Que bom jogo para começar bem a semana 4 da NFL!
Na Pensilvânia, a maior rivalidade do futebol americano – na minha opinião – ganhou mais um capítulo. Uma pena que o confronto fora emocionante não pelos acertos de Pittsburgh e Baltimore, mas sim pelos erros das franquias. Erros técnicos, táticos, práticos…
Gostei do que vi dos Steelers nos dois primeiros quartos. Michael Vick se mostrando confortável, fazendo bons passes, bloqueio, jogando com inteligência; Le’ Veon Bell com belíssimas corridas; defesa pressionando Joe Flacco. Tudo isso se refletiu no placar, que chegou a marcar 20 a 7 PIT com pouco mais de metade do jogo em andamento.
A essa altura, Flacco já havia lançado uma interceptação e sofrido um fumble. Como sempre, os lampejos do camisa #5 em temporada regular – mesmo que demorem – aparecem. O primeiro deles fora no lindo passe na endzone para Kamar Aiken.
O jogo em si foi bem equilibrado. Pittsburgh sackou Flacco cinco vezes, forçou dois turnovers, mas ficou limitado à 263 jardas e apenas 17 first downs. Os Ravens, por sua vez, produziram um pouco mais ofensivamente e, apesar de não cuidarem excepcionalmente da bola, aproveitaram (quase) todas as chances na hora H.
Eu disse durante o jogo no twitter: “Com Ben Roethlisberger, os Steelers venceriam este jogo!”. E realmente eu acho que seria assim. A impressão que fica é que Pittsburgh não conseguiu matar o jogo. Faltou alguém para ditar o ritmo do sistema ofensivo de PIT, um maestro. Por melhor que os Ravens tenham sido em suas “segundas chances” na partida, eles tiveram dois erros chaves em quartas decidas, sendo um desses já na reta final do confronto.
Entretanto, nas campanhas que eram necessário correr com a bola, gastar relógio, completar passes de segurança, o time da casa pecou. Primeiramente, pecou pelas chamadas ofensivas. Le’ Veon Bell, que teve 129 jardas em 22 tentativas na noite, foi “excluído” do jogo em alguns momentos; momentos que a bola deveria ser para ele. Ainda com as decisões ruins da coordenação ofensiva dos metaleiros, o que falar da jogada em que Michael Vick corre em uma 4ª descida. Deixando claro, achei até uma boa intenção em colocar Vick para correr. Agora, deixar Bell fora daquela jogada, colocar dois homens a mais de bloqueio em campo e manter o camisa #2 isolado no pocket. Ficou muito previsível.
Em segundo lugar, os Steelers tiveram erros individuais. Antes de abordar os dois field goals perdidos, é importante lembrarmos que o passe de Vick para Antonio Brown em uma 4ª para uma jarda também foi ruim; ele deveria ter sido mais aberto, um pouco mais alto também.
A questão agora é: o que falar de Josh Scobee? Em menos de três minutos, que encerrariam o jogo, ele errou dois field goals não muito longos – 49 e 41 jardas -, os quais assegurariam a vitória do time da casa caso completados. Creio que se ele convertesse apenas um, a situação passaria a ser milagrosa para os corvos. Pois bem, nada feito, e os erros de Scobee, além de possibilitarem o triunfo de BAL, serviram para definir o vilão e o MVP do jogo.
Como sabem, não é bom dar duas chances aos grandes quarterbacks. Joe Flacco – que não está neste nível – teve, pelo menos, três campanhas na reta final do confronto para assumir a liderança do marcador. Graças ao bom desempenho do pass rush de PIT e aos problemas da linha ofensiva de Baltimore, o jogo foi à prorrogação. É provável que contra qualquer outro time de elite, os Steelers teriam perdido no tempo regulamentar.
No overtime, o sistema defensivo do Pittsburgh Steelers continuou “segurando as pontas”, mas o ataque, já desacreditado com seu kicker, falhou em dois fourth downs, o suficiente para que o segundo lampejo de Flacco aparecesse – em novo passe para Aikem após blitz dos Steelers – e Justin Tucker fosse impecável. De novo.
Quem foi o vilão da partida? J. Scobee. Nada difícil de afirmar.
Em um certo momento da partida, os dois times pareciam ter deixado a endzone de lado e estiveram focados em anotar field goals! Ao todo, tivemos sete tentados na noite e tenho certeza que John Harbaugh lamentou muito o fake sem sucesso no terceiro quarto. Deste modo, nada mais justo que relacionar o jogador mais valioso do confronto com os chutes de três pontos. Se Steelers e Ravens desejaram tanto field goals, é correto considerar o jogador mais precioso aquele que não errou nenhum, foi responsável por levar o jogo a prorrogação e, acima disso, garantiu o primeiro triunfo de Baltimore em 2015.
O MVP vai para Justin Tucker, o cara de Baltimore.