Muito se fala em Kyler Murray, o primeiro escolhido no Draft 2019 da NFL. Em Daniel Jones, idem, uma vez que o New York Giants surpreendeu ao chamar o quarterback como o segundo nome da posição na classe. E como não destacar Dwayne Haskins no meio da primeira rodada, protagonizando um dos steals deste recrutamento. Claro, a queda de Drew Lock também atrai olhares.
Você, leitor, provavelmente já ouvir falar e/ou leu análises sobre os quatro QBs apontados como os principais do Draft 2019. Contudo, é preciso destacar que outros setes quarterbacks também foram recrutados neste ano. E lembre-se que várias franquias já encontraram seus líderes em rodadas tardias.
Tom Brady é um caso muito especial aqui, mas saiba que Russell Wilson, Dak Prescott, Kirk Cousins e Nick Foles, por exemplo, nenhum deles foi chamado antes da terceira rodada em suas classes.
Com isso em mente, comentamos sobre todos os quarterbacks selecionados no Draft 2019 da NFL, contextualizando onde e como eles chegam ao nível profissional.
Os quatro mais badalados
Kyler Murray (Cardinals, 1ª escolha geral) — Kyler Murray é o quarterback mais especial desta classe — e um dos mais especiais dos últimos anos no draft da NFL. Ele chega ao Arizona Cardinals para começar uma nova era na franquia, ao lado de Kliff Kingsbury. A dinâmica que Murray acrescenta a um sistema ofensivo impressiona e agora é hora de melhorar o que estará ao seu redor.
Daniel Jones (Giants, 6ª) — Antes do Draft, Daniel Jones era visto por muitos como o quarto quarterback deste G4. Apesar de alguns analistas terem previsto Jones talvez até para a segunda rodada, o New York Giants fez dele o segundo QB chamado nesta temporada. O toque na bola e precisão nos passes de Jones certamente chamaram a atenção dos Giants. Contudo, será interessante observar como New York trabalhará as incógnitas do ex-Duke, as quais incluem trabalho dos pés e comportamento sob pressão. Ficar como reserva de Eli Manning por algum tempo ajudará neste caso.
Dwayne Haskins (Redskins, 15ª) — O Washington Redskins precisa de um franchise quarterback e já era esperado que a franquia tentasse encontrá-lo no Draft 2019. Surpreendentemente, Dwayne Haskins estava disponível para Washington. Num futuro próximo, veremos o começo de uma nova era nos Redskins, protagonizada por aquele que muitos analistas consideram o melhor quarterback deste recrutamento.
Drew Lock (Broncos, 42ª) — A queda de Drew Lock até a segunda rodada não estava prevista para o Draft 2019 da NFL. Melhor para o Denver Broncos, que selecionou um dos melhores quarterbacks desta classe. É mais uma tentativa de John Elway de solucionar o problema dos Broncos under center. Considerando que Joe Flacco seja o titular em Denver por algum tempo, Lock estará inserido em um cenário ideal, visto que ele talvez seja o QB desta classe que mais precise de tempo para alcançar o potencial máximo.
Os outros
Will Grier (Carolina Panthers, 100ª escolha geral — compensatória)
Will Grier na terceira rodada foi uma surpresa no Draft 2019. Não pelo potencial do quarterback, o qual era sim um dos cinco, seis melhores prospectos da posição neste ano. Mas sim pois foi o Carolina Panthers que o chamou.
Os Panthers optaram por, ao invés de destinar a 100ª pick à outras (maiores) necessidades do elenco, recrutar um backup para Cam Newton. Os motivos aparentemente são dois principais: que Newton tem um passado de lesões, e que a função de QB reserva tem se mostrado cada vez mais relevante para um time de futebol americano.
Em Grier, então, Carolina adquire um jogador que teve sólida produção e boa experiência por West Virginia. Ele tem tudo para se firmar como um sólido backup e, quem sabe, até um titular em algum momento futuro.
Ryan Finley (Cincinnati Bengals, 104ª)
Aparentemente, Andy Dalton será o titular para 2019. Contudo, mesmo com todos os recordes já estabelecidos por Dalton no Cincinnati Bengals, seu retrospecto 0-4 nos playoffs incomoda. Além disso, vimos o camisa #14 perder os últimos cinco jogos de 2018 por conta de lesão. Nesse contexto, Zac Taylor foi contratado como head coach.
