A semana 4 da NFL começou nesta quinta-feira, com o tradicional Thursday Night Football. O confronto da vez, então, foi um dos mais clássicos da National Football League: Green Bay Packers e Chicago Bears se enfrentaram pela 195ª vez na história. Esta é a rivalidade mais antiga de todos os tempos no futebol americano.
Em campo, deu aquilo que já esperávamos. O ataque dos Packers, comandando por Aaron Rodgers (ele lançou para 4 TDs na noite), foi extremamente eficiente. Fato que, combinado com a sólida performance defensiva do time, culminou no aguardado triunfo dos cabeças-de-queijo, por 35-14. Como citado, Green Bay era favorito para este duelo e, com as expectativas confirmadas, podemos considerar que foi mais um TNF “sem graça”.
Tudo isso aconteceu, em partes, porque o ataque do Chicago Bears segue apresentando sérios problemas. Esta foi a terceira partida de 2017 em que os Bears não conseguiram ultrapassar os 18 pontos. Não à toa, o setor da equipe é o 4º pior da NFL neste ano em pontos por jogo, com média de 15,2 tentos. Além disso, é preciso citar que Chicago sofreu quatro turnovers contra Green Bay, somando agora dez em um mês de temporada regular.
Certamente que ninguém esperava que o sistema ofensivo do Chicago Bears fosse ser brilhante nesta temporada, até porque, com exceção da posição de running back (a qual esta bem ocupada por Jordan Howard (252 jardas e 4 TDs neste ano) e Tarik Cohen, os demais setores do ataque eram marcados por incertezas antes do começo da temporada. Chicago começou o ano com dois novos quarterbacks, e um grupo de recebedores buscando suprir a saída de Alshon Jeffery.
Acontece que, enquanto os recebedores dos Bears, por mais que estejam longe de serem espetaculares, parecem dar conta do recado (Kendall Wright, Zach Miller, Markus Wheaton, Deonte Thompson, todos eles sabem o que estão fazendo dentro de campo), quem está lançando a bola para eles tem deixado a desejar. Mike Glennon não tem feito aquilo que a diretoria do Chicago Bears esperava dele, tem sofrido com os turnovers, não conseguido vencer seus jogos, e acaba levando a uma racional conclusão…
Mitchell Trubisky merece ser o titular a partir de agora
Pelo menos do meu ponto de vista, esse primeiro mês de temporada da NFL deixou claro que Glennon não será a salvação do Chicago Bears; pelo contrário, ele tem sido um dos maiores problemas do elenco. Por exemplo, em quatro rodadas, o camisa #8 totaliza quatro touchdowns, cinco interceptações e três fumbles perdidos. Ou seja, o dobro de turnovers.
Em quatro partidas com a camisa de Chicago, Glennon já se igualou a Jay Cutler como os únicos jogadores dos Bears nos últimos dez anos a terem oito turnovers nas primeiras quatro partidas com o time.
Todos esses erros cruciais colocam em xeque aquilo que Mike Glennon deveria estar fazendo em sua nova casa – e que o garantiu sobre Mitchell Trubisky de um modo geral. Glennon é o titular de Chicago porque sua prioridade por lá é cuidar bem da bola e organizar o ataque de um time consideravelmente limitado dos dois lados da bola. Porém, em termos de grandes erros, o ataque dos Bears está um caos. Mike não tem um braço brilhante e nem um toque na bola especial. Pela experiência, ele deveria ser um exímio líder dentro das partidas (um game manager, melhor dizendo). Mas isso não tem acontecido.
De acordo com o Elias Sports Boreau, nenhum jogador do Chicago Bears nos últimos 40 anos havia sofrido três turnovers nos primeiros dois quartos das quatro primeiras partidas do campeonato, até Mike Glennon conseguir isso diante dos Packs.
O que muitos precisam entender é que a entrada de Trubisky deve acontecer, não pelo fato dos Bears “desistirem” de sua temporada e dar apenas experiência ao calouro, mas sim porque, após essas quatro semanas, dificilmente o novato de North Carolina deixará o elenco de Chicago com menos chances de vencer do que Mike Glennon. A NFL é uma liga que exige vitórias, e colocar Trubisky para jogar agora deverá deixar o Chicago Bears mais próximo (ou menos distante, se preferir) disso. Em outras palavras, a curto e longo prazo, Mitchell parece ser a opção ideal – e se você acompanha o Shotgun diariamente, sabe que não sou um grande fã de Mitch.
Trubisky preciso de apenas duas partidas na pré-temporada para nos mostrar que em termos de capacidade física e técnica, está à frente de Glennon. O calouro de primeira rodada saber ocupar melhor o pocket, tem mais mobilidade, é mais apurado nos lançamentos longos e possui o braço mais forte. Isso indica que, até mesmo que Mitchell Trubisky cometa muitos erros infantis (naturais para um novato), ele deixará os Bears em melhor posição para triunfar em seus jogos – os erros já estão acontecendo em Chicago em larga escala; é possível piorar isso?
Pode parecer contraditório, mas está ficando claro que a partir do momento em que os Bears insistem em Mike Glennon, eles estão pensando muito mais na próxima temporada, do que se eles apostassem em Mitchell Trubisky, um novato. Enfim.
Está claro que em algum momento Mitchell Trubisky será o titular do Chicago Bears. Resta saber se isso será na próxima semana, próximo mês, ou até mesmo próxima temporada. O que sabemos, contudo, é que após um mês de temporada regular para os Bears, os problemas e incertezas na posição de QB do time continuam, e toda jornada de um calouro começa com esse risco da dúvida. Em todos os sentidos, Chicago precisa de mudanças na posição de quarterback. E está na hora de vermos o que Trubisky pode fazer.
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