A primeira partida da rodada de Thanksgiving na NFL foi concluída (todas terão suas conclusões no Shotgun, aliás). Em campo, mesmo sem Mitchell Trubisky, o Chicago Bears conseguiu mais uma vitória contra o Detroit Lions, por 23-16. O sistema defensivo dos Bears foi chave para o triunfo do time novamente. Esta foi a segunda vez em três semanas que Chicago e Detroit se encontraram. Os Bears venceram ambas as ocasiões por um placar combinado de 57-38.
Abaixo, estão minhas conclusões sobre o embate que abriu a semana 12 da NFL!
O sistema ofensivo de Matt Nagy fez Chase Daniel funcionar
A genialidade ofensiva de Matt Nagy esteve à prova mais uma vez nesta semana 12 – e ele passou no teste. Isso porque, menos de dois dias antes do confronto contra os Lions (detalhe: em uma semana curta), ele recebeu a notícia de que Mitchell Trubisky não teria condições de jogo. Assim sendo, o Chicago Bears foi a campo fora de casa, diante de um rival divisional, com Chase Daniel. Daniel não era titular em uma partida oficial desde 2014. Na carreira, o veterano teve 78 passes tentados até então, com um touchdown e uma interceptação.
Contra Detroit na rodada de Thanksgiving, então, Daniel teve, de longe, o melhor desempenho da carreira. Ele se mostrou confortável no pocket para passes longos e, como de costume no sistema de Matt Nagy, trabalhou bastante com passes curtos para running backs. Dez dos 27 passes completados por Chase Daniel foram para corredores. O QB ainda totalizou 230 jardas e dois TDs no embate, sem sofrer turnover.
O Chicago Bears conquistou mais um triunfo somando desta vez 226 jardas aéreas (já excluindo as perdidas em sacks) e sofrendo apenas um turnover. A média da franquia em 2018 é de 235 jardas aéreas por jogo. Isso para não falar que o jogo corrido de Chicago pouco produziu contra Detroit, totalizando somente 38 jardas em 15 tentativas. Ou seja, Nagy merece crédito pode ter mantido o sistema ofensivo competitivo com um quarterback reserva e em condições adversas.
Aliás, resgatar os bons desempenhos de Jordan Howard talvez seja o próximo passo do novo head coach dos Bears.
A defesa dos Bears não perdoa muitos erros
O sistema defensivo de Chicago brilhou por mais uma semana. É impressionante o quão encaixada está a defesa dos Bears neste momento. Sem dúvidas, aquele setor que era reconhecido como um dos mais subestimados da NFL, hoje é reconhecidamente um dos melhores da liga.
Diante do Detroit Lions, verdade seja dita, o Chicago Bears teve dificuldade parando o jogo corrido. LeGarrette Blount e companhia somaram 111 jardas terrestres e dois touchdowns contra a melhor defesa da NFL no quesito, a qual chegou à semana 12 permitindo menos de 78 jardas pelo chão por confronto.
Contudo, a defesa dos Bears teve sucesso em especial contra o ataque aéreo dos Lions desta vez. Matthew Stafford ficou limitado à 6,2 jardas por tentativa, não lançou TD e foi interceptado duas vezes. Ambas as INTs aconteceram no último período, sendo uma delas retornada para TD por Eddie Jackson. Este foi o 6º touchdown defensivo do Chicago Bears neste campeonato. E o segundo de Jackson em cinco dias.
Foi mais um desempenho em alto nível de um sistema defensivo que não deixa a desejar em nenhum dos três níveis.
Os “itens” mais importantes do Chicago Bears em 2018
Se fossemos listar os três fatores mais importantes dos Bears neste ano (coletivo ou individual), acho que meus votos ficariam assim.
1) Khalil Mack – Referência técnica em uma das principais defesas da liga, Mack é o MVP do time em 2018.
2) Defesa em geral – Temos visto playmakers em todos os níveis deste sistema defensivo. Quando o pass rush não brilha, a secundária aparece, como hoje, por exemplo. Ou vice-versa.
3) Matt Nagy – Em poucos meses de trabalho, vemos claramente que o ataque do Chicago Bears tem um sistema. O leque de jogadas parece cada vez maior, aliás. E Mitchell Trubisky já totaliza 23 TDs na temporada.
Uma derrota dessas é inaceitável para Stafford
Matthew Stafford jogou em casa, contra um QB que raramente foi titular na carreira, viu seu jogo corrido ter 73 jardas e dois TDs a mais que o adversário, e ainda assim saiu derrotado. Não é só o revés em si que decepciona os torcedores dos Lions: Stafford obteve 28/38 nos passes, 236 jardas e duas interceptações no duelo.
Estamos falando de um quarterback que está em sua 10ª temporada na NFL. Nesse período, ele nunca venceu a NFC Norte – e sabe que ficará mais um ano assim. Diga-se de passagem, os Lions ficarão mais um ano sem vencer um jogo de playoffs, sequência que dura desde 1991.
Na carreira, Stafford agora tem campanha 5-18 contra adversários com uma defesa Top 5 em pontos cedidos por confronto.
Kenny Golladay merece créditos
Ainda sobre os Lions, uma notícia boa foi que Kenny Golladay se saiu bem mais uma vez. Ele não conseguiu segurar um passe na endzone apesar de ter as duas mãos na bola em determinado momento, porém era um lance complicado. Nesta semana 12, Golladay totalizou cinco recepções e 90 jardas.
Assim sendo, o segundo-anista soma 203 jardas recebidas e um touchdown nas duas últimas rodadas, quando Detroit foi a campo sem Golden Tate e Marvin Jones pela primeira vez em anos. Sem dúvidas, uma das razões para a troca envolvendo Tate foi o desempenho de Golladay por lá. A franquia sabia que tem um substituto para o veterano.