Não é preciso ser um grande entendedor de futebol americano para reconhecer a importância que o Draft tem para o esporte. Afinal, o futuro a National Football League acontece ali. É justamente neste evento que as franquias da NFL têm a possibilidade de recrutar nomes promissores e, portanto, planejar bons elencos.
Em 2017, como de costume, o Draft foi um dos mais interessantes dos últimos anos, principalmente na primeira rodada. Trocas, três quarterbacks, dois times com pelo menos duas escolhas, tentativas de steals… Enfim, os primeiros 32 escolhidos da classe de 2017 chamaram a atenção.
Com isso em mente e com a temporada encerrada, nada mais justo que avaliar todos os novatos escolhidos na 1ª rodada do ano passado. Assim sendo, fiz um pequeno resumo (e deixei uma nota) para cada um deles.
*texto atualizado em 18 de fevereiro.
1) Myles Garrett, DE, Cleveland Browns
Quando esteve em campo, Myles Garrett foi o melhor pass rusher dos Browns, e conseguiu pressionar muito bem os quarterbacks adversários. Em 11 partidas disputadas (sendo 9 como titular), a primeira escolha geral de 2017 teve sete sacks, incluindo um fumble forçado. Se não fosse pelas lesões, certamente estaria nas discussões para o prêmio de Calouro Defensivo do Ano.
Nota: B+
2) Mitchell Trubisky, QB, Chicago Bears
Mitchell Trubisky terminou seu primeiro ano na NFL com um rating de 77,5 – e isso não é bom. Verdade seja dita, o Chicago Bears pouco reforçou o arsenal ofensivo para Trubisky, tanto que o melhor algo para o calouro era seu running back. Vimos coisas boas do ex-North Carolina, porém em pouca frequência para uma segunda escolha geral. Nada que preocupe ainda, apesar de tudo.
Nota: C+
3) Solomon Thomas, DE, San Francisco 49ers
Os números de Solomon Thomas ilustram bem como foi o ano do defensor. Foram 41 tackles e 3 sacks para ele, que foi ótimo contra o jogo corrido, porém teve limitações pressionando QBs. Na verdade, esse foi basicamente o único defeito no jogo de Thomas, o que mostra o quanto o futuro deste pass rusher é promissor.
Nota: B
4) Leonard Fournette, RB, Jacksonville Jaguars
Há algum tempo, falei da importância que Leonard Fournette poderia ter para o ataque do Jacksoville Jaguars. E foi exatamente isso que vimos em 207. Fournette teve relativo problema com lesões, mas deu outra cara para o sistema ofensivo de Blake Bortles. Ao todo, foram 1.342 jardas totais e 10 TDs para o camisa #27.
Nota: B+
5) Corey Davis, WR, Tennessee Titans
Corey Davis é o primeiro desta lista que, de fato, ficou abaixo das expectativas. Mesmo tendo sido escolhido na quinta escolha geral, foi apenas o 5º do time em recepções. Além disso, ele não anotou nenhum touchdown até a segunda rodada dos playoffs (em janeiro) – e sua especialidade era nas proximidades da endzone.
Nota: C
6) Jamal Adams, SS, New York Jets
Como novato, Jamal Adams foi ótimo nas coberturas, parando o jogo corrido e como líder no vestiário. Não à toa, obteve 83 tackles, 2 sacks, 6 passes defendidos e 1 fumble forçado. Adams foi o MVP da defesa dos Jets, um dos principais safeties da liga e, por pouco, não foi o melhor calouro de defesa da temporada.
Nota: A+
7) Mike Williams, WR, Los Angeles Chargers
Mike Williams foi mais um recebedor de primeira rodada que decepcionou. Tudo bem que ele teve uma séria lesão nas costas, a qual certamente limitou sua produção ao longo do ano. De qualquer maneira, ela participou de 11 jogos em 2017, esteve em 234 snaps, e produziu muito pouco: 11 recepções e 95 jardas.
