Andy Reid se prepara para seu quinto ano no comando do Kansas City Chiefs. Neste tempo, é inegável que o treinador tenha construído elencos potencialmente capazes de chegarem ao Super Bowl – algo que, aliás, os Chiefs amargam 48 anos de jejum. O problema é que fatores cruciais têm separado a franquia de chegar a outro patamar na últimas temporadas, incluindo a posição de quarterback. Desta maneira, com algumas perdas consideráveis na última offseason, Reid aposta no equilíbrio dos dois lados da bola (e na efetividade defensiva, é claro) para mudar seu desconfortável retrospecto de 1-3 em playoffs com Kansas. Essa equipe precisará jogar muito futebol americano se quiser alcançar seus objetivos em 2017.
Ataque
Está claro que o Kansas City Chiefs irá até onde seu ataque for capaz de conduzi-lo, e quando falo neste ataque, refiro-me a Alex Smith especialmente. Smith, a cada temporada que passa, tem mostrado que não é a uma peça realmente competitiva para os Chiefs chegarem em um Super Bowl. Mas o problema é que a franquia não tem opção para substitui-lo – na verdade, não tinha, já que que Kansas recrutou Pat Mahomes neste ano. Verdade seja dita, o camisa #11 totalizou 3.502 jardas aéreas em 2016, melhor marca de sua carreira. Todavia, sua porcentagem de touchdown de 3,1 mostra que pouca coisa deve mudar para esta temporada.
O “melhor amigo” de Smith no grupo de recebedores dos Chiefs é Travis Kelce, o qual obteve 1.125 jardas recebida ano passado, a marca mais alta entre tight ends. O problema entre os recebedores de Kansas City é que a equipe tem tido problema para encontrar um wide receiver realmente confiável. Neste momento, o principal WR da franquia é o segundo anista Tyreek Hill (593 jardas recebidas e 6 TDs em 2016). Hill foi brilhante como calouro e é um daqueles jogadores que qualquer franquia queria ter em seu plantel; todavia, ele precisará evoluir bastante para ser o principal atleta de um elenco. Além dele, esse grupo conta com Chris Conley e Albert Wilson: ambos são explosivos e podem ser produtivos, porém ainda não fizeram nada no futebol americano profissional para justificar suas funções atuais. Será interessante ver como Andy Reid trabalhará com seu grupo de recebedores ao longo da temporada.
No backfield, mais incertezas para o Kansas City Chiefs. A franquia não conta mais com os serviços de Jamaal Charles, fato que colocaria Spencer Ware como titular (921 jardas e 3 TDs em 2016). O problema foi que Ware sofreu uma lesão que deverá custá-lo grande parta desta temporada, abrindo espaço, então, para a competição entre Charcandrick West, Kareem Hunt (calouro de 3ª rodada) e C. J. Spiller (recém-contratado). Pelo que vimos na pré-temporada, o novato vindo da Universidade de Toledo é o favorito para ser o principal running back do elenco.
Por fim, vale destacar a linha ofensiva de Kansas, a qual deverá permanecer essencialmente a mesma em relação ao ano passado; o que não é uma má notícia, visto que o setor cedeu 32 sacks e possibilitou 4,2 jardas por tentativa aos Chiefs em 2016. Desta maneira, outras boas atuações de nomes como Eric Fisher e Mitchell Schwartz precisarão se repetir em 2017 caso a franquia queria manter as sólidas performances de seus bloqueadores por mais um ano.
Defesa
O sistema defensivo do Kansas City Chiefs foi, por mais um ano, foi um dos principais da NFL em 2016, tendo permitido apenas 19,4 pontos por partida. Além disso, foram 33 turnovers forçados, a melhor marca da liga. Tudo isso, diga-se de passagem, apesar das lesões de nomes importantes como Justin Houston e Derrick Johnson, por exemplo.
Desta maneira, é possível ver mais uma temporada sólida para esta defesa, e tudo começa pelo pass rush da equipe. Os Chiefs terão Justin Houston saudável novamente, e a última vez que ele disputou os 16 jogos da temporada regular foi quando totalizou 22 sacks. Do outro lado da linha, as variações entre Tamba Hali (o qual ainda não sabe quando estreará em 2017), Dee Ford (10 sacks ano passado) e Tanoh Kpassagnon (calouro de 2ª rodada) também não devem ser motivos de maiores preocupações para a franquia. Neste grupo de frente, a maior preocupação dos Chiefs, portanto, será para encontrar um substituto à altura de Dontari Poe, o qual agora defende os Falcons. Para isso, a diretoria do time contratou Bennie Logan, que defendeu os Eagles nas últimas quatro temporadas.
