Depois de alguns anos, a AFC Sul está voltando a ser uma divisão realmente competitiva, que coloca pelo menos três de seus times com chances reais de conquistá-la. Definir esses favoritos, entretanto, não é uma tarefa das mais fáceis, visto que cada equipe tem suas peculiaridades determinantes. Por exemplo, a melhor defesa tem o pior quarterback, que é o caso dos Texans. O time mais promissor, os Titans, como adiantado, ainda precisa se provar na NFL. Além disso, o melhor quarterback não está rodeado pelas melhores peças possíveis. Sim, estou falando dos Colts.
Não importa o que você goste de Marcus Mariota, Blake Bortles ou Deshaun Watson; o melhor quarterback desta divisão se chama Andrew Luck. Talvez por isso muitas pessoas coloquem Indianapolis como a franquia favorita ao título divisional, apesar das incertezas que circundam o elenco azul.
É inegável que a fase não é das melhores em Indy e, de um modo geral, as duas últimas temporadas da franquia foram decepcionantes, algo “fora da curva” para a carreira aguardada de Luck. Ainda assim, o camisa #12 pode mostrar sua grandeza e brilho, aproveitando dessa situação para isso. Afinal, se alguém pode tirar o Indianapolis Colts de dois anos “em baixa”, é seu quarterback – e esse precisa aparecer nos momentos ruins também.
Desta maneira, Andrew Luck se prepara para a temporada 2017. Coletiva e individualmente, o ano promete para ele. Além de ter que reerguer os Colts e colocar o time no patamar que seus torcedores ficaram acostumados, Luck precisa provar que os dois anos que se passaram (quando ele teve alguns problemas) foram exceções. Exceções essas que ficarão para trás, sendo ofuscadas pelo brilho de quem chegou à NFL com o potencial de se tornar um dos maiores de todos os tempos.
*Atualização: Andrew Luck foi diagnosticado com uma lesão no ombro e começará o Training Camp dos Colts na Lista dos Lesionados (PUP List). Todavia, de acordo com a direção da franquia, Luck estará pronto para a semana 1, contra os Rams.
Luck saiu do college como um dos mais promissores da história
Se você é muito novo na National Football League (algo de um ou dois anos) talvez não entenda porquê falamos tanto sobre Andrew Luck. Afinal, se esse for o caso, você ainda não viu tudo que o quarterback tem para mostrar. Entretanto, saiba que todas as análises, especulações, questionamentos e elogios a Luck são em decorrência do que ele fez no college football, época em que defendeu a Universidade de Stanford.
Por lá, além de ter disputado três Bowls (todos eles dos mais consideráveis) – e vencido um –, ele teve as estatísticas dos sonhos de cada prospecto. Em três anos em Stanford, ele teve 67% de aproveitamento nos passes, 9.430 jardas, 82 touchdowns e 22 interceptações! Além disso, foram 957 jardas e 7 TDs terrestres neste período.
Tudo isso fez dele ser considerado um dos melhores QBs da história do futebol americano universitário. Ademais, naturalmente pelo seu estilo de jogo, ele veio a ser um dos grandes prospectos de todos os tempos. Como muitos analistas americanos disseram, ele era o melhor prospecto desde Peyton Manning em 1998 – coincidentemente, a franquia em pauta novamente era o Indianapolis Colts, 14 temporadas mais tarde. Alguns profissionais foram ainda mais além, dizendo que Andrew era o melhor universitário desde de John Elway em 1983, por exemplo.
A grande consequência de tudo isso você já deve imaginar: Andrew Luck foi a primeira escolha geral do Draft de 2012, indo para os Colts. Em Indianapolis, ele tinha a missão de substituir Manning, sendo o protagonista de uma nova era na franquia, a qual, inevitavelmente, vinha com uma das bagagens mais “pesadas” da história da NFL.
Em geral, as expectativas ainda não foram correspondidas
Há quem diga que Andrew Luck, em cinco temporadas na liga, vem tendo relativo sucesso. Tudo bem, esse argumento faz sentido se dissermos que ele já foi para a pós-temporada três vezes, marcou presença em uma final de conferência e teve um ano de 4.700/+ jardas e 40 touchdowns. Além disso, é preciso ressaltar que ele já esteve em três Pro Bowls.
Em contrapartida, ao meu ver, tudo isso começa a ficar obscurecido por um retrospecto 3-3 nos playoffs. Ainda, ter perdido dez jogos de temporada regular por conta de lesão neste período não é algo que está no planejamento de um quarterback dado certamente como um para a franquia.
E que tal olharmos para as seguintes médias de sua carreira profissional (por ano): 59,2% de aproveitamento nos lançamentos, 26,4 TDs e 13,6 INT. Isso está ruim? Não, longe disso. Mas também está bem distante de ser digno de um dos grandes quarterbacks da atualidade. Esses números vistos em Andrew Luck em seus cinco primeiros anos na NFL não estão nada além da média da liga, por exemplo.
É fato que a presença de Luck em campo é uma real ameaça para qualquer sistema defensivo. O camisa #12, além de ser um dos mais inteligentes da atualidade, tem um braço extremamente perigoso e ainda é capaz de correr bem com a bola. A impressão que fica é que ele ainda é o líder certo para o Indianapolis Colts e que várias franquias da liga queriam ter um Andrew Luck no elenco. Entretanto, ao mesmo tempo, existe a sensação que ainda falta algo para ele – mas era para faltar nesta altura da sua carreira?
É necessário que algo diferente aconteça em 2017
Estou cada vez mais certo que esta temporada é a mais importante da carreira de Andrew Luck no futebol americano. A começar pelo fato que ele vem de duas campanhas 8-8, tendo ficado fora dos playoffs em ambas. Em outras palavras, podemos assegurar que um quarterback do patamar de Luck não planeja ficar três anos consecutivos sem disputar um mata-mata, ainda mais com algumas interessantes aquisições defensivas que estão em sua volta agora.
Ainda, individualmente falando, é um momento importante para Luck. O camisa #12 é um exímio competidor; ficar três anos em baixa, sem figurar entre os principais da National Football League, aumentaria consideravelmente a pressão (interna e externa) sobre ele. Em 2015, ele disputou apenas sete partidas e não jogou bem em praticamente nenhuma delas. Em 2016, apesar de ter ficado fora de só um confronto, não conseguiu levar os Colts ao outro nível. Sob essas circunstâncias, qualquer quarterback precisaria de um retorno em 2017, tanto dentro quanto fora de campo.
Mas é preciso ter calma com Andrew Luck. Neste momento, ele é um jogador que não tem sua data de estreia nesta temporada definida, novamente por conta de uma lesão – e ele sabe do quanto estar saudável é crucial. Luck precisa do seu corpo 100%, isso definitivamente faz parte do seu jogo.
Ao que parece, então, o ano começa repleto de incertezas para Luck (mais uma vez). Muito mais que saber se ele irá jogar bem ou não, precisamos ter conhecimento se ele de fato estará em campo sob as condições ideais. Tudo isso em conjunto coloca o camisa #12 em uma situação jamais enfrentada por ele em toda sua carreira no futebol americano. Como ele se comportará diante de tudo isso? Quero acreditar que muito bem, encontrando uma resposta para cada questionamento em torno dele e nos dando o verdadeiro show que tanto temos esperado (e nem sempre visto) do quarterback mais promissor que a NFL teve na última década.
Sem Andrew Luck, até onde os Colts podem chegar? Mande para nós sua opinião nos comentários ou pelas redes sociais!
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