Toda a temporada 2017 da NFL se resumirá apenas em um jogo: o Super Bowl LII. Tudo que todas as franquias fizeram, por melhor (ou pior) que tenha sido, desde o começo desta semana – e ainda mais no próximo domingo – ficará de lado, afinal, apenas duas delas medirão forçar pelo tão sonhado Lombardi Trophy.
De um lado, o Philadelphia Eagles, que busca o primeiro Super Bowl de sua história. Do outro, o já acostumado com Grandes Jogos New England Patriots. Quem levará essa disputa? Sabemos que as finais da NFL normalmente são definidas em pequenos detalhes – e o Super Bowl LII não deverá ser diferente.
Eagles e Patriots chegam para a decisão deste ano com elencos bastante distintos. Da posição de quarterback até a de kicker, em todos os setores dos planteis, Philadelphia e New England se distinguem. Mas, no fim das contas, qual desses dois elencos é melhor? Qual desses times tem o melhor grupo de recebedores? Qual das secundárias é mais sólida?
Comparamos New England Patriots e Philadelphia Eagles, posição por posição, e tetamos encontrar uma resposta certeira para isso!
Quarterback
New England Patriots: Tom Brady
Philadelphia Eagles: Nick Foles
Não existe muita discussão por aqui. Enquanto Tom Brady se prepara para disputar o 8º Super Bowl de sua carreira depois de ter liderado a NFL em passes para touchdown (32), Nick Foles, que até o mês de novembro estava no banco de reservas, vai para suas 5ª partida de pós-temporada na liga. Verdade seja dita, Foles vem de uma das melhores atuações da história dos playoffs do futebol americano, das quais Brady já tem algumas na lista, aliás.
Vantagem: Patriots
Running backs
New England Patriots: Dion Lewis e James White
Philadelphia Eagles: LeGarrette Blount e Jay Ajayi
Estou certo que os números dos running backs dos Patriots são melhores do que os corredores realmente são, e isso se dá por uma série de fatores que vão desde a genialidade de Bill Belichick até o estilo de jogo de Tom Brady. Lembre-se do que James White fez no Super Bowl LI, e você entenderá o que estou dizendo.
Do outro lado, temos em Legarrette Blount e Jay Ajayi possivelmente a dupla de RBs mais completas da NFL, em termos de opções para as três descidas, red zone, recepções de passes… Enfim, Blount e Ajayi se encaixaram muito bem no sistema ofensivo de Doug Pederson. Em 2017, a partir do momento que chegou em Philly, Jay Ajayi teve média de 5,8 jardas terrestres por tentativa!
No conjunto da obra, Philly está melhor servida quando o assunto é running backs, essencialmente falando.
Vantagem: Eagles
Wide receivers
New England Patriots: Brandin Cooks, Chris Hogan, Danny Amendola, Phillip Dorsett e Kenny Britt
Philadelphia Eagles: Alshon Jeffery, Torrey Smith, Nelson Agholor, Marcus Johnson e Malik Hollins
Jeffery teve uma boa temporada de recuperação após desempenhos decepcionantes em Chicago. Agholor, enfim, apareceu no sistema ofensivo dos Eagles. Smith é uma grande ameaça vertical mas tem maiores limitações. E Johnson e Hollins ainda não têm 25 recepções nesta temporada combinados. É com isso que os Eagles entrarão no U. S. Bank Stadim.
Para os Pats, Cooks apareceu bem em sua primeira temporada com o time (11º da NFL em jardas recebidas) e é o melhor WR desta lista. Hogan ainda é um incógnita pela lesão que teve, mas sabemos do quanto ele pode representar neste ataque. Amendola totaliza 18 recepções, 196 jardas e 2 TDs em duas partidas de pós-temporada até agora (acho que não preciso dizer mais). E Dorsett e Britt, que também não participaram tanto em 2017, foram ambos escolhas de 1ª rodada e já têm mais experiência na lga.
Principalmente pelo que vimos nesses playoffs até agora, os recebedores de New England combinam melhor confiança/produtividade.
Vantagem: Patriots
Tight ends
New England Patriots: Rob Gronkowski e Dwayne Allen
Philadelphia Eagles: Zach Ertz e Brent Celek
Ter dois (ou mais) tight ends em campo para jogadas de passe é algo que está cada vez mais caindo em desuso na NFL, e por isso neste caso a comparação acaba sendo tendenciosa apenas para o fator “Gronk vs. Ertz” – apesar de que não deveríamos ficar surpresos se algum TE menos conhecido aparecesse bem no Super Bowl LII.
A verdade é que enquanto Zach Ertz está começando a figurar entre os bons tight ends da NFL agora, Rob Gronkowski é “o nome a ser batido” desta lista. Desde os tempos áures de Tony Gonzalez não víamos um TE tão bom quanto Gronk. Ele é o protótipo perfeito da posição.
