A temporada 2015 da NFL viu ótimos wide receivers, com ótimas performances e lances espetaculares. Muitos desses recebedores apenas mantiveram as atuações que estamos acostumados; outros, diferentemente, surpreenderam e elevaram as expectativas ao longo do ano.
A realidade é que nenhum ótimo ataque da NFL consegue se manter sem um bom wide receiver. Em algum momento, a ausência de um excelente alvo será sentida. Dito isso, essa posição merece ser lembrada.
Vamos aos melhores recebedores da liga no ano passado!
(Lembrando que os critérios de avaliação foram baseados no que cada atleta fez no ano passado, seus vídeos, suas estatísticas, dominância, produção ofensiva e impacto para o time).
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Antonio Brown, Pittsburgh Steelers
Sob a liderança de bons ou ruins quarterbacks, dentro ou fora de casa, em marcação de zona ou individual… Antonio Brown parece não sentir nenhuma diferença. O camisa #84 tem se mostrado extremamento dominante em qualquer circunstância.
Mesmo tendo Ben Roethlisberger por apenas 12 jogos, Brown terminou a temporada liderando a liga em recepções (136, empatado com Julio Jones) e em segundo no quesito jardas recebidas (1.834, a quarta melhor marca de todos os tempos). Ademais, teve dez touchdowns e se tornou o primeiro jogador da história a ter duas temporadas consecutivas com pelo menos 125 recepções. E, não se esqueça, ele ainda foi um dos melhores retornadores de chute do campeonato.
O que mais impressionou em Antonio Brown, apesar de seus excelentes números, foi sua capacidade de dominar os marcadores mesmo não sendo (nem de perto) o wide receiver mais alto e mais forte da NFL. Brown, através de suas ótimas rotas, trabalho dos pés, mãos seguras, agilidade e velocidade (em outras palavras, através de habilidade pura), conseguiu dominar a liga e despertou uma intrigante dúvida para os amantes do futebol americano: até onde suas performances iriam se Roethlisberger permanecesse saudável por toda a temporada?
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Julio Jones, Atlanta Falcons
Julio Jones foi simplesmente fantástico em 2015! Antes de adentrar na ótima temporada deste wide receiver, vale uma breve explicação sobre as duas primeiras posições da lista. Ao meu ver, o que o deixa ligeiramente atrás de Antonio Brown é o impacto para o time (enquanto Brown levou seu time à pós-temporada, Jones pouco almejou-a – sim, eu sei que existem diferenças nos elencos, mas a questão aqui é a importância que a produção de cada um tem para sua equipe) e a estatura (enquanto Jones tem números extraordinários levando a melhor no confronto individual contra basicamente todos os defensores, Brown (fisicamente falando) normalmente está em desvantagem perante aos marcadores, mas ainda assim tem números similares). Enfim. São modos diferentes de enxergar esses dois em âmbitos individuais e coletivos. Qualquer um deles que aparecer em primeiro está dentro da normalidade.
Como eu vinha falando, a temporada que Julio Jones teve em 2015 foi algo surreal. Ele teve um recorde pessoal em recepções (136), jardas (1.871) e passes em sua direção (203). Aliás, diga-se de passagem, sua marca de jardas recebidas é a segunda maior da história da liga. Além disso, Jones foi o único jogador da liga a ter mais de 200 lançamentos em sua direção, e sua marca de 203 foi a quinta maior da NFL desde 1990.
Arrisco a dizer que nenhum wide receiver cria um confronto individual tão complicado para seus adversários quanto Julio Jones. Em vários momentos da temporada passada, pareceu impossível marcar o camisa #11 dos Falcons.
Por fim, enquanto podemos imaginar a produção de Antonio Brown se Big Ben estiver totalmente em forma, por que não lançar a pergunta: e se Julio Jones atuasse sob o comando de um verdadeiro quarterback de elite ou em um time competitivo?
