Mais um ano se passou e o Seattle Seahawks viu os mesmo problemas principais de outros anos atrapalhando a franquia: a linha ofensiva não jogou bem e o jogo corrido não funcionou. Tudo isso, combinado às várias lesões que a equipe teve ao longo de 2016, impossibilitaram os Hawks de passar da rodada divisional dos playoffs pelo segundo ano consecutivo.
Desta maneira, a fim de corrigir as maiores incertezas do elenco, Seattle foi atrás de reforços interessantes, em diversos setores do time. Assim sendo, Pete Carroll terá a função de extrair o melhor de seus jogadores, encontrar soluções para os problemas do time e, enfim, recolocar o Seattle Seahawks entre as potências da Conferência Nacional.
Ataque
Falar do sistema ofensivo do Seattle Seahawks é falar de um setor marcado por vulnerabilidades. A saída de Marshawn Lynch após a temporada de 2015, combinada com as lesões de alguns running backs e incertezas na linha ofensiva da franquia, fizeram com que os Hawks terminassem o ano com o 7º pior ataque terrestre da NFL, além de Russell Wilson ter sofrido 42 sacks a 6ª pior marca da liga.
Assim sendo, para 2017, as atenções da diretoria de Seattle se voltaram para esses dois setores. Visando melhorar o jogo corrido, o time assinou com Eddie Lacy, ex-Packers que somando suas performances de 2013 e 2014, teve mais de 2.000 jardas corridas e um total de 20 touchdowns. Todavia, nas duas últimas temporadas combinadas, Lacy totalizou pouco mais de 1.000 jardas e apenas três TDs. Ao seu lado no posto de principal running back dos Seahawks, estará Thomas Rawls que, prejudicado pelas lesões, teve apenas média de 3,2 jardas por tentativa nas nove partidas que disputou em 2016.
Outro ponto incerto do ataque do Seattle Seahawks e que cousou preocupação na diretoria da franquia foi a linha ofensiva. Pelo terceiro ano consecutivo, Seattle não viu sua linha de bloqueadores jogar bem – e não é coincidência que à medida que essa vem piorando, as campanhas da franquia também estejam sendo encurtadas. No ano passado, por exemplo, Russell Wilson sofreu 111 hits, a 4ª pior marca da NFL. Desta forma, para tentar solucionar ou amenizar esse problema, os Seahawks assinaram com Luke Joeckel (escolha de 1ª rodada de 2013) para a função de left guard. Entre outros, quem também desperta expectativas que esse grupo de bloqueadores pode ser melhor é Germain Ifedi. Seattle espera desesperadamente que sua escolha de 1ª rodada do Draft de 2016 continua evoluindo e se torne um sólido titular em seu segundo ano na liga.
Tais tentativas para solucionar dois grandes problemas na franquia acontecem porquê o Seattle Seahawks sabe que, se tiver um elenco de apoio ao seu redor, Russell Wilson pode conduzir este equipe à grandes conquistas. Wilson vem de duas temporadas consecutivas ultrapassando as 4.000 jardas aéreas e, desde 2015, tem uma proporção de 55-19 em TD-INT. Verdade seja dita, 2016 esteve longe de ser o melhor ano do camisa #3 na NFL em termos de produtividade, todavia, está claro que ele está em sua melhor forma profissional, com plenas condições de conduzir os Hawks em outras campanhas vitoriosas nos playoffs, basta que ele tenha certo auxílio.
Por fim, vale ressaltar que o grupo de recebedores dos Seahawks também está cercado por incertezas, ainda mais agora que Jermaine Kearse deixou a equipe. Essas incertezas acontecem não porque falta talento puro entre os receivers de Seattle, mas sim porque não sabemos o quão profundo esse setor é. Em outras palavras, enquanto Doug Baldwin e Jimmy Graham tem sido um dos melhores da liga em suas posições (ambos foram ao Pro Bowl em 2016), os outros nomes do setor não chamam tanta atenção assim; além dos dois, os Hawks apostam em Paul Richardson e Tyler Lockett. De fato, Richardson e Lockett são extremamente explosivos e claras ameaças verticais. Todavia, tratando-se de o segundo e terceiro wide receiver de uma franquia, respectivamente, é preciso que eles mostrem mais na NFL.
Defesa
O sistema defensivo do Seattle Seahawks, por sua vez, passa por um momento bastante diferente do ofensivo. Enquanto o ataque da franquia tem sofrido recentemente e teve apenas o 18º melhor ataque da NFL marcando pontos em 2016, a defesa brilhou ao ser a 3ª melhor da temporada em termos de pontos permitidos por partida, com 18,3 apenas.
