Por algum momento da temporada passada, os torcedores do Green Bay Packers acreditaram que Aaron Rodgers repetiria a caminhada de 2010/11 e levaria a franquia até o Super Bowl. Todavia, quando tudo parecia estar bem encaminhado, um “apagão” contra os Falcons na decisão da NFC acabou com as esperanças da franquia. De qualquer maneira, vale ressaltar que essa foi a segunda final de conferência dos Packers em três anos, e a oitava classificação seguida do time à pós-temporada.
Todos esses anos “batendo na trave” de uma ida ao Super Bowl indicam, em geral, que o time está bem e competitivo, porém precisando apenas de algumas ajustes pontuais para chegar lá – e é isso que Ted Thompson tentou fazer na última offseason. Os Packers se reforçaram com nomes interessantes para o sistema ofensivo e apostaram muito em sua defesa, o setor mais vulnerável do elenco. Tudo isso, é claro, a fim de criar um grupo realmente capaz de apoiar as espetaculares atuações de Aaron Rodgers.
Ataque
Não é novidade para ninguém que o ataque do Green Bay Packers (e o time como um todo) é movido quase que única e exclusivamente pelo talento de Aaron Rodgers. O camisa #12 dos Packs teve alguns momentos instáveis no começo da temporada passada, mas mostrou na reta final porquê é um dos melhores quarterbacks de todos os tempos – e que ainda pode vencer um Super Bowl. Nas últimas sete partidas de 2016, Rodgers teve seis vitórias, 69,7% de aproveitamento nos passes, 18 touchdowns e nenhuma interceptação.
Desta maneira, o maior objetivo de Green Bay na offseason era melhorar o arsenal ofensivo ao redor de A-Rod – em partes, isso aconteceu. As chegadas de Martellus Bennett e Lance Kendricks criam a Rodgers uma combinação que tight ends que ele talvez nunca tenha visto em sua carreira em Wisconsin. Além disso, é preciso lembrar que o grupo de wide receivers do Green Bay Packers é um dos mais prolíficos da NFL, com Jordy Nelson, Randall Cobb e Devante Adams. Se Cobb voltar a ficar saudável e Adams continuar em plena ascensão (ele recebeu 997 jardas e 12 TDs ano passado), considerando que Nelson se mantenha como um dos melhores recebedores do planeta, Aaron Rodgers estará muito bem servido no ataque aéreo.
O problema, todavia, está no jogo terrestre dos Packers. Eddie Lacy, o qual já teve duas temporadas seguidas acima das 1.000 jardas corridas em 2013 e 2014, foi para Seattle, deixando na posição de running back de Green Bay uma grande incógnita. Em um primeiro momento, a equipe apostará na adaptação do então wide receiver Ty Montgomery (ele teve 457 jardas corridas em 77 tentativas ano passado). Todavia, o Green Bay Packers destinou três de suas escolhas no último Draft para corredores, incluindo Jamaal Williams na 4ª rodada.
A linha ofensiva do Green Bay Packers também passou por mudanças, porém essas em tese já têm substitutos de alto nível em cena. Na última offseason, a franquia perdeu T. J. Lang e J. C. Tretter, dois dos principais nomes do setor nos anos recentes. Contudo, a chegada do ex-All-Pro Jahri Evans deve suprir a saída de Lang, e a ascensão do jovem Corey Linsley parece ser uma boa ideia para a posição de center. No mais, David Bakhtiari e Bryan Bulaga seguem sendo duas esperanças dos Packs em termos de bloqueadores.
Defesa
Enquanto o ataque do Green Bay Packers foi o 4º melhor da NFL em pontos marcados por partida, a defesa, por sua vez, terminou como a 21ª do campeonato, permitindo mais de 24 tentos por confronto aos adversários. Além disso, Green Bay sofreu em média 363,9 jardas totais por jogo.
Defensivamente falando, a maior fraqueza dos Packers talvez seja a secundária. Salvo que esse setor teve 17 interceptações na temporada passada, de uma maneira geral, ele foi muito vulnerável. Isso aconteceu, em partes, pois as lesões atrapalharam consideravelmente o elenco: as duas primeiras escolhas do Draft 2015 de Green Bay – Damarious Randall e Quinten Rollins – conseguiram engrenar poucas sequências de partidas no ano. Além deles, Sam Shields não se manteve longe das concussões e já nem faz mais parte do elenco; assim como Micah Hyde.
Para preencher essas baixas de dois titulares importantes, Green Bay espera poder contar com Randall e Rollins em forma, e ter acertado ao recrutar Kevin King e Josh Jones, ambos na segunda rodada do Draft 2017. King estará na briga por posições entre os cornerbacks, assim como Randall, Rollins e Devon House, recém-contratado de Jacksonville. Entre os safeties, Jones deverá ser a primeira alternativa dos Packers, que neste momento conta com Morgan Burnett e Ha Ha Clinton-Dix como principais.