Nota: D
8) Christian McCaffrey, RB, Carolina Panthers
Por mais um ano, os Panthers tiveram problemas em seu grupo de recebedores. Todavia, é preciso dizer que, se não fosse por Christian McCaffrey, teria sido ainda pior. O ex-Standford foi o segundo jogador do time com mais jardas recebidas e se tornou o único running back calouro a ter 70/+ recepções e 5/+ TDs em um ano.
Nota: B
9) John Ross, WR, Cincinnati Bengals
John Ross é o calouro de primeira rodada da classe de 2017 com mais chances de ser cortado, teoricamente falando. O wide receiver esteve saudável pela maioria da temporada, porém participou apenas de 17 snaps, nos quais não teve nenhuma recepção, só 12 jardas corridas e um fumble sofrido. A temporada de estreia de Ross não poderia ter sido pior.
Nota: F
10) Patrick Mahomes, QB, Kansas City Chiefs
Na prática, ainda não vimos Pat Mahomes na NFL, uma vez que ele só atuou na semana 17 da temporada regular. Quando jogou “para cumprir tabela”, foi bem, assim como na pré-temporada: mostrou ótimo braço, liderança e bom comportamento no pocket. Mahomes será titular em 2018 e as expectativas são as melhores possíveis para ele.
Nota: sem nota
11) Marshon Lattimore, CB, New Orleans Saints
Marshon Lattimore não venceu prêmio de Calouro Defensivo do Ano por acaso. Ele foi o melhor novato de defesa da temporada e, muito possivelmente, o melhor de toda a classe. Ótimo nas coberturas, dinâmico, explosivo e versátil, Lattimore terminou 2017 com 5 interceptações e foi um dos grandes responsáveis pela surpreendente temporada dos Saints.
Nota: A+
12) Deshaun Watson, QB, Houston Texans
Pelas primeiras seis semanas da temporada, Deshaun Watson foi o melhor quarterback entre os calouros. Neste período, ele teve campanha 3-3, tendo liderado os Texans a mais de 30 pontos em cinco dessas partidas. Antes de se lesionar e perder o restante do campeonato, tinha 19 TDs e 8 interceptações, com um rating de 103. Ainda assim merece ótima avaliação.
Nota: B+
13) Haason Reddick, LB, Arizona Cardinals
Haason Reddick foi bem como novato em 2017, porém esteve longe de ser ótimo. Em outras palavras, se não tivesse sido recrutado na primeira rodada, teria sido um ano acima das expectativas. Por se tratar da 13ª escolha geral, precisava ter rendido mais. Contudo, isso tudo é algo que deve ser aperfeiçoado nas próximas temporadas.
Nota: B-
14) Derek Barnett, DE, Philadelphia Eagles
Mesmo atuando na ótima rotação da linha defensiva dos Eagles, Derek Barnett teve boa participação e, quando apareceu, foi muito bem. Ele foi acima das expectativas contra o jogo corrido e pressionou muito bem os QBs adversários, como já era esperado. O futuro de Barnett promete bastante.
Nota: B+
15) Malik Hooker, FS, Indianapolis Colts
Nas primeiras sete semanas da temporada, até se lesionar e ficar fora do restante do campeonato, Malik Hooker deu sinais que pode se tornar uma estrela na NFL. Nesse tempo, foram 22 tackles, 3 INTs e 4 passes defendidos. Por vários snaps, Hooker nem parecia um novato. Se a grave lesão não atrapalhar futuramente, tem tudo para se tornar um dos principais safeties da liga.
Nota: B
16) Marlom Humphrey, CB, Baltimore Ravens
Enquanto na primeira metade da temporada Marlum Humphrey teve dificuldades em se firmar no primeiro time dos Ravens devido aos ótimos cornerbacks do time, quando isso acabou acontecendo, o ex-Alabama se mostrou ótimo nas coberturas, tanto individuais quanto em zona. De acordo com o Pro Football Focus, QBs adversários tiveram rating de apenas 53,5 quando lançaram nas coberturas feitas por Humphrey.
