Na temporada passada, após uma campanha 9-7 (a melhor da equipe desde 2010), o Tampa Bay Buccaneers voltou a sonhar e figurar nas conversas de playoffs da National Football League. Com muito talento ofensivo, vários reforços interessantes, uma defesa que em tese pode render mais e um treinador em ascenção, os Bucs, enfim, esperam chegar a outro patamar – algo como os Raiders fizeram ano passado.
Lembrando que os Buccaneers não sabem o que é disputar uma partida de pós-temporada desde 2007. A última vitória em mata-mata, por sua vez, aconteceu em 2002, ano da primeira e única conquista de Super Bowl da história da franquia.
Ataque
Poucas franquias na NFL têm tanto poder de fogo ofensivo quanto o Tampa Bay Buccaneers. Isso porque o GM Jason Licht deu total prioridade ao ataque aéreo da franquia, adquirindo interessantes nomes no mercado. Desta maneira, além de produzir muitos pontos, é preciso reconhecer que o ataque dos Bucs precisa se concentrar em corrigir dois erros: os turnovers e jogo terrestre.
O grande líder do sistema ofensivo dos Buccaneers é Jameis Winston (4.090 jardas, 28 TDs e 18 INTs no ano passado). O camisa #3 tem melhorado a cada temporada, e isso é um dos principais fatos que explica a empolgação ao redor de Tampa para 2017: apesar de ter apenas 23 anos de idade, Winston tem se mostrado um grande líder dentro de campo, capaz de liderar seu time às vitórias mesmo com situações adversas pela frente. É com isso em mente – e com vários novos recebedores talentosos ao seu redor –, que Jameis Winston é considerado o jogador mais importante do elenco dos Bucs!
Entretanto, Winston precisa proteger melhor a bola. Tampa foi o 8º time da liga que mais sofreu turnovers na temporada passada, com 27, incluindo 18 interceptações do quarterback (apenas Philip Rivers, 21, teve mais interceptações no ano).
No mais, é preciso falar do grupo de recebedores do Tampa Bay Bucanneers. No ano passado, Mike Evans recebeu incríveis 175 passes em sua direção; muito disso porque os wide receivers de Tampa não apresentavam outros grandes nomes em geral. Desta maneira, a diretoria da franquia foi buscar DeSean Jackson, o qual tem média na carreira de 17,7 jardas por recepção. Além disso, O. J. Howard foi recrutado no Draft e agora fará dupla de tight ends com Cameron Brate (empatado, ele liderou a NFL em TDs na sua posição, com 8). Assim sendo, os Bucs agora têm um dos melhores recebedores da liga em Evans, uma constante ameaça vertical em Jackson, e talvez a dupla de TEs completa da atualidade em Howard-Brate.
O sistema ofensivo dos Buccaneers só não é quase perfeito porque o jogo corrido do time deixa a desejar. Em 2016, esse setor foi um dos piores da NFL, com média de apenas 101 jardas por partida e 3,6 jardas por tentativa. Para 2017, Doug Martin (o titular da equipe na posição de RB) será desfalque por três partidas devido à suspensão, e deixará Jacquizz Rodgers e Charles Sims como os principais responsáveis pelo posição de running back da equipe. Por outro lado, mais um ano da linha ofensiva dos Bucs junto, e a ida de J. R. Sweezy para a posição de RG, pode dar mais consistência a um setor que 35 sacks e 109 hits em Jameis Winston na temporada passada.
Defesa
De nada adianta um ataque explosivo e capaz de produzir pontos diante das principais defesas da NFL, se a defesa desse time não consegue manter o marcador intacto. Tendo cedido 23,1 pontos por partida na temporada passada e reconhecendo os ótimos reforços ofensivos adquiridos pelo Tampa Bay Buccaneers em 2017, é possível dizer que a exata competitividade da franquia neste ano será ditada pelo rendimento seu rendimento defensivo.
Entretanto, enquanto Licht fez grandes movimentações no ataque dos Bucs, defensivamente, o elenco pouco mudou – e isso indica que o coordenador do setor Mike Smith terá bastante trabalho pela frente. Seu principal objetivo, claro, é manter as boas atuações do sistema na segunda metade da temporada, quando forçou 18 turnovers e permitiu apenas duas atuações adversárias acima da 400 jardas totais, marcas bem superiores aos 11 e quatro da primeira metade, respectivamente. Acredite ou não, mas na semana 8 da temporada passada, os Buccaneers cederam 626 jardas totais aos Raiders!
No front seven da equipe, pouca coisa mudou. Chris Baker (9,5 sacks, 5 fumbles forçados e 100 tackles nas duas últimas temporadas em Washington) foi a principal contratação, e ele jogará ao lado do bom Gerald McCoy. Para o pass rush, os Bucs precisam ver mais de seus dois defensive ends titulares – William Gholston e Robert Ayers combinaram para 9,5 sacks apenas –, e esperam que Lavonte David e Kwon Alexander mantenham o bom momento. Ceder mais de 117 jardas terrestres de média por confronto não pode estar nos planos de Tampa Bay novamente.
