Menos de um mês após o Draft 2019, o New York Jets demitiu o general manager Mike Maccagnan. Surpresa para muitos, a demissão era algo que nunca esteve descartado, contudo. Afinal, Maccagnan nunca fez por onde neste sentido.
Desfazer-se de alguém que “vive o melhor momento da carreira” é sempre difícil. E, sim, este era o caso de Maccagnan. Mas ao mesmo tempo se sabe que na NFL, principalmente quando o assunto é executivos, as ideologias e mentalidades em raríssimas ocasiões mudam.
A curto prazo, pode ser difícil ver por que New York se desfez de seu GM. Apenas 20 dias após o recrutamento, no qual talvez o melhor prospecto da classe foi chamado pela equipe, um ano depois de recrutar um candidato a franchise quarterback, Le’Veon Bell, C. J. Mosley…
Não é por acaso que os torcedores dos Jets têm esperança de um futuro próspero. Se Maccagnan teve um momento de acertos em NY, este foi justamente nos últimos 12 meses.
Porém, o outro lado da situação é mais sensato.
Convenhamos: ninguém precisava ser um gênio para recrutar Sam Darnold na terceira escolha geral de 2018. Menos ainda para Quinnen Williams em 2019.
Além disso, saiba que os US$ 121 milhões em valor garantido dos Jets nesta free agency foram, de longe, a maior marca da NFL — US$ 30 milhões a mais que o segundo lugar.
Por fim, mas definitivamente não menos importante, o histórico de Maccagnan no draft é pavoroso.
Como concluiu Joe Caporoso, dentre os 28 prospectos selecionados pelos Jets entre 2015 e 2018, 11 não fazem mais parte da franquia. Outros nove fazem parte única e exclusivamente do time de especialistas e/ou são reservas de suas posições. Outros três, dos quais inclui um titular, terminaram a temporada passada lesionados ou suspensos. Por fim, temos cinco titulares. Um All-Pro.
Claro, isso não inclui a classe de 2019, a qual deve acrescentar certamente um titular ao elenco, pelo menos. Estamos falando, portanto, de seis titulares, dos quais três foram frutos de picks de primeiro round nas últimas três temporadas.
Diga-se de passagem, esta não é a primeira vez que um general manager é demitido pouco tempo depois de um draft. O Buffalo Bills fez algo parecido com Doug Whaley em 2017, assim como Kansas City Chiefs e Carolina Panthers com Jon Dorsey e Dave Gettleman, respectivamente, naquele mesmo ano.
Maccagnan tem uma parcela interessante de responsabilidade no novo e promissor momento dos Jets. Mas o mesmo pode ser dito sobre ele nas pífias campanhas da equipe nos últimos quatro campeonatos. E é aí que está o problema.
Hoje, o passado de Maccagnan nos Jets mostra que é mais fácil apostar que ele irá atrapalhar o que aparentemente está no caminho certo do que conseguir, de fato, concretizar tal plano.
Agora, sete dos últimos 10 nomes que foram nomeados Executivo do Ano na NFL foram demitidos.
Adam Gase assumiu interinamente o posto de GM dos Jets até que um novo nome seja encontrado.