A temporada passada veio a ser uma das piores da história do Chicago Bears – time fundado no começo dos anos 1920. O ataque da equipe foi apenas o 28º da NFL, enquanto a defesa a 24ª geral. Ademais, os Bears foram terceiro time da liga que mais sofreram turnovers.
Tudo isso, de um modo geral, implantou um inevitável processo de reconstrução na franquia. A era Jay Cutler na Windy City terminou, levando ainda Alshon Jeffery para outros ares. Desta maneira, o Chicago Bears chega para 2017 marcado por incertezas. Incertezas essas naturais para um elenco de certa forma talentoso, porém recheado de jovens promessas. Ofensiva e defensivamente falando, Chicago depende de jogadores ainda inexperientes (ou que não mostraram tanto no futebol americano profissional).
A aquisição mais importante de Chicago veio na posição de quarterback. Para o lugar de Cutler, a franquia oferece um grande contrato a Mike Glennon. Isso mesmo, Glennon chega aos Bears, além da titularidade inicial garantida, com um contrato de gente grande pela frente (US$ 45 milhões). Há quem diga que ele de fato estava “desperdiçado” em Tampa; em contrapartida, suas 15 interceptações lançadas em 18 partidas como starter e o fato dele não ser titular em um jogo desde 2015 indicam o contrário. Mas se engana quem pensa que o Chicago Bears tem apenas um plano na posição de QB. A franquia recrutou Mitchell Trubisky no último Draft, que para a maioria é o nome mais talentoso da classe passando a bola. Certamente que a ideia do time não é colocar Trubisky nesta temporada – muito menos sob pressão –, todavia, não se pode dizer que não há candidatos para o principal problema de Chicago nos últimos anos.
Contudo, a missão de Glennon (ou quem sabe de Trubisky) não será nada fácil: os Bears ainda têm problemas quanto ao grupo de wide receivers, já que o seu marcou apenas 19 TDs aéreos no ano passado. Justamente por isso, e sabendo das saídas de Jeffery e Eddie Royal, a diretoria do time se preocupou tanto em reforçar nesse aspecto – mas será que as opções foram as melhores? Mike Glennon terá Cameron Meredith (o único WR remanescente deste time que teve mais de 26 recepções em 2016), Markus Wheaton, Zach Miller e, finalmente, Kevin White para passar a bola. A impressão que fica é que Chicago tem vários bons e perigosos recebedores, mas nenhum ótimo.
Em compensação, o ataque terrestre dos Bears foi uma das gratas surpresas do time em 2016. Após a saída de Matt Forte, a equipe apostou no jovem Jordan Howard – e não se arrependeu. Howard terminou o ano como o segundo running back da liga em jardas corridas, com 1.313. Além disso, ele marcou seis touchdowns e teve 5,2 jardas por tentativa. Se a linha ofensiva, comandada por Josh Sitton e Kyle Long, continuar fazendo um bom trabalho nas corridas, o camisa #24 tem tudo para repetir as espetaculares atuações que teve no ano passado; e isso pode ser o ponto crucial para o primeiro ano de Glennon com a camisa azul.
Do outro lado da bola, talvez esteja o problema determinante do Chicago Bears. Afinal, uma defesa que força apenas 11 turnovers ao longo de uma temporada inteira não vai longe. E a de Chicago fez isso no ano passado. Diga-se de passagem, essa foi a menor marca da história do futebol americano profissional em 16 partidas. Pensando nisso, a secundária da equipe vem completamente diferente para 2017: as chegadas de Prince Amukamara, Quintin Demps e Marcus Cooper parecem ter sido boas ideias para fazerem companhia a Kyle Fuller. Se esse grupo de defensive backs encaixar, o sistema defensivo dos Bears pode ficar bem interessante, já que o front seven conta com nomes como Akiem Hicks, Pernell McPhee, Jerrell Freeman, Danny Trevathan e, é claro, Leonard Floyd.
