O que dizer sobre o New England Patriots? Como definir este time e como tudo funciona nele após a vitória no Super Bowl LI? Por onde começar? Quem são os responsáveis por tudo isso? O que faz tudo parecer dar certo em New England? Qual o segredo? O que acontece de tão diferente por lá?
Acredito que há pelo menos uns dez anos especialistas e analistas de futebol americano procuram encontrar respostas para os questionamentos feitos acima. Verdade seja dita, excelente análises, reflexões, conclusões e matérias já foram feitas sobre o assunto, dignas até de ensinamento para outras equipes. Contudo, não se engane, uma resposta realmente concreta nunca fora encontrada. Afinal, se fosse, é imaginável que os Pats não teriam tanto sucesso até agora, já que seus adversários encontrariam alguma forma de pará-los.
Na verdade, o que tem acontecido é o seguinte: ano após ano, trocas após trocas, lesões após lesões, polêmicas após polêmicas, este New England Patriots sempre está lá, no topo da NFL, brigando entre os favoritos da competição. Talvez isso explique o fato do time ter ido 14 vezes aos playoffs nas últimas 17 temporadas, as 11 finais de conferência… E os sete Super Bowls disputados também neste período. Sim, parece inacreditável, mas desde que a incrível parceria Brady-Belichick foi formada, os Patriots já disputaram sete decisões – algo que nenhuma outra junção quarterback–head coach já conseguiu. Diga-se de passagem, venceram cinco, também um recorde para cada uma das funções.
Aliás, o que motivou este texto foi justamente uma dessas finais. Foi uma decidida apenas nos momentos finais da partida – então, contra Rams, Panthers, Eagles, Seahawks e Falcons também foram assim. Ela também teve Tom Brady liderando a campanha final da vitória de forma espetacular – acho que nada mudou ainda. Talvez agora: nela, Bill Belichick “surgiu” com um nome inesperado do elenco que acabou sendo um dos principais nomes do jogo – Impossível encontrar uma resposta com isso…
Mesmo sabendo que todas as conquistas anteriores dos Patriots foram espetaculares, como vocês imaginavam, foi o espetáculo entre New England e Atlanta que gerou tudo isso. O que não deve ser nenhuma surpresa, uma vez que falar em futebol americano nos próximos 30 dias significa falar daquilo que aconteceu no NRG Stadium. Como explicar aquele jogo? Como entender que o poderoso Patriots seria tão dominado por mais de três períodos por um time que nunca havia conquistado um título? Como analisar a reação dos Pats, que alcançaram a maior virada que alguém já viu em um Super Bowl? Se na hora a ansiedade ou o calor do momento atrapalhavam, relembre: eram 25 pontos de diferença no placar sendo que restavam basicamente um quarto e meio de partida.
Uma pena que alguém tenha deixado de assistir ao jogo pelo simples fato que ele estava “sem graça” – essa pessoa com certeza não acompanha a NFL com frequência. E sorte daquelas pessoas que tiveram este confronto como a primeira partida de futebol americano de suas vidas. Pessoas essas que, mesmo sem saberem tudo o que estava acontecendo dentro de campo, acompanharam todo o jogo e após o touchdown derradeiro de James White na prorrogação disseram: “Ainda bem que eu não fui dormir.”
Em outras palavras, talvez este resumo simplifique as coisas: ao todo, 31 (isso mesmo, trinta e um!) recordes foram quebrados, e isso inclui individuais e coletivos. Por exemplo, quem assistiu ao Super Bowl LI viu um jogador lançar a maior quantidade de jardas de uma decisão. Viu também este mesmo atleta ter a maior quantidade de passes certos nesses jogos. E que tal dizer que esta foi a primeira vez que um Super Bowl (já houveram outros 50 dele) foi decidido na prorrogação? O fato de ter acontecido a maior virada da história de uma final da NFL lhe convence? Para se ter uma noção, eu consideraria uma baita temporada da liga se 31 recordes fossem quebrados ao longo do ano. Imagine tudo isso em “apenas” uma noite…
De quebra, como se não bastasse nada disso, desligamos a televisão tendo visto o quarterback e o head coach que mais disputaram e venceram Super Bowls na história. Também, o único quarterback a ser nomeado MVP de uma decisão por quatro vezes – que agora também é o único que já existiu capaz de encher uma mão com anéis de campeão. É, Tom Brady…
Pela maior parte do Super Bowl LI, estivemos procurando respostas para o que acontecia com o New England Patriots – assim como no começo deste texto –, que não conseguia acertar nada na partida mais importante do ano. Agora, algumas horas após a decisão, a pergunta deve ser convertida para: qual é o limite deste time? Que o New England Patriots é o melhor time da NFL na atualidade e, disparadamente, o melhor da última década, nós já sabíamos. Mas o Super Bowl LI mostrou bem mais que isso.
Um quarterback de outro planeta, um técnico surreal, um tight end brincalhão, um wide receiver “faz tudo”, alguns running backs pontuais… Tudo isso fez os Patriots conquistarem o mundo do futebol americano pela quinta vez na história (e de uma maneira histórica). O certo aqui seria citar o nome de cada jogador de New England neste momento; todos eles merecem isso. Merecem o mesmo tanto que o New England Patriots mereceu mais um Troféu Vince Lombardi.
Por exatos 41 minutos e 18 segundos de jogo, o Atlanta Falcons estava sendo o vencedor do Super Bowl LI. O New England Patriots, em contrapartida, não esteve na liderança por momento algum da partida, já que a única vez que a equipe passou a frente no placar o confronto ganhou números finais… Realmente, o que aconteceu em Houston neste 5 de fevereiro de 2017 não tem muita explicação.
Parabéns, New England Patriots, vencedor do Super Bowl LI!!!
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