A quarta “temporada” dos playoffs do college football (CFP) vai começar, porém muitas pessoas ainda não sabem exatamente como funciona o processo de seleção para as equipes que disputam o mata-mata, por quem o comitê é formado, quais jogos são os mais importantes para a classificação geral, enfim, os detalhes básicos – e bastante subjetivos – que fazem parte da temporada do futebol americano universitário.
Estamos na semana nove do college, o que significa que até agora apenas listas prévias foram feitas para o Top 25 do campeonato. Entretanto, saiba que a partir de agora, semanalmente, o Comitê da competição divulgará como estará o ranking, passando-nos uma noção do que esperar até o mês de dezembro, tanto para o CFP quanto para os Bowls. Mas como isso funciona mesmo?
Quem compõe o Comitê?
O Comitê de seleção do college football é composto por 13 pessoas, os quais incluem ex-profissionais ligados ao esporte universitário, como ex-treinadores, repórteres esportivos, diretores atléticos, por exemplo.
Entre as suas principais tarefas, estão: elaborar um ranking Top 25 semanalmente entre 31 de outubro e 03 de dezembro, sendo que o Top 4 direciona as equipes para os playoffs – é preciso que haja uma análise desse grupo dos quatro primeiros; e selecionar o melhor time entre aqueles que venceram sua conferência do “Group of 5” (em português, Grupo dos 5), a qual inclui MAC, Mountain West, Conference USA, Sun Belt e American. Esse escolhido, consequentemente, disputará o New Year’s Six Bowl*.
*É interessante destacar aqui que essas conferências que formam o Group of 5, por exemplo, começam a temporada do college football sabendo que não têm chances reais de disputar os playoffs. Portanto, estar em um Bowl no dia do Ano Novo é o grande objetivo das universidades que compõem esse grupo.
Como os playoffs do college football são definidos?
O Comitê do College Football tem reuniões agendadas para todas as segundas e terças-feiras das semanas, no Gaylord Texan Resort (Texas). Resumidamente, nesses encontros, os membros do comitê, através de votos (distribuídos em sete rodadas), debatem e listam as equipes que farão parte do Top 25 e suas respectivas colocações. Como um facilitador para as futuras listas do ano, é criado um Top 30 preliminar, porém apenas os primeiros 25 são divulgados.
Os critérios de escolha
Essa talvez seja a parte mais complexa para entendimento, visto que, como pode-se concluir por uma lista elaborada por 13 membros, questões subjetivas podem vir à tona. Antes de qualquer coisa, é preciso deixar claro que não existe um regra pré-determinada para que uma equipe do futebol americano universitário dispute os playoffs da competição. Essa “classificação” acontecerá por uma combinação de critérios de importância considerados pelo comitê. Esses critérios são:
- Títulos vencidos – neste caso, títulos estão ligados aos títulos de conferência;
- Força do calendário – o retrospecto e a forma como os oponentes do seu time estão jogando importa;
- Confronto direto – para o brasileiro que acompanha futebol, o famoso “jogo de seis pontos”;
- Comparação entre oponentes comuns – a forma como o Time A e o Time B jogam diante do mesmo adversário é levada em consideração.
Mais uma vez, essa lista de fatores não está em ordem e nenhum deles é obrigatório. Logo, conclui-se que o time que melhor se encaixar nesses critérios tem maiores chances de ir. Note que eu usei a palavra “maiores”, uma vez que, por se tratar de uma lista essencialmente subjetiva, podem existir algumas exceções ao longo dos anos.
Os jogos
Entre os quatro primeiros do ranking, não existe segredo: o 1º enfrenta o 4º, e o 2º encara o 3º, no formato semi-final. As duas partidas também recebem os nomes de Bowls, sendo eles o Rose Bowl e o Allstate Sugar Bowl, sendo ambos disputados no primeiro dia de janeiro.
Diga-se de passagem, a decisão do college football acontecerá no dia 08 de janeiro, em Atlanta.
O que está em pauta no college football após nove semanas?
*Note que, entre parenteses, estão as posições das equipes ranqueadas neste momento de acordo com a AP Poll. Essas colocações serão atualizadas após a divulgação do comitê.
– De acordo com os especialistas, Ohio State é o “coringa” para os critérios de avaliação num primeiro momento. Tenha em mente que os Buckeyes não estão mais invictos, pois perderam para Oklahoma, porém lideram a Big Ten atualmente e acabaram de derrotar Penn State, que era ranqueada como #2. Curioso é que Oklahoma, por sua vez, também sofreu uma derrota, para o surpreendente Iowa State. No fim das contas, os Buckeyes têm a vitória mais convincente da temporada, mas não estão mais invictos, como acontece com Wisconsin, Miami, Georgia e Alabama.
