Desde quando comecei acompanhar o futebol americano, poucos jogadores que assisti em ação me contagiaram tanto como Larry Fitzgerald. Um dos melhores jogos de football que já vi, diga-se de passagem, foi Pittsburgh Steelers contra Arizona Cardinals, no Super Bowl XLIII, em 2009. Quem também teve o prazer de assistir àquela partida, de alguma forma, deve ter adquirido um carinho a mais por Fitz, como eu. A carreira dele, por mais que não seja perfeita, é uma das maiores entre os wide receivers da liga; digna, com certeza, de uma breve homenagem em um site.
Mas por que falar de Larry Fitzgerald agora? É sempre bom lembrar alguns jogadores, os quais marcam, de alguma forma, o fã de esporte. Fitzgerald, sem dúvidas, é um desses. Assim sendo, após ter se tornado o número #3 da história da NFL em recepções e com sua carreira muito possivelmente se encerrando ao término desta temporada, nada mais justo que um breve relato sobre como o camisa #11 construiu tudo o que estamos acostumados a admirar.
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Larry Darnell Fitzgerald Jr. nasceu em 31 de agosto de 1983, em Minneanapolis, Minnesota. Desde os tempos universitários, já se destacara, sendo considerado um dos melhores recebedores do país. Defendeu a universidade de Pittsburgh e, por lá, além de quebrar recordes e ser premiado várias vezes, quase venceu o Troféu Heisman, ficando atrás apenas de Jason White em 2003. Entrou na NFL em 2004 como terceira escolha geral do Arizona Cardinals, time que defende há mais de uma década.
Um talento solitário
Como dito, Fitzgerald entrou na NFL em 2004, como a primeira escolha do Draft para os Cardinals naquele ano. Desde então, todos os fãs que acompanham a liga perceberam que o número #11 de Arizona não era alguém comum; muito pelo contrário. Larry, a partir do momento em que começou sua carreia profissional, mostrou uma capacidade incrível em agarrar passes. Chego a dizer que, em uma década de experiência com NFL, não vi ninguém tão seguro em recepções como Larry Fitzgerald.
Então, como eu ia dizendo, desde seus primeiros anos na National Football League, os torcedores já podiam ver que um talento estava por vir. Dentro e fora de campo, nas recepções, agilidade, rotas e touchdowns… Em todos os sentidos se pôde perceber a capacidade deste wide receiver. Tanto que em 13 temporadas com os Cardinals até agora, Fitzgerald já é o líder de recepções, jardas recebidas e touchdowns da história da franquia. Além disso, já esteve em nove Pro Bowls e disputou um Super Bowl.
Acompanhado dos elogios como jogador, a mídia, fãs e especialistas, sempre destacaram que Larry Fitzgerald “merecia um time melhor”. Em outras palavras, queriam dizer que time dos Cardinals neste período não acompanhava o sucesso crescente do wide receiver. Entre as temporadas de 2004 e 2007, por exemplo, Arizona não teve nenhuma com mais vitórias do que derrotas e amargou um grande jejum de pós-temporada. Depois disso, então, veio seu melhor ano, que será assunto para o próximo tópico. Em 13 anos na liga, Fitzgerald viu o Arizona Cardinals chegar aos playoffs apenas cinco vezes, e ainda ter oito temporadas não vitoriosas.
A temporada quase perfeita
Como dito no parágrafo acima, 2008 foi o melhor ano da carreira de Larry Fitzgerald. Durante a temporada regular, foram sete jogos com pelo menos 100 jardas recebidas, incluindo duas performances com mais de 150 jardas. Além disso, recebeu 12 touchdowns no total e não sofreu nenhum fumble. Assim sendo, a boa sequência concretizou a classificação dos Cardinals para os playoffs, apesar de apenas nove triunfos. No mata-mata, então, todo o brilho do futebol americano se destinou ao Arizona, fato que fez o time anotar pelo menos 30 pontos em todos os jogos até o Super Bowl. Veja bem, nos quatro jogos daquele pós-temporada (incluindo o Grande Jogo), Fitzgerald teve pelo menos 100 jardas recebidas e um touchdown em todos. Ao todo, nessas partidas em questão, Larry alcançou 30 recepções, 546 jardas e sete TDs. Incrível!
