Por mais “utópico” que seja este texto, ele retrata, de forma alternativa, e faz um apelo à uma realidade que incomodada e é inevitável para quem gosta da NFL e/ou de futebol americano de um geral. Não importa que time você ame, não importa que time você odeie, eles já tiveram sérios problemas com jogadores lesionados…
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Durante a vida, procuramos estar cada vez mais longe dos problemas. Longe dos fatos ruins e de más companhias. Contudo, como em qualquer situação do cotidiano, o inesperado pode acontecer. Conforme a própria definição já indica, quando algo imprevisto acontece causando surpresa, a única coisa que você pode fazer contra isso como sujeito (ou vítima, melhor dizendo) é torcer para que esse inesperado seja algo pelo menos positivo. Entretanto, nem sempre isso acontece, e você fica ali, sem ter o que fazer.
Lamentações, suportes, agonia, esperança, preces, desespero… Não é fácil concretizar ou enumerar o que se passa dentro de cada indivíduo quando o inesperado ruim ocorre.
É partindo desse enunciado que faço uma analogia da conjuntura descrita com as lesões que parecem ser cada vez mais frequentes na NFL.
O certo seria, ao invés de NFL, futebol americano como um todo, já que no college football, as lesões, assim como no nível profissional, assombram as carreiras dos jogadores e as emoções dos torcedores.
Adrian Peterson, J.J. Watt, Teddy Bridgewater, NaVorro Bowman, Cam Newton, Tony Romo, Danny Woodhead, Keenan Allen, Dez Bryant, Doug Martin, Trevor Siemian, Jay Cutler, Robert Griffin III, Rashad Jennings, Shane Vereen, DeMarcus Ware, Brian Cushing, Derwin James… Enfim. Poderia ficar aqui “até amanhã” listando os jogadores que perderam jogos (e a grande maioria deles muitos jogos) só no primeiro mês da temporada 2016. E você pode fazer isso todo ano, que sempre terá o mesmo resultado: as (inevitáveis) lesões, atrapalham seriamente todos os times. Lembrando rapidamente de outros casos, tenho em mente Tom Brady, que não jogou em 2008, Peyton Manning, Jordy Nelson… E quem é que sai perdendo com isso? A franquia, em diversos aspectos, é claro, e nós, amantes do futebol americano.
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A questão das lesões – pode parece óbvio isso – seria “boa” (menos pior, na verdade) se afetasse apenas o jogador em questão. Mas não, é bem pior que isso. Além de tirar de cena o atleta que sofreu a lesão, quando isso acontece, todo um sistema está sujeito à uma mudança drástica. Sem contar que às expectativas prévias ao fato, também vão por água abaixo.
Por exemplo, veja o Minnesota Vikings este ano. De fato, Sam Bradford vai jogando bem e a equipe é uma das melhores equipes da liga neste momento, mas este não é o ponto em questão. Os Vikings eram vistos como uma das potências da Conferência Nacional e, “de uma hora pra outra”, viram-se sem dois de seus melhores jogadores quando Peterson e Bridgewater se machucaram. A partir de então, com algumas “loucuras”, o time teve que se recuperar.
Já os Chargers, estão tendo que manter um ataque aéreo produtivo sem Keenan Allen – de longe o melhor wide receiver da franquia – e Danny Woodhead, o recebedor mais constante da franquia em 2015. Os Cowboys estão sem seu melhor quarterback e wide receiver. Os 49ers acabaram de perder seu melhor jogador. Jay Cutler pode ter visto sua carreira como titular terminar. Trevor Siemian, o qual ainda não sabemos a gravidade de sua lesão, vê um obstáculo problemático em uma das histórias mais interessantes de 2016.
E que tal o Houston Texans, que além de estar sem o seu melhor linebacker, recentemente viu J. J. Watt, um dos melhores de todos os tempos, ter sua temporada terminada com uma lesão nas costas.
São realidades que muitas vezes passam despercebidas por nós, pois é algo “sem escapatória”, e que acabamos nos conformando visto que nada pode ser feito. Uma pena.
Pare e pense em um ponto: todas as segundas-feiras (sem exceção), após uma rodada da NFL, deparamos-nos com várias notícias sobre jogadores que sofreram lesões e serão submetido a exames, ou estão no protocolo de concussão. Como se fosse um processo natural da liga. Assim sendo, essa “checagem” da lista dos lesionados semanalmente acabou se tornando um hábito dos fãs do esporte uma vez que a temporada do futebol americano está acontecendo. Contudo, isso não deveria acontecer. Ou, sabendo que é basicamente impossível impedir que não hajam mais lesões na liga, é válido considerar que o normal seria que elas acontecessem uma vez ou outra. Muito mais que perder um jogo ou atrapalhar todo o sistema ofensivo no qual algum atleta lesionado está inserido, as lesões podem ter impactos diretos em toda a carreira do jogador em questão.
Certamente, este relato não passa de um texto de caráter apelativo. Contudo, se você gosta de grandes espetáculos nos gramados de futebol americano, vai entender tudo que está sendo dito aqui.
Ao mesmo tempo que a NFL nos proporciona emoções espetaculares, ela deixa uma pequena aberturada para grande lamentação quando “tira” alguns de seus jogadores de atividade. Esse talvez seja o único defeito deste esporte fantástico que é o futebol americano. Mas isso tem que ter um fim. Bem, pelo menos deveria ter… Será que pedir isso seria estar desejando que o futebol americano fosse um esporte literalmente perfeito? Em um peça de teatro, por exemplo, você tem a certeza de que os atores vistos na propaganda de uma semana antes do espetáculo, estão em cena. Na National Football League, era para ser a mesma coisa se não fossem as constantes lesões. Um exemplo claro disso foi o “cancelamento” do retorno de Robert Griffin III a Washington pelos Browns. Antes da temporada começar, muita gente falava do reencontro entre RGIII e os Redskins. Ficou apenas na imaginação.
As lesões da NFL são inevitáveis, irremediáveis. No entanto, torna-se algo lamentável quando passa a ser um fato “natural”, rotineiro, como explicado anteriormente. E nada, salvo o ato de torcer, pode ser feito.
Cada tackle, cada derrubada, jogada após jogada, está se tornando cada vez mais comum prendermos a respiração nos jogos da NFL temendo que algo inesperadamente ruim aconteça. Além de torcer pelo nosso time ir bem ou para o adversário errar, devemos torcer (bem mais que para sua equipe do coração, aliás) para que não haja mais lesões na NFL.
Por favor!
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