Mudança, essa talvez seja o termo mais aclamado nos esportes, incluindo o futebol americano, obviamente. Isso porque, no caso da NFL em específico, dos 32 times que disputam a temporada regular, só 12 vão aos playoffs, quatro chegam às finais de conferência e dois brigam, de fato, pelo Super Bowl. Ou seja, pelo menos 20 equipes que nem foram à pós-temporada (e algumas outras que ficam pelo caminho na primeira rodada do mata-mata, por exemplo) ficam insatisfeitas e, portanto, têm algo que precisa ser mudado no elenco. Na grande maioria dos casos, são várias mudanças.
Justamente por isso, a free agency e o Draft são tão importantes no futebol americano. Afinal, é a chance que as franquias têm de escolher reforços a fim de solucionar problemas do elenco. Não por acaso, tivemos dezenas de contratações neste ano (veja as avaliações para elas aqui) e o draft foi tão relevante. Tenha em mente, contudo, que as mudanças são interessantes pela necessidade das equipes, porém elas sempre são incertas.
Mas como ficaram os “novos” elencos após esse período de mudança? Quais foram os times e setores que mais se reforçaram? Abaixo, segue uma lista com alguns dos setores de posições das franquias da NFL que estarão consideravelmente diferentes em 2018 se comparados à temporada passada. Lembrando que, mesmo com o calendário marcando meados de maio, seu time ainda pode buscar um nome interessante no mercado.
Grupo de recebedores de Cowboys, Bears e Ravens
– Dallas Cowboys: Dez Bryant e Jason Witten se foram e, para encontrar substitutos à altura do que esses dois recebedores representavam para a franquia, o Dallas Cowboys buscou Tavon Austin, Deonte Thompson, Allen Hurns e Michael Gallup. Além disso, os três principais tight ends do time neste momento (essa é a posição ofensiva mais carente dos Cowboys, diga-se) são Geoff Swain, Blake Jarwin e Dalton Schultz. Swain, com nove recepções na carreira, é o único que já teve participação relevante na NFL.
– Chicago Bears: no ano passado, Mitchell Trubisky estreou e, de uma maneira geral, apenas se apresentou aos torcedores do Chicago Bears. Com um ano a mais de experiência agora, o QB tem a missão de reerguer o ataque dos Bears – e o time se preocupou em reunir reforços interessantes para ele: Allen Robinson, Bennie Fowler, Taylor Gabriel, Anthony Miller e Trey Burton estão entre os novos nomes que fazem parte do grupo de recebedores de Chicago, algo bem diferente das opções que a equipe teve em 2017.
– Baltimore Ravens: se Hayden Hurst confirmar as expectativas e assumir a titularidade da posição de tight end do Baltimore Ravens, todos os quatro recebedores principais/titulares da franquia em 2018 serão diferentes em relação aos que atuaramo no ano passado. Isso porque, além de Hurst, Baltimore contratou Willie Snead, Michael Crabtree e John Brown nesta offseason, algo necessário pelo rendimento e saídas de Jeremy Maclin e Mike Wallace.
Quarterbacks de Browns, Bills, Cardinals e Vikings
– Cleveland Browns: Cleveland marcará após 2018 pelo menos 29 quarterbacks titulares desde 1999. Pelo menos porque é esperado que Tyrod Taylor, que estava nos Bills no ano passado, seja o titular num primeiro momento. Entretanto, Baker Mayfield, a primeira escolha geral do Draft 2018, também está no time e, dependendo de como as coisas acontecerem, pode assumir o posto em seu ano de calouro. Pela terceira temporada seguida, os Browns começam um ano com seu grupo de QBs ocupado por nomes estreantes no time.
– Buffalo Bills: Tyrod Taylor e Nathan Peterman foram os quarterbacks do Buffalo Bills na temporada passada. Peterman até continuou na franquia para este ano, mas ele será apenas terceiro QB do elenco agora, uma vez que A. J. McCarron (o qual busca mostrar a todos que pode ser um titular na NFL) e Josh Allen (calouro recrutado na sétima posição geral) foram adquiridos. Nem os torcedores dos Bills – e em geral nem os fãs do futebol americano profissional – sabem do que esses dois nomes são capazes.
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– Arizona Cardinals: os Cardinals no ano passado variaram entre as atuações de Carson Palmer, Drew Stanton e até mesmo Blaine Gabbert. Esse ano, contudo, os nomes de Arizona under center são Sam Bradford, Josh Rosen e Mike Glennon. Enquanto Bradford aparenta ser o titular para a semana 1, porém ao mesmo tempo algo temporário, saiba que Rosen é a grande aposta para QB do futuro do Arizona Cardinals.