Como visto, os principais nomes do Chicago Bears para 2017 ainda são bastante novos, ou sem uma grande carreira pela National Football League, porém talentosos. Existe ainda a questão física, já que as lesões têm sido um pesadelo nas últimas temporadas da fraquia. Assim como o título desta prévia indica, as chances dos Bears passam pelas mãos de prodígios – e isso faz deste time um dos mais subestimados nesta temporada, especialmente se Glennon fizer um ano decente, estou certo disso. O Chicago Bears pode sim surpreender muita gente (mais uma vez).
Principais chegadas (posição, antigo time)
– Mike Glennon (QB, Buccaneers);
– Markus Wheaton (WR, Steelers);
– Quintin Demps (SS, Texans);
– Prince Amukamara (CB, Jaguars);
– Mark Sanchez (QB, Cowboys);
– Marcus Cooper (CB, Cardinals).
Principais saídas (posição, time de destino)
– Alshon Jeffery (WR, Eagles);
– Brian Hoyer (QB, 49ers);
– Matt Barkley (QB, 49ers);
– Cornelius Washington (DE, Lions).
Notas do time
– Ataque: B-
- Quarterback: B-
- Running backs: A-
- Wide receivers: C+
- Linha ofensiva: C+
– Defesa: B-
- Linha defensiva: B-
- Linebackers: C+
- Secundária: B-
– Calendário: B (47,9%)
Estatística determinante
O Chicago Bears é um das franquias mais antigas da NFL, com sua história começando em 1920. Nessas quase 100 temporadas até 2017, apenas uma vez o time teve uma temporada pior que a do ano passado com 3-13 (18,8% de aproveitamento). Isso aconteceu em 1969, quando os Bears venceram apenas um das 14 partidas que disputaram (7,1% de aproveitamento).
Nomes para ficar de olho
Jordan Howard – Quem diria que o segundo running back com mais jardas da NFL na temporada de 2016 seria Jordan Howard, apenas atrás de Ezekiel Elliott. O que o calouro fez no ano passado funcionou como “uma luz no fim do túnel” para os Bears de que melhores dias para a franquia podem não estar tão distantes. Chegando em 2017, então, é inimaginável que Chicago tenha uma temporada competitiva sem um jogo corrido, ainda mais com todos os problemas do ataque aéreo que a equipe apresenta. E boas performances do ataque terrestre da franquia dependem majoritariamente de Howard. Ele começa o ano sendo o MVP deste time!
Leonard Floyd – Não é impressionante que o jogador mais talentoso da defesa do Chicago Bears já seja Leonard Floyd, o qual está apenas em seu segundo ano na liga? Como calouro, Floyd disputou apenas 12 partidas, tendo conquistado sete sacks nessas ocasiões (3ª melhor marca entre os novatos). Muitos consideram a defesa dos Bears uma das mais subestimadas da NFL, e isso não aconteceria se não fosse pelo ex-jogador da Georgia. Analistas americanos indicam que Floyd pode chegar a 15 sacks em 2017 (estou de acordo com isso).
Kevin White – É simplesmente inacreditável o que acontece com Kevin White. Ele entrou para a NFL em 2015, como um dos melhores prospectos da classe. Entretanto, acabou sofrendo duas graves lesões, as quais possibilitaram-no disputar apenas quatro de 32 jogos nos dois últimos campeonatos. Ficar de olho em White, nesta temporada, será interessante pois, de fato, é o primeiro ano dele saudável na liga. Além disso, há quem diga que uma temporada apagada do camisa #11 pode custá-lo um lugar no elenco dos Bears futuramente. Apesar de tudo, ele está escalado como o principal wide receiver da equipe.
–
Este é o terceiro texto da série Perguntas Para a Temporada (PPT), que analisa como será o ano de cada franquia da NFL, de acordo com a ordem do Draft. Para ter acesso aos outros artigos desta série, CLIQUE AQUI – em algum momento, seu time estará por lá!
Até onde o Chicago Bears irá em 2017? Mande para nós sua opinião nos comentários ou pelas redes sociais!
–
Siga-nos no Twitter @ShotgunFA
Curta no facebook.com/shotgunfootball