O Denver Broncos veio para esta offseason recheado de incertezas: a grande quantidade de jogadores em fim de contrato, badalação de outras franquias e aposentadorias, fez com que o atual vencedor do Super Bowl não apenas perdesse peças importantes de seu elenco, mas também não soubesse quem seria o quarterback titular.
Peyton Manning, como todos sabem, deixou a NFL após a conquista de mais um anel e Brock Osweiler optou por defender as cores do Houston Texans após assinar um contrato milionário. Assim sendo, os nomes de Ryan Fitzpatrick, Colin Kaepernick, Brian Hoyer, Sam Bradford, foram especulados. Todavia, os fãs de Denver, até a noite do Draft, tinham apenas Mark Sanchez como opção.
John Elway não estava satisfeito com a situação, afinal de contas, qualquer quarterback decente e dedicado conseguiria vencer partidas com este Denver Broncos, tendo em vista a fortíssima defesa da equipe neste momento. Enquanto os Jets não decidem o futuro de Fitzpatrick, Kaepernick permanece em San Francisco, Bradford fica “preso” nos Eagles e Hoyer assina com os Bears, Elway decidiu “mexer os pauzinhos” sem que ninguém esperasse.
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Os Broncos tinham a última escolha do último Draft e decidiram que Paxton Lynch seria o escolhido na primeira rodada. Mas os 49ers – time que tinha (e ainda tem) um quarterback como uma de suas prioridades – havia feito uma troca com o Kansas City Chiefs e ocupava a 28ª posição. Elway, então, para garantir o atleta almejado, negociou com o Seattle Seahawks a 26ª posição. Deste modo, Lynch se tornou um Bronco!
Pelo passado de John Elway como general manager da equipe, pode-se esperar um bom futuro para Paxton. Elway, vale lembrar, tornou-se GM dos Broncos em 2011 e, desde então, preparou minuciosamente a trajetória de Denver até a glória. Começou contratando Peyton Manning para a posição mais importante do time e, a partir daí, construiu tudo ao seu redor. Levou Emmanuel Sanders para completar o que faltava em Demaryius Thomas, selecionou jovens running backs no Draft e deu certa consistência para a linha ofensiva. Após dois anos ainda instáveis, John viu que a defesa precisava subir de nível: por via de Drafts, pegou Chris Harris Jr. (2011) e Von Miller, Danny Trevathan e Malik Jackson (2012); além disso, contratou Brandon Marshall, Aqib Talib e DeMarcus Ware para aperfeiçoar os três níveis da defesa. Tem ainda Gary Kubiak, que merece seus méritos.
Resultado de tudo isso: desde 2012 – quando Manning chegou – o Denver Broncos esteve nos playoffs em todos os anos, teve a melhor campanha da conferência Americana duas vezes e disputou dois Super Bowls, vencendo um.
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O recém-chegado Paxton Lynch tem a estatura (1,98m) e mobilidade que John Elway pretendia. Como especialistas definiram, seu corpo se compara ao de Ben Roethlisberger e sua mobilidade é superior ao de ambos quarterbacks que os Broncos perderam ao término da última temporada. Lynch ainda tem muita força nos passes e se sente confortável correndo com a bola. Em contrapartida, precisa melhorar muito a precisão nos passes (especialmente os fora do pocket) e ler melhor as jogadas, principalmente aquelas no meio do campo.
Não, Paxton Lynch não está pronto para a NFL, longe disso. Ele requer muita adaptação ao jogo profissional e isso é um dos requisitos básicos para que um quarterback tenha qualquer tipo de sucesso na liga. Entretanto, verdade seja dita, Lynch possui boas características e terá um ótimo elenco e comissão técnico ao seu redor.
John Elway mais uma vez esteve inserido em um contexto conturbado e teve uma resposta para isso. Agora, ele coloca um novo quarterback nos Broncos, o qual, preparado ou não, tem a história, o passado e um dos melhores elencos do mundo ao seu favor.
Por Caio Miari
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