– Minnesota Vikings: Sam Bradford, Teddy Bridgewater e Case Keenum, todos eles viram seus contratos terminando no ano passado em Minnesota e tiveram que tomar outros rumos. A saída desses três aconteceu pois os Vikings queriam um novo QB under center: o nome da vez agora é Kirk Cousins. A expectativa com Cousins é que ele consiga fazer mais que Keenum fez em 2017, quando levou o time até a final da NFC. Lembrando que Trevor Siemian, titular dos Broncos há alguns meses, também está em Minnesota para a função de backup.
Linha defensiva dos Bucs
A chegada de Via Vea através no draft foi “a cereja do bolo” para um processo de reformulação da linha defensiva do Tampa Bay Buccaneers. A franquia sofreu bastante com a vulnerabilidade do setor na temporada passada, especialmente no combate ao jogo terrestre, e fez dele uma prioridade nesta offseason. Com exceção do veterano Gerald McCoy, todos os nomes desta linha defensiva acabaram de chegar: Jason Pierre-Paul,Vinny Curry e Vea. Além disso, Beau Allen e Mitch Unrein, outros que também foram contratados há algumas semanas, fazem parte dessa rotação.
Cornerbacks dos Rams
A defesa do Los Angeles Rams como um todo foi reforçada com nomes de peso. Contudo, especificamente falando, o setor da franquia que mais recebeu talentos – e estará mais modificado nesta temporada da NFL – foi o grupo de cornerbacks. O sistema defensivo que atuou com Trumaine Johnson e Kayvon Webster como CBs 1 e 2 em 2017, terá neste ano Marcus Peters e Aqib Talib, ex-Chiefs e Broncos, respectivamente. Na carreira, a dupla Johnson-Webster totaliza 20 interceptações. A combinação Talib-Peters, por sua vez, soma 53.
Secundária dos Browns
Só nesta offseason, entre cornerbacks e safeties, o Cleveland Browns se reforçou com Denzel Ward, Damarious Randall e EJ Gaines, e viu a saída de Jason McCourty, um dos titulares da secundária. Ao que tudo indica, Ward e Randall são titulares garantidos nas posições de CB e S. Enquanto a outra posição de safety deverá ser ocupada por Jabrill Peppers, Gaines e o titular de 2017 Jamar Taylor brigam pela segunda vaga de cornerback titular. Se Gaines se manter longe das lesões, ele tem chances de ganhar a posição, o que configuraria três titulares diferentes na secundária dos Browns quando comparada à temporada passada.
Trio ofensivo principal dos Dolphins
Neste caso, não se trata de um setor específico, porém das principais peças do ataque de Miami em geral. Veja bem: na semana 1 da temporada 2017 da NFL, os Dolphins tinham como principais quarterback, running back e wide receiver Jay Cutler, Jay Ajayi e Jarvis Landry, respectivamente. Mas as coisas mudaram, Cutler não deu certo e se aposentou, Ajayi foi para os Eagles ainda no ano passado e Landry agora é dos Browns. Isso faz com que Adam Gase tenha, em seus lugares, Ryan Tannehill (recuperado de lesão), Frank Gore (ou Kenyan Drake) e Kenny Stills (ou talvez o time até promova DeVante Parker). Gase precisa encontrar uma maneira de extrair o melhor desses “novos” nomes para não correr risco no cargo.
Menções honrosas:
– Linha defensiva dos Seahawks: a linha defensiva de Seattle não terá quatro novos nomes na rotação titular, porém Michael Bennett e Cliff Avril se foram; eles eram as duas referências desse setor. Será interessante ver como Pete Carroll armará sua defesa.
– Front seven dos Bengals: não é nem pela saída de uns e chegada de outros. Mas sim pela quantidade de nomes interessantes que fazem parte do setor a partir de agora – analisei isso separadamente.
– Linha ofensiva dos Chargers: os bloqueadores dos Chargers permitiram 76 hits em Philip Rivers na temporada passada e somente 18 sacks (melhor marca da NFL). Ainda assim, espere ver essa linha ofensiva reforçada para 2018: Mike Pouncey foi contratado na free agency e Forrest Lamp estará recuperado de lesão
– Linha ofensiva dos Giants: Eli Manning sofreu com uma linha ofensiva instável no ano passado. A fim de resolver esse problema para seu QB, os Giants buscaram dois nomes interessantes na offseason, via draft e free agency, que chegam para ser titulares: Nate Solder e Will Hernandez.
– Qual dessas mudanças dará mais certo na temporada 2018 da NFL?
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