A força defensiva dos Seahawks já começa no front seven. Quando olhamos para a linha defensiva do time, encontramos possivelmente a melhor dupla de pass rushers da atualidade em Michael Bennett e Cliff Avril. Para se ter uma noção, desde 2015, a combinação Bennett-Avril teve 35,5 sacks. Além dos dois, vale dizer que a linha defensiva/pass rush dos Hawks ainda conta com Frank Clark, Malik McDowell (escolha de Draft mais alta da franquia neste ano) e Sheldon Richardson (recém-contratado dos Jets), fato que dá ao setor defensivo dos Seahawks uma rotatividade que poucas franquias da NFL têm em seus elencos titulares.
Ademais, é preciso destacar que este front seven é formado também por Bobby Wagner e K. J. Wright, dois linebackers que oferecem ao Seattle Seahawks tudo que melhor que um grupo de LBs precisa – o fato deles terem totalizado 293 tackles em geral em 2016 ilustra isso.
Mas, por incrível que pareça, em tese, a grande força da defesa do Seattle Seahawks pode estar na secundária, a qual cedeu apenas 225,8 jardas aéreas por partida ano passado. Isso porquê o grupo de defensive backs da franquia conta basicamente com os principais cornerbacks e safeties da National Football League. Para 2017, Earl Thomas estará de volta após perder 12 partidas na temporada passada. Thomas talvez seja o jogador mais valioso deste setor defensivo e sua volta indica que Kam Chancellor poderá atuar única e exclusivamente como strong safety, fazendo o que sabe melhor. Diga-se de passagem, você simplesmente não encontrará uma dupla de safeties melhor do que essa no futebol americano. Além deles, o bom Richard Sherman e Jeremy Lane são os CBs titulares do elenco. Nada mal.
Conclusão
O Seattle Seahawks tem uma defesa de elite, um quarterback (muito) acima da média e um grupo de recebedores que não encata, mas é capaz de dar conta do recado. O porém aqui é que em pontos cruciais deste time, linha ofensiva e jogo corrido, existem falhas. Reforços chegaram para tentar solucionar isso, então. Ao que tudo indica, um bicampeonato de divisão e mais vitórias nos playoffs, dependerão diretamente de como os recém-contratados estarão. Neste momento, Seattle entra como favorito em sua divisão e, apesar de um degrau abaixo das grandes potências da NFC, com enorme potêncial para chegar lá – novamente (a franquia esteve nos playoffs nas últimas cinco temporadas).
Principais chegadas (posição, antigo time)
– Luke Joeckel (OG, Jaguars);
– Eddie Lacy (RB, Packers);
– Sheldon Richardson (DT, Jets);
– Blair Walsh (K, Vikings).
Principais saídas (posição, time de destino)
– Jermaine Kearse (WR, Jets);
– Steven Hauschka (K, Bills);
– Garry Gilliam (RT, 49ers).
Notas do time
– Ataque: B
- Quarterback: B+
- Running backs: B-
- Wide receivers: B-
- Linha ofensiva: C
– Defesa: A
- Linha defensiva: A-
- Linebackers: B+
- Secundária: A
– Calendário 2017: B (45,5%)
Nomes para ficar de olho
Russell Wilson – O ano passado acabou não sendo tão eficiente para Russell Wilson como os torcedores do Seattle Seahawks esperavam. Mas isso se deu, majoritariamente, porque o jogo corrido e a linha ofensiva da franquia estiveram muito abaixo da média. De qualquer forma, pela segunda temporada consecutiva, Wilson esteve acima dos 64% de aproveitamento nos passes, das 4.000 jardas e 20 touchdowns. Mesmo com uma defesa sólida e bons nomes ofensivos, não tenha dúvidas que Russell Wilson é o jogador mais valioso da franquia.
Kam Chancellor – Kam Chancellor é o melhor strong safety da NFL atualmente, estou quase totalmente certo disso. Apoiando o combate ao jogo corrido, cobrindo a secundária, marcando individualmente tight ends, o que Chancellor tem feito na liga não é fácil e ele tem sido excepcional em praticamente todos os quesitos. Contudo, o camisa #31 não tem conseguido se manter saudável, perdendo 11 partidas ao todo desde 2014. Em 2017, novas performances de alto nível da Legion of Boom passam pela forma de Kam Chancellor, não tenha dúvidas disso.
Michael Bennett – O fato de Michael Bennett não ter sido draftado é quase que impressionante quando olhamos para seus números e vemos que desde 2012 ele tem totalizado pelo menos cinco sacks em todos os anos, incluindo dez em 2015. Poucos defensive linemen tem sido melhores que Bennett, e sua importância para o Seattle Seahawks é indiscutível. Formando dupla com Cliff Avril, Michael Bennett é um dos meus nomes mais interessantes para esta temporada 2017.
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Este é mais um texto da série Perguntas Para a Temporada (PPT), que analisa como será o ano de cada franquia da NFL, de acordo com a ordem do Draft. Para ter acesso aos outros artigos desta série, CLIQUE AQUI – em algum momento, seu time estará por lá!
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