Se existe um artigo que marca presença em todas as offseasons do Shotgun, é o “Qual time está mais próximo de vencer o Super Bowl”. E aqui está ele novamente.
Todavia, em 2019, o texto mais antigo do Shotgun terá uma mudança. Nos outros anos, dividi os times em grupos para comentar sobre eles. A questão é que o cenário de cada franquia ficou tão diferente recentemente que seria injusto, por várias vezes, colocar algumas equipes no mesmo nível que outras. Ao mesmo tempo, subir ou rebaixar determinada franquia a outro patamar ficaria incoerente.
Assim sendo, os níveis relacionados a quais times têm mais (ou menos) chances de conquistarem o Troféu Vince Lombardi se foram. O estilo agora será no formato de rankings. Listei os 12 times que nunca conquistaram o Super Bowl em ordem, começando do menor para o maior (em chances) nesse cenário.
Lembrando que o Philadelphia Eagles da temporada 2017/18 foi o último time a encerrar o jejum de SB. Antes disso, em 2013/14, tinha sido a vez do Seattle Seahawks sair da fila.
Qual será a próxima franquia?
12) Arizona Cardinals
Os Cardinals foram o pior time da NFL em 2019. E a incerteza sobre como será o começo da era Kyler Murray, ao lado de Kliff Kingsbury, confirma por que Arizona, dentre as franquias que nunca venceram o Super Bowl, é a que está mais distante disso.
Como estará a linha ofensiva? Murray corresponderá às expectativas? O grupo de recebedores, enfim, conseguirá produzir? O que espera da secundária do time sem Patrick Peterson por seis jogos? Chandler Jones terá um companheiro a altura no pass rush?
Estamos na teoria, claro, mas as incertezas são muitas para os Cardinals neste momento.
A expectativa é que Arizona melhore consideravelmente neste campeonato em comparação ao ano passado. Mas o assunto em Phoenix, de fato, não é o Super Bowl.
11) Cincinnati Bengals
Pensar em Super Bowl também é algo que na prática é difícil para os Bengals em 2019. A confiança para com Andy Dalton já foi maior, a linha ofensiva precisa melhorar, a defesa carece de talento individual… A chegada do novo treinador Zac Taylor pode mudar esta conjuntura e, quem sabe, fazer o atual elenco de Cincinnati voltar a ser competitivo. Ou, por outro lado, uma nova era, marcada por um completo processo de reformulação, pode estar por vir.
Essa enorme incerteza mostra por que Cincy está longe de um SB neste momento.
10) Buffalo Bills
Os Bills esperam ter encontrado a reposta imprescindível para se conquistar um Super Bowl: um quarterback realmente competitivo. Como novato, Josh Allen teve lampejos e mostrou que, com mais experiência, pode ser o novo líder em Buffalo.
Logo, reforçar o que está em torno do QB é a missão da franquia. Cole Beasley, John Brown, Mitch Morse, Quinton Spain, Ed Oliver, Cody Ford. Essas são algumas das novas caras do elenco.
Não é de hoje que os Bills tomaram decisões certeiras na offseason. Por mais que ainda em estado inicial, o processo de construção de um sólido plantel do time aparenta estar na direção certa.
9) Tennessee Titans
Aos poucos, Mike Vrabel vai mexendo no elenco dos Titans. 2018, o primeiro ano do treinador em Tennessee, foi uma temporada de testes, os quais mostraram bons e maus sinais. A expectativa, então, é que o campeonato 2019 seja de mais ajustes para a equipe, a fim de ficar cada vez mais com a cara do treinador.
Mas Marcus Mariota conseguirá ficar saudável por uma temporada completa? Dá para confiar no grupo de recebedores do time? Vrabel confia no grupo de LBs que tem, mas ele está certo?
Inconstâncias do longo dos anos, principalmente na posição de quarterback, custaram melhores campanhas aos Titans. Mesmo que essas sejam respondidas nesta temporada, o talento individual em Nashville parece não estar nos padrões de um grupo realmente competitivo nos playoffs.
8) Detroit Lions
A conjuntura dos Lions tem similaridades à dos Titans, citada acima. Detroit, com Matt Patricia, também teve um head coach estreante em 2018. E, principalmente na defesa, os Lions passam por mudanças, as quais fazem sentido pela mentalidade de Patricia.
Ao mesmo tempo, o ataque comandado por Matthew Stafford ainda precisa de mais apoio, do jogo corrido em especial.
Estamos falando de um time que venceu seis partidas na temporada passada. Considerando que as mudanças de Patricia não aparentam ser um projeto imediato, as prioridades dos Lions neste campeonato estão mais atreladas a encontrar certezas/soluções para o elenco, criando uma base, do que almejar uma campanha até o Super Bowl.
7) Jacksonville Jaguars
Há duas temporadas, os Jaguars flertaram com o Super Bowl ao chegarem à final da AFC. Uma defesa de alto nível, um jogo corrido interessante e um quarterback que, pelos dois fatores anteriores, não precisava resolver tudo com seus passes. Esta foi a narrativa do Jacksonville da temporada 2017.
Todavia, uma queda do sistema defensivo e instabilidades para com Leonard Fournette mostraram de vez que Blake Bortles não era a resposta para o time. Um plano B teve que ser acionado.
Esse novo planejamento começa com Nick Foles, contratado nesta offseason. Mas o que está ao redor de Foles agora conseguirá fazer algo similar ao que os Eagles fizeram com o QB nas duas últimas temporadas?
