Alguns setores de times da NFL nesta temporada começaram o campeonato surpreendentemente em alta, porém caíram de produção na medida que o calendário foi sendo completado. Verdade seja dita, em alguns casos, desde o princípio eles têm deixado a desejar.
Desta maneira, separamos cinco setores que não estão correspondendo às expectativas neste momento, seja pois começaram o ano em alta e caíram de produção, seja porque ainda não tiveram momentos sólidos desde setembro.
Defesa do Cincinnati Bengals
A defesa do Cincinnati Bengals não esteve na elite da NFL em nenhum momento nesta temporada. Todavia, houve momentos em que ela foi capaz de incomodar os adversários e auxiliar o restante do time. O problema maior é que, a partir da semana 6, o sistema defensivo de Cincy jogou assustadoramente mal. Hoje, o setor talvez seja o pior da liga.
Os últimos quatro jogos dos Bengals foram marcados por apenas uma vitória. Mais que isso: Cincinnati sofreu 161 pontos! Como se não bastasse, nos últimos três confrontos, a defesa da equipe se tornou a primeira da história a permitir 500/+ jardas aos oponentes em três semanas seguidas. Agora em 2018, o grupo de Marvin Lewis viu os adversários totalizaram 480/+ jardas em cinco dos dez jogos que fez.
Tudo isso culmina em estatísticas ranqueadas como as piores da NFL. Neste momento, o Cincinnati Bengals é o último da liga em jardas totais e aéreas cedidas, e penúltimo em pontos e jardas corridas.
O ataque de Cincy não é o melhor do mundo, mas tem capacidade de marcar 25/+ pontos por partida. Sem a ajuda da defesa, fica quase impossível triunfar, portanto.
Aproveitando o assunto, a defesa dos Falcons merece uma menção neste caso. Afinal, essa é uma das cinco piores do ano em pontos e jardas totais sofridas.
Quarterbacks do Buffalo Bills
Essas são as estatísticas combinadas dos quarterbacks que foram titulares pelo Buffalo Bills em 2018: 55% de aproveitamento nos passes, 160 jardas aéreas por jogo, cinco touchdowns e 16 interceptações. Nenhum dos três QBs que começaram no mínimo dois confrontos tem mais TDs do que INTs, tampouco uma média de jardas por lançamento superior a 6,7.
Mas o fundo do poço talvez não tenha chegado ainda… Não antes de saber que, entre os jogadores com 70/+ tentativas de passe nesta temporada, os três piores ratings pertencem a Josh Allen, Nathan Peterman e Derek Anderson, todos dos Bills.
Allen é um calouro que claramente precisa de mais tempo e está sofrendo com lesão. Anderson é um veterano que faz um trabalho aceitável quando preciso, como diante dos Patriots, por exemplo. E Nathan Peterman tem se tornado um dos piores QBs em números de sua geração; ele acabou de ser dispensado. Tudo isso fez com que Buffalo apostasse em Matt Barkley. Em sua estreia, Barkley teve o melhor rendimento de um quarterback da equipe neste campeonato. Pior não tinha como, aliás.
Consequentemente, essa instabilidade under center impacta na produção do limitado grupo de recebedores dos Bills. O setor é o único da NFL que não tem nenhum recebedor com 40/+ recepções, 400/+ jardas e mais de cinco touchdowns até agora.
Front seven do Oakland Raiders
No futebol americano, front seven é o grupo dos sete jogadores que atua nos dois primeiros níveis da defesa. Normalmente, esses sete atletas são divididos em quatro que se situam na linha de scrimmage (o pass rush, que geralmente vai atrás do QB adversário), e três que ficam no segundo nível, os linebackers.
Na temporada 2018 da NFL, é sensato afirmar que os Raiders têm o pior front seven. Até agora, Oakland obteve apenas oito sacks; o único que está abaixo de dez sacks totais na temporada. Somente um jogador do elenco está na casa dos três sacks (o calouro Maurice Hurst). Verdade seja dita, outro nome do grupo também havia alcançado tal marca – Bruce Irvin –, porém ele foi dispensado há algumas semanas. Ou seja, a produção de atuais jogadores dos Raiders neste ano é de cinco sacks. Cinco!
