A temporada 2016 da NFL ainda está distante, contudo vale analisar as situações que geram dúvidas e incertezas nela desde já. Alguns times fracassaram em 2015, não sabem como seu quarterback estará este ano e, consequentemente, estão com indecisões a respeito do Draft. Um deles, é o Dallas Cowboys.
Pelo terceiro quarto ano consecutivo, os Cowboys ficaram fora dos playoffs, totalizando apenas oito vitórias. Mais uma vez, Tony Romo não esteve saudável. Com costelas quebradas, entre outras lesões, Romo atuou em apenas quatro partidas, e lançou cinco touchdowns e sete interceptações. Não, de fato, não foi um bom ano para Tony. Consequentemente, para Dallas também não. Assim, com o camisa #9 chegando aos 36 anos, a pergunta que fica é: o que devemos esperar do Dallas Cowboys na próxima temporada? Como Tony Romo estará fisicamente? Ele é o cara certo para a franquia Texana?
Quem me acompanha regularmente aqui no Shotgun ou no Rádio NFL sabe o quanto eu defendo Tony Romo. Gosto da personalidade do quarterback, e, apesar de todos os problemas e falhas que já teve, penso que ele faz muito bem aos Cowboys. Realmente, não há como negar que ele vem falhando. E isso, não apenas para mim, faz com que os próprios executivos do Dallas Cowboys pensem até onde e quando podem acreditar em seu atual QB. Basta ver nas simulações para o Draft 2016, alguns cogitam um novo quarterback em Dallas, sendo que a equipe tem várias outras posições a serem preenchidas.
LEIA MAIS: 8 regras desconhecidas do futebol americano
Desde quando entrou na liga – sem ser draftado, diga-se de passagem – Romo até demorou um pouco para estrear, mas quando começou mostrou a todos que tinha algo especial. Em 2007, por exemplo, o seu segundo ano efetivado como quarterback dos Cowboys, participou de todas as partidas e lançou para 4.211 jardas, 36 touchdowns e 19 interceptações. Rapidamente: muitos podem ver 36 TDs e pensarem “Não foi tão assim!”. Mas foi! Na época, para se ter uma noção, ter lançado mais de 36 touchdowns era algo que apenas nove outros jogadores da posição haviam conseguido. Nos dias de hoje, estamos “acostumados” a 40/+ TDs por temporada, mas há quase uma década, isso era bem menos comum.
Então dizendo, Tony Romo deu continuidade aos seus bons momentos na NFL, e ao longo deles teve temporadas com apenas nove interceptações (2009) e com 4.903 jardas de passe (2012), entre outros. Tudo bem, até aqui Romo está indo bem.
Mas ele é ou não é um quarterback da franquia?
No quesito temporadas na liga, jardas (34.154) e touchdowns (247) na carreira, ele “passa” no quesito quarterback da franquia (caso isso realmente exista). Porém, é permitido para um QB com este status ter em seu currículo uma aparição em Rodada Divisional como “ponto máximo”? Isso mesmo, Romo nunca foi além de uma segunda rodada de pós-temporada. Em temporada regular, tem campanha de 78-49, números bem abaixo dos melhores da liga.
Ademais, é considerado franchise quarterback alguém que jogou todos os jogos apenas em seis de dez temporadas na NFL? Romo passou por isso. Eu sei que Aaron Rodgers também tem problemas em estar saudável ao longo de suas temporadas profissionais, mas, em compensação, o que ele já fez em outras “apaga isso”; e, além do mais, ele já venceu um Super Bowl e fez o ataque dos Packers um dos mais potentes National Football League.
Então a pergunta sobre Romo continua. E talvez ela, impulsionada pelas respostas as quais todos nós estávamos acostumados a dar (que ele de fato era um franchise quarterback), deram a Romo uma descrição que talvez ele nunca tenha alcançado, causando a nós uma série de decepções. Jerry Jones sempre acreditou que Tony é o futuro da franquia, os fãs dos Cowboys também, assim como toda a liga. Pela quantidade de fracassos, fica difícil distinguir se Romo é um quarterback ideal para a franquia ou se ele apenas não consegue se manter saudável e fracassa por isso.
O que ele ainda tem para mostrar?
Tony Romo é capaz de vencer um Super Bowl? Sim, ao meu ver, ele tem talento suficiente para isso. Digo que, se aquela questionada recepção de Dez Bryant fosse confirmada há duas temporadas, os Cowboys tinham chances reais de derrotarem os Seahawks na final da NFC e disputarem o SB contra os Patriots. Mas isso não é assunto para este momento.
O que importa agora é que novamente os olhares estão voltados para Romo. Mais uma vez, não é porque ele vem brilhando ou algo do tipo. O camisa #9 carrega a incerteza se conseguirá fazer sua franquia voltar a vencer, como muitos já esperaram. Os Cowboys não têm um grande time, mas alguns nomes por lá são de alto nível e já vimos eles brilharem quando mais importa.
Mesmo aos 36 anos, Tony Romo ainda tem “gasolina no tanque”. Mais que isso, ele, de certo modo, é um “game manager“. Neste momento, mesmo se Dallas for atrás de um outro quarterback no Draft, Romo deve ser o titular. Conhecer o playbook, saber o momento certo de chamar uma corrida ou passe, pedir um timeout, arriscar ou não… Enfim. Isso são coisas que só quem está no nível profissional há muito tempo e já passou por muitas situações diferentes sabe. Um exemplo claro disso foi a conquista do Super Bowl 50 por parte dos Broncos com Peyton Manning (39 anos) como QB.
Então, se alguém me perguntar quem deve ser o quarterback titular dos Cowboys na próxima temporada, não terei receio em afirmar: Romo, Romo e Romo! Sendo um franchise quarterback ou não, ele é o nome certo para a função e com certeza fará de tudo para que 2016 seja o melhor ano de sua carreira. Um ano que tenha, acima de tudo, vitórias. Vitórias, vitórias e mais vitórias. Afinal de contas, é o que todos querem ver nas mãos de Tony Romo!
Por Caio Miari
Siga-me no Twitter @CaioMiari