A temporada 2018 da NFL nem começou oficialmente e o Denver Broncos já tem um provável nome para ser titular na semana 1! Isso porque a franquia deve assinar com Case Keenum nas próximas horas. O jogador chega com incertezas, tanto por motivos dele próprio quanto por questões atravessadas pelos Broncos nas últimas temporadas.
Em Denver, então, Keenum tentará mostrar a todos que o ano de 2017 não foi um “fora da curva” para ele e que outros desempenhos de alto nível irão se repetir. Na temporada passada, em 14 partidas como titular, o camisa #7 obteve 3.547 jardas, 22 touchdowns e apenas 7 interceptações, tendo vencido 11 partidas e levado Minnesota à final da NFC. Desta maneira, as franquias começaram a olhar para Case Keenum com outros olhos: ele é, de fato, um titular na NFL?
Ao mesmo tempo, o Denver Broncos viu 2017 ser um ano desastroso na posição de quarterback. Por mais uma temporada, a franquia do Colorado não conseguiu encontrar um nome realmente competitivo under center que tenha dado indícios que pode se tornar o futuro da equipe. Pelo contrário. Aliás, foi o segundo ano consecutivo em que os Broncos terminam o campeonato com consideráveis incertezas na posição de quarterback.
Brock Osweiler, Trevor Siemian e Paxton Lynch. Esses foram os candidatos que passaram por Denver a fim de substituir um dos melhores QBs de todos os tempos. Contudo, eles não tiveram sucesso. Tanto que, mesmo sabendo que pelos menos dois desses nomes citados anteriormente ainda podem evoluir na liga, a equipe foi em busca de cara nova. Case Keenum chega ao Colorado para tentar salvar uma das posições de quarterback mais decadentes da atualidade, a qual teve um ápice “inesperado” com Peyton Manning e viveu colecionando decepções desde então.
A era Peyton Manning dispensa comentários
Quando Peyton Manning foi dispensado pelo Indianapolis Colts, John Elway viu a oportunidade perfeita para recolocar a glória em Denver – e ele conseguiu (mais uma vez, porém como GM neste caso). Ele não pensou duas vezes para tirar Tim Tebow do time e, em meio à contratações pontuais e Draft bem feitos, formou o elenco necessário para que Manning voltasse aos seus melhores dias.
Tanto que em 4 temporadas (2012-2015), o Denver Broncos foi o time que mais venceu na NFL, totalizando 50 vitórias em temporada regular neste período. Além disso, nesses anos, a franquia chegou em dois Super Bowls, tendo conquistado um deles, e apresentou um dos melhores sistemas ofensivos e defensivos de todos os tempos, em 2013 e 2015, respectivamente.
Por fim, saiba que entre 2012 e 2015, foram também quatro títulos divisionais consecutivos (algo que jamais havia acontecido na história da equipe) e, individualmente falando, Peyton Manning foi nomeado o Comeback Player of the Year (2012), MVP e Jogador Ofensivo do Ano (2013), e Von Miller recebeu o prêmio de MVP do Super Bowl 50.
As tentativas em vão
O maior problema da era Peyton Manning para o Denver Broncos foi justamente o que aconteceu depois dela. Manning pendurou as chuteiras após o SB 50 e, num primeiro momento, a franquia tinha Brock Osweiler como sucessor do camisa #18.
A era Brock Osweiler foi a pior delas
No papel, tudo parecia muito bom para o Denver Broncos. Afinal, Brock Osweiler poderia ser considerado um quarterback acima da média no college football pelo último ano que teve com Arizona State (o único em que ele fora titular de fato por lá). Então veja bem: Osweiler chegou à NFL em 2012 como 57ª escolha geral daquela classe, tinha um bom braço e estatura ideal para um QB profissional, vinha de um bom ano no universitário e ainda tinha Peyton Manning como titular no elenco. Ou seja, em tese, tudo se encaixava para que ele ficasse como reserva alguns anos aprendendo sobre a liga e, quando fosse a hora, estivesse preparado para a titularidade.
O problema foi que basicamente tudo saiu diferente: em 2015, Manning teve atuações ruins, chegou até a sofrer com lesões, e teve que perder alguns jogos durante a temporada regular. Para o seu lugar, Osweiler foi acionado. Ao todo, Brock foi titular em 7 partidas, conseguindo vencer 5 delas (lembre-se, contudo, que a defesa de Denver era fantástica). Brock Osweiler totalizou nesses confrontos quase 62% de aproveitamento nos passes, 10 TDs e 6 INTs.
Denver tinha dúvidas quanto a Osweiler e não ofereceu muito dinheiro ao término do contrato em 2015. Todavia, os sete jogos disputados como titular foram suficientes para chamar atenção do Houston Texans que, sem ao menos ver uma temporada completa de Osweiler, deram a ele um contrato com valor total de US$ 42 milhões.
