A 13ª semana da NFL foi, no mínimo, inusitada. Isso porquê ela marcou a primeira vez desde a temporada de 1997 que pelo menos um dos irmãos Manning (Peyton e Eli) não estavam em campo. No caso do caçula, foi porque McAdoo incoerentemente o colocou no banco de reservas. Mas essa decisão não durará por muito tempo. Além disso, depois de mais de mil dias, pudemos ver Josh Gordon de volta à NFL com a camisa dos Browns. E também, houve a estreia de Jimmy Garoppolo em San Francisco.
No mais, vale destacar a disputa pelos playoffs da Conferência Nacional, que segue espetacular; a esperança dos Packers, que ainda aguardam ansiosamente pela volta de Aaron Rodgers; e outras rápidas conclusões tanto da NFC quanto da AFC!
O (tarde) fim da linha para Ben McAdoo
A semana 13 foi a gota d’água: após mais uma derrota – e desta vez sem Eli Manning como quarterback, o New York Giants decidiu demitir o treinador Ben McAdoo. Em 2017, os Giants têm campanha 2-10, incluindo o segundo pior ataque e a pior defesa da NFL em pontos marcados e permitidos por partida, respectivamente, e foram eliminados dos playoffs antes mesmo da temporada regular chegar ao mês de dezembro.
Verdade seja dita, considero algo surpreendente o fato de Ben McAdoo ter permanecido como head coach dos Giants até dezembro; ele merecia ter sido demitido antes. Ao que tudo indica, há pelo menos um mês McAdoo “perdeu o vestiário do time”, as vitórias não aconteceram neste período (assim como as boas atuações), e ter colocado Eli Manning no banco de reservas foi uma das decisões mais questionáveis dos últimos anos no futebol americano profissional. Culpar apenas Ben McAdoo pela pífia temporada do New York Giants seria injustiça. Contudo, é preciso reconhecer a considerável parcela de culpa do head coach neste processo e que demití-lo foi a melhor decisão.
Jimmy Garoppolo estreou exatamente da forma como os torcedores dos 49ers esperavam
Uma das grandes histórias desta semana 13 foi a estreia de Jimmy Garoppolo como quarterback do San Francisco 49ers, contra o Chicago Bears. De uma maneira geral, os torcedores dos 49ers não assistiram ao jogo torcendo para que Garoppolo brilhasse e lançasse para 300 jardas e 4 TDs. Não era esse principal objetivo da contratação deste QB; a temporada 2017 já está acabada para San Francisco. Os fãs dos Niners queriam ver as primeiras impressões de seu novo líder para saber se podem confiar nele para as próximas temporadas – e Garoppolo não decepcionou.
Certamente que estamos falando apenas de uma partida, a qual ainda foi diante da instável defesa do Chicago Bears. Entretanto, Jimmy Garoppolo se mostrou um exímio veterano na posição de quarterback, com capacidade de vencer seus jogos, independentemente do que os números indicarem. Diante dos Bears, o camisa #10 terminou a partida com 26/37 nos passes, 293 jardas, nenhum touchdown e uma interceptação. Como adiantado, nada espetacular. Todavia, Garoppolo apresentou ótima precisão nos lançamentos, essencial presença no pocket e soube envolver seus companheiros no plano de jogo – oito jogadores diferentes receberam pelo menos um passes nos 49ers.
No fim das contas, San Francisco conheceu sua segunda vitória na temporada, com um field goal convertido nos segundos derradeiros do confronto. Diga-se de passagem, na campanha da vitória, Jimmy Garoppolo completou cinco dos seis passes que tentou e deixou o kicker Robbie Gould em ótima posição para anotar um chute de apenas 24 jardas. Isso é tudo que os torcedores dos 49ers queriam ver!
Bem-vindo de volta, Josh Gordon!
Depois de exatos 1.077 dias (é isso mesmo, mil e setenta e sete), contra os Chargers, o Cleveland Browns pode ver Josh Gordon nos gramados novamente. Afinal, após ter sido suspenso e barrado várias vezes pelo uso de substâncias ilegais e não ter conseguido mais jogar desde 2014, Gordon retornou ao elenco dos Browns. Aliás, em apenas 60 minutos de futebol americano, ficou claro o talento deste wide receiver.
Josh Gordon teve 11 passes lançados em sua direção, tendo recebido quatro deles, para 85 jardas – a maior marcar de Cleveland na partida. E isso inclui uma ótima recepção de 39 jardas, em um lance que um WR qualquer provavelmente não teria o equilíbrio e noção de campo para agarrar a bola. Ao fim do confronto, ficou claro que Gordon ainda é o jogador mais talentoso deste Cleveland Browns e que podemos ter a volta de um grande recebedor concretizada.
LEIA MAIS: Afinal, quem é Josh Gordon?
