A semana que antecede a temporada regular foi surpreendida com a notícia de que o New Orleans Saints se envolveu em uma troca por Teddy Bridgewater, ex-New York Jets. Além do quarterback, os Saints receberam uma escolha de sexta rodada, e gastaram uma pick de terceira rodada por isso. A propósito, a surpresa pela notícia da troca foi devido ao impacto positivo que ela pode ter para as partes envolvidas. Algumas semanas atrás, em minha coluna para o blog da The360, expliquei porque Bridgewater era uma commodity interessante. Aqui mesmo no Shotgun, até coloquei New Orleans como um destino sensato para ele.
Mas houve quem não gostasse tanto assim desta troca, torcedores de Saints e Jets, inclusive. Alguns fãs pensam que não será bom para o jogador. Outras defendiam que New York mantivesse o quarterback, ou que New Orleans esperasse mais para buscar um sucessor para Drew Brees. Enfim, é natural que haja divergência de pensamentos. E aqui vai o meu: o New Orleans Saints foi muito bem ao adquirir Teddy Bridgewater! O New York Jets, por sua vez, poderia talvez até ter ganhado mais pelo jogador, contudo, saiu da negociação com saldo positivo. Aliás, essa troca pode ser vista como a cereja do bolo para uma ótima offseason da equipe novaiorquina.
Teddy Bridgewater pode ser uma solução a curto e longo prazo para os Saints, e ele foi para um dos melhores lugares que imaginávamos ser possível. Isso é fato. Vamos às explicações.
A curto prazo, ele é um reserva que Brees talvez nunca teve
Para 2018 (e possivelmente mais alguns anos), Teddy Bridgewater ficará no banco de reservas. Verdade seja dita, isso não acontecerá porque ele tem um futuro hall of famer como “concorrente”. Nos Jets, era provável que Sam Darnold fosse começar também. A questão é que Bridgewater está voltando a ganhar espaço, portanto, o status de backup pode fazer bem a ele. Para o New Orleans Saints, isso é ótimo.
Os Saints chegaram ao Training Camp com Tom Savage, Taysom Hill e J. T. Barrett (calouro não draftado) como reservas. Nenhum deles acabou impressionou. Ou seja, o time não poderia cogitar a hipótese de ter Drew Brees como desfalque, fato que é perigoso para um elenco que, após um brilhante Draft 2017, passou a aspirar Super Bowl. Obviamente que Teddy Bridgewater não está no mesmo nível de Brees. E é óbvio também que, caso o camisa #9 se lesione, New Orleans perderá muito. A questão é que, com Bridgewater de reserva, a equipe ainda assim tem passa tem chances de vitória caso o titular esteja ausente. Com Savage, Hill ou Barrett, é difícil imaginar isso.
Situações como essa são vistas constantemente na NFL. Em 2017, por exemplo, aconteceu com os Texans. A equipe teve campanha 3-3 quando Deshaun Watson jogou. Sem o calouro, o mesmo Tom Savage e T. J. Yates, ambos reservas, combinaram para uma campanha 1-9. Ademais, que tal o desempenho de Nick Foles nos playoffs do ano passado?
Espero que Drew Brees esteja em campo por toda temporada 2018. Aliás, desde 2006, ele disputou 190 dos 192 jogos possíveis. Entretanto, caso o pior aconteça, Teddy Bridgewater pode, ainda assim, deixar o elenco competitivo.
A longo, deve ser o plano futuro para a franquia
Existe o “Ciclo de QBs” para as franquias da NFL. Resumidamente, ele nada mais é que o planejamento que cada time tem para encontrar um quarterback sucessor para seu titular absoluto quando esse se aposentar. Na prática, é o que aconteceu com os Colts quando o time buscou Andrew Luck para substituir Peyton Manning. E com os Packers na transição Brett Favre–Aaron Rodgers.
Com isso em mente, precisamos lembrar que Drew Brees já tem 39 anos de idade. De fato, ele ainda continua atuando em alto nível, entretanto, já está na reta final de sua carreira. E a pergunta que vários torcedores do New Orleans Saints poderiam fazer há uma semana, parece ter encontrado uma resposta: Teddy Bridgewater. O futuro na NFL é sempre imprevisível, contudo, tudo indica que Bridgewater (25 anos) ficará como reserva de Brees por alguns anos e, quando o camisa #9 pendurar as chuteiras, Teddy assume o comando. E esse não é um plano excelente da diretoria dos Saints?
Teddy Bridgewater, o qual chegou à NFL em 2014 como escolha de primeira rodada, precisou de apenas dois anos para provar que era um novo candidato a franchise quarterback. No entanto, uma grave lesão em 2016 o deixou fora de atividade por praticamente duas temporadas. Recuperado, havia dúvidas quanto ao rendimento do QB. Pelo que foi visto na pré-temporada, ele está muito bem. Portanto, New Orleans talvez tenha adquirido um dos quarterbacks mais promissores da liga em um momento que era hora de pensar nisso – e pagamento pouco, diga-se de passagem.
O lado do jogador
Primeiramente, é preciso reconhecer que o fato de Teddy Bridgewater ter sido cobiçado por algumas equipes de novo já é positivo. Estamos falando de um quarterback que sofreu graves lesões no joelho e só participou de dois snaps nas últimas 32 partidas possíveis. Teddy agora estará em uma cidade contagiante, sob uma diretoria sensata e distante dos gigantes mercados da liga, onde a pressão tende a ser maior.
Tenha em mente ainda que Bridgewater jogará com um dos head coaches que mais entende de ataques no futebol americano. E ao lado de um quarterback futuro Hall da Fama. Sem contar o fato de que o elenco do New Orleans Saints é um dos mais promissores da NFL atualmente. Michael Thomas, Alvin Kamara, Marshon Lattimore, Marcus Williams, todos são ícones dessa nova geração, a qual vem marcando a era Brees e pode protagonizar a era Bridgewater no futuro.
Teddy Bridgewater será titular no New Orleans Saints algum dia? Mande para nós sua opinião nos comentários ou pelas redes sociais!
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