As partidas de pré-temporada mal começaram e o Bufallo Bills já tem sérios motivos para se preocupar com jogadores lesionados. Alguns dos principais nomes do sistema defensivo da franquia, os quais eram esperados para serem peças importantes este ano, já estão com problemas quanto a forma física e devem ser desfalques dos Bills por muito tempo.
O que mais chama atenção aqui não são apenas os atletas lesionados de Buffalo, mas sim o incrível fato de que em todas as temporadas da NFL um time parece ter sido escolhido para “sofrer” com jogadores lesionados – aliás, a liga, ao que parece, deve ter definido sua equipe para 2016.
No caso dos Bills, especificamente, estas baixas de jogadores (que serão analisadas melhor ao longo do texto) não só requerem que outros atletas estejam aptos para substituí-los mantendo o mesmo nível de produção dentro de campo. As consideráveis ausências no sistema defensivo do time deve resultar em uma mudança no estilo de jogo da franquia, o qual irá ser baseado em algo que nem mesmo está certo ainda. E essa transição pode custar caro para os planos da equipe.
O futebol americano se aproxima, que maravilha, certo? Na teoria, sim. Todavia, em certos casos, nem tudo vai como esperado. Assim sendo, para mostrar que a temporada 2016 realmente está para começar, vale dizer que: “A bruxa está solta nos Bills!”
As lesões
Neste momento, não existe muitas dúvidas sobre se a defesa é o ponto forte do time do Buffalo Bills. Não mesmo? Então, na teoria, o sistema defensivo dos Bills era para ser um dos mais sólidos da NFL – se não o mais, acredite. Entretanto, as performances ruins da temporada passada (veja mais detalhes no item abaixo) colocaram esse fato em xeque. Ainda, para piorar as coisas, a reta final desta offseason custou caro a franquia: três jogadores, daqueles que eram apontados como nomes que deveríamos ficar de olho para 2016, estão lesionados e devem jogar muito pouco nesta temporada. Ou seja, aquilo que já estava por ser considerado um ponto incerto, agora está repleto de incertezas.
A principal história (internamente falando) de cada franquia da liga desde o começo da “intertemporada” é como será o Draft. Após ele, então, é hora de focar diretamente em como os jogadores selecionados irão se adaptar ao nível profissional para corresponderem às altas expectativas. E nesse sentido, aqueles atletas que mais indicam uma perspectiva de sucesso pós-college, na grande maioria dos casos, são os que foram escolhidos na primeira e segunda rodada do Draft, por razões óbvias. Isto posto, seguindo a narrativa da offseason incerta dos Bills até aqui, vale dizer que Buffalo tem, neste momento, seus dois primeiros prospectos do último Draft lesionados seriamente.
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Shaq Lawson, primeira escolha do time em 2016, o qual teve um ano espetacular com Clemson em 2015 ao totalizar 24,5 tackles para perda de jardas e 12,5 sacks, sofreu uma lesão no ombro e foi submetido a uma cirurgia, a qual implica que o tempo de recuperação seja de seis a oito semana. Ou seja, os Bills não devem contar com os serviços de Lawson pelo primeiro quarto da temporada regular.
Sem Shaq Lawson, olhando para os defensive ends que Buffalo tem em seu elenco neste momento, pode-se afirmar facilmente que tanto Manny Lawson quanto IK Enemkpali poderiam fazer um bom trabalho substituindo o calouro em alguns jogos. Isso, é claro, se eles estivessem saudáveis: M. Lawson deverá perder toda a pré-temporada e estar liberado para jogar apenas na semana 1 da temporada regular. Já Enemkpali, o qual rompeu os ligamentos cruzados do joelho, está fora por toda a temporada.
A segunda escolha geral do Buffalo Bills no Draft 2016 foi Reggie Ragland, linebacker versátil que pode se encaixar perfeitamente no esquema defensivo de Rex Ryan. Todavia, os torcedores dos Bills deverão esperar um bom tempo para ser Ragland em ação: no começo deste mês, ele também lesionou o joelho, foi submetido a uma cirurgia e voltará a jogar apenas em 2017. Ademais, Marcell Dareus será mais um desfalque da linha defensiva pois foi suspenso pela NFL por quatro jogos.
Um ano de 2015 decepcionante
Se alguém tivesse assistido a temporada de 2014 inteira e depois parado de acompanhar a NFL por um ano e voltasse a rotina em 2016, não entenderia muito bem o porquê de todas as críticas ao sistema defensivo dos Bills. Deixando claro que isso não se trata do sistema defensivo como um todo, até porque a secundária da equipe vem bem; o enfoque aqui é totalmente voltado para o pass rush.
Em 2014, ainda sob o comando do técnico Doug Marrone, Buffalo simplesmente aterrorizou os quarterbacks adversários com uma defesa extremamente consistente e explosiva, a qual totalizou 54 sacks naquela temporada, maior marca da liga. Esse bom rendimento defensivo fez o time terminar o ano com nove vitórias e sete derrotas, deixando enormes expectativas para o ataque da equipe, já que se esse melhorasse consideravelmente, Buffalo voltaria a competir entre os melhores times da NFL depois de quase duas décadas.
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Porém, um ano mais tarde, as coisas não foram como esperadas: aquele pass rush de elite, de média de mais de três sacks por partida, caiu inexplicavelmente até terminar 2015 com apenas 21 sacks, segunda pior marca da NFL. Além disso, a defesa cedeu 23,7 pontos por partida de média, uma marca bastante expressiva. O que muitas pessoas não conseguiram entender foi que de 2014 para 2015, o pass rush do Buffalo Bills permaneceu basicamente o mesmo quanto aos jogadores, a única mudança fora que Rex Ryan assumiu o posto de head coach do time. E o que é ainda mais incrível, é que Ryan é conhecido por ser um especialista em defesas.
Em contrapartida, o questionado ataque da franquia foi um dos dez melhores da temporada de modo geral e encontrou no então desconhecido Tyrod Taylor – o qual mostrou enorme personalidade e técnica ao longo do ano – uma possível e real saída deste mal momento.
Qual deve ser o caminho a partir de agora
Como falado, um pass rush que há dois anos era o melhor da NFL agora está rodeado de incertezas. Ninguém sabe como o sistema defensivo do Buffalo Bills irá em 2016, se será dominante como em 2014 (algo que parece difícil neste momento por todas as circunstâncias apresentadas) ou se repetirá as inconstantes atuações da temporada passada. Pensando nisso, a comissão técnica ainda acrescentou um novo ponto de interrogação à essas dúvidas ao trazer Rob Ryan, irmão de Rex e ex-coordenador defensivo do New Orleans Saints, time que teve uma das piores defesas da última temporada.
Ao que tudo indica, a defesa realmente não será mais o ponto de segurança de Buffalo, como era esperado. Tyrod Taylor fez um bom trabalho no ano passado, e sua renovação contratual e os reforços importantes de linha ofensiva mostram que a diretoria dos Bills está confiante que Taylor poderá se firmar como o quarterback ideal para a franquia.
Uma alta produção ofensiva, a qual ainda terá os auxílios de LeSean McCoy, Reggie Bush, Sammy Watkins, entre outros, é a principal esperança dos torcedores do Buffalo Bills neste momento, e esses não vêm a hora de testemunharem a franquia de volta a pós-temporada novamente, algo que não acontece desde 1999.
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