Essa é uma pergunta chave para a franquia da Flórida neste momento. E as opções de respostas são muito limitadas.
6) Cleveland Browns
Se um ranking como este fosse feito há duas temporadas, os Browns estariam na última colocação. Incrivelmente, já em 2019, a equipe aparece aqui. E detalhe: o que separa Cleveland e Carolina neste caso é a experiência, bem como o fato de que ainda não sabemos como os Browns se formarão a partir de agora.
Sabemos que o talento é indiscutível. Baker Mayfield, Nick Chubb, Odell Beckham Jr., Jarvis Landry, Denzel Ward, Myles Garrett, entre outros.
Claro, há setores vulneráveis no elenco. Mas se a combinação de tanto talento individual vingar, os Browns definitivamente podem pensar em coisas grandes.
5) Carolina Panthers
Os Panthers tiveram uma histórica campanha em 2015, quando chegaram até o Grande Jogo. Contudo, as mudanças que aconteceram no elenco desde então ainda levantam incertezas. O grupo de recebedores continua precisando de reforços. A defesa, que agora perdeu Julius Peppers, não pressiona os QBs oponentes da mesma forma. Luke Kuechly não tem mais Thomas Davis como dupla de linebacker. A secundária jamais encontrou a mesma sintonia de quatro anos atrás. E Cam Newton caiu de produção, além de ter sofrido com algumas lesões.
Tais incertezas pesaram negativamente para Carolina na temporada 2018. A equipe perdeu sete dos últimos oito jogos do calendário. Porém, a experiência e o talento individual de algumas peças dos Panthers ainda coloca o time em ótima posição em alguns momentos. Vimos isso na primeira metade do campeonato passado também.
4) Houston Texans
O talento individual presente no plantel dos Texans faz o time ser uma ameaça para qualquer adversário. Deshaun Watson, J. J. Watt e DeAndre Hopkins. A presença desses três nomes em campo faz com que o que está ao redor deles seja melhor, o que fica claro pelas 11 vitórias em 2018.
Desta maneira, Houston vem buscando reforçar o que está ao redor dessas jogadores.
A linha ofensiva foi o grande assunto nesta offseason. A expectativa também é que Will Fuller se mantenha saudável neste ano. E ajustes nos últimos nos dois últimos níveis da defesa foram feitos, mais uma vez, visando que Watt, e Jadeveon Clowney, melhorem suas produções em campo.
Inicialmente, havia listado os Texans como nº 3 neste texto. Mas a possibilidade da saída de Clowney, bem como o fato de o time não ter sido tão agressivo durante a free agency (principalmente para com sua defesa), o rebaixaram uma posição.
3) Minnesota Vikings
Poucos elencos da NFL são tão balanceados, em cada um dos setores e dos dois lados da bola, quanto o dos Vikings. Isso ficou claro há dois anos, quando o time chegou à final de conferência com Case Keenum. A saída de Keenum, e chegada de Kirk Cousins, então, foi vista como o que faltava para Minnesota conquistar seu primeiro Super Bowl. Mas as coisas não aconteceram como planejadas.
Cousins decepcionou, os Vikings caíram de produção e mais questões voltaram a rodear a equipe.
Ainda assim, pelo que foi visto nesta offseason, o elenco de Minnesota permanece muito competitivo. O que separará as pretensões do time quanto a Super Bowl ou não será, em grande parte, a resposta dada por Cousins em seu segundo ano na franquia. Pelo segundo ano na organização e reforços recebidos, o camisa #8 tende a melhorar.
2) Atlanta Falcons
Como os Falcons, que venceram sete partidas em 2018, podem ser o segundo time nesta lista?
Sim, a campanha de Atlanta no campeonato passado foi decepcionante. Entretanto, lembre-se que a equipe foi devastada por lesões. Principalmente na defesa, a qual já era o setor mais limitado do time, os Falcons perderam os melhores jogadores. Do outro lado da bola, a maior incerteza foi na linha ofensiva. Encontrar um coordenador ofensivo, desde que Kyle Shanahan saiu, foi uma questão também.
Desta maneira, Atlanta recrutou dois bloqueadores na primeira rodada do Draft 2019. E contratou Dirk Koetter para coordenar o ataque.
A volta de todos os defensores, e as novas aquisições ofensivas (dentro e fora do campo), devem colocar Matt Ryan em posição de prosperar ainda mais. O jogo corrido tende a melhorar, assim como o grupo de recebedores formado por Julio Jones, Mohamed Sanu e Calvin Ridley, um dos melhores da NFL na atualidade.
1) Los Angeles Chargers
Não é um absurdo afirmar que o único motivo de os Chargers nunca terem ao menos chegado a um Super Bowl na era Philip Rivers é o New England Patriots de Tom Brady.
O elenco de Los Angeles em si jé se mostrou preparado diversas vezes de chegar ao grande cenário da NFL. De fato, já vimos o time perdendo força quando os playoffs chegam. Em vários anos, faltou aos Chargers “aquele detalhe a mais”. Um kicker, um fumble, uma lesão, um apagão… Enfim.
Contudo, olhando para os Chargers de 2019, estamos falando de um grupo que tem um dos elencos mais equilibrados da liga. Mais que isso, nas posições mais importantes do futebol americano, L. A. tem algumas das melhores peças da NFL. E mais: um sólido Draft 2019 faz o time chegar a esta temporada em tese mais forte do que no ano passado, quando venceu 11 partidas e chegou à segunda rodada dos playoffs.