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Odell Beckham Jr., New York Giants
Aquele velho ditado de que os grandes recebedores demoram algo em torno de três temporadas para começarem a produzir ótimas atuações na NFL parece não fazer sentido quando olhamos para Odell Beckham Jr..
Apenas em seu segundo ano na liga, Odell teve 96 recepções, para 1.450 jardas e 13 touchdowns (para uma simples recordação, em apenas dois anos profissionais, Beckham Jr. já acumula 187 recepções, 2.755 jardas e 25 touchdowns). A forma como vimos ele jogar em vários momentos da temporada passada foi algo único, que não se via há muito tempo na história do futebol americano.
Muitos vêm Odell Beckham Jr. apenas pela recepção inacreditável feita contra os Cowboys em 2014. Mas não, o camisa #13 vai muito além disso. Ele possui enorme capacidade nas rotas, inteligência e habilidade nata para sua posição. De fato, a temporada de 2015 mostrou isso!
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DeAndre Hopkins, Houston Texans
111 recepções, 1.521 jardas e 11 touchdowns, esses foram os números de DeAndre Hopkins na temporada passada. Impressionantes, não? Por favor, não venham justificar isso dizendo “ah, mas ele joga sozinho mesmo”. De fato, isso acontece, e vale dizer que nenhum outro jogador do Houston Texans teve mais que 50 recepções no ano passado. Contudo, por outro lado, tamanha produção por parte de Hopkins veio após os passes de T. J. Yates, Brian Hoyer, Ryan Mallett e Brandon Weeden. Isso basta.
DeAndre Hopkins merece ser considerado uma dos cinco melhores wide receivers da NFL em 2015. Não apenas pelos números, mas também pela habilidade e noção de campo demonstradas. Ainda, vale dizer que Hopkins foi um dos mais dominantes da liga e peça crucial no título de divisão dos Texans.
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Brandon Marshall, New York Jets
Quem diria que aos 31 anos (após demonstrar sinais de decadência em 2014) Brandon Marshall teria um ano tão bom quanto 2015! Marshall não só produziu muitas jardas e touchdowns, ele foi um dos mais consistentes e seguros recebedores da liga.
Marshall é o segundo jogador mais velho desta lista, e ainda assim brilhou na temporada passada. Nessa, aliás, ele foi o líder de jogos com 100/+ jardas recebidas, com dez. Além disso, seus 14 touchdowns foram a melhor marca da liga (empatado com Doug Baldwin e Allen Robinson) e também de toda sua carreira. No mais, vale dizer que suas 109 recepções marcaram a sexta temporada com 100 ou mais passes recebidos por Brandon Marshall, um recorde da NFL.
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A. J. Green, Cincinnati Bengals
Temporadas muito boas parecem ter virado rotina na carreira de A. J. Green. Em cinco temporadas na liga, Green teve mais de 1.000 jardas em todas. Diga-se de passagem, último jogador a conseguir esse feito foi Randy Moss, uma ótima companhia para o recebedor dos Bengals.
Ao todo, A. J. Green teve 1.297 jardas e dez touchdowns, além de 88 recepções. Vale lembrar que ele começou a temporada instável, tendo marcado apenas quatro vezes nos primeiros dez jogos, mas se recuperou e computou seis touchdowns nas últimas seis partidas do ano, sendo peça crucial para mais uma ida do Cincinnati Bengals à pós-temporada.
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Allen Robinson, Jacksonville Jaguars
“Não olhe agora, mas o Jackvonsille Jaguars vem aí!” Após anos em baixa, os Jaguars aparentemente construíram um time competitivo. E nesse processo, o setor que mais se destaca é o ataque do time, o qual é liderado por Blake Bortles. Nesse sentido, o “melhor amigo de Bortles” é Allen Robinson.
Robinson brilhou em 2015, recebendo 80 passes, para 1.400 jardas e 14 touchdowns (empatado como a melhor marca da última temporada). Além disso, ele teve a recepção mais longa da temporada (90 jardas contra o New Orleans Saints) e liderou a NFL em recepções de 25 ou mais jardas, com 19 delas.
