Aquilo que o Indianapolis Colts temia – e tentou prevenir – para esta temporada da NFL, está acontecendo: a franquia não fez boas atuações nas duas primeiras semanas da temporada, tendo começado o ano com campanha 0-2. Esse baixo rendimento, é claro, acontece principalmente pela ausência do melhor jogador do time, uma vez que Andrew Luck ainda não está totalmente recuperado de lesão e deverá retornar ao elenco apenas a partir do mês de outubro. Sem ele, os substitutos Scott Tolzien e o recém-contratado Jacob Brissett não têm dado conta do recado.
Desta maneira, os torcedores em Indy já começam a se preocupar em ficar fora dos playoffs por mais um ano – a equipe não chegou ao mata-mata nas duas últimas temporadas. Além disso, o sentimento nostálgico em relação ao tempo em que Andrew Luck estava saudável e fazendo seu time competitivo é inevitável. Em meio a tudo isso, acredito que seja válido afirmar que atualmente nenhuma franquia da liga sente tento a falta de seu quarterback quanto os Colts.
Com Luck, um time que briga nos playoffs
Você deve saber do processo de reformulação que o Indianapolis Colts protagonizou a partir da temporada de 2012. Naquele ano, a franquia encerrou seu histórico vínculo com Peyton Manning pensando no futuro. Futuro esse que passava pela 1ª escolha geral do Draft, a qual colocou na NFL possivelmente o melhor prospecto universitário desde o próprio Manning, e o nome dele é Andrew Luck.
Desde quando chegou aos Colts, Luck mostrou do que era capaz. Tanto que ele esteve nos playoffs em todos os seus três primeiros anos na liga, disputando seis partidas de mata-mata e vencendo três delas. Nessas disputas, saiba que ele protagonizou uma das maiores viradas da história do futebol americano contra o Kansas City Chiefs em 2013, e esteve em uma final de conferência contra o New England Patriots, em 2014. Sobre esse último fato, pare e reflita: o elenco de Indianapolis naquele ano era consideravelmente limitado. A equipe nunca teve um jogo corrido brilhante e nem uma linha ofensiva de elite; isso para não falar das várias fragilidades defensivas do grupo. E me diga quantos quarterbacks da NFL são capazes de liderarem seu time a um jogo de chegar ao Super Bowl com um elenco repleto de incertezas? Atualmente, acredito que apenas Tom Brady e Aaron Rodgers sejam capazes disso, para termos uma noção do nível que Luck conseguiu atingir.
Andrew Luck já disputou cinco temporadas na National Football League. Em três dessas (as primeiras), ele atuou em todas as partidas do ano. O resultado disso? Indy acumulou três campanhas com 11 vitórias e dois títulos de divisão.
Depois da saída de Peyton Manning, o qual teve uma das melhores eras da história da liga pelos Colts, os torcedores da franquia dificilmente esperavam ver seu time figurando no cenário das potências da liga tão cedo. A última temporada de Manning em Indianapolis foi em 2010; em 2012, a equipe já estava de volta aos playoffs. E o que Andrew Luck fez nisso foi simplesmente aquilo que Peyton (e os outros grandes quarterbacks) costumam fazer: ele foi tão bom que todos ao seu lado pareciam ser melhores. Em outras palavras, ele elevou o nível de tudo aquilo que estava ao seu redor.
Sem ele, apenas algumas campanhas medíocres
Foi citado anteriormente que Indy esteve nos playoffs três vezes entre 2012 e 2014 e ainda venceu 33 partidas neste período. Entretanto, saiba que a partir de 2015, o camisa #12 não conseguiu se manter saudável. Em 2015, ele participou apenas de sete partidas do time. Em 2016, o número de jogos disputados subiu para 15, mas visivelmente ele não estava totalmente saudável – tanto que uma cirurgia na última offseason é a razão para ele já ter perdido dois jogos neste ano. Por via de dúvidas, nas duas temporadas em que Andrew não esteve bem fisicamente, o Indianapolis Colts amargou duas campanhas 8-8, e não se classificou mais para os playoffs.
Está cada vez mais claro que o Indianapolis Colts não conseguirá vencer sem Andrew Luck – e a equipe parece não saber como encontrar uma maneira de alcançar isso. Vencer neste caso, não significa triunfar em um ou dois jogos, mas sim convencer e/ou competir diante de grandes adversários que a liga impõe. Neste momento, nem mesmo contra defesas desfalcadas ou ataques instáveis, os Colts têm obtido sucesso.
A verdade é que o elenco do Indianapolis Colts não é tão talentoso assim. A franquia não tem outro quarterback acima da média no banco de reservas (ressalto mais uma vez que não gostei da troca que a equipe fez para ficar com Jacoby Brissett) e nem um running back capaz de vencer jogos sozinho (Frank Gore já tem seus 34 anos). No grupo de recebedores, podemos ver nomes realmente interessantes, mas que ao que tudo indica não conseguirão ter uma produção de elite sem um quarterback de alto escalão lançando a bola. Já a linha ofensiva, a qual recebeu alguns prospectos interessantes nos últimos anos (Anthony Castonzo, Ryan Kelly, Deyshawn Bond), ainda segue longe de ser a ideal.
Defensivamente falando, é preciso destacar o trabalho que Chris Ballard fez em alguns meses no cargo de general manager dos Colts: ele adquiriu peças muito interessantes para o front seven do time, as quais deram outra cara para o setor, e ainda adicionou talentos puros na secundária ao recrutar Malik Hooker e Quincy Wilson. Entretanto, a chegada de reforços e a seleção de calouros, naturalmente, requerem certo tempo para gerar resultados concretos. Tempo esse que, diga-se de passagem, pode ser drasticamente encurtado caso o camisa #12 volte à sua forma ideal.
2017 talvez já esteja acabado para Indy
Andrew Luck já perdeu duas partidas nesta temporada e está confirmado que ele não disputará o duelo da semana 3 também. Nos dois jogos sem Luck, os Colts perderam de duas maneiras que mostram exatamente a falta que o quarterback ex-Stanford faz. Na estreia do ano, Indianapolis foi anulado por uma das defesas mais sólidas da liga. Na outra rodada, o revés veio na prorrogação, com o quarterback reserva lançando uma interceptação crucial no overtime, de um jogo que se Luck tivesse, os Colts teriam vencido.
Este elenco do Indianapolis Colts, mesmo com muitos reforços interessantes que chegaram, ainda é muito limitado. Nem mesmo todo o talento de Luck garante que esta equipe volte a vencer, pelo contrário. Todavia, pelo menos Indy se torna um time competitivo diante de praticamente todas as franquias da liga. No fim das contas, sabemos que a temporada 2017 ainda não começou para Andrew Luck e justamente por isso ela talvez já esteja encerrada para os Colts.
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