Entre os linebackers dos cabeças-de-queijo, o destaque mais uma vez fica para Clay Matthews, o principal líder dessa defesa. Matthews sofreu com uma lesão no ano passado, mas espera estar totalmente recuperado em 2017. Esteja atento ao posicionamento do camisa #52 nesta temporada, ele deve atuar tanto por dentro, ao lado de Jake Ryan, quanto por fora, formando dupla de pass rusher com Nick Perry (líder de sacks dos Packers em 2016, com 11).
Um pouco a frente, está a linha defensiva do Green Bay Packers, setor que precisa render mais em 2017. Nele, Mike Daniels (4 sacks ano passado) segue sendo um defensive/nose tackle confiável, porém é preciso que outros nomes desse grupo também se destaquem. Kenny Clark (escolha de 1ª rodada de 2016) e o recém-contratado Ricky Jean Francois serão os encarregados disso. Esteja atento ainda no defensive end Montravius Adams, os Packers o selecionaram na 3ª rodada do Draft deste ano e ele pode acabar sendo um interessante steal nesta classe.
Conclusão
No fim das contas, o destino da temporada 2017 do Green Bay Packers será definido, como citado anteriormente, pelo apoio que Aaron Rodgers receber do seu elenco, em especial da defesa, que não tem sido constantemente sólida nos últimos anos. Para isso, as apostas foram feitas e será crucial que elas deem resultados imediatos para este time. Os cabeças-de-queijo, mais uma vez, são os favoritos na NFC Norte, algo que não tem significado tanto nas últimas temporadas. Em uma Conferência Nacional marcada pelo equilíbrio entre as franquias, porquê não considerar que um elenco que conta com Rodgers, Nelson, Matthews e companhia, é um dos favoritos. Green Bay tem sido assim desde que o camisa #12 chegou por lá.
Principais chegadas (posição, antigo time)
– Martellus Bennett (TE, Patriots);
– Devon House (CB, Jaguars);
– Jahri Evans (G, Saints);
– Ricky Jeans Francois (DE, Redskins);
– Ahmad Brooks (LB, 49ers).
Principais saídas (posição, time de destino)
– Eddie Lacy (RB, Seahawks);
– Julius Peppers (OLB, Panthers);
– Jared Cook (TE, Raiders);
– Micah Hyde (SS, Bills);
– T. J. Lang (G, Lions);
– J. C. Tretter (C, Browns);
– Datone Jones (OLB, Vikings);
– Sam Shields (CB, free agent).
Notas do time
– Ataque: A-
- Quarterback: A
- Running backs: C
- Wide receivers: A-
- Linha ofensiva: B+
– Defesa: B
- Linha defensiva: B+
- Linebackers: B+
- Secundária: B-
– Calendário 2017: B (48%)
Nomes para ficar de olho
Aaron Rodgers – Mais um ano se passou e Aaron Rodgers segue sendo brilhante na NFL. No ano passado, Rodgers voltou a totalizar 4.400 jardas aéreas e 40 touchdowns, tendo garantido sua terceira ida ao Pro Bowl consecutiva. Não é necessário ser nenhum expert em futebol americano para saber que A-Rod é o jogador mais importante do Green Bay Packers e possivelmente o melhor quarterback da atualidade. Ver o camisa #12 em ação é sempre um grande atrativo!
Jordy Nelson – Após ter perdido toda a temporada de 2015, Jordy Nelson voltou em grande estilo no ano passado: como se nada tivesse acontecido, Nelson ultrapassou as 1.200 jardas recebidas e ainda obteve 14 touchdowns, o líder da liga nesse quesito. Consequentemente, ele venceu o prêmio de Comeback Player of The Year, e deixou claro que Aaron Rodgers ainda tem um wide receiver de elite jogando ao seu lado.
Clay Matthews – Nas guardadas proporções, Clay Matthews é para a defesa do Green Bay Packers aquilo que Aaron Rodgers é para o ataque da franquia; ambos são os grandes líderes de cada setor. Verdade seja dita, Clay sofreu uma lesão que, além de ter custado alguns jogos a ele, atrapalhou-o ao longo de toda a campanha dos Packs – e as oscilações defensivas do time em 2016 serviram para nos mostrar a importância que esse camisa #52 tem, de um modo geral. Matthews foi titular em pelo menos 12 jogos de sua carreira em seis temporadas, e ele foi eleito para o Pro Bowl em todos esses anos.
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Este é mais um texto da série Perguntas Para a Temporada (PPT), que analisa como será o ano de cada franquia da NFL, de acordo com a ordem do Draft. Para ter acesso aos outros artigos desta série, CLIQUE AQUI – em algum momento, seu time estará por lá!
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