Um dos momentos mais marcantes desde a fundação do Shotgun se aproxima: como anunciado, cobrirei in loco um dia de Training Camp do Buffalo Bills, no dia 4 de agosto.
Consequentemente, os próximos dias terão vários artigos ligados à franquia. Todos eles com o máximo de material possível de ser coletado sobre os Bills nos treinamentos.
Para introduzir tudo isso, vale a pena falar sobre as principais histórias do time antes da pré-temporada.
A disputas e narrativas do Training Camp dos Bills, por si só, já chamam atenção. Combinadas à oportunidade de estar perto de todas elas por um dia, então, ficam ainda mais imperdíveis.
Para começar, entenda as perguntas que precisam ser respondidas no sistema ofensivo da equipe para que Josh Allen esteja rodeado por um ataque competitivo.
A disputa no backfield
Os Bills não conseguiram correr bem com a bola na temporada passada. Titular do time, o veterano LeSean McCoy, 31 anos, terminou o último campeonato com média de apenas 3,2 jardas por corrida, por exemplo.
Nesta offseason, então, o time contratou Frank Gore, 36, e T. J. Yeldon, 26, além de ter recrutado Devin Singletary na terceira rodada do Draft 2019.
Assim sendo, os torcedores da equipe não poderiam pensar algo diferente de que mudanças no backfield podem estar por vir. Afinal, estamos falando de quatro nomes com potencial para terem considerável participação no elenco. O que será feito exatamente com cada um deles, contudo, ainda é desconhecido.
A competição adquirida pelos Bills aos running backs faz com que a posição seja uma das mais interessantes do time antes da temporada regular.
McCoy dará a volta por cima como o nº 1? Quem será o segundo nome com mais participação na função? Por que buscar Gore? E qual será a estratégia de Buffalo com o novato Singletary?
Um caso extremo, mas que foi considerado possível por alguns repórteres, é o eventual corte de McCoy, que abriria mais de US$ 6 milhões no teto salarial da franquia.
Qual será a linha ofensiva do time?
Uma das explicações para a instabilidade do jogo terrestre foi o rendimento da linha ofensiva dos Bills. Importante ressaltar que a limitação do grupo de bloqueadores de Buffalo em 2018 impactou diretamente na posição mais importante do elenco também, que teve Josh Allen como calouro durante a maior parte do tempo.
Uma das explicações para as oscilações foi que, de 2017 para 2018, os Bills perderam três pilares do setor.
Depois de um ano ruim, então, uma nova era começa para a franquia em 2019, algo sensato para uma equipe com um promissor quarterback under center.
Sem contar a variação entre posições que pode surgir pela versatilidade de um ou outro nome, esses são os bloqueadores dos Bills (primeiro e segundo time):
Left Tackle —Dion Dawkins e Conor McDermott
Left Guard — Quinton Spain e Wyatt Teller
Center — Mitch Morse e Russell Bodine
Right Guard — Spencer Long e Jon Feliciano
Right Tackle — Cody Ford e Ty Nsekhe
Os nomes em negrito indicam os OL que foram adquiridos em 2019, que aponta para 60% da primeira e segunda rotação da linha ofensiva dos Bills. Não seria surpresa alguma se quatro dos cinco titulares na semana 1 fossem jogadores aquiridos nesta offseason.
As questões quanto aos wide receivers
Foi falado sobre o jogo corrido e linha ofensiva. Logo, agora é hora de abordar outro problema no ataque dos Bills: o grupo de wide receivers.
Escolha de segunda rodada em 2017, Zay Jones foi o principal recebedor do elenco, com 56 recepções, 652 jardas e sete touchdowns. Embora a evolução de Jones tenha sido uma ótima notícia para Buffalo e anima ainda mais os torcedores do time, tais valores são abaixo da média para um WR nº 1.
Em outras palavras, alguém precisa subir de patamar e assumir esse status para Allen a partir de agora.
As expectativas são altas quanto a Jones, naturalmente. Assim como para Robert Foster, que teve lampejos como calouro ano passado.
Mas a lista de nomes que melhoram o plantel continua.
Os Bills contrataram Cole Beasley e John Brown, além do especialista em retornos Andre Roberts, na free agency e, por mais que nenhum deles tenha uma temporada brilhante como wide receiver principal na carreira, nitidamente há uma evolução em comparação ao grupo de recebedores de 2018.
O entrosamento, a adaptação e o desenvolvimento dos mais jovens neste grupo de wide receivers impactará diretamente na solidificação deste novo momento de Buffalo.
Quem fica com a última vaga neste caso
Foram citados cinco nomes: Jones, Foster, Beasley, Brown e Roberts. Todavia, é normal que os times da NFL incluam seis wide receivers no elenco para a temporada regular, principalmente quando um desses jogadores tem maior impacto no time de especialistas (como é o caso com Roberts).
Em outras palavras, não seria surpresa alguma se mais um atleta aparecesse nesta lista futuramente. Ou quem sabe até dois. Mas quem?
Isaiah McKenzie teve lampejos em agosto de 2018 e se provou um sólido playmaker. Duke Williams tem a vantagem pela envergadura e habilidade atlética. Mas é Ray-Ray McCloud que tem aproveitado melhor o Training Camp 2019 e impressionando a comissão técnica até agora. Vale ainda citar na disputa, Victor Bolden Jr. e Cam Phillips.
A pré-temporada provavelmente escolherá o nome ideal.
O que será feito com a posição de tight end
A posição de tight end também é uma preocupação para o ataque comandado por Allen. E não é difícil entender o porquê: 55 recepções, 520 jardas e um touchdown. Esses foram os números somados de todos os TEs dos Bills em 2018, Charles Clay, Jason Croom e Logan Thomas.
Não por acaso, dois tight ends foram recrutados no Draft 2019 (Dawson Knox e Tommy Sweeney) e outros dois contratados (Tyler Kroft e Lee Smith).
Knox, chamado na terceira rodada, foi o primeiro TE selecionado por Buffalo desde 2016. Mas isso não significa que ele seja a solução.
Enquanto Knox não marcou nenhum touchdown recebido em sua carreira por Ole Miss, Sweeney é um projeto a longo prazo depois de ter saído na sétima rodada do recrutamento.
Para piorar as coisas, Kroft, o qual é visto como o nº 1 da posição, sofreu uma lesão no pé e não participará do Training Camp com os novo companheiros. Por fim, Smith é mais conhecido pela capacidade nos bloqueios.
A narrativa na entre os tight ends é similar a dos wide receivers: os Bills precisam que jovens jogadores subam de patamar, ganhem as posições internamente e impulsionem um grupo marcado por incertezas.