O primeiro mês de temporada regular foi um para ser esquecido para a defesa do Pittsburgh Steelers. Para a franquia como um todo, verdade seja dita, as primeiras quatro semanas da NFL em 2018 foram negativas. Entre outras razões, isso porque os Steelers totalizam uma vitória em quatro partidas. O time é o último na AFC Norte neste momento, ainda não sabe o que é vencer em casa, e nem dentro da divisão. Pittsburgh não está sendo Pittsburgh neste começo de campeonato.
O que também não vem seguindo às tradições do Pittsburgh Steelers é a defesa da equipe. A organização que já teve brilhantes sistemas defensivos (década de 1970, 2005, 2008, etc.), tem visto um setor vulnerável. Desequilibrada talvez seja a melhor definição para a defesa dos Steelers em 2018.
Com exceção da semana 1, quando Pittsburgh dominou o ataque dos Browns, a equipe não teve um desempenho sólido em todos os níveis da defesa. Na semana 2, foram 42 pontos cedidos para os Chiefs de Patrick Mahomes. Na rodada seguinte, os Bucs tiveram mais de 450 jardas e 28 first downs. Se não fosse um período caótico de Ryan Fitzpatrick e ataque de Tampa em geral, no qual sofreu quatro turnovers (dois por desméritos ofensivos), dificilmente os metaleiros teriam vencido. Por fim, na semana 4, os Ravens totalizaram 451 jardas e 24 first downs no Heinz Field. Joe Flacco teve 363 jardas aéreas, a maior marca de um QB de Baltimore contra Pittsburgh na história da rivalidade.
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O Baltimore Ravens teve 8/17 em terceiras descidas, média de 8,1 jardas por passe e esteve na red zone cinco vezes. A propósito, a defesa do Pittsburgh Steelers até fez um bom trabalho em “não ceder tantos pontos” ao adversário. Contudo, deu muito espaço ao ataque do oponente; perdeu muito território. Isso implica que os Ravens levaram vantagem na posse de bola e controlaram o ritmo do confronto. Detalhe importante sobre esse contexto: o ataque dos Steelers foi pífio no segundo tempo.
Em quatro partidas, a defesa do Pittsburgh Steelers só limitou os adversários a menos de 400 jardas totais uma vez. Assim como no quesito 25/+ pontos sofridos. Ambas as exceções foram contra o ataque do Cleveland Browns ainda comandado por Tyrod Taylor. E o setor permitiu no mínimo 22 first downs em todos os jogos até agora. Os Steelers estão entre as dez piores defesas da NFL em pontos e jardas totais, aéreas e corridas, sofridos
Os sacks ainda estão aparecendo, bem como os turnovers. Todavia, tem faltado eficiência e consistência durante os confrontos. E mais apoio do ataque em alguns momentos também.
Como visto, a defesa continua sendo o problema, mas…
Não dá para falar do mau momento do Pittsburgh Steelers e citar somente as oscilações defensivas. De fato, o ataque da franquia ainda é mais competitivo do que a defesa quando comparados à NFL em geral. Entretanto, em três jogos da temporada o sistema ofensivo dos Steelers teve “apagões”.
Na semana 1, esse ataque foi pífio contra os Browns ao sofrer seis turnovers. Contra os Buccaneers, após um primeiro tempo com 30 pontos, o setor passou zerado nos dois últimos períodos. Contra os Ravens, apenas 14 tentos marcados, todos eles no segundo período. Ou seja, em cinco dos últimos oito quartos disputados, Pittsburgh não pontuou – e isso inclui os quatro períodos finais dos jogos em questão.
E não dá para falar do momento instável do ataque do Pittsburgh Steelers e não citar a ausência de Le’Veon Bell. O sistema ofensivo dos Steelers tem média de 72,2 jardas corridas por partida, a qual é a quinta pior marca da temporada. O que foi visto contra Baltimore não é coincidência: esse ataque tem sido previsível muitas vezes e, quando Ben Roethlisberger não está em um dia espetacular, a equipe fica apática. Big Ben brilhou no segundo período – e o time conseguiu igualar a desvantagem de 14 pontos. O quarterback, contudo, foi mal no terceiro e quarto período – sua equipe totalizou quatro punts, uma interceptação e um turnover on downs no segundo tempo.
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O segundo tempo do confronto diante dos Ravens mostrou aquilo que pode estragar o sólido ataque aéreo dos Steelers. Roethlisberger não pode ficar sobrecarregado, com um plano de jogo basicamente inteiro vertical. Não foi assim que Antonio Brown se tornou o melhor wide receiver de sua geração, e nem Juju Smith-Schuster um dos principais calouros de 2017. E o que sobrecarrega Big Ben? A ausência de um jogo terrestre, no mínimo, eficiente. Contra Baltimore, por exemplo, o ataque corrido do Pittsburgh Steelers totalizou 19 jardas para uma inaceitável média de 1,7 jarda por tentativa.
Nas últimas três rodadas, a equipe de Mike Tomlin obteve 130 jardas corridas totais. Em 2018, apenas um jogador deste elenco correu mais de dez vezes (James Conner, 63). O segundo nome com mais tentativas de corrida dos Steelers no ano é Ben Roethlisberger, com dez. Apenas quatro times correram menos que Pittsburgh (81) até agora. Desses, três têm mais derrotas do que vitórias; a única exceção é Kansas City, o qual tem o quarterback mais impressionante da temporada até agora. O Pittsburgh Steelers está sentindo – e muito – a falta de Le’Veon Bell. James Conner é um interessante running back nº 2, não um sólido titular.
A vulnerabilidade defensiva e holdout de Le’Veon impedem o Pittsburgh Steelers de competir – e está claro o porquê disso. Em termos de competitividade, a defesa da franquia tem deixado a desejar. A ausência de Bell, então, faz com que o ataque fique mais distante de altíssimas produções por jogo, as quais podem compensar os altos e baixos defensivos. Foi isso que aconteceu nas últimas três temporadas, quando os Steelers venceram a AFC Norte duas vezes e foram aos playoffs em três ocasiões.