A temporada 2018 da NFL se aproxima cada vez mais! Chegará um momento em que as atenções estarão voltadas única e exclusivamente aos jogadores e times de um modo geral. Afinal, dentro de um mês começa o campeonato regular. Desta maneira, é hora de falar pela última vez da pressão em cima dos head coaches da liga antes desta temporada. Entenda essa pressão como o “risco de demissão deles”. Para isso, opinei sobre o que cada um precisa fazer para se manter empregado após este ano. E detalhe: para não ser injusto, retirei os sete treinadores estreantes da análise, deixando-os para outra ocasião.
A casa pode cair neste ano
Vamos direto ao ponto: é hora de destacar os treinadores mais pressionados nesta temporada. O comentário sobre cada um deles diz respeito ao que eles precisam fazer para evitar que a casa caia já nesta temporada da NFL.
Pete Carroll, Seattle Seahawks
Quantas vitórias para isso não acontecer: 8
Em 2017, pela primeira vez desde 2011, os Seahawks ficaram fora dos playoffs da NFL. E mais que isso: esta offseason ficou marcada por uma completa reformulação no elenco. A Legion of Boom não existe mais. Referências do pass rush, como Michael Bennett, por exemplo, deixaram o elenco. A verdade é que desde que Russell Wilson lançou na linha de uma jarda (por opção de Carroll), as coisas não se desenrolaram como esperado para Seattle. Isso indica que, se o elenco demonstrar fraquezas como fez no ano passado e não conseguir vencer seus jogos, essa reformulação pode ser ainda maior.
Jason Garrett, Dallas Cowboys
Quantas vitórias para isso não acontecer: 10
Jason Garrett está nos Cowboys desde 2011. Nesse período, foram apenas três campanhas vitoriosas e duas idas aos playoffs. Lembrando que ele está em Dallas, um dos mercados mais badalados da NFL. O ideal para Garrett é levar seu time de volta à pós-temporada em 2018. O grande problema para ele é que a NFC dificilmente terá uma franquia com menos de dez vitórias em janeiro.
P. S Há algumas semanas, no blog da THE 360, analisei a pressão em torno de Jason Garrett para 2018. Para ter acesso, clique aqui.
John Harbaugh, Baltimore Ravens
Quantas vitórias para isso não acontecer: 9
John Harbaugh já comandou os Ravens em dez temporadas. Nas primeiras cinco, foi aos playoffs em todos os anos, vencendo um Super Bowl. Nas cinco últimas, entretanto, Baltimore só chegou à pós-temporada uma vez. A própria direção da franquia declarou que cogitou a demissão de Harbaugh. Lembre-se que Joe Flacco continua como o QB dos Ravens e o ciclo de Ozzie Newsome como general manager se encerrará após 2018. Não é absurdo imaginar uma reformulação fora das quatro linhas em Baltimore. Talvez apenas um retorno aos playoffs seja suficiente para salvar John Harbaugh neste caso.
Adam Gase, Miami Dolphins
Quantas vitórias para isso não acontecer: 6
O primeiro ano de Adam Gase em Miami foi empolgante. Todavia, dois anos mais tarde, os Dolphins estão completamente diferentes e sem saber se podem confiar em Ryan Tannehill. A verdade é que Gase vem tendo problemas em implantar seu estilo na NFL, principalmente em termos de ataque. Com todas as mudanças que aconteceram na offseason, se a equipe da Florida decepcionar pelo segundo ano seguido, Adam Gase pode ter que dizer adeus.
Bill O’Brien, Houston Texans
Quantas vitórias para isso não acontecer: 9
O time dos Texans é muito bom para apenas quatro vitórias. Sim, Deshaun Watson e J. J. Watt estavam lesionados em 2017. Aliás, essa talvez seja a razão para que Bill O’Brien não tenha sido demitido já nesta offseason. A volta de Watson e Watt, então, exige que Houston pelo menos brigue até o fim na AFC Sul.
Jay Gruden, Washington Redskins
Quantas vitórias para isso não acontecer: 7
A campanha de 28-35-1 de Jay Gruden em Washington mostra que podem haver melhoras. Apenas uma aparição nos playoffs da NFL em quatro temporadas, idem. Os Redskins estarão diferentes em 2018, contudo, é esperado pelo menos que o time mantenha o nível do ano passado (7-9). Caso isso não aconteça, Gruden pode ficar em apuros.
