Poucas escolhas da primeira rodada do Draft 2017 foram tão questionáveis quanto a do Baltimore Ravens em selecionar Marlon Humphrey, cornerback de Alabama. Particularmente, também não gostei da escolha. De fato, fisicamente falando, Humphrey está muito próximo do protótipo de um CB profissional, e é preciso lembrar que essa posição era uma necessidade em Baltimore. Todavia, em termos de técnica, a impressão inicial é que o ex-Crimson Tide ainda tem um longo caminho a ser percorrido. Ademais, na balança “melhores disponíveis/necessidades” outros nomes teriam feito mais sentido para os Ravens na 16ª escolha geral – O. J. Howard ainda estava disponível, por exemplo.
Porém a opção por Humphrey talvez tenha sido consequência de uma supervalorização de wide receivers. Não me pergunte como mas três wide receivers foram escolhidos nas dez primeiras posições, sendo que em tese apenas um deles era talento Top 10 (e olhe lá). Nas simulações pré-Draft, era difícil imaginar os Ravens sem um WR na primeira rodada. Porém, o valor dos recebedores subiu, os melhores nomes foram chamados, o próximo wide receiver da classe não valia nem a hipótese de ser uma 16ª escolha geral e Baltimore se viu “perdido”.
Mas tudo isso acabou servindo para nos mostrar que o Draft, realmente, está longe de ser apenas um dia e ponto. O argumento de que o Baltimore Ravens teve o melhor respaldo após a segunda e terceira é forte – e estou cada vez mais certo disso tendo em vista o que Ozzie Newsome fez com a franquia em outros Drafts.
Antes se seguir adiante no texto, vale ressaltar um pouco mais do estilo de Newsome como general manager. O executivo, por já ter atuado pela universidade, simplesmente adora recrutar prospectos de Alabama. Além disso, ele não pensa duas vezes entre um jogador de ataque e defesa – ainda mais se esse for um pass rusher.
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É com isso em mente que as quatro primeiras escolhas dos Ravens no Draft 2017 são justificadas: além de Humphrey, a franquia escolheu Tyus Bowser (OLB) na segunda rodada, e Chris Wormley (DE) e Tim Williams (OLB) na terceira rodada – as outras três escolhas do time neste ano foram duas para a linha ofensiva (Nico Siragusa e Jermaine Eluemunor) e uma para a secundária (Chuck Clark).
Bowser na primeira rodada (47ª escolha) foi um “achado” para Baltimore que precisava reforçar seu pass rush, mas não fez isso no primeiro dia do evento. E que tal Wormley na 74ª posição? Acredite ou não, mas a maioria dos sites especializados em Draft colocava o ex-Michigan entre os 50 melhores jogadores do país. Para fechar esta leva de defensores, os Ravens ainda fecharam o segundo dia de recrutamento com o nome de Williams em mãos. O ex-Crimson Tide, apontado como talento de primeira rodada, teve problemas extracampo e seu valor despencou no Draft. Entretanto, é inegável o enorme talento presente neste pass rusher e por isso ele figura entre os principais candidatos a maior steal de 2017.
Assim sendo, o Baltimore Ravens, muito mais que ter encontrado peças para suprir as necessidades da equipe, fez isso muito bem, com nomes extremamente talentosos e que têm “a cara da franquia”. As incertezas do time quanto ao front seven (idade avançada de Terrell Suggs e saída de Elvis Dumervil, por exemplo) e posição de cornerback, a curto e longo prazo, devem estar resolvidas.
Como falado, começar um Draft da NFL com o pé esquerdo não significa tanta coisa. Em 2017, isso ficou claro para Chargers, Giants, Dolphins e, principalmente, Ravens.
No caso de Baltimore, acho que não seja justo dizer que a franquia esteve “perdida” após principais wide receivers da classe terem ficado “inflacionados”. Ozzie Newsome mostrou estar soberano de tudo que fez e cada escolha aparenta fazer sentido agora. No fim das contas, começar com Marlom Humphrey na primeira rodada e acabar com Tim Williams na 74ª posição (com Bowser e Wormley na bagagem) mostrou como o Draft 2017 dos Ravens foi planejado e devidamente arquitetado. Tudo isso a ponto de nos levantar da cadeira sem entender nada quando o nome de Humphrey foi chamado, e continuar levantado depois disso tentando entender como este time será interessante para as próximas temporadas.
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