No último domingo, o Green Bay Packers acabou perdendo bem mais do que apenas o confronto para seu rival divisional Minnesota Vikings: no primeiro período do jogo, Aaron Rodgers foi retirado do gramado devido à uma lesão. Mais tarde, exames confirmaram que ele havia fraturado a clavícula, fato que forçará o quarterback a ficar fora de algumas semanas desta temporada, e possivelmente até não atuar mais em 2017. Esse pesadelo faz os torcedores de Green Bay mais uma vez se perguntarem como será a vida sem o camisa #12. Melhor dizendo, o que será dos cabeças-de-queijo com Brett Hundley como QB titular?
É isso mesmo, o substituto de Rodgers será Brett Hundley, jovem quarterback selecionado na 5ª rodada do Draft de 2015, vindo de UCLA. Os Packers optaram por não assinarem com algum free agent (Colin Kaepernick e Tony Romo foram nomes especulados, por exemplo) e nem se envolverem em alguma troca – Mike McCarthy depositou sua confiança em Hundley. Mas quem é este quarterback? Ele pode dar conta do recado e vencer algumas partidas para os Packs? Quais são suas principais qualidades?
Com todos esses questionamentos em mente, decidimos falar um pouco mais da carreira de Brett Hundley no futebol americano até hoje e esboçar como será o Green Bay Packers sob sua liderança.
Como ele foi no college football
Brett Hundley foi criado no estado do Arizona e desde os tempos de High School estava ligado ao futebol americano. De acordo com o site Rivals.com, Hundley foi avaliado como o 2º melhor quarterback dual-threat na classe de 2011, atrás apenas de Braxton Miller. Ele é filho de Brett Hundley Sr., que atuou no futebol americano universitário pela Universidade de Arizona State, e sobrinho de Albert, que foi quarterback de Wichita State no passado.
No college football, defendendo UCLA Brett Hundley se destacou nas três temporadas que foi titular por lá (2012-2014). Neste período, ele teve 20/+ touchdowns aéreos em todos os anos, e ficou abaixo de 10 interceptações em dois desses. Assim sendo, em três temporadas pelos Bruins, Hundley totalizou 9.966 jardas aéreas (2ª melhor marca da história da universidade), 75 touchdowns aéreos, 25 interceptações e 30 touchdowns terrestres.
Em 2015, então, para o Draft 2015, ele foi avaliado como mediado (a NFL.com o comparou diretamente com Jason Campbell, ex-Redskins). Como citado, Hundley consegue correr com a bola, sendo também uma real ameaça pelo chão; sua mecânica de lançamentos é adequada, porém considerada lenta para alguns especialistas; e sua presença no pocket, apesar de boa, ainda precisa ser mais efetiva. Ainda naquele ano, consideraram Brett Hundley como um QB com lampejos de talento e habilidade atlética para ser um titular. Todavia, uma vez na NFL, seria necessário que ele melhorasse consideravelmente suas leituras, tomadas de decisões e toque na bola, para ter uma real chance na liga.
Na NFL, ainda não vimos muito
Desta maneira, Hundley acabou sendo a 147ª escolha geral do Draft de 2015. Desde que ele se tornou um profissional, vem aprendendo mais sobre a dinâmica do jogo da National Football League com Aaron Rodgers. Contudo, ele ainda não teve grandes oportunidades para mostrar tudo que aprendeu neste processo até agora.
Brett Hundley fez seu primeiro lançamento oficial na NFL na temporada passada, nos minutos finais de um confronto contra os Titans – ele entrou em campo pois a partida já estava resolvida. Neste tempo, porém, ele não foi bem: 2/10 nos passes, 17 jardas e uma interceptação. A consequência disso, de acordo com a ESPN americana, foi que o Green Bay Packers esteve próximo de envolver o QB em uma troca na última offseason.
O que manteve Hundley em Green Bay e, principalmente concretizou-o como o substituto imediato de Aaron Rodgers foi a última pré-temporada. O camisa #7 participou de todas as partidas, tendo completado 63% dos passes que tentou, para 482 jardas, 3 TDs e uma interceptação.
Na semana passada, após Rodgers ter deixado a partida diante dos Vikings, Hundley atuou por mais de três períodos e, novamente, não foi brilhante – seu rating de 39,6, complementado por três interceptações, mostra isso. Todavia, devemos levar em consideração que o “quase calouro” entrou com a partida em andamento, diante de uma das melhores defesas da atualidade e viu três de seus bloqueadores titulares deixarem o jogo por lesão também.
O Green Bay Packers de… Brett Hundley?
Definitivamente, essa é a pergunta que quase todos os fãs de futebol americano têm feito nos últimos dias – e continuarão assim pelo menos até o próximo domingo, quando o time enfrenta os Saints no Lambeau Field.
Está claro que Brett Hundley não tem a capacidade de se tornar o titular e manter o ataque do Green Bay Packers da mesma forma que Aaron Rodgers faz; talvez nenhum QB da atualidade conseguiria fazer isso, aliás. McCarthy precisará fazer alguns ajustes ofensivos a fim de auxiliar o jovem quarterback daqui pra frente. Correr mais com a bola, evitar rotas longas, envolver o meio do campo nas jogadas, são alguns exemplos de alterações que precisam acontecer no sistema ofensivo dos Packs agora. Não espere que Hundley consiga estender e improvisar lances como A-Rod; muito menos protagonize passes extremamente precisos para as laterais do campo. Não, isso não vai acontecer.
Mas existem, por outro lado, razões para acreditar que Green pode dar certo com Brett. Quarterbacks que sabem correr com a bola (e entendem como se faz isso) vêm tendo sucesso ultimamente, ele conhece bem o plano de jogo e estará rodeado por recebedores talentosos. Além disso, Mike McCarthy já demonstrou sucesso quando trabalhou com jovens QBs saindo do banco de reservas.
Estou certo que Green Bay está agora nas mãos de quem não queria (e nem esperava) estar neste momento – o elenco dos Packers não é o ideal para um jovem quarterback que precisa evoluir. De qualquer forma, já vimos esse filme de Aaron Rodgers fraturando a clavícula e perdendo alguns jogos. Na primeira vez, em 2013, o Green Bay Packers acabou utilizando três quarterbacks diferentes, mas conseguiu se manter na disputa da NFC Norte e, quando Aaron retornou (sete jogos mais tarde), ainda levou a franquia à pós-temporada.
Por que não acreditar que isso possa se repetir em 2017? Neste momento, o Green Bay Packers divide a liderança de sua divisão com os Vikings, com quatro vitórias. E não se esqueça que a situação das demais equipes da NFC Norte não é totalmente estável também (e que esta temporada da NFL está surpreendente): o Chicago Bears está sob a liderança de um calouro, o Minnesota Vikings ainda aguarda pela recuperação de seus dois principais quarterbacks, e o Detroit Lions perdeu três dos últimos quatro jogos que fez.
Em outras palavras, podemos dizer que a narrativa desta divisão está completamente diferente daquela que esperávamos no começo do ano. A partir de agora, será os Lions de Matthew Stafford; os Bears de Mithcell Trubisky; os Vikings de Sam Bradford, Case Keenum (ou quem sabe até Teddy Bridgewater); e os Packers de Brett Hundley!
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