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“Mas então, por que esta temporada não pode ser considerada perfeita?” Por um simples fato: o Super Bowl. Com atuações empolgantes, o Arizona Cardinals chegou ao primeiro Super Bowl de sua história, sob o comando de Kurt Warner (e Larry Fitzgerald, é claro). Na grande decisão, então, a franquia de Phoenix enfrentou o Pittsburgh Steelers, o maior campeão da era-Super Bowl. Ou seja, existia um grande favoritismo para Pittsburgh, que estaria lá para conquistar o sexto Lombardi Trophy de sua história. Na ocasião, resumidamente, Arizona fez um dos grandes jogos da história do futebol americano, mas saiu derrotado por 27 a 23, tendo sofrido o último touchdown a menos de um minuto para o fim da partida.
Quem assistira aquele jogo, ficou ao menos emocionado com a atuação do Arizona Cardinals na noite. Ver uma equipe “pequena” jogar de igual para igual com um dos maiores times de futebol americano da história é algo marcante, ainda mais da forma como a partida se desenrolou. Se você nunca viu nem os melhores momentos daquele duelo, vá agora (quer dizer, assim que terminar de ler o texto) procurar, é algo incrível.
Jogadas impressionantes e várias viradas, assim pode ser caracterizado o Super Bowl XLIII de modo geral. Por muito pouco Fitzgerald não parou James Harrison no touchdown e mudou a história do jogo. Em contrapartida, Arizona não teria a menor chance no confronto se não fosse o camisa #11, não tenha dúvidas disso. Com certeza, Larry merecia aquele título, todos sabem disso. A feição do wide receiver após a recepção milagrosa de Santonio Holmes comprova isso.
Quando o assunto é playoffs, ele é realmente ainda mais espetacular
Após a temporada passada, a qual terminou de forma frustrante para o Arizona Cardinals, Larry Fitzgerald marcou ainda mais sua história na NFL. Além de ter chegado à 1.000 recepções na carreira – algo que apenas outros 12 jogadores já conseguiram – atingiu excelentes marcas no âmbito da pós-temporada.
Pela quinta vez em sua carreira, passou das 100 jardas recebidas em um jogo; apenas Jerry Rice (8) e Michael Irvin (6) têm mais. Ainda em 2015, Fitzgerald marcou seu 10º touchdown recebido em playoffs; só John Stallworth (12) e Jerry Rice (22) estão acima dele. Aliás, os 22 TDs de Rice, não devem ser batidos nunca, diga-se de passagem.
Já espetaculares, as marcas de Larry se tornam ainda mais inacreditáveis se olharmos para outra estatística: J. Rice já disputou 29 jogos de playoffs, Stallworth, por sua vez, esteve em 18, e Irvin em 16. E Fitzgerald? Larry Fitzgerald, mesmo com todas as estatísticas fantásticas que tem, só jogou em nove (!) partidas de pós-temporada.
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Como mostrado, poucos jogadores merecem um título como Larry Fitzgerald. Aos 32 anos, não é garantido que ele conseguirá seu primeiro anel, pelo contrário. Os Cardinals decepcionaram em 2016, e existem grandes chances que o veterano recebedor pendure as chuteiras no ano que vem. Uma pena. Fitzgerald merece todos os méritos, pelo jogador, pessoa e referência que é. Poucos conseguem ser como ele. Por isso, entre outros fatores, torço para que ele ainda jogue por muito tempo antes de se aposentar; assim, além de ter maiores chances de vencer o tão merecido Super Bowl, continuaria encantando a NFL com todo seu talento.
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