Os Packers ainda podem sonhar
Olhando para a classificação da Conferência Nacional neste momento, é difícil imaginar que um time vá aos playoffs com mais de seis derrotas – a última equipe das vagas de Wild Card é o Carolina Panthers, com 7-4. Com isso em mente, fica fácil entender porquê a vitória do Green Bay Packers sobre o Tampa Bay Buccaneers foi tão importante.
Após 13 semanas disputadas, os Packers têm campanha 6-6 e, tendo em mente que Aaron Rodgers pode (e deve) voltar a partir da semana 15 se realmente for necessário, é possível dizer que o time ainda pode acreditar na classificação. Como mostrado, estima-se que Green Bay precise vencer seus próximos quatro confrontos do calendário, que serão contra Browns, Panthers, Vikings e Lions. Contra Cleveland, time que ainda não venceu em 2017, é imaginável que Brett Hundley consiga mais um triunfo. Depois disso, diante de três adversários que estão à frente dos Packs na tabela de classificação (e Carolina e Detroit neste momento são adversários diretos dos cabeças-de-queijo), tudo é possível se Aaron Rodgers estiver em campo.
Tenho três certezas na NFC…
1) A defesa dos Vikings não está para brincadeira. Você viu o que a defesa do Minnesota Vikings fez com o ataque do Atlanta Falcons? A franquia de Mike Zimmer simplesmente permitiu apenas nove pontos, um first down e uma ida à red zone para o ataque dos Falcons, que havia marcado 95 pontos nos últimas três rodadas até então. Agora já são seis vezes em que adversários não marcaram mais de 16 pontos contra Minnesota.
2) Russell Wilson merece totais créditos como MVP da temporada. Mais uma rodada da NFL se passou e novamente Russell Wilson brilhou. Vale ressaltar que desta vez não foi um show qualquer do camisa #3: ele desbancou os Eagles, time de melhor campanha da temporada até o momento. Novamente com jogadas inacreditáveis (algumas vezes o apelido “Stephen Curry da NFL” faz sentido em Seattle), Wilson lançou para 3 TDs e não teve interceptações, liderando os Seahawks à terceira vitória nos últimos quatro jogos, atingindo uma campanha 8-4 após 13 semanas. Lembrando que o Seattle Seahawks tem um dos piores ataques terrestres da NFL e tem três de seus melhores jogadores lesionados.
3) Alvin Kamara é um absurdo. Os Saints venceram mais uma vez e, de novo, Alvin Kamara foi o grande nome ofensivo do time. Com suas 126 jardas totais e 2 TDs, ele agora tem pelo menos um touchdown em seis partidas seguidas, e se tornou apenas o terceiro calouro da história da NFL a ter 600 jardas recebidas e 600 jardas corridas nos primeiros 12 jogos do ano – Billy Sims foi o último em 1980.
…e outras três na AFC
1) Os Ravens têm tudo para ir aos playoffs. Algumas vezes, um time nem sempre precisa ser sólido dos dois lados da bola e ter exímio talentos em todos os setores do elenco. Na disputa das vagas por Wild Card da AFC neste ano, isso está claro. Esse talvez seja um dos motivos que coloque o Baltimore Ravens em ótima posição para chegar ao mata-mata da NFL, apesar de ter um dos 10 piores ataques da liga em geral. O que este time tem de bom? Uma defesa impressionante (que cedeu em média 11,2 pontos nas últimas cinco partidas) e um calendário bastante favorável (combinados, os oponentes restantes dos Ravens têm campanha 17-29 ).
2) Os Chiefs não merecem a pós-temporada. O que está acontecendo com o Kansas City Chiefs? A franquia simplesmente começou a temporada com cinco vitórias em cinco jogos, dominando a AFC Oeste e sendo até cotada para o Super Bowl. Entretanto, nas últimas sete rodadas, foram seis derrotas e apenas um jogo com mais de 30 pontos, fatos que permitiram que Raiders e Chargers chegassem ao topo da divisão também – esses três times têm campanha 6-6 neste momento. Quando falamos em playoffs, falamos em momento. Os Chiefs, definitivamente, não estão jogando para isso.
3) Os Broncos não têm nenhum bom QB no elenco. Pela terceira semana seguida, o Denver Broncos colocou um quarterback diferente como titular. Em ordem, foram Brock Osweiler, Paxton Lynch e Trevor Siemian. O que eles têm em comum? Nenhum deles venceu, ultrapassou as 255 jardas aéreas e nem lançou para mais de um touchdown. E ah, todos eles tiveram ao menos uma interceptação nesses jogos. Não, Siemian não é um bom QB, assim como Osweiler também não é. Lynch tem a “desculpa” por ser quase um calouro; mas mesmo assim está longe de ser ao menos um titular na NFL.
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