A temporada 2017, oficialmente, começou para as 32 franquias da NFL, já que Tampa Bay Buccaneers e Miami Dolphins, que não entraram em campo na semana passada devido ao furacão Irmã, fizeram suas estreias no campeonato. Diga-se de passagem, ambas as equipes saíram vitoriosas de seus jogos, diante do Chicago Bears e Los Angeles Chargers, respectivamente.
Além disso, apesar da liga não ter visto “a jogada mais estranha do mundo”*, como a Divisão III do college football, vários fatos podem ser destacados da segunda rodada da National Football League. Adianto que não, não falei do Cincinnati Bengals neste texto novamente; mas isso só aconteceu porque o time jogou na quinta-feira, e a análise de mais uma pífia atuação da franquia foi feita separadamente. Então, prepare-se para das boas vindas aos Falcons, temer a defesa dos Broncos, aplaudir Antonio Gates e Joe Thomas, e muito mais!
O Atlanta Falcons não pode ser deixado de lado
Perder um Super Bowl da forma como os Falcons perderam para os Patriots no último mês de fevereiro não é fácil. Começar a desacreditar no elenco derrotado, por uma questão primeiramente psicológica, é natural, afinal, sabemos da dificuldade de se triunfar na NFL. Todavia, pelo menos para mim, ficou muito claro que o Atlanta Falcons continua como um real candidato (se não o principal) na Conferência Nacional.
Após ter feito uma atuação “sonolenta” diante dos Bears na semana 1, os Falcons mostraram toda sua força diante do Green Bay Packers no Sunday Night Football, o qual ainda marcou a estreia oficial do Mercedes-Benz Stadium. Atlanta (novamente) venceu Green Bay, desta vez pelo placar de 34-23. Matt Ryan mostrou porquê é o atual MVP da liga, terminando a noite com um rating de 108; Devonta Freeman totalizou 4,4 jardas de média por tentativa e dois TDs; Julio Jones recebeu mais de 100 jardas…
Além disso, defensivamente falando, Aaron Rodgers foi muito pressionado, tendo sofrido sete hits e três sacks – ele também foi interceptado uma vez. A defesa dos Falcons pareceu estar um nível acima em relação à temporada passada com Desmond Trufant de volta, Dontari Poe e Takkarist McKinley exercendo suas funções e Keanu Neal um ano mais experiente.
Enfim, o Atlanta Falcons finalmente deu sinais reais que pode ser aquele time do ano passado, em termos de competitividade. De fato, a saída de Kyle Shanahan implica em uma queda de rendimento ofensivo da franquia. Contudo, a evolução defensivo da equipe pode compensar isso e deixar o grupo ainda mais equilibrado. Como vinha falando, os Falcons enfim mostraram sinais que podem ser competitivos como em 2016 – e isso veio em um grande jogo, quando o time parece sempre se sentir mais à vontade.
Se o ataque dos Broncos for um pouco produtivo, este time pode vencer qualquer adversário
Você viu o que a defesa do Denver Broncos fez contra o ataque do Dallas Cowboys nesta semana 2? Ezekiel Elliott entrou para o confronto tendo corrido para pelo menos 80 jardas nas últimas 15 partidas que disputou – ele saiu de campo com oito jardas terrestres. Dak Prescott lançou um total de quatro interceptações em todo o ano de 2016 – os Broncos o interceptaram duas vezes só neste jogo. Não à toa, Dallas sofreu sua pior derrota (25/+ pontos de diferença) desde a semana 10 da temporada 2013, quando Tony Romo ainda era o quarterback titular da equipe.
Essa performance espetacular da defesa de Denver no triunfo da equipe por 42-17, serviu para ressaltar um ponto que falamos muito no ano passado: se o sistema ofensivo dos Broncos conseguir fazer pelo menos o mínimo do trabalho, esse elenco pode fazer frente à qualquer equipe da NFL. Trevor Siemian teve quatro touchdowns e rating acima de 116 contra os Cowboys, por exemplo.
O sistema defensivo do Denver Broncos terminou o confronto, ainda, com dois touchdowns marcados (e isso inclui uma pick six de 103 jardas de Aqib Talib), e limitou Dallas à apenas 16 first downs, 40 jardas terrestres e 268 jardas totais. Ademais, Von Miller também estava inspirado, somando dois sacks e dois tackles para perda de jardas.