A secundária da franquia também chega para esta temporada questionada apesar de ter totalizado 17 interceptações na temporada passada. Isso porque Vernon Hargreaves ainda precisa ser mais constante (como foi na reta final do ano passado, por exemplo) e Brent Grimes estará com 34 anos. Entre os safeties, setor que teve sérios problemas de cobertura em profundidade em 2016, a contratação de J. J. Wilcox e escolha de Justin Evans (segunda rodada do último Draft) chega para criar uma necessária concorrência a Keith Tandy e principalmente Chris Conte.
Conclusão
Como visto, o Tampa Bay Buccaneers apresenta fragilidades ofensivas que não são aceitáveis quando sua defesa não faz um grande trabalho em todos os aspectos. Isso indica que pelo menos parte disso precisa mudar, drasticamente, caso a franquia queira competir entre as potências da NFL. Ao mesmo tempo, com grandes peças ofensivas aéreas ao lado, Jameis Winston aparenta estar no caminho certo para ir ainda melhor em 2017, é disso que os Bucs precisam para continuarem realmente sonhando com os playoffs.
Todavia, é preciso lembrar que a NFC Sul talvez seja a divisão mais equilibrada e portanto disputada da NFL neste momento. É complexo cravar qual franquia vencerá esse grupo, e pensar que as duas vagas de Wild Card da Conferência Nacional saiam dele não é absurdo! Chegou a hora dos Bucs chegarem ao outro nível e, finalmente, voltarem à pós-temporada. Isso de fato não deverá ser fácil; mas o talento de Jameis Winston, a explosão ofensiva deste elenco e a agressividade da defesa podem acabar com o jejum de Tampa.
Principais chegadas (posição, antigo time)
– DeSean Jackson (WR, Redskins);
– Ryan Fitzpatrick (QB, Jets);
– J. J. Wilcox (FS, Cowboys);
– Chris Baker (DE, Redskins).
Principais saídas (posição, time de destino)
– Alterraun Verner (CB, Dolphins);
– Vincent Jackson (WR, free agent);
– Mike Glennon (QB, Bears);
– Akeen Spence (DT, Lions).
Notas do time
– Ataque: B+
- Quarterback: B+
- Running backs: C+
- Wide receivers: A
- Linha ofensiva: B
– Defesa: B
- Linha defensiva: B
- Linebackers: B+
- Secundária: B-
– Calendário 2017: C (51,8%)
Estatística determinante
O Tampa Bay Buccaneers, entre as semanas 1 e 9 da temporada passada, permitiu aos seus adversários 29 pontos e 399 jardas de média por partida. Em contrapartida, esses números foram, respectivamente, de 17,1 e 337 no restante do campeonato.
Nomes para ficar de olho
Jameis Winston – Jameis Winston tem sido tudo aquilo que o Tampa Bay Buccaneers esperou ao selecioná-lo no Draft de 2015. Em duas temporadas disputadas na NFL, Winston já ultrapassou as 8.000 jardas totais e somou 50 touchdowns. Além disso, ele claramente tem feito Tampa voltar ao caminho das vitórias, e a campanha 9-7 no ano passado ilustra isso. Assim sendo, o camisa #3 tem um importante desafio pela frente: liderar os Bucs de volta aos playoffs depois de dez anos.
Mike Evans – Agora já são três temporadas na NFL para Mike Evans e 3.578 jardas aéreas totalizadas. Ademais, ele ainda tem 27 touchdowns neste período (sendo 12 em 2016, seu melhor ano na liga), o que dá a ele uma impressionante média de quase dez TDs por ano. Ao lado de Winston, Evans tem sido o principal jogador do ataque dos Bucs, e isso mostra sua importância para o elenco do time da Florida. É quase inimaginável pensar Tampa Bay chegando longe nesta temporada sem os serviços do camisa #13.
O. J. Howard – Não é sempre que um tight end do nível de O. J. Howard chega à National Football League. Há quem diga que Howard é o melhor TE a sair do college football desde Rob Gronkowski – e o Tampa Bay Buccaneers se interessou por isso. Desta maneira, o ex-Alabama chega no sistema ofensivo dos Bucs com o status de ser uma das principais armas de um setor que já conta com nomes como Evans, Jackson. O. J. Howard é um dos favoritos a vencer o prêmio de Calouro Ofensivo do Ano em 2017, e ele tem tudo para ser uma grata surpresa neste novo Tampa Bay Buccaneers.
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Este é mais um texto da série Perguntas Para a Temporada (PPT), que analisa como será o ano de cada franquia da NFL, de acordo com a ordem do Draft. Para ter acesso aos outros artigos desta série, CLIQUE AQUI – em algum momento, seu time estará por lá!
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