No interior do grupo de linebackers do Kansas City Chiefs o foco da franquia é melhorar na contenção ao jogo corrido adversário, já que ano passado os oponentes tiveram uma média de 121,1 jardas terrestres por partida contra os Chiefs. Essa melhora, logicamente, explica porquê o time foi atrás da troca envolvendo Reggie Ragland (escolha de 2ª rodada dos Bills em 2016) e recrutou Ukeme Eligwe na 183ª colocação geral do último Draft. Ambos deverão disputar posição com Ramik Wilson e o “vencedor” jogará ao lado do veterano Derrick Johnson. Isso, é claro, se Johnson conseguir se manter saudável – ele disputou apenas uma temporada completa das últimas três possíveis. Em forma, poucos LBs da atualidade são tão técnicos quanto o camisa #56.
Já na secundária, o Kansas City Chiefs espera manter sua eficiência após ter interceptado 18 passes na temporada passada, a melhor marca da NFL – e isso deve acontecer. Eric Berry está em ótima forma para mais um ano e ele tem sido um dos jogadores mais valiosos de toda a liga. Não à toa, tem média de 78 tackles e 3 interceptações nas cinco temporadas inteiras que disputou profissionalmente em sua carreira. Deverá ser fácil para o versátil Ron Parker jogar ao lado de Berry neste ano. Ademais, a presença de Marcus Peters entre os defensive backs dos Chiefs merece grande destaque. Peters tem sido um dos principais cornerbacks da NFL desde que chegou à ela em 2015, tendo alcançado 14 interceptações neste período. Ao que tudo indica, seu companheiro inicial de posição deverá ser Terrance Mitchell.
Conclusão
Não tenho dúvidas que o Kansas City Chiefs, no papel, está pior em 2017 do que no ano passado. Todavia, com o elenco que tem em mãos (especialmente pela defesa e treinador principal), a franquia apresenta plenas condições de chegar aos playoffs e, quem sabe, incomodar alguns adversários. Novamente, as chances dos Chiefs de almejar algo realmente grande na temporada passam pela incerteza se Alex Smith consegue completar uma 3ª descida para 15 jardas no último período de uma partida de pós-temporada. Em outras palavras, tudo estará resumido na capacidade de Smith em liderar seu ataque nos grandes jogos do ano – e este é o problema.
Principais chegadas (posição, antigo time)
– Reggie Ragland (LB, Bills);
– C. J. Spiller (RB, Jets);
– Bennie Logan (DT, Eagles).
Principais saídas (posição, time de destino)
– Dontari Poe (DT, Falcons);
– Jamaal Charles (RB, Broncos);
– Jaye Howard (DE, Bears);
– Jeremy Maclin (WR, Ravens).
Notas do time
– Ataque: B-
- Quarterback: B-
- Running backs: C+
- Wide receivers: C+
- Linha ofensiva: B
– Defesa: B+
- Linha defensiva: B
- Linebackers: B
- Secundária: A-
– Calendário 2017: D (57,6%)
Estatística determinante
Nas últimas quatro temporadas, Alex Smith, do Kansas City Chiefs, foi o terceiro quarterback que mais teve vitórias na NFL, com 41 em 61 partidas disputadas (apenas Tom Brady e Russell Wilson venceram mais).
Nomes para ficar de olho
Alex Smith – Mais um ano se passou e a narrativa da temporada de Alex Smith pouco mudou: novamente, o quarterback teve números interessantes ao longo do ano, mas pecou em termos de produtividade e não conseguiu liderar o Kansas City Chiefs nas grandes partidas. O resultado disso foi a escolha de Pat Mahomes por parte da franquia na 1ª rodada do último Draft. Smith não sabe o que é ultrapassar os 20 TDs em uma temporada desde 2013, está claro que os Chiefs irão até onde seu QB for capaz de conduzí-los.
Justin Houston – Os Chiefs têm tido problemas em manter Justin Houston saudável, já que o defensor perdeu 16 partidas nas duas últimas temporadas combinadas. Não à toa, após ter alcançado pelo menos dez sacks em três anos seguidos (2012 a 2014), incluindo a marca de 22 neste período, Houston somou 11,5 nas duas últimas temporadas. Ainda assim, ele é o nome mais perigoso do pass rush de Kansas City e a franquia sabe que precisa ver seu camisa #50 atuando em alto nível para voltar a competir entre as potências da liga.
Eric Berry – Eric Berry já disputou sete temporadas na National Football League e só não esteve no Pro Bowl em duas delas, nas quais ele totalizou sete partidas disputadas (2011 e 2014). No mais, Berry se mostrou um dos melhores defensores da liga em todos os anos, sendo uma real ameaça na secundária do Kansas City Chiefs a qualquer adversário. O camisa #29 acumula duas idas ao All-Pro Team da NFL em sequência, e tem tudo para repetir o altíssimo nível em mais uma temporada.
–
Este é mais um texto da série Perguntas Para a Temporada (PPT), que analisa como será o ano de cada franquia da NFL, de acordo com a ordem do Draft. Para ter acesso aos outros artigos desta série, CLIQUE AQUI – em algum momento, seu time estará por lá!
Até onde o Kansas City Chiefs irá em 2017? Mande para nós sua opinião nos comentários ou pelas redes sociais!
–
Siga-nos no Twitter @ShotgunFA
Curta no facebook.com/shotgunfootball