Em um ano em Houston, Brock Osweiler nem chegou a totalizar 3.000 jardas aéreas e passou para apenas 15 touchdowns (contra 16 interceptações, aliás). Ficou claro que ele não era um sólido titular na NFL. Em 2017, então, Paxton Lynch se lesionou e os Broncos voltaram a assinar com o camisa #17 para backup. O resultado? Em quatro partidas como titular, seu rating foi de 72,5. Ficaria surpreso se ele tivesse mais uma chance real na National Football League.
Ainda não sabemos se Trevor Siemian é um titular na NFL – mas é provável que não
Já vimos partidas em que Trevor Siemian pareceu um titular certo no nível profissional, verdade seja dita. Entretanto, na maioria das partidas que disputou, Siemian não fez muito. Ele foi selecionado na 250ª escolha geral (7ª rodada) do Draft de 2015 e por várias vezes nem foi relacionado para os jogos de Denver quando calouro. Acontece que, como citado no tópico acima, os Texans decidiram apostar em Osweiler e, sem espaço no salary cap e posição vantajosa no Draft do ano seguinte, os Broncos tiveram que confiar em Trevor Siemian apenas um ano após o QB ter sido recrutado. Tecnicamente, portanto, ele era um calouro de 5ª rodada quando estreou.
Sem dúvidas, Siemian já fez mais do que se espera do último quarterback escolhido em uma classe. Em 24 partidas que foi titular em temporada regular, o camisa #13 obteve 13 vitórias, 30 touchdowns e 24 interceptações. Seu rating foi de 79,9. Enquanto os números não são trágicos, o poder de liderança e até mesmo a capacidade de se manter saudável são quesitos que perseguem Trevor até hoje. Os Broncos perceberam que não chegariam tão longe com ele.
O desfecho de Paxton Lynch não vem sendo como esperado
Em 2016, no ano seguinte após ter conquistado o Super Bowl, John Elway parecia saber exatamente o que estava fazendo quando se envolveu em uma troca com os Seahawks e subiu cinco posições no Draft (31ª para 26ª). Na nova colocação, Elway recrutou Paxton Lynch, da Universidade de Memphis. O talento sempre foi perceptível em Lynch, porém era evidente também que ele era “um diamente que precisava ser lapidado”.
A questão foi que os Broncos não tiveram ninguém para lapidar/ensinar sobre o futebol americano profissional a Lynch – como falado, em 2016, Siemian foi a aposta de Denver quando Osweiler deixou a equipe. Desta maneira, mesmo como novato, Paxton chegou a ser titular quando Trevor Siemian se lesionou, e foi OK nessas ocasiões levando em conta as circunstâncias. No ano passado, todavia, Paxton Lynch perdeu boa parte da temporada por conta de lesão e não conseguiu adquirir o ritmo ideal (fato que ficou claro nas poucas oportunidades que pudemos ver dele em campo).
Em outras palavras, Paxton Lynch ainda não deu errado. Suas primeiras aparições deixaram claro que muita (!) coisa ainda precisa melhorar. Porém, como visto, tem sido difícil evoluir quarterbacks no Colorado. De qualquer maneira, deverá ser o titular de Case Keenum em 2018 – e isso ainda faz com que exista esperança por ele.
E agora, Case Keenum?
Como visto, as 50 vitórias adquiridas na era Peyton Manning entre 2012 e 2015 deram lugar a somente 14 triunfos (e 18 derrotas) nas duas últimas temporadas – período em que o Denver Broncos não foi à pós-temporada, aliás. Contudo, sabemos que isso não aconteceu por limitações do elenco de um modo geral, e nem por falta de tentativas de encontrar o quarterback ideal para o futuro da franquia. A principal razão de tudo isso que culminou agora na contratação de Case Keenum foi justamente as várias tentativas falhas na busca de um novo líder.
No ano passado, os quarterbacks dos Broncos totalizaram 19 touchdowns para 22 interceptações, sendo que nenhum dos três que foram titulares (Siemian, Lynch e Osweiler) fechou a temporada com mais TDs do que INTs (respectivamente, foram 12-14, 2-3 e 5-5). Tudo isso mostra, ainda mais, que a missão de Keenum não será fácil em Denver. Contudo, todos esses agravantes, ao mesmo tempo que aumentam a pressão sobre Case, podem ajudá-lo a concretizar seu nome como um titular na NFL. Afinal, ele precisará organizar as coisas na posição mais importante do futebol americano em uma das franquias mais vencedoras da NFL sabendo que isso terá implicações diretas em seu futuro na liga.
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