Pouquíssimas pessoas esperavam ver o Dallas Cowboys triunfando como fez na temporada passada. Afinal, um time comandado por um quarterback e running back calouro venceu 13 partidas ao longo do ano, marcando a melhor campanha da franquia desde 2007. Mas os playoffs chegaram e a inexperiência dos Cowboys acabou custando caro para o time chegar ainda mais longe, aumentando o tabu de disputar um Super Bowl, o qual dura desde 1995.
Desta maneira, Dallas acredita que seus jovens talentos possam sobressair mais um ano e conquistar o grande objetivo da equipe no ano. Todavia, isso não será uma tarefa das mais fáceis. Enquanto ofensivamente as coisas parecem estar no caminho certo para o Dallas Cowboys, defensivamente, a franquia está repleta de incertezas, já que grande parte das 13 perdas de jogadores que aconteceram nesta offseason estavam concentradas no setor.
Ataque
O que o Dallas Cowboys está vivendo, sem dúvidas, não estava nos planos da franquia. Afinal, quem iria imaginar que em apenas um ano, um calouro vindo da 4ª rodada fosse contar com duas lesões, desbancaria Tony Romo, teria uma das melhores temporadas de novato da história da NFL e se tornaria o futuro da equipe na posição de quarterback? Mas sim, Dak Prescott foi uma das mais gratas surpresas da liga no ano passado, e suas 3.667 jardas, 23 touchdowns e apenas quatro interceptações justificam seu prêmio de Calouro Ofensivo do Ano.
Juntamente a Prescott, os Cowboys viram Ezekiel Elliott superar às expectativas em sua temporada de calouro. Escolhido na 4ª escolha geral de 2016, Elliott liderou a NFL em jardas corridas com 1.631 e ainda esteve nas discussões para MVP. Para 2017, ele encarará uma suspensão de seis partidas, fato que é visto por Dallas como um dos maiores complicadores da temporada para a equipe. O retrospecto do Dallas Cowboys enquanto Ezekiel Elliott estiver fora será determinante para um eventual bicampeonato de divisão, por exemplo. Na ausência de Elliott, então, os Cowboys deverão apostar no veterano Darren McFadden (1.086 jardas e 3 TDs em 2015), o qual perdeu grande parte de 2016 devido à uma lesão.
O restante do sistema ofensivo de Dallas segue estável e, se mantida a normalidade, deve ter um bom ano em 2017. O grupo de recebedores da equipe terá novamente o trio Dez Bryant, Cole Beasley e Terrence Williams – esse trio teve 2.223 jardas e 17 touchdowns combinado ano passado. Bryant é um dos melhores da liga; Beasley se mostrou um dos alvos mais confiantes da franquia; e Williams ainda é um ótimo alvo para grandes jogadas. Lembre-se ainda que os Cowboys mantiveram Brice Butler e recrutaram Ryan Switzer no último Draft. Essa combinação de recebedores deve ser chave para mais um ano produtivo do tight end futuro hall of famer Jason Witten.
Ademais, vale destacar a linha ofensiva do Dallas Cowboys, a qual é vista por muitos como a melhor da NFL (ela cedeu apenas 28 sacks no ano passado). Não à toa, três das cinco posições do All-Pro Team da última temporada foram ocupadas por nomes de Dallas, com Tyron Smith, Zack Martin e Travis Frederick. Contudo, essa linha passa por uma incerteza na posição de right tackle: a aposentadoria de Doug Free fará com que La’el Collins seja o titular da função. Collins tem talento, porém não tem conseguido se manter saudável no futebol americano.
Defesa
Como citado anteriormente, o sistema defensivo do Dallas Cowboys foi o mais prejudicado pelas saídas de jogadores recentes da franquia, e consequentemente os principais reforços da equipe para esta temporada foram para o setor. O maior objetivo dos Cowboys, então, deve dar mais explosão e eficiência para sua defesa, já que ela forçou apenas 20 turnovers e totalizou 36 sacks em 2016, sendo que, por outro lado, foi muito bem no quesito pontos cedidos por jogo, com 19,1.
A linha defensiva de Dallas, pelo segundo ano consecutivo, sofreu com a ausência de grandes talentos – desde 2013, os Cowboys não têm um defensor com pelo menos dez sacks em uma temporada. Ao que tudo indica, o meio da linha defensiva do Dallas Cowboys precisará contar com boas performances do recém-contratado Stephen Paea. Nas beiradas, todavia, a franquia aposta mais na força de sua rotação titular do que em nomes individuais. Isso porque os titulares do elenco até então são Demarcus Lawrence (8 sacks em 2015) e Tyrone Crawford (4,5 sacks em 2016). Além deles, outros nomes interessantes são Benson Mayowa (líder do time em sacks ano passado, com seis) e Taco Charlton (calouro recrutado na 1ª rodada do último Draft). Como falado, esta não é uma rotação de defensive ends que conta com super-estrelas, longe disso. Todavia, o sucesso desse grupo pode vir no equilíbrio entre os quatro nomes principais.
