Poucas coisas na NFL são mais importantes para a construção de um time vencedor do que um Draft bem feito. Um recrutamento pontual, além de poder equilibrar seu elenco dos lados da bola, em certos casos muda completamente os rumos de uma franquia.
Selecionar um jogador considerado “para a franquia” é o sonho de todas as equipes que se prepararam para o Draft e o foco principal para isso, naturalmente, é a primeira rodada – especialmente mas primeiras cinco ou até mesmo dez escolhas. Quer narrativa melhor para um general manager do que “Fulano selecionado como primeira escolha geral do Draft há três anos corresponde às expectativas e conquista Super Bowl.”?
Mas e quando as coisas não saem como esperadas? E quando aquele jogador escolhido com altíssimas expectativas (entre as primeiríssimas escolhas) não vão bem e passam longe de corresponder ao investimento feito pelo time? Bom, a isso damos o nome de bust (em português, fracasso) no mundo de futebol americano. Em outras palavras, são as maiores decepções do Draft da NFL.
Dito isso e sabendo que estamos há menos de um mês para o Draft 2017, decidimos voltar no tempo e destacar os dez maiores busts da história da National Football League!
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Menções honrosas: Brian Bosworth, Heath Shuler, Art Schlichter, Curtney Brown, Trent Richardson, David Carr e Rick Mirer.
10) Vernon Gholston, linebacker (Ohio State)
Selecionado na 6ª escolha geral em 2008, pelo New York Jets
Acredite ou não, mas muitos especialistas consideraram que o New York Jets haviam conseguido um grande steal ao selecionar Verno Gholston – e quando isso acontece para alguém que foi escolhido como 6ª escolha geral, é porque essa pessoa estava rodeada de grandes expectativas.
Saiba que Gholston totalizou 22,5 sacks em duas temporadas por Ohio State, incluindo 14,5 em 2007. Contudo, na NFL, o defensor se aposentou após apenas três anos sem ter ao menos alcançado um sack. Além disso, apesar de ter sido titular na maioria das partidas dos Jets, sua carreira tem como marca total 16 tackles.
9) Akili Smith, quarterback (Oregon)
Selecionado na 3ª escolha geral em 1999, pelo Cincinnati Bengals
Akili Smith entrou na NFL em 1999 e ao fim da temporada 2002, já não era mais jogador de futebol americano profissional. Pelos Bengals, time que em tese tinha um elenco competitivo, Smith foi titular em apenas 17 partidas, tendo vencido apenas três delas. Ainda, neste período, ele totalizou só 2.212 jardas, cinco touchdowns e 13 interceptações, completando apenas 46,6% dos passes que tentou em Cincinnati.
A grande contribuição de Smith para o Cincinnati Bengals foi ensinar à franquia que o sucesso no college football nem sempre é levado para a NFL. Pelo menos, já é alguma coisa.
8) Tim Couch, quarterback (Kentucky)
Selecionado na 1ª escolha geral em 1999, pelo Cleveland Browns
Toda vez que um quarterback é escolhido como primeira escolha geral, algo pelo menos considerável é esperado de sua parte. No caso de Tim Couch, devemos lembrar que ele é considerado até hoje um dos maiores quarterbacks da história de Kentucky, se não o maior.
Na NFL, todavia, Couch não passou de um quarterback fracassado. Ele decepcionou os fãs de Cleveland com constantes lesões e, quando atuou, esteve longe de impressionar – seus 64 touchdowns e 67 interceptações na carreira justificam isso. Por fim, quando tentou retornar à liga em 2007, testou positivo para alguns esteroides e acabou saindo do futebol americano pela porta dos fundos.
7) Ki-Jana Carter, running back (Penn State)
Selecionado na 1ª escolha geral em 1995, pelo Cincinnati Bengals
Baixo e forte, com média de 7,2 jardas por tentativa no futebol americano universitário: não foram levantadas grandes discussões sobre quem o Cincinnati Bengals deveria ter selecionado na primeira escolha geral do Draft de 1995, ainda mais que o time realmente precisava de um running back.
O problema para os Bengals foi que Ki-Jana Carter pouco atuou na NFL devido à lesões. Para se ter uma noção, na primeira partida de pré-temporada daquele ano, ele sofreu uma lesão que custou toda sua temporada e abriu as portas para uma série de contusões ao longo de seus sete anos de carreira profissional (em Cincinnati, foram apenas quatro temporadas).
Em todo este período, foram 59 jogos participados (só 14 como titular), 1.114 jardas e 20 touchdowns para Carter.
6) Aaron Curry, linebacker (Wake Forest)
Selecionado na 4ª escolha geral em 2009, pelo Seattle Seahawks
De alguma forma, Aaron Curry era considerado – quase que unanimemente – a escolha mais segura do Draft de 2009. Tanto que o Seattle Seahawks, após selecionar o linebacker, garantiu a ele US$ 34 milhões, o que permanece até hoje como a maior marca da história da liga para alguém que não seja um quarterback.
O fato de Curry ter sido trocado ao Oakland Raiders apenas dois anos depois disso e ainda por uma escolha de 7ª rodada justifica porquê ele aparece em 6º nesta lista.
