Pela primeira vez desde novembro de 2015, o Indianapolis Colts tem campanha positiva. Mais que isso: as cinco vitórias seguidas do time é a segunda melhor sequência da Conferência Americana neste momento. E essa ótima fase atravessada por Indy tem um protagonista definido: Andrew Luck!
O camisa #12 vem se destacando como um dos principais quarterbacks da NFL após 12 rodadas. Curioso é que ele não entrou em campo na temporada passada, está em seu primeiro ano com novo head coach e faz parte de um elenco em reconstrução. Ainda assim, foi capaz de colocar Indianapolis na briga real pela pós-temporada. Com isso em mente, seria errado ao menos não cogitar o nome de Luck nas discussões de MVP. Ele certamente vem merecendo isso.
O que está ao redor de Andrew Luck
Os quatro wide receivers principais do elenco do Indianapolis Colts são T.Y. Hilton, Ryan Grant, Chester Rogers e Zach Pascal. Com a exceção de Hilton, os outros WRs são jogadores apenas decentes. Entre os running backs, nenhuma estrela também: Marlon Mack, Jordan Wilkins e Nyheim Hines. Todos eles, apesar dos dois últimos serem calouros, têm média superior a 4 jardas por corrida.
Não poderia deixar de falar em Eric Ebron, o qual é o segundo alvo preferido de Andrew Luck em 2018. A temporada protagonizada por Ebron é, de fato, excelente. Contudo, tenha em mente o passado recente do tight end. Ele chegou à NFL em 2014 como escolha de primeira rodada. Em quatro anos, somou 11 touchdowns com os Lions e acabou sendo trocado nesta offseason. Detroit claramente cansou de apostar em Eric Ebron. Mas aí ele chega em Indianapolis e, em 11 partidas disputadas, acumula 11 TDs recebidos. Acho que todos sabem por que isso aconteceu…
Do outro lado da bola, desconsiderando primeiro-anistas, o atleta mais importante é possivelmente Jabaal Sheard. É impressionante o fato de Denico Autry e Margus Hunt combinarem para sete sacks neste ano. Poucas pessoas os conheciam antes de 2018. Na secundária, Malik Hooker e Quincy Wilson, quando saudáveis, são nomes que chamam atenção.
Por fim, nesta altura do campeonato, é inevitável falar do Indianapolis Colts e não destacar a linha ofensiva. Aquele setor que tanto castigou seus quarterbacks nas últimas temporadas, surpreendentemente, é um dos melhores da NFL neste ano. Empatada com a dos Saints, a OL dos Colts é a que menos cedeu sacks em 12 semanas (11). E também é Top 10 em hits permitidos, com 50.
A classe de 2018 e o fator Frank Reich
Com 12 semanas disputadas, o Indianapolis Colts pode ser visto como o grande vencedor do último Draft. Afinal, a classe recrutada pela franquia, de imediato, produziu quatro titulares, além de prospectos interessantes para a rotação.
Na linha ofensiva, setor coletivo mais sólido (e que mais evoluiu) do time em 2018, vimos surgir o ótimo Quenton Nelson e Braden Smith. O apoio de ambos os bloqueadores para Luck é quase indescritível. No outro lado da bola, Darius Leonard foi a grande surpresa: o linebacker lidera a NFL em tackles. Os novatos dos Colts, sem dúvida, são um dos motivos pelo sucesso recente da equipe – mas eles não conseguiriam isso se não fosse pela ajuda de um treinador adequado.
Frank Reich, um quarterback na NFL entre 1985 e 1998, conhece muito de sistemas ofensivos. Além de atuar na posição, foi técnico de QBs em Indianapolis na era Peyton Manning e em San Diego com Philip Rivers. Ele ainda comandou wide receivers por Colts e Cardinals, incluindo nomes do cacife de Reggie Wayne e Larry Fitzgerald. Mais recentemente, destacou-se por engrenar um sólido ataque no Philadelphia Eagles de Carson Wentz, no exato ano em que a franquia conquistou o Super Bowl.
Tudo isso faz, então, faz com que Reich seja uma peça de suma importância para o retorno em alto nível de Andrew Luck. Bem como para o funcionamento dos outros setores ofensivos do elenco. Não por acaso, as defesas precisam repensar a ideia de marcar T. Y. Hilton individualmente, por exemplo. E o mesmo pode ser dito para todos os tight ends do time. Este Indianapolis Colts já tem a cara de Frank Reich.
A temporada 2018 de Andrew Luck é digna de MVP
Andrew Luck é, de longe, o melhor jogador de um time limitado que vem em plena ascensão. Os Colts têm hoje o quarto ataque da NFL em pontos por partida de média, com 29,5. E o oitavo em jardas totais por confronto, 388,2. Luck é a principal razão disso. Luck é a principal razão para 12 jogadores diferentes já terem recebido no mínimo um TD em Indianapolis nesta temporada. Essa lista inclui wide receivers limitados, um tight end apontado como bust e os até então desconhecidos Eric Swoope e Mo Alie-Cox, os quais combinam para cinco touchdowns no ano.
Isso para não falar em um backfield inexperiente, e uma defesa que não tem nenhum jogador que já foi indicado ao Pro Bowl.
Em 2018, Andrew Luck totaliza 3.112 jardas, 32 TDs e 11 INTs. O camisa #12 acumula oito confrontos seguidos com 3/+ passes para touchdown. Tais números o colocam em posição para terminar esta temporada atingindo 47 TDs e rating de 102,7, ambas as melhores marcas de sua carreira.
A importância de Luck esteve em pauta na semana 12 contra os Dolphins. O quarterback sofreu duas interceptações em campanhas seguidas e não viu o plano de jogo de Indy encaixar diante de Miami adequadamente. Foram três períodos “feios” para os Colts. Todavia, Andrew Luck cresceu de produção nos últimos 15 minutos e foi capaz de reverter uma desvantagem que chegou a ser de dez pontos. Para isso, Luck completou passes que “QBs comuns” não conseguem, como a terceira para nove jardas que colocou em Adam Vinatieri em posição de field goal.
Fica cada vez mais claro nesta temporada que a melhor versão de Andrew Luck faz o Indianapolis Colts ser realmente competitivo.
Mas ele vencerá o prêmio?
É difícil imaginar Andrew Luck levando o prêmio neste momento. Drew Brees está em uma temporada impecável. Patrick Mahomes tem números “bizarros”. Todd Gurley está muito à frente dos outros running backs. E até mesmo Philip Rivers vive grande momento. Todos eles, além disso, têm campanha melhor que a de Indianapolis. Contudo, em meio a esses nomes, o de Luck precisa aparecer.
As estatísticas, os lances mais importantes, o impacto para o setor ofensivo como um todo… Vencer o prêmio ou não será consequência do desfecho de temporada do Indianapolis Colts. O QB precisará de um grande impulso para ultrapassar os favoritos na disputa. Por ora, a franquia aproveita o momento de um campeonato que já é melhor do que o esperado.
Aquilo que era para ser um ano de reconstrução com um técnico novo, prospectos inexperientes e um quarterback retornando de lesão, vem sendo uma temporada com chances reais de playoffs. O porquê de tudo isso? Pois os Colts têm under center seu jogador mais importante. Um jogador que tem impacto bem maior do que ser apenas um sólido quarterback.