Miller, Talib, Chris Harris Jr., Brandon Marshall, Damaryius Thomas, Emmanuel Sanders… Trevor Siemian tem um dos melhores times da NFL em mãos. Até que ponto esse grupo será competitivo, dependerá justamente de Siemian para nos dizer.
Antonio Gates, definitivamente, para a história!
O grande momento individual desta semana 2 da NFL talvez tenha acontecido em Los Angeles, quando Antonio Gates recebeu seu primeiro touchdown do ano no terceiro período do duelo entre Chargers e Dolphins. A primeira recepção de TD de Gates em 2017, de fato, não é por si só algo que merece tanto destaque. Entretanto, saiba que esse touchdown do camisa #85 foi o 112º de sua carreira profissional, e ele agora é o tight end com mais touchdowns marcados na história da National Football League (ele estava empatado com Tony Gonzalez antes disso).
Gates está na liga desde 2003 e, mesmo tendo enfrentado várias lesões, sempre foi uma certeza quando esteve em campo para os Chargers. Em 14 temporadas, Antonio Gates totaliza ainda 204 partidas, 901 recepções e 11.220 jardas. O Hall da Fama não perde por esperar por ele!
10 mil (e contando)
O Cleveland Browns sabia que estava adquirindo um prospecto de talento para Pro Bowl e All-Pro Team quando chamaram o nome de Joe Thomas no Draft de 2007. Todavia, em momento algum a franquia imaginava estar recrutando um offensive lineman futuro hall of famer que seria, de longe, o bloqueador mais sólido e confiável de sua geração.
Após ter começado o duelo contra o Baltimore Ravens no último domingo, Joe Thomas chegou à inacreditável marca de 10.000 snaps consecutivos!!! Desde que chegou à NFL, Thomas não sabe o que é perder um jogo. Na verdade, ele não sabe o que é perder uma jogada (!). Desde 2007, Joe Thomas totalizou dez Pro Bowls (todos os possíveis, aliás), sete All-Pro Team e 160 jogos disputados. Ah, por via de curiosidade, ele já protegeu 19 quarterbacks titulares diferentes pelo Cleveland Browns.
E os Chargers bateram na trave… Mais uma vez
O que acontece com o San Diego/Los Angeles Chargers nos últimos períodos das partidas? A franquia parece simplesmente não ser capaz de fechar seus jogos, seja para conseguir uma virada, seja para manter uma liderança. Na semana 1, L. A. fez uma performance de recuperação e ficou há um field goal de levar o duelo divisional contra os Broncos para a prorrogação. Younghoe Koo falhou. Agora, diante dos Dolphins, bastava um field goal nos segundos finais do confronto para que os Chargers conhecesse seu primeiro triunfo no ano. Koo falhou novamente – e esse talvez não entre mais em campo pelo time californiano, vale ressaltar.
Os Chargers agora acumulam 11 derrotas em jogos decididos por até uma posse de bola desde o ano passado, isso é três a mais que qualquer outro time da liga.
Assim como em 2015
Há duas temporadas, o Carolina Panthers foi o melhor time da NFL! Em 2015, a equipe venceu 15 partidas durante a temporada regular e chegou até o Super Bowl 50, quando perdeu para o Denver Broncos. Aquela campanha de Carolina, aliás, era marcada pelo equilíbrio ofensivo e defensivo do elenco, já que o ataque contava com Cam Newton jogando como MVP, e a defesa era uma das mais eficientes da liga.
Há dois anos, então, saiba que os Panthers não permitiram touchdown aos seus oponentes em duas ocasiões (semanas 1 e 14). Neste ano, pelo menos até agora, isso vem se repetindo. Assim como em 2015, Carolina não cedeu touchdown em dois jogos em 2017. Na estreia do campeonato, foram três pontos permitidos para o San Francisco 49ers. No último domingo, novamente apenas três tentos sofridos, desta vez para o Buffalo Bills.
Vencer nas duas primeiras semanas desta temporada era algo crucial para a campanha do Carolina Panthers, já que a franquia agora enfrenta os Saints antes de começar uma sequência de cinco jogos complicados, com quatro desses sendo fora de casa, a qual inclui duelos contra Patriots, Eagles e Buccaneers.
O que mais lhe chamou atenção na semana 2 da NFL? Deixe sua opinião nos comentários ou nas redes sociais!
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