Além disso, a equipe é a terceira pior no combate ao jogo corrido. Essa cede em média 141 jardas terrestres por confronto. E depois de dez semanas, nenhum linebacker do Oakland Raiders protagonizou sack, fumble forçado, fumble recuperado ou interceptação, segundo a Associated Press.
Desde que Jon Gruden chegou, o elenco do Oakland Raiders está em completa transformação, a qual vem sendo caracterizada pela perda de alguns dos principais nomes do time nos últimos anos. E o impacto disso fica claro na defesa da franquia, em especial no front seven. E como é possível vencer na NFL sem pressionar o QB adversário e limitar o jogo terrestre? Gruden terá mais trabalho do que pensava.
P. S. Em Chicago, Khalil Mack, o qual foi trocado pelos Raiders e já perdeu dois jogos neste ano por lesão, totaliza sete sacks.
Linha ofensiva do Detroit Lions
O Detroit Lions teve um começo de temporada com campanha 3-3, incluindo vitórias contra Patriots e Packers. A equipe nunca fez de sólidos desempenhos uma rotina, é verdade. Todavia, nas últimas três rodadas, os Lions têm sido um dos piores times da NFL. O maior problema do time nesse período? A linha ofensiva.
Nas últimas três semanas, Detroit foi derrotado por um placar combinado de 86-45. Durante esses confrontos, a linha ofensiva da equipe permitiu 19 (!) sacks. Fora os 12 hits em Matthew Stafford. Contra Minnesota, por exemplo, Stafford foi atingido 17 vezes, sendo dez dessas em sacks.
Verdade seja dita, a defesa Detroit Lions não atravessa um bom momento, principalmente no que diz respeito ao pass rush. Contudo, o ataque da franquia, o qual sempre foi um dos mais explosivos da NFL, vem sofrendo com o grupo de bloqueadores – e os números mostram isso.
Linha ofensiva do Miami Dolphins
Falando em linha ofensiva instável nas últimas rodadas, é preciso incluir a do Miami Dolphins. A franquia da Flórida começou a temporada 3-0, porém tem campanha 5-5 após dez semanas disputadas. Além disso, Miami venceu somente um dos últimos quatro jogos que disputou.
De fato, a defesa dos Dolphins, em especial contra o jogo corrido, vem deixando a desejar. No entanto, o grupo de bloqueadores do time, que começou a temporada com atuações positivas, caiu de rendimento consideravelmente. Lembrando que Brock Osweiler (não Ryan Tannehill, lesionado) vem sendo o quarterback da franquia.
Nesses quatro reveses em sequência do Miami Dolphins, a linha ofensiva do time permitiu 16 sacks em Osweiler. A OL até está fazendo um trabalho interessante para o jogo corrido, apesar disso. Porém, as limitações ofensivas dos Dolphins ficaram ainda evidentes no último mês com a pressão colocada sobre seu quarterback.
BÔNUS: ataque do Arizona Cardinals
O ataque do Arizona Cardinals, em geral, é o pior da NFL nesta temporada. De fato, o do Buffalo Bills também entra na conversa, contudo, a produtividade dos Bills no jogo corrido deixa o dos Cardinals no fundo do poço. Tenha em mente que Arizona tem um dos dois piores sistemas defensivos da liga neste ano em pontos, jardas totais, jardas aéreas e jardas corridas.
Tudo isso começa pela posição de quarterback. Sam Bradford, o qual começou a temporada como titular, decepcionou e Josh Rosen, por mais que tenha melhorado o setor, é apenas um calouro. Rosen tem média de 160,7 jardas aéreas por partida em 2018, além de um total de 6 TDs e 8 INTs. A linha ofensiva também não ajuda sendo a segunda pior em hits.
Como se não bastasse a instabilidade under center, o sistema ofensivo dos Cardinals tem o pior ataque corrido da NFL, com média de 70,4 jardas terrestres por partida. David Johnson é o único running back do time com mais de 25 tentativas no campeonato. Nenhum outro marcou TD também. Johnson, contudo, está abaixo daquilo que vimos em 2016, com média de 3,4 jardas por tentativa. O resultado disso: os Cardinals têm a pior média de jardas por tentativa da liga.
Tudo isso, então, culmina em um time de especialistas que tem poucas oportunidades. O Arizona Cardinals é a única equipe nesta temporada que tentou menos de dez field goals (6), e também a única que converteu menos que cinco FGs (4).