Nota: B+
17) Jonathan Allen, DT, Washington Redskins
O Washington Redskins arriscou em um dos potenciais grandes steals do Draft 2017 ao escolher Jonathan Allen. Pelo que vimos neste ano, ainda existe esperança por parte dos Redskins. Allen teve problemas com lesões, as quais limitaram seus snaps e consequentemente a produtividade, porém teve lampejos de quanto pode render no futebol americano profissional.
Nota: B-
18) Adoree’ Jackson, CB, Tennesee Titans
Aquele cornerback que oscilou bastante no primeiro mês de temporada nem parece aquele que terminou o ano como um dos principais novatos da liga pelos Titans. Em 2017, Adoree´ Jackson respondeu todas as incertezas sobre o seu jogo, especialmente nas coberturas, que tanto o prejudicaram em USC. Como se não bastasse, ele atuou como retornador e até mesmo como running back para Tennessee. Ele foi o segundo jogador de toda a NFL que mais participou de snaps no ano (1.260).
Nota: A-
19) O. J. Howard, TE, Tampa Bay Buccaneers
Pelo que era esperado de O. J. Howard, seu ano de calouro foi abaixo das expectativas. Todavia, é preciso dizer que a culpa disso ter acontecido não foi do tight end, mas sim da baixa produção ofensiva dos Buccaneers. Como um jogador do talento de Howard recebeu apenas 26 passes no campeonato? Ainda assim, saiba que 19 dessas recepções foram convertidas em first downs e seis foram touchdowns. Se Jameis Winston buscar mais o TE e ele próprio evoluir nos bloqueios, tem tudo para concretizar às previsões e se tornar um dos principais da posição na atualidade.
Nota: B-
20) Garett Bolles, OT, Denver Broncos
Quando um offensive tackle novato atua por 1.107 snaps, é injusto dizer que ele teve uma temporada ruim. No caso de Garett Bolles, especificamente, o bloqueador foi prejudicado pela má fase da linha ofensiva do Denver Broncos. Em meio à circunstâncias instáveis, Bolles se saiu bem nos bloqueios para o jogo corrido e foi decente protegendo os (vários) QBs que estiveram à sua volta. Os torcedores dos Broncos ainda têm motivos para confiarem no camisa #72.
Nota: B
21) Jarrad Davis, LB, Detroit Lions
Particularmente falando, esperava mais de Jarrad Davis no primeiro ano do linebacker na NFL. Combatendo o jogo terrestre, Davis apareceu muito bem. Todavia, em jogadas de passe, o ex-Florida teve sérios problemas – e já temíamos isso antes de 2017. A força e explosividade de Jarrad Davis sobressaíram nesta temporada. Contudo, a habilidade técnica e adaptação ao estilo de jogo da liga, fatores essenciais quando estamos tratando de um middle linebacker, deixaram a desejar.
Nota: C+
22) Charles Harris, DE, Miami Dolphins
Quem me acompanha regularmente sabe que não gostei da escolha dos Dolphins por Charles Harris – e 2017 ilustrou bem isso. Em algumas jogadas, é possível perceber o talento de Harris e a capacidade que ele tem de pressionar os quarterbacks adversários. Mas isso aconteceu com pouca frequência nesta temporada. De um modo geral, ele fez parte da decepcionante temporada do pass rush de Miami.
Nota: C+
23) Evan Engram, TE, New York Giants
Quando olhamos para a produção de Evan Engram em 2017 (64 recepções, 722 jardas e 6 TDs), temos a impressão que ele foi muito bem. Todavia, a verdade é que não foi exatamente assim. Na maioria das vezes, Engram teve que fazer papel de wide receiver para New York, já que Odell Beckham Jr., Brandon Marshall e Sterling Shepard tiveram problemas com lesões. Desta maneira, fica difícil julgar o primeiro ano #88, que ainda sofreu com alguns drops e principalmente para executar bloqueios.
Nota: C+
24) Gareon Conley, CB, Oakland Raiders
O talento de Gareon Conley é algo indiscutível. Todavia, os problemas fora dos gramados e as lesões – problemas que estiveram ao lado de Conley muitas vezes no college football, continuaram prejudicando o cornerback em 2017. Para 2018, em tese, ainda é titular absoluto dos Raiders.