5) Charles Rogers, wide receiver (Michigan State)
Selecionado na 2ª escolha geral em 2003, pelo Detroit Lions
É quase inacreditável lembrar que na segunda escolha geral do Draft de 2003 o Detroit Lions selecionou Charles Rogers e o Houston Texans escolheu um tal de Andre Johnson uma posição depois. Contudo, por mais absurdo que seja isso, não devemos culpar tanto os Lions por isso – pare e veja os lances de Rogers por Michigan State, são espetaculares.
Na NFL, Rogers até teve pequenos lampejos, porém as constantes lesões e problemas extra-campo custaram sua carreira. Ele foi cortado por Detroit tendo participado de apenas 15 jogos, e recebido 440 jardas e quatro touchdowns. Esses foram seus números finais na National Football League.
4) Lawrence Phillips, running back (Nebraska)
Selecionado na 6ª escolha geral em 1996, pelo St. Louis Rams
Por tudo que Lawrence Phillips fez fora de campo, fica difícil lamentar que ele não tenha dado certo no futebol americano profissional. Se levarmos em conta apenas seu talento, em contrapartida, a história é totalmente diferente. Um exímio caso de um excelente esportista dentro de campo e uma péssima pessoa longe dele.
Sua carreira na NFL, apesar das brilhantes performances alcançadas nos tempos de college, durou apenas três temporadas. Com os Rams, a história foi ainda pior: após uma temporada improdutiva como calouro, St. Louis foi “obrigado” a dispensar Phillips quando esse permaneceu 23 dias na prisão em 1996.
Recentemente, depois de ter sido condenado a 25 anos de prisão, Lawrence Phillips foi encontrado morto em uma cela, e as maiores suspeitas indica que a causa da morte foi suicídio.
3) Tony Mandarich, offensive tackle (Michigan State)
Selecionado na 2ª escolha geral em 1989, pelo Green Bay Packers
A classe de 1989 é vista como uma das mais prolíficas da história da National Football League. Naquele ano, das cinco primeiras escolhas, quatro já têm seu nome no Hall da Fama. Já da para adivinhar quem foi o único que não chegou a Canton (na verdade, nem passou perto disso)? Sim, Tony Mandarich.
Ele fora selecionado na segunda escolha geral, logo após Troy Aikman e acima de nomes como Barry Sanders e Deion Sanders. Acredite ou não, mas Mandarich é considerado até hoje um dos melhores prospectos de linha ofensiva da história do Draft – e por isso foi o primeiro bloqueador da liga a receber mais de um milhão de dólares por temporada.
Apesar de tudo isso, sua carreira com o Green Bay Packers durou apenas dois anos. Pouco tempo depois, teve problemas com analgésicos e foi colocado em uma clínica de recuperação. Mais tarde, Tony Mandarich ainda tentou retornar aos gramados de futebol americano, pelo Indianapolis Colts. Suas três temporadas por lá foram até decentes, porém longe de corresponderem às expectativas iniciais deste offensive lineman.
2) JaMarcus Russell, quarterback (LSU)
Selecionado na 1ª escolha geral em 2007, pelo Oakland Raiders
Saiba que colocar JaMarcus Russell em primeiro lugar desta lista ou não, é mera questão de detalhes. Talvez ele até tenha mais razões para ser considerado o maior bust da história do Draft da NFL do que Ryan Leaf, se é que isso é possível.
Russell chegou à NFL sendo apontado como uma escolha segura, com uma estatura/habilidade atlética raramente vista para um quarterback e um braço invejável. Até mesmo os mais pessimistas consideravam que JaMarcus Russell, caso não desse certo, seria ao menos decente – nada como realmente aconteceu.
Tudo isso fez os Raiders assinarem um contrato de US$ 61 milhões com o quarterback, sendo US$ 30 mi garantidos!!! Contudo, todo este valor pago foi convertido em apenas 25 jogos como titular, dos quais apenas sete foram vitórias. Além disso, em três anos na NFL, Russell foi capaz de totalizar pífios 18 touchdowns, e 23 interceptações.
Ah, já ia esquecendo de dizer: Calvin Johnson e Adrian Peterson foram escolhidos após JaMarcus Russell naquela primeira rodada.
1) Ryan Leaf, quarterback (Washington State)
Selecionado na 2ª escolha geral em 1998, pelo San Diego Chargers
Antes mesmo de entrar na NFL, Ryan Leaf era apontado como um Hall of Famer. Por mais que pareça estranho, no Draft de 1998 haviam discussões sobre quem era o melhor quarterback disponível, Ryan Leaf ou Peyton Manning (quase 20 anos depois, ambos já estão aposentados, um com 539 touchdowns na carreira, o outro com 14).
Na National Football League, Leaf nunca esteve ao menos próximo de ser um quarterback decente: em seus quatro primeiros anos, perdeu um por conta de lesão e defendeu dois times diferentes nos outros. Como calouro com os Chargers, totalizou apenas dois touchdowns, e 15 interceptações. Em sua carreira, esse número é de 14-36 e, acredite ou não, talvez não seja a pior de suas estatísticas: em 21 jogos disputados, Leaf foi capaz de vencer apenas quatro.
Por fim, vale ressaltar que entre 2012 e 2014, Ryan Leaf se envolveu em problemas e passou alguns anos na prisão.
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