A temporada passada foi atípica para o New York Giants em vários sentidos. Primeiramente, foi um ano decepcionante para um time que, por todos os reforços e elenco que tinha, era candidato ao título da Conferência Nacional. Em segundo lugar, é preciso destacar a campanha 3-13 da franquia, o pior aproveitamento desde 1974. Por fim, a ida de Eli Manning para o banco de reservas foi algo que jamais havia sido presenciado desde quando o QB chegou à NFL em 2004.
Em 2017, dos dois lados do bola os Giants foram pífios. Tanto que a defesa do time sofreu em média 24,2 pontos por partida (5ª pior marca da NFL), e o ataque marcou menos de 16. Em nenhum (!) quesito geral importante New York esteve na parte de cima (entre os 16 melhores) da liga. Tudo isso, junto à idade e dois anos instáveis seguidos de Manning, nos quais combinados ele teve menos de sete jardas por tentativa, 63% de aproveitamento nos passes e 4.000 jardas aéreas, e totalizou para 45 touchdowns e 38 turnovers sofridos, fez com que a expectativa de uma nova era surgisse no New York Giants. Afinal, perante à uma classe repleta de quarterbacks promissores, era a chance que a franquia tinha de encontrar um sucessor para Eli.
Em outras palavras, Manning não vem de bons anos e já “flerta” com a aposentadoria; o elenco novaiorquino tem nomes talentosos em outras posições mas não tem conseguido temporadas vitoriosas; os Giants tinham a segunda escolha geral; e a classe de QBs era especial. Teoricamente, tudo se encaixaria muito bem.
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Todavia, Dave Gettleman não pensou assim no Draft 2018. Ao invés de pensar no futuro do New York Giants e tentar traçar um caminho próspero para ele, o general manager se preocupou em vencer agora. Como ele fez isso? Buscando ajuda para Eli Manning, em setores vulneráveis dos Giants nos últimos anos, diga-se de passagem. Isso explica a contratação de Nate Solder, e mais ainda porque Will Hernandez e Saquon Barkley foram recrutados. Isso mesmo, além de uma linha ofensiva quase que inteiramente nova (e talentosa), New York, depois de muitos anos, volta a ter um running back realmente talentoso e capaz de fazer a diferença dentro das quatro linhas (o último corredor de NY a ser chamado no Top 5 de um draft havia sido Tucker Frederickson, em 1965).
Para encontrar o último ótimo running back do New York Giants, é preciso voltar ao período entre 2004 e 2006, quando Tiki Barber ainda era o corredor do time. Barber foi o último RB da franquia a ir ao Pro Bowl, ter pelo menos 1.500 jardas terrestres ou até mesmo ser o titular no 16 jogos de uma temporada. De fato, nomes como Ahmad Bradshaw, Brandon Jacobs e Derrick Ward tiveram bons anos desde então (todos eles correram para mais de mil jardas pelo menos uma vez), mas a verdade é que nenhum deles era uma real ameaça às defesas adversárias como um exímio running back nº 1 deve ser. Nomes como Andre Brown, John Conner e mais recentemente Rashaad Jennings, Paul Perkins, Shane Vereen, Orleans Darkwa, aventuraram-se como titulares de New York alguma vez, mas sem o sucesso apropriado.
Assim sendo, Barkley pode marcar o fim da linha para essa “seca de running backs realmente especiais”. Na verdade, pelo que foi visto do camisa #26 em Penn State, ele deve conseguir isso, ainda mais com uma linha ofensiva reforçada em dois setores importantíssimos. Gettleman mostrou que ainda acredita em Eli Manning, mas que reconhece a atual conjuntura do time e como o futebol americano profissional tem funcionado na atualidade.
Saquon Barkley pode ser a peça certa para um Eli Manning de 37 anos de idade
Saquon Barkley é um daqueles running backs modernos, os quais possibilitam que uma franquia construa um projeto e/ou sistema baseado neles. Em três temporadas no college football, além de um bom retornador de chutes, Barkley totalizou 5.038 jardas (sendo 3.843 terrestres) e 51 touchdowns. Tudo isso em 773 jogadas, o que dá a ele uma média de 6,5 jardas por toque na bola e um TD a cada 15,16 jogadas aproximadamente – incrível. Como os norte americanos gostam de definir, Saquon é um exímio home run hitter, ou seja, uma real ameaça à grandes e efetivas jogadas quando está em campo. Como visto, partindo do backfield, isso é algo que o New York Giants não viu acontecendo frequentemente na era Eli Manning.
Aliás, Manning será o grande beneficiado pelos reforços da linha ofensiva e chegada de Saquon Barkley. Com o jovem running back em campo e sabendo de tudo que está por trás de Eli, o ataque, agora comandado pelo também novo head coach Pat Shurmur, estará mais balanceado, com as defesas adversárias atentas tanto para o jogo aéreo com Odell Beckham Jr., Evan Engram ou algum outro nome quanto para as corridas e passes curtos para Barkley.
O New York Giants, de fato, precisa pensar no futuro, já que uma nova era deve começar em breve na franquia. Todavia, vale ressaltar que uma das eras mais vitoriosas da história dos Giants ainda está acontecendo – Eli Manning não se aposentou. O atual New York Giants, então, precisava de alguém realmente especial, que se transformasse no melhor amigo de Manning dentro de campo. Ao buscar Saquon Barkley, Gettleman foi além do pensamento de vencer agora. Ele talvez tenha dado um recomeço/novo incentivo ao verdadeiro New York Giants.
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