Vatangem: Patriots
Linha ofensiva
*os cinco jogadores que serão titulares no primeiro snap do Super Bowl LII (em ordem: LT, LG, C, RG, RT)
New England Patriots: Nate Solder, Joe Thuney, David Andrews, Shaquille Mason e Cameron Fleming
Philadelphia Eagles: Halapoulivaati Vaitai, Stefen Wisniewski, Jason Kelce, Brandon Brooks e Lane Johnson
Quando olhamos friamente para as estatísticas básicas do futebol americano, New England Patriots e Philadelphia Eagles são bastante parecidos em termos de linha ofensiva. Enquanto os Pats permitiram 35 sacks durante a temporada regular e média de 4,2 jardas por tentativa, os Eagles apareceram com 36 e 4,5 para esses quesitos, respectivamente.
Contudo, quando comparamos um por um pelo que todos fizeram durante esta temporada, e levando em consideração ainda o potencial de cada um, o resultado é uma “goleada” a favor de Philly – e se Jason Peters não estivesse lesionado, essa diferença seria maior ainda. Solder leva a melhor sobre Vaitai. Porém, Wisniewski foi um dos mais sólidos da posição nas 111 partidas que disputou; Kelce talvez seja o melhor center da atualidade; Cooks chegou ao Pro Bowl pela primeira vez; e Johnson esteve no All Pro. Não é que os bloqueadores dos Patriots não sejam bons, contrário. São o dos Eagles que são muito refinados.
Vantagem: Eagles
Linha defensiva
*apenas os nomes que estão listados como titular no depth chart de cada time (DE, DT, DT e DE)
New England Patriots: Eric Lee, Lawrence Guy, Malcom Brown e Trey Flowers
Philadelphia Eagles: Vinny Curry, Timmy Jerningan, Fletcher Cox e Brandon Graham
Em 2017, os Patriots viram mais um ano bom de Trey Flowers, como Malcom Brown pode render frutos futuramente para o time e sólidas atuações (dentro das limitações, é claro) de Eric Lee e Lawrence Guy. Contudo, para os Eagles, em termos de linha defensiva, o ano foi espetacular.
Desde antes do começo da temporada, já desconfiava de como esse poderia ser um ano especial para essa linha defensiva do Philadelphia Eagles – você se lembra disso? Uma vez com a temporada quase concluída, esse grupo de jogadores conseguiu até superar às expectativas. Nenhuma linha defensiva conseguiu ser ao mesmo tempo sólida, refinada, agressiva e dinâmica como à dos Eagles. Ademais, vale ressaltar que o time tem possivelmente o melhor defensive tackle da atualidade em Fletcher Cox. E não se esqueça ainda que essa linha de defensores ainda conta com Derek Barnett e Chris Long frenquentemente.
Vantagem: Eagles
Linebackers
New England Patriots: Kyle Van Noy, Elandon Roberts e David Harris/James Harrison
Philadelphia Eagles: Mychal Kendricks, Dannell Ellerbe e Nigel Bradham
Sem dúvidas, o grupo de linebackers de ambos os times é o ponto mais fraco deles quando comparado aos outros setores do elenco. Tanto em termos de talento individual, quanto em profundidade do plantel, Eagles e Patriots não têm linebackers tão bons assim.
Se olharmos para LBs pensando em pass rush (no caso, os outside linebackers), Philly leva vantagem. Contudo, isso pegaria uma parcela considerável de responsabilidade da linha defensiva também. Portanto, quando o assunto é essencialmente linebackers, e o que esses podem fazer tendo em mente a teoria da posição, New England chega para o Super Bowl LII ligeiramente à frente.
Vantagem: Patriots
Secundária
New England Patriots: Patrick Chung e Devin McCourty (safeties) / Malcolm Butler e Stephon Gilmore (cornerbacks)
Philadelphia Eagles: Rodney McLeod e Malcolm Jenkins (safeties) / Jalen Mills e Ronald Darby (cornerbacks)
Esses dois grupos de defensive backs cederam muitas jardas durante a temporada. Os Patriots tiveram a terceira pior defesa da NFL neste quesito (sofreram 251,2 jardas por partida), contra 227,3 dos Eagles (15ª pior). Contudo, essa considerável diferença no total de jardas diminui bastante quando olhamos para o desequilíbrio que existe entre a secundária de Philly e o restante dessa defesa em termos de eficiência.
