Desde quando você, leitor, começou a acompanhar a NFL, qual foi o último wide receiver escolhido em primeira rodada realmente muito bom que você se lembra? Difícil, não é mesmo? Muito provavelmente você deverá voltar em 2015 para conseguir uma resposta para isso. Mas não pense que foi por falta de tentativa das franquias: nas últimas três temporadas, 13 WRs de primeira rodada chegaram à liga. Isso, combinado com um grupo restrito de ótimos jogadores, faz com que o Draft 2018 chegue num chamada “abismo de wide receivers”, uma vez que as equipes precisam de melhores nomes para a posição, porém o passado recente e o leque de opções disponíveis não ajuda.
Desta maneira, é preciso fazer o questionamento: vale a pena apostar em WRs na primeira rodada do Draft 2018? Analisei a posição como um todo, os principais nomes, os últimos draft de recebedores de primeira rodada e norteei quais rumos devem todas os wide receivers neste ano.
P. S A posição de WR não foi avaliada como C+ em 2018 por acaso.
Os principais nomes da classe
Falar da classe de wide receivers do Draft 2018 é falar em Calvin Ridley, de Alabama. De longe, Ridley é o melhor WR deste ano. Muito rápido e com ótima habilidade para executar todas as rodas, Calvin Ridley comparações com Marvin Harrison por conta disso e, ao que tudo indica, não deverá ter grandes problemas para se tornar um bom recebedor no futebol americano profissional. De imediato, basta que ele aperfeiçoe suas mãos para diminuir os drops, em qualquer tipo de situação.
Neste ano, após Ridley na posição, existe um grande vazio. Esse possivelmente é encerrado por Courtland Sutton, de SMU. Sutton é um alvo enorme e, com 1,93m, 99kg e experiência no basquete enquanto no college, tem a força e técnica necessárias para recebeer passes mesmo quando bem marcado. O problema, contudo, é que Courtland peca no trabalho dos pés, execução das rotas e, principalmente, separação dos defensores. Vale destacar também James Washington, que não se destaca nas rotas em geral e nem na estatura, porém é uma ameaça vertical interessante.
Nomes como D. J. Moore, Christian Kirk, D. J. Chark, Deon Cain também merecem destaque. Moore tem rara combinação de porte físico e velocidade. Kirk peca na estatura, porém tem ótimas mãos e ainda melhor entendimento do jogo. Chark tem dificuldade em algumas rotas, mas em profundidade deve fazer estragos. Cain, que estudou em Clemson, é um típico recebedor originário da faculdade; alguém como Sammy Watkins em estilo de jogo, com mais limitações em campo, entretanto. Esses, acredito, são nomes interessantes
Nessa conversa também (ou até para rodadas mais tardias), inclua nomes como Auden Tate, ótimo nas recepções porém com questionamentos quanto ao trabalho dos pés e velocidade nas rodas; Equanimeous St. Brown, uma possível ótima ameaça na red zone; e Dante Pettis, o qual não impressiona física e tecnicamente, mas tem ótimo entendimento de jogo e sabe retornar punts.
A verdade é que com a exceção de Ridley, nenhum outro wide receiver citado dá indícios que pode ser um exímio WR nº 1 na NFL. Todos eles têm caraterísticas específicas que, em determinadas situações, podem ser úteis devido ao sistema ofensivo em que estiverem inseridos. Em outras palavras, todos eles precisam ser muito bem estudados pelas equipes antes de uma eventual escolha no Draft 2018.
Não espere ver wide receivers (no plural) sendo chamados na primeira rodada de 2018
Ao que tudo indica, as franquias irão pensar duas vezes antes de usarem uma escolha de primeira rodada no Draft 2018 para um wide receiver. E elas não estão erradas – o passado recente prova isso. Veja bem: o último wide receiver muito bom recrutado em primeira rodada foi Amari Cooper, em 2015. Um ano mais tarde, quatro nomes foram chamados entre os 32 primeiros, porém nenhum deles conseguiu se tornar ótimo na NFL. Corey Coleman ainda sofre com o fraco sistema ofensivo dos Browns. Will Fuller foi o que mais se destacou da primeira rodada da classe de 2016, porém está longe de ser um WR nº1. Josh Doctson e Laquon Treadwell, quando estiveram saudáveis, não foram tão acionados.
Porém, é preciso dizer que a classe de recebedores de 2016 não é o fim do poço nessas comparações; num primeiro momento, 2017 aparentou ser ainda pior. Três nomes foram recrutados na primeira rodada do ano passado – Corey Davis, Mike Williams e John Ross. Até agora, nenhum deles sabe o que é marcar um touchdown durante a temporada regular da NFL.
Definitivamente, não é por acaso que o número de WRs chamados na primeira rodada de 2014 foi cinco, subiu para seis em 2015 (o auge nesse processo, impulsionado pelos ótimos nomes que surgiram no ano anterior) e, desde então, só caiu: quatro e três em 2016 e 2017, respectivamente. Lembrando que 2014 protagonizou a última grande classe de wide receivers, formada por Sammy Watkins, Mike Evans, Odell Beckham Jr., Brandin Cooks, etc..
Em tese, a classe de wide receivers do Draft 2018 é menos talentosa que a de 2014, 2015, 2016 e 2017. Além disso, como visto, as franquias estão diminuindo a quantidade de wide receivers selecionados em primeira rodada; não tem valido a pena tomar essa decisão. Isso só tem acontecido quando o prospecto é, de fato, muito acima da média – e olhe lá. Neste ano, então, apenas Ridley tem cacife entrar nesse grupo, o que ilustra bem oque deve acontecer no primeiro dia do draft em 2018: somente um WR será chamado.
O que você está esperando da classe de wide receivers no Draft 2018? Mande sua opinião para nós nos comentários ou pelas redes sociais!
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