Hue Jackson, Cleveland Browns
Quantas vitórias para isso não acontecer: 5
O Cleveland Browns de Hue Jackson venceu somente um dos últimos 32 jogos que disputou. Em 2017, a franquia terminou 0-16. Vencer cinco partidas com este jovem elenco seria uma interessante (e necessária) evolução.
Vance Joseph, Denver Broncos
Quantas vitórias para isso não acontecer: 8
O desempenho de Vance Joseph como estreante na função de head coach foi tão decepcionante que ele quase acabou demitido em 2017. John Elway decidiu mantê-lo e fez questão de adquirir reforços durante a offseason. As chegadas de Case Keenum, Bradley Chubb e companhia indicam que Joseph precisa mostrar serviço imediatamente.
Dirk Koetter, Tampa Bay Buccaneers
Quantas vitórias para isso não acontecer: 5 (calendário bem complicado)
2018 será o terceiro ano de Dirk Koetter em Tampa. O primeiro foi uma campanha 9-7, enchendo os torcedores de esperança. Em contrapartida, o segundo amargou somente cinco triunfos, apresentando limitações em vários setores, incluindo o ataque (especialidade de Koetter). Nesta temporada, portanto, Dirk precisa mostrar que o campeonato passado foi apenas um “ponto fora da curva”.
Marvin Lewis, Cincinnati Bengals
Quantas vitórias para isso não acontecer: 8
Marvin Lewis está no comando dos Bengals desde 2013. Houve um momento em que todos estavam convictos de que Cincinnati, enfim, voltaria a vencer nos playoffs da NFL. Isso não acontece desde 1990. Todavia, Lewis, em sete partidas de pós-temporada disputadas, não conseguiu nenhuma vitória. Por incrível que pareça, ele teve seu contrato renovado no começo deste ano. Ainda assim, caso Cincy tenha uma campanha inferior a de 2017, a casa pode cair de fato para Marvin Lewis.
Todd Bowles, New York Jets
Quantas vitórias para isso não acontecer: 6
Aquelas dez vitórias conseguidas por Todd Bowles em seu primeiro ano com os Jets, em 2015, não se repetiram. A propósito, dez foi o total de triunfos de New York nas duas últimas temporadas somadas. Vale salientar também que o contexto agora é outro com a chegada de Sam Darnold, o qual é o QB do futuro da equipe. Bowles, um técnico de mentalidade defensiva, precisa mostrar que o elenco dos Jets como um todo está em evolução e no caminho certo para auxiliar Darnold. Se houver alguma regressão, em qualquer um desses sentidos, por ser a gota d’água.
A pressão pode se concretizar em 2018
Seguindo os head coaches que podem de fato perder seus cargos após a temporada 2018 da NFL, é hora de destacar aqueles que podem chegar nessa posição em 2019. Isso, claro, imaginando que nada anormal aconteça. Os técnicos apresentados abaixo até pode ser demitidos na próxima offseason. No entanto, seria algo ainda precoce por parte das franquias, sobretudo pelos elencos que eles têm em mãos. Como no primeiro item, segue a quantidade de triunfos necessários para que o título deste tópico não entre em cena para nenhum dos treinadores.
Kyle Shanahan, San Francisco 4ers
Quantas vitórias para isso não acontecer: 7
O San Francisco 49ers foi um dos times que fechou 2017 em alta. A principal razão disso foi o surgimento de Jimmy Garoppolo, o qual venceu os últimos cinco jogos da temporada. Entretanto, o segundo ano de Garoppolo em San Francisco será mais difícil. Além disso, o elenco dos Niners tem incertezas em diversos setores, como pass rush e grupo de recebedores, por exemplo. Vencendo pelo menos sete partidas, Shanahan mostraria que está no caminho certo para recolocar a franquia entre as mais competitivas da liga.
Doug Marrone, Jacksonville Jaguars
Quantas vitórias para isso não acontecer: 9
2017 foi o primeiro ano completo de Doug Marrone em Jacksonville. O respaldo foi positivo, visto que os Jaguars chegaram até a final da AFC. Ao mesmo tempo, com tantos jovens talentos no elenco, a pressão para novas temporadas acima da média do time está instaurada. Desta maneira, Marrone não precisa necessariamente brilhar como na temporada passada. No entanto, na pior das hipóteses, é preciso ter mais vitórias do que derrotas.