O que isso significa: quem vencer a Big Ten deverá garantir uma vaga; quem perder na decisão, todavia, ainda pode ter uma chance. Mas tenha em mente que três equipes (para duas vagas) ainda estão realmente na briga: OSU, Penn State e Wisconsin!
– Como adiantado, onde o comitê colocará Oklahoma é um grande mistério – e se ela estará acima de Ohio State será um ponto de discussão até o fim do ano provavelmente. Os Sooners vêm jogando muito bem (um dos melhores), já têm uma derrota, porém enfrentaram apenas um adversário ranqueado (e venceram), que foi justamente Ohio State.
O que isso significa: A Big XII será interessante! Os próximos dois compromissos de Oklahoma são contra Oklahoma State (#11) e TCU (#10), dois rivais de conferência que também só perderam uma vez até agora (mas saiba que o revés dos Cowboys foi para os Horned Frogs). Ou seja, para chegar nos playoffs, e aparentemente apenas um time da Big XII estará lá, conseguirá aquela equipe que terminar invicta e, em tese, pelos confrontos diretos, TCU é quem tem mais chances.
– Notre Dame parece melhorar a cada semana e acabou de vencer seu segundo adversário ranqueado consecutivo – isso não acontecia desde 1989 com a escola. Contudo, a derrota para Georgia, apesar de ter sido por apenas um ponto, pode custar caro. Por fim, vale ressaltar que os Fighting Irish têm pela frente Miami (#9 e ainda invicto) e Stanford (#18).
O que isso significa: pelas questões de conferência e de certa forma o revés contra os Bulldogs, é quase certo que Notre Dame precise terminar o campeonato sem perder mais nenhum jogo, e de preferência com boas vitórias sobre os oponentes ranqueados.
– A atual campeã Clemson vinha em uma temporada perfeita, com três vitórias contra times ranqueados e uma vaga nos playoffs do college football quase assegurada. Todavia, a derrota para Syracuse colocou essa conjuntura em xeque.
O que isso significa: olhando para o calendário dos Tigers, só um confronto é realmente complicado – NC State (#20) – sendo os outros relativamente tranquilos, e com obrigação de vitória para o time. Assim sendo, se manter o único revés e garantir a ACC, é difícil imaginar que Clemson não retorne ao mata-mata do universitário.
– Alabama e Georgia, ao que tudo indica, ficarão com a 1ª e 2ª colocação na primeira parcial do Comitê do college football. A questão aqui é qual das duas equipes fica no topo. Pelo rendimento na temporada, os Bulldogs merecem o posto; todavia, Alabama é Alabama, o melhor programa universitário do planeta, e já vimos isso pesar em outras oportunidades.
– Dúvidas quanto à competitividade de Miami ainda existem, afinal, os Hurricanes, que ainda não perderam em 2017, não tiveram um calendário dos mais complicados. Todavia, ao mesmo tempo, Miami tem feito várias atuações seguras ao longo do calendário – e isso será contado. Da temporada regular, restam quatro desafios para “The U”, sendo os próximos dois contra Virginia Tech e Notre Dame, ambos ranqueados.
O que isso significa: Miami tem chances reais de chegar aos playoffs e dependerá apenas de si para isso. Certamente, fechar o ano com mais quatro vitórias é crucial (e esteja atento pois um eventual triunfo contra Notre Dame colocaria Miami no mesmo “patamar” que Georgia, já que as duas universidades estariam invictas) e tudo se resumiria à decisão da ACC, possível (e provavelmente) diante de Clemson. Difícil, mas pode acontecer.
– A Pac-12 ainda pode ter um representando nos playoffs, apesar de improvável – e estou me referindo a Washington. Os Huskies já têm uma derrota no ano, mesmo não tendo enfrentado nenhum adversário ranqueado até agora.
O que isso significa: o comitê provavelmente irá querer ver Washington impressionando, em especial diante de Stanford (#18) e Washington State (#25). Se isso acontecer e a equipe for capaz de garantir a conferência (contra USC ou Arizona), contando com alguns resultados, ela pode chegar lá!
Qual o seu palpite para os playoffs do college football em 2017? Acredita nele para a NFL? Deixe sua opinião nos comentários ou nas redes sociais!
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