Estamos a poucos dias de conhecermos as duas franquias que disputarão o Troféu Vince Lombardi no U.S Bank Stadium no dia 4 de fevereiro. Neste domingo, teremos as Finais de Conferência da NFL acontecendo, as quais promete fazer jus ao que foi a temporada 2017 e, principalmente, vem sendo estes playoffs.
Enquanto em um dos confrontos teremos mais um duelo típico “Davi contra Golias”, já que o forte New England Patriots (que disputa a sétima final de AFC consecutiva) enfrenta o Jacksonville Jaguars (que não ia à pós-temporada desde 2007). Pela Conferência Nacional, estarão frente a frente dois dos times mais equilibrados da NFL em Philadelphia Eagles e Minnesota Vikings – aliás, essas duas franquias se parecem bastante em termos de organização da equipe. Ambas não têm um ótimo quarterback, mas contam com linhas ofensivas acima da média e um jogo corrido produtivo. Do outro lado da bola, as duas defesas são ótimas. No fim das contas, como de costume, a expectativa é de dois confrontos muito equilibrados.
Assim sendo, analisei o principal ato que cada time precisa ter ao seu favor se quiser triunfar no domingo e garantir o passaporte para Minnesota na primeira semana de fevereiro.
#1 New England Patriots x #3 Jacksonville Jaguars
Domingo, 21 de janeiro, às 18hrs
Patriots: proteger Tom Brady
Existe um nível de quarterback na National Football League, o mais alto entre todos os outros, diga-se de passagem, que os nomes que podem ser incluídos nele estão em um patamar que o tornam quase impossíveis de serem parados dentro de campo – e Tom Brady certamente é um deles. Em outras palavras, não importa se o seu time tem os sete melhores defensive backs da liga em campo. Brady encontrará uma maneira de avançar. Para ter sucesso contra QBs deste patamar, então, a melhor coisa a se fazer é pressioná-los. Se existe uma forma de incomodar as decisões de Tom Brady ao longo das partidas, é deixando o pocket desconfortável para ele.
E os números não mentem neste sentido: em partidas que o camisa #12 sofre 1/- sacks, ele tem campanha 75-13 (85,2% de aproveitamento). Em jogos que ele é sackado em 2 ou 3 ocasiões, seu aproveitamento cai para 75,4%, com 52 triunfos em 69 oportunidades. Contudo,nos confrontos em que Brady sofre 4/+ sacks, são 13 vitórias e 8 derrotas (61%).
Portanto, considerando tudo isso e sabendo que a defesa do Jacksonville Sacksonville Jaguars foi a mais eficiente da NFL em 2017 pressionando quarterbacks (isso aconteceu 56 vezes na temporada), New England sabe que a primeira (e mais importante) coisa a ser feita no Gillette Stadium no próximo domingo é contar com uma boa atuação da linha ofensiva.
Jaguars: encontrar uma segunda opção no ataque
No futebol americano, uma coisa é fato: grandes treinadores buscam, num primeiro momento, anular a maior força do adversário. E normalmente conseguem, aliás. Foi assim, por exemplo, quando os Seahawks enfrentaram os Broncos de Peyton Manning no Super Bowl. Além disso, lembre-se também do ótimo trabalho feito por Nick Saban quando Alabama encarou LSU, na época com Leonard Fournette inspirado. Saban “acabou” com o jogo terrestre dos Tigers e, com relativa facilidade, conseguiu vencer em todos os confrontos contra eles.
Desta maneira, estou certo que Bill Belichick, um dos melhores head coaches de todos os tempos, fará de tudo para conter Fournette (e o ataque corrido dos Jaguars como um todo), ainda mais depois da ótima atuação que esse teve contra os Steelers. Ofensivamente, o jogo terrestre é a maior força de Jacksonville – a equipe tem campanha 5-1 quando Leonard Fournette ultrapassa as 100 jardas corridas.
Dito isso, o Jacksonville Jaguars precisará encontrar uma segunda opção para marcar pontos. Se o running back calouro for mesmo o centro das atenções de Belichick, algo como Blake Bortles e/ou o time de especialistas em um dia inspirado (ou algo do time) precisarão pontuar. Não espere ver Jacksonville derrotando New England sem ter pelo menos 25 pontos anotados.