Nota: sem nota
25) Jabrill Peppers, SS, Cleveland Browns
Fica difícil julgar um safety calouro na instável secundária do Cleveland Browns. Todavia, pelo que vimos em 2017, o risco feito pelos Browns ao destinar uma de suas escolhas por Jabrill Peppers ficou ainda maior. Em seu primeiro ano na NFL, Peppers não foi mais que um titular decente, pelo contrário. 2018 já será um ano crucial para a carreira de Jabrill Peppers na liga.
Nota: C
26) Takkarist McKinley, OLB, Atlanta Falcons
Takkarist McKinley correspondeu aos Falcons exatamente da forma como era esperado para uma 26ª escolha geral. Mesmo atuando ao lado de sólido pass rushers em Atlanta, McKinley totalizou seis sacks, quatro hits e outras 21 pressões em 236 snaps que participou em 2017. Ao que tudo indica, o Atlanta Falcons já tem sua dupla de pass rushers definidos para o futuro – e será difícil encontrar uma melhor que Takkarist McKinley e Vic Beasley.
Nota: B
27) Tre´Davious White, CB, Buffalo Bills
Poucos cornerbacks foram tão subestimados na última temporada quando Tre´Davious White. Ao lado de Lattimore, ambos são os maiores candidatos a futuros shutdown corners da NFL. Em 2017, White teve 69 tackles, 4 interceptações, 18 passes defletidos e 1 fumble forçado. Seu total de passes defendidos foi a melhor marca entre calouros, enquanto todos os seus cinco turnovers aconteceram no último período – a melhor marca entre todos os jogadores da liga.
Nota: A
28) Taco Charlton, DE, Dallas Cowboys
Taco Charlton é mais um daqueles casos que o pass rusher joga bem, porém acaba não conseguindo corresponder às expectativas de uma primeira rodada. Verdade seja dita, Charlton foi “atrapalhado” pelo desempenho surpreendente da linha defensiva dos Cowboys, especialmente no caso de Demarcus Lawrence. De qualquer maneira, ainda existe uma boa esperança quanto ao futuro do camisa #97 na National Football League.
Nota: C+
29) David Njoku, TE, Cleveland Browns
De um modo geral, David Njoku foi o melhor tight end calouro desta temporada. Em termos de estatísticas, Njoku não impressionou, mas a verdade é que ele precisa apenas de um bom quarterback lançando a bola para ele. Em 2017, o camisa #85 foi sólido nos bloqueios, mostrou-se adaptado à dinâmica do nível profissional, foi fiel nas rotas e acabou como um bom alvo na red zone.
Nota: B+
30) T. J. Watt, OLB, Pittsburgh Steelers
T. J. Watt precisou apenas de um jogo para mostrar todo o impacto que pode ter dentro de campo – em sua estreia na NFL, totalizou 2 sacks e uma interceptação. Pressionando quarterbacks, limitando corridas dos oponentes, bloqueando passes… Watt atuou como um veterano em 2017. Alguém duvida que, se o último Draft acontecesse novamente, T. J. Watt teria sido uma escolha Top 15 (ou até melhor que isso)?
Nota: A-
31) Reuben Foster, LB, San Francisco 49ers
Assim como os Redskins com Jonathan Allen, o San Francisco 49ers buscou um dos principais steals do Draft ao optar por Reuben Foster. A questão quanto a Foster era sua forma física e capacidade de se manter longe dos problemas extra campo. Pelo menos no primeiro ano profissional, tudo isso aconteceu dentro do esperado. Foster foi o principal linebacker dos Niners e, em termos de talento, dá indícios que pode corresponder ao passado de ótimos linebackers do time.
Nota: A-
32) Ryan Ramczyk, OT, New Orleans Saints
Ryan Ramczyk foi o melhor offensive lineman calouro da temporada 2017 – e não é à toa que ele participou de todas as jogadas dos Saints no ano. Diga-se de passagem, a linha ofensiva de New Orleans foi uma das grandes surpresas do campeonato, e certamente isso não aconteceria se não fosse pelas ótimas atuações de Ramczyk.
Nota: A
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