diferencias desse time de Tennessee.
Brian Orakpo – Finalmente, o Tennessee Titans viram de Brian Orakpo aquilo que era esperado, após a franquia ter assinado com ele em 2015. Depois de oscilantes temporadas com os Redskins, Orakpo agora acumula 17,5 sacks em dois anos com os Titans, incluindo 10,5 em 2016. Assim como Mariota e Murray protagonizam a liderança no sistema ofensivo de Tennessee, quem toma conta da defesa da equipe é Brian Orakpo – e é inimaginável um ano sólido desse setor sem as boas performances dele.
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Este é mais um texto da série Perguntas Para a Temporada (PPT), que analisa como será o ano de cada franquia da NFL, de acordo com a ordem do Draft. Para ter acesso aos outros artigos desta série, CLIQUE AQUI – em algum momento, seu time estará por lá!
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