Allen Robinson, que tem apenas 22 anos, é um dos ótimos nomes para ficarmos de olho nas próximas temporadas da NFL. O ano passado mostrou todo o seu talento e, de fato, ele ainda tem muito a evoluir.
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Larry Fitzgerald, Arizona Cardinals
Enquanto muitas pessoas acreditavam que o bom Larry Fitzgerald havia ficado para trás, a temporada 2015 provou o contrário. Em sua 12ª temporada na liga, Fitzgerald teve, possivelmente, a melhor de sua excelente carreira. Foram 109 recepções (recorde pessoal), com 1.215 jardas e nove touchdowns para o jogador dos Cardinals. Tudo isso, rendeu a ele uma nova ida ao Pro Bowl, a nona para seu currículo. Além disso, ele se tornou o jogador mais jovem a passar das 1.000 recepções na carreira
A temporada passada apenas nos mostrou o quão incrível Larry Fitzgerald é. O veterano não só teve ótimos números e grande recepções, sua competitividade e liderança para o elenco do Arizona Cardinals também foram absurdo. Poucos jogadores amam tanto o jogo quanto o camisa #11.
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Demaryius Thomas, Denver Broncos
Não estou convencido em ver Demaryius Thomas neste lista. Sim, ele até teve números expressivos, mas ainda assim esses foram abaixo das médias de sua carreira. Por várias razões, o camisa #88 não conseguiu ser aquele que os torcedores dos Broncos estavam acostumados.
Thomas fechou 2015 com 105 recepções, 1.304 jardas e seis touchdowns, números que todo recebedor profissional almeja alcançar um dia. Contudo, os dois últimos quesitos foram os mais baixos para ele desde 2011. Tudo bem que ele foi prejudicado com um ano ruim de Peyton Manning e inconstância de Brock Osweiler, mas vale lembrar que ele teve nove drops na temporada, o 5º pior da NFL neste sentido.
Demaryius Thomas se manteve com bons números e algumas boas recepções ao longo da temporada. E foi isso, essencialmente, que garantiu sua presença nesta lista. 2016 pode ser um ano dos mais complicados e decisivos para o futuro de Thomas na liga, uma vez que Denver não sabe quem será seu quarterback titular.
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Doug Baldwin, Seattle Seahawks
Que grata surpresa ter Doug Baldwin nesta lista. Se olharmos para a temporada de Baldwin detalhadamente, vimos um recebedor apenas decente na primeira metade da temporada, não tendo ele nenhum jogo de mais de 100 jardas recebidas e com apenas dois touchdowns no total. Mas o camisa #89, a partir da semana dez brilhou e se tornou uma das peças mais importantes no “novo” Russell Wilson.
Doug Baldwin fechou a temporada com 78 recepções, 1.069 jardas e 14 touchdowns. Passando as 1.000 jardas, ele se tornou o primeiro jogador dos Seahawks a conseguir isso desde Bobby Engram em 2007. Já suas 14 pontuações foram um recorde da história da franquia.
O ano que o recebedor principal de Seattle teve foi realmente brilhante, sendo de suma importância em mais uma boa campanha do Seattle Seahawks. Por fim, vale ressaltar que Baldwin foi o principal responsável por concretizar uma nova filosofia ofensiva adotada pelos Hawks na reta final do ano passado.
Menções honrosas: Calvin Johnson (Detroit Lions), Emmanuel Sanders (Denver Broncos), Eric Decker (New York Jets), Allen Hurns (Jacksonville Jaguars), T. Y. Hilton (Indianapolis Colts), Jarvis Landry (Miami Dolphins), Jeremy Maclin (Kansas City Chiefs), Brandin Cooks (New Orleans Saints), Amari Cooper (Oakland Raiders).
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Por Caio Miari
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