Enquanto tudo indica que apostar em Dalton é a melhor opção para os Bengals no momento, Taylor terá em Ryan Finley um possível titular. Por que não moldar o ex-NC State para isso, então?
Finley não tem o braço “mais forte do mundo” (isso foi o que mais pesou para que ele caísse até a quarta rodada) e nem irá impressionar por jogadas em movimento ou algo do tipo. Entretanto, ele se destacou no college football pelos poucos erros, boa precisão e ótimo entendimento de jogo. Na atual NFL, em tese, características compatíveis a um sólido reserva que ocupa a titularidade esporadicamente.
Jarrett Stidham (New England Patriots, 133ª)
O braço e habilidade atlética de Jarrett Stidham merecem elogios. O comportamento no pocket e precisão nos passes, nem tanto. Para Stidham, então, o New England Patriots foi o destino ideal neste Draft.
Por lá, ele terá a chance de aprender com Brady, aparentemente por um bom tempo. Enquanto ainda é cedo demais para imaginar Stidham como o sucessor de Brady, é sensato afirmar que o ex-Auburn pode ser mais um daqueles QBs escolhidos por Bill Belichick que evolui em New England e gera ótimo valor em escolhas para a equipe futuramente.
Easton Stick (Los Angeles Chargers, 166ª)
O Los Angeles Chargers foi inteligente ao recrutar Easton Stick na quinta rodada. E, para o quarterback, a franquia era um dos melhores destinos possíveis.
Stick foi o sucessor de Carson Wentz na universidade de North Dakota State e venceu 49 dos 52 jogos que disputou. Ademais, destacou-se pelas leituras de jogo e ótima tomada de decisões dentro de campo. Antes do Draft 2019, ele já tinha sido destacado como um dos prospectos menos badalados para ficar de olho na classe – neste link.
A questão, todavia, é o sistema em que ele estava inserido no futebol americano universitário, o qual pode tornar a transição para a NFL mais complicada para ele. Nesse sentido, os Chargers, que têm Philip Rivers atuando em alto nível e recentemente assinaram por dois anos com Tyrod Taylor, foram o time ideal para o quarterback.
Clayton Thorson (Philadelphia Eagles, 167ª)
Clayton Thorson teve seu auge pela universidade de Northwestern em 2016, mas acabou não conseguindo dar continuidade a isso em 2017 e 2018, apesar de boas atuações.
O que fez dele um prospecto realmente interessante para o Philadelphia Eagles foi algumas das características básicas de um quarterback profissional (estatura, leitura de jogo, comportamento no pocket, precisão).
A chegada de Thorson não indica real competitividade a Carson Wentz, obviamente. A questão neste caso é de fato reencontrar um sólido backup, função que foi de suma importância em Philly nos últimos anos.
Gardner Minshew (Jacksonville Jaguars, 178ª)
O Jacksonville Jaguars assinou com Nick Foles nesta offseason e agora tenta definir quem será o backup do ex-Eagles. Gardner Minshew é o mais novo participante desta competição no elenco.
Minshew, o qual atuou por Washington State, entende o futebol americano e sabe ler as defesas apropriadamente. Sua precisão também merece destaque. O problema para ele é que tanto o trabalho dos pés quanto o toque na bola, principalmente em profundidade, deixam a desejar. Esses devem ser os focos de evolução no jogo do calouro em 2019.
A chegada de Minshew coloca mais um nome e faz sombra a Cody Kessler na competição pela função de reserva imediato de Foles nesta temporada.
Trace McSorley (Baltimore Ravens, 197ª)
Como pocket passer, Trace McSorley é, de longe, o mais limitado dentre os quarterbacks selecionados no Draft 2019. O trabalho dos pés enquanto atrás da linha ofensiva é abaixo da média, bem como os lançamentos e leituras quando pressionado. Todavia, McSorley teve lampejos lançando em movimento, o que de certa forma explica por que ele tanto saia do pocket quando jogava em Penn State.
A habilidade atlética é o ponto mais forte no jogo de McSorley. Ele foi safety no high school chegou a considerar uma mudança de posição no college football. Por mais que seja cedo demais imaginá-lo lançando na NFL, a versatilidade deste prospecto pode fazer, eventualmente, o Baltimore Ravens utilizá-lo em outras funções. Algo como o New Orleans Saints faz com Taysom Hill.
Neste artigo, falamos sobre os quarterbacks escolhidos no Draft 2019 da NFL. Quer ver mais sobre a classe de cada equipe em geral? Comentamos e avaliamos todas elas!