No grupo de linebackers vem o jogador mais eficiente deste sistema defensivo. Sean Lee tem sido uma certeza para o Dallas Cowboys toda vez que está saudável. Em 2016, então, com 145 tackles totais e 12 tackles para perda de jardas, ele foi eleito para o All-Pro Team da liga pela primeira vez em sua carreira. Ao lado de Lee, Dallas não tem muitas opções: a equipe deverá optar por Anthony Hitchens (78 tackles em 2016) no meio e Damien Wilson no outro lado. O veterano Justin Durant, Kyle Wilber e, finalmente, Jaylon Smith seguem como alternativas interessantes para algumas situações.
Já na secundária, o Dallas Cowboys deverá ter muitas mudanças. Isso porque quatro dos principais nomes do setor deixaram a franquia na última offseason (Barry Church, J. J. Wilcox, Brandon Carr e Morris Claiborne). Isso implica que Orland Scandrick, um dos poucos veteranos remanescentes do elenco, terá novos companheiros na posição de cornerback. O principal deles será Nolan Carroll, recém-contratado. Além dele, os Cowboys deverão dar boas oportunidades ao segundo anista Anthony Brown e aos calouros Chidobe Awuzie e Jourdan Lewis (respectivamente, 2ª e 3ª rodada deste ano). Para os demais defensive backs, o free safety será Byron Jones (escolha de 1ª rodada de 2015), enquanto a função de strong safety terá Jeff Heath, jogador que atuo majoritariamente no time de especialistas nas últimas temporadas, em sua primeira experiência como titular de fato na NFL.
Conclusão
Claramente, o Dallas Cowboys entra na temporada 2017 com um único objetivo: retornar ao Super Bowl. Mas isso, como visto acima, não é tão fácil, fato que torna o objetivo inicial da franquia ser chegar mais longe nesta pós-temporada do que no ano passado, até porque o elenco está repleto de jovens talentos. A equipe perdeu jogadores importantes, terá que suportar algumas partidas sem Ezekiel Elliott e carrega, por mais um ano, incertezas em seu sistema defensivo. De qualquer maneira, o fato dos Cowboys terem em seu elenco nomes que brilharam em 2016, especialmente no ataque, faz do time o favorito na NFC Leste por mais um ano – mas a concorrência será bem maior.
Principais chegadas (posição, antigo time)
– Nolan Carroll (CB, Eagles);
– Stephen Paea (DT, Browns);
– Robert Blanton (DB, Bills);
– Damontre Moore (DE, Seahawks).
Principais saídas (posição, time de destino)
– Tony Romo (QB, aposentou);
– Brandon Carr (CB, Ravens);
– Morris Claiborne (CB, Jets);
– Barry Church (SS, Jaguars);
– J. J. Wilcox (FS, Steelers);
– Rolando McClain (LB, free agent);
– Ronald Leary (OG, Broncos);
– Doug Free (OT, aposentou).
Notas do time
– Ataque: A
- Quarterback: B+
- Running backs: A-
- Wide receivers: A-
- Linha ofensiva: A
– Defesa: B-
- Linha defensiva: B
- Linebackers: B-
- Secundária: B-
– Calendário 2017: C (53,1%)
Estatística determinante
Em 2016, o running back calouro do Dallas Cowboys Ezekiel Elliott correu para um total de 95 first downs – nenhum outro jogador no ano fez isso mais de 75 vezes.
Nomes para ficar de olho
Ezekiel Elliott – Quando o Dallas Cowboys recrutou Ezekiel Elliott na 4ª escolha geral do Draft 2016, dificilmente a equipe esperava que os resultados fossem acontecer tão rapidamente. Como novato, Elliott liderou a NFL em jardas corridas, tendo ainda marcado 16 touchdowns ao longo do ano. Não à toa, ele foi eleito para o All-Pro Team da liga ano passado. Pode parecer precoce, mas já é possível ranquear o camisa #21 entre os cinco melhores running backs da atualidade. Para esta temporada, contudo, ele deverá ficar suspenso por algumas partidas, fato que pode ser um complicador para os Cowboys.
Dak Prescott – Nem mesmo o mais fanático torcedor do Dallas Cowboys esperava ver tudo aquilo que Dak Prescott fez na temporada passada. Muito mais que um quarterback competitivo, Prescott teve a performance ao longo do ano que o rendeu uma ida ao Pro Bowl e o prêmio de Calouro Ofensivo do Ano, apesar de ser apenas calouro. Desta maneira, o camisa #4 dos Cowboys sabe que em 2017 as expectativas sobre ele serão ainda maiores, assim como a responsabilidade de quebrar o jejum de títulos da franquia.
Dez Bryant – O ataque dos Cowboys baseado no talento corrido Ezekiel Elliott e Dak Prescott tirou um pouco das atenções ofensivas de Dez Bryant, o qual ficou ainda mais limitado no ano passado por conta de uma lesão que o custou três partidas. De qualquer forma, em uma temporada longe de ser espetacular, Bryant totalizou 50 recepções, 796 jardas e 8 touchdowns. Ao que tudo indica, ele agora está totalmente recuperado e pronto para voltar aos seus melhores dias com a camisa #88 de Dallas.
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Este é mais um texto da série Perguntas Para a Temporada (PPT), que analisa como será o ano de cada franquia da NFL, de acordo com a ordem do Draft. Para ter acesso aos outros artigos desta série, CLIQUE AQUI – em algum momento, seu time estará por lá!
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