Quando comparamos os cornerbacks, New England leva vantagem. Tanto Malcolm Butler quanto Stephon Gilmore são jogadores mais reconhecidos (e, de fato, melhores CBs) do que Jalen Mills e Ronald Darby, respectivamente. Certamente que esses dois DBs de Philadelphia já tiveram ótimos momentos no ano, contudo, suas oscilações, principalmente no caso de Mills, é algo que pode ser um fator no Super Bowl LII.
Já entre os safeties, a situação é parecida com a anterior: ambas as duplas deveriam ter números melhores pelo talento que têm. Mas saiba que Malcolm Jenkins foi o único desses defensive backs eleito para o Pro Bowl, o que ilustra o fato de ele ter tido o melhor rendimento neste ano dentre os demais. Em ordem, seria: Jenkins, McCourty, Chung e McLeod. Eu sei que os Ss dos Pats participam mais das partidas, fazendo muitas vezes função de linebacker – não é à toa que McCourty e Chung combinaram para 172 tackles em 2017, contra 119 de Jenkins e McLeod. Todavia, levando em conta cobertura nos passes em geral e capacidade de fazer grandes jogadas, os safeties de Philly me agradam mais.
O New England Patriots teve a vantagem nos cornerbacks. O Philadelphia Eagles foi superior em safeties. Em tese, 1×1. Contudo, o fato dos Eagles terem terminado o ano com sete interceptações a mais (19-12) e permitido mais de 400 jardas aéreas a menos que seu rival precisa receber algum crédito.
Vantagem: Eagles
Times especiais
New England Patriots: Stephen Gostkowski (kicker), Ryan Allen (punter) e Danny Amendola e Dion Lewis (retornadores de chutes)
Philadelphia Eagles: Jake Elliot (kicker), Donnie Jones (punter) e Kenjon Barner (retornador de chutes)
Entre os kickers, precisamos destacar o trabalho que Jake Elliott fez como calouro nesta temporada (39/42 nos field goals, além de 4/4 nesses playoffs). Entretanto, Stephen Gostkowski tem uma das carreiras mais sólidas entre chutadores dos últimos anos, teve aproveitamento de 37/40 em 2017 e já conquistou dois Super Bowls. Ele sabe como é estar lá!
Quando a comparação vai para os dois punters do Super Bowl LII, considero um empate técnico. Veja bem: Jones teve média de 45,3 jardas por punt, sendo 40,6 a média final (depois do retorno), e colocou a bola dentro da linha de 20 jardas do adversário 21 vezes. Allen, por sua vez, teve em média 43,4 jardas por punt (média final de 40,5) e deixou os oponentes “contra a parede” em 24 ocasiões.
Por fim, se de um lado Philly teve que escalar Kenjon Barner como retornador com a temporada em andamento, New England está muito bem representado em punts com Amendola, e em kickoffs com Lewis.
Vantagem: Patriots
Comissão técnica
New England Patriots: Bill Belichick (head coach), Josh McDaniels (coordenador ofensivo) e Matt Patricia (coordenador defensivo)
Philadelphia Eagles: Doug Pederson (head coach), Frank Reich (coordenador ofensivo) e Jim Schwartz (coordenador defensivo)
Enquanto de um lado Belichick está nas discussões dos maiores treinadores de todos os tempos, do outro, Doug Pederson, para muitos, foi o melhor head coach da temporada 2017 da NFL. Todavia, não podemos nos esquecer que, para um técnico no futebol americano, experiência pesa muito – e o Super Bowl LII será o #8 da carreira de Bill.
Para os coordenadores, entre as duas defesas, a dos Eagles foi a melhor. Entre os ataques, quem foi superior foi o dos Pats. Entretanto, quando analisamos complexidade, plano de jogo, inovação, produtividade e, é claro, experiência, coloco New England ligeiramente à frente novamente.
Vantagem: Patriots
Conclusão
No fim das contas, a vantagem do New England Patriots sobre o Philadelphia rumo ao Super Bowl LII é muito pequena, 6-4 (lembrando que um desses quesitos foi a comissão técnica principal). E isso ilustra como o jogo deve ser. Os Pats sabem que dependem muito de Tom Brady, o melhor jogador desta decisão. E os Eagles precisam, primeiramente, encontrar uma maneira de incomodar o camisa #12. Se o Super Bowl LII se manter dentro da normalidade (não repetindo o SB XLVIII ou o SB LI, por exemplo) a capacidade de ambos os ataques e defesas fazerem grandes jogadas – e se manterem longe dos erros – será o fator determinante da decisão. E já vimos como isso deve ser acirrado.
De um lado, uma franquia acostuma a vencer nos últimos anos. Do outro, uma que busca chegar ao topo da era Super Bowl pela primeira vez. Em outras palavras, algo típico Davi contra Golias. O contexto é espetacular, os dois times são muito bons, as comparações nunca são demais e… o Super Bowl LII deveria estar começando agora. Simples assim.
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