Fique de olho também
Os Jaguars talvez sejam o time mais empolgado da NFL neste momento, algo relativamente natural pela explosiva defesa e rara fase da equipe. De qualquer maneira, o momento do jogo também será crucial para que Tom Brady consiga chegar ao oitavo Super Bowl de sua carreira. Tenha em mente que Jacksonville já marcou oito touchdowns defensivos nesta temporada (a melhor marca da NFL), mas que Brady só foi interceptado oito vezes em 2017 (2ª melhor marca da liga entre QBs com pelo menos 500 tentativas).
#1 Philadelphia Eagles x #2 Minnesota Vikings
Domingo, 21 de janeiro, às 21h40min
Eagles: forçar turnovers
Desde que Carson Wentz se lesionou, o ataque do Philadelphia Eagles não é o mesmo – e estranho seria se fosse, na verdade. Aquele sistema ofensivo que era o 3º melhor da NFL em conversões de terceiras descidas só converteu 7 das 30 oportunidades que teve nas últimas três semanas da temporada regular. Tudo bem que esse aproveitamento subiu para quase 50% contra os Falcons na semana passada. Todavia, existe uma enorme diferença entre a defesa de Atlanta para a de Minnesota. Ademais, se com Wentz os Eagles tinham aproveitamento de quase 70% na red zone, nas últimas três semanas ele caiu para 33,3%.
Em outras palavras, tudo isso mostra que o ponto forte de Philly não é mais seu sistema ofensivo, mas sim o defensivo. Dificilmente o Philadelphia Eagles conseguirá avançar para o Super Bowl com um dia quase perfeito de Foles e com vários ótimos lances do QB. No próximo domingo, os Eagles precisarão ver sua defesa fazendo grandes jogadas, seja em sacks ou, principalmente, forçando turnovers.
Os Vikings sofreram apenas 14 turnovers na temporada, a 3ª melhor marca da NFL. Se Philadelphia conseguir interceptar Case Keenum um ou duas vezes e/ou forçar algum fumble, por exemplo, Minnesota estará em uma situação anormal daquela que a equipe enfrentou durante basicamente toda a temporada.
Vikings: deixar o jogo nas mãos de Nick Foles
Ver a defesa dos Eagles forçando turnovers, vencendo a batalha nas trincheiras e tomando conta da partida, é tudo que o Minnesota Vikings precisa evitar, ainda mais com Case Keenum como quarterback (ele não é um quarterback que aparenta estar preparado para ficar sujeito a isso) e Latavius Murray, que começou o ano como 2º corredor do time, na posição de running back.
Para que os Vikings tenham sucesso no confronto, entre os fatores mais importantes, está “colocar pressão em Nick Foles, direta ou indiretamente” – e isso pode acontecer em decorrência de diversos fatores. Primeiramente, se o ataque de Minnesota souber cuidar bem da bola e executar um plano de jogo inteligente, ele evita com que a defesa dos Eagles tome as rédeas do confronto. Além disso, impedir que o jogo terrestre de Philly esteja confortável será ainda mais crucial para colocar a bola nas mãos de Nick Foles.
Uma vez que Foles for obrigado a resolver a partida, principalmente se isso acontecer antes do último período da partida, Minnesota deverá estar em uma situação ideal para que sua defesa faça aquilo que fez de melhor durante a temporada regular da NFL: ela foi a melhor da liga em jardas totais cedidas por partida (275,9) e a segunda melhor em jardas aéreas permitidas por confronto (192,4).
Fique de olho também
Incluindo playoffs, o Minnesota Vikings marcou pelo menos 23 pontos em cinco dos últimos sete jogos que disputou – e isso, tendo em vista a excelente defesa da franquia, é uma das grandes razões dos resultados positivos. Ao mesmo tempo, saiba que o Philadelphia Eagles cedeu em média 13 tentos por jogo em 2017 jogando como mandante (contando pós-temporada), e somente 7,25 pontos nos últimos quatro jogos em casa. Philly não cede mais de 10 pontos jogando no Lincoln Financial Field desde o dia 5 de novembro.
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