Sean McDermott, Buffalo Bills
Quantas vitórias para isso não acontecer: 7
O cenário do Buffalo Bills para 2018 é engraçado. A franquia chegou aos playoffs na temporada passada, porém passa por um processo de reformulação. Processo esse que não tem definido ainda nem quem será o quarterback titular. Tudo isso ameniza a pressão sobre Sean McDermott. Todavia, não podemos nos esquecer o passado dos Bills na pós-temporada da NFL: o time não vence em mata-mata desde 1995. Portanto, McDermott não precisa surpreender novamente. Ele apenas deve mostrar que a criação de um time competitivo está encaminhada.
Anthony Lynn, Los Angeles Chargers
Quantas vitórias para isso não acontecer: 9
Os torcedores do Los Angeles Chargers já estão fartos de ver o time com bons elencos amargando campanhas decepcionantes. A última participação em playoffs dos Chargers foi em 2013. Desde então, em dois anos a equipe teve cinco ou menos triunfos. O primeiro ano de Anthony Lynn no comando, contudo, mostrou evolução (9-7). Ademais, a forma como Los Angeles terminou o campeonato, mesmo em meio à algumas lesões, mostra que esse grupo tem potencial para chegar longe. Ou pelo menos brigar por isso.
Não podem bobear demais
Já não estamos falando mais da quantidade de vitórias necessárias para que os head coaches mantenham seus cargos. De agora em diante, os treinadores da NFL em questão são nomes com segurança nas sidelines, porém ainda distante de serem unanimidades.
Mike Zimmer – É quase um absurdo cogitar uma demissão de Zimmer dos Vikings depois de como o time se mostrou equilibrado em 2017. Todavia, a chegada de Kirk Cousins coloca os Vikings de vez nas conversas para Super Bowl. Em outras palavras, isso significa que as expectativas – e consequentemente pressão na equipe – são maiores em 2018.
Mike McCarthy – Sem Aaron Rodgers, o elenco do Green Bay Packers se mostrou pouco competitivo na temporada passada. Querendo ou não, o head coach tem participação nisso. Para 2018, então, Rodgers está de volta. Por um lado, isso pode “salvar” os Packers novamente. Todavia, um ano muito decepcionante com Rodgers under center poderia até significar o fim da linha para McCarthy.
Ron Rivera – Nas últimas três temporadas, os Panthers totalizam retrospecto 32-16, com duas idas aos playoffs e uma aparição em Super Bowl. A menos que Carolina seja uma catástrofe em 2018, Ron Rivera está seguro no cargo. Por mais fragilidades que sua equipe apresente algumas vezes, sabemos que neste caso o treinador tem feito o melhor possível.
Fora de risco (?)
A menos que uma catástrofe até então não catalogada na NFL aconteça, os nomes a seguir permanecerão em seus times para 2019. Logo, vamos considerá-los como fora de risco.
– Bill Belichick – Existe apenas uma maneira de Belichick deixar os Patriots em 2018: se ele se aposentar.
– Doug Pederson – Seria algo quase que sem precedentes ver um head coach que venceu o Super Bowl da forma como Pederson fez com os Eagles ser demitido um ano depois.
– Andy Reid – Reid também é um dos casos de head coach que estará salvo até que decida pendurar as chuteiras.
– Mike Tomlin – Os Steelers têm passado por altos e baixos recentemente. Todavia, não está na história do time trocar de head coaches assim. Ainda mais alguém tão competente quanto Tomlin.
– Sean Payton – A pressão estava crescendo sobre Payton no ano passado. Contudo, após uma temporada 2017 excelente, é sensato dizer que o treinador está tranquilo no cargo agora.
– Sean McVay – Ele foi nomeado o Técnico do Ano em 2017. Até mesmo que McVay não faça um bom trabalho com o talentoso elenco dos Rams neste ano, serão apenas dois anos com o time.
– Dan Quinn – Desde que Quinn engrenou em Atlanta, os Falcons têm sido um dos times mais competitivos da NFL. Esse cenário, mesmo que mude agora, não tem força para custar o cargo do treinador.
– Quais treinadores da NFL serão demitidos em 2018? Mande sua opinião para nós nos comentários ou pelas redes sociais!
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