Não eram todos que previam isso, mas depois de uma década, a era Adrian Peterson no Minnesota Vikings chegou ao fim. O running back (que muitas vezes tinha o impacto de running back, wide receiver, tight end) agora está nos Saints e deixa Minnesota com uma interessante dúvida: como a equipe irá sem o seu camisa #28? Verdade seja dita, Peterson não vivia seus melhores momentos nos Vikings e as lesões estavam limitando consideravelmente sua produção dentro de campo. De qualquer forma, é uma grande referência que a equipe de Minnesota perde.
Desta maneira, o Minnesota Vikings chega para 2017 sabendo que precisa corrigir vários erros, especialmente em seu sistema ofensivo, o qual teve problemas tanto no ataque aéreo quanto no ataque terrestre – e contratações interessantes para isso foram feitas. Se resolvidos, porquê não imaginar esse Vikings nos playoffs? Bom, pelo menos defesa para isso eles têm, de sobra.
Ataque
O sistema ofensivo do Minnesota Vikings é o setor que mais se encontra em transição do time; algo natural pela saída de Adrian Peterson e chegada do novo coordenador Pat Shurmur (na prática, essa será a primeira temporada dele neste ataque). Em meio à essas mudanças, os torcedores da franquia esperam terem Sam Bradford um fator confiável. Bradford teve um ano sólido em 2016, apesar de pecar um pouco em termos de produtividade. Ele completou 71,6% dos passes que tentou, obteve 3.877 jardas e apenas cinco interceptações. Por outro lado, foram só sete jardas por passe completado e 20 touchdowns; números que, certamente, podem melhorar. De qualquer forma, o camisa #8 não aparenta ser uma grande preocupação para os Vikings, pelo contrário: a impressão que fica é que se o ataque da equipe estiver encaixado, Bradford pode protagonizar a melhor temporada de sua carreira.
Ajeitar esse ataque para Bradford passa por duas vertentes principais, que são: quem irá produzir e quem irá proteger no setor. Com a saída de Peterson, a titularidade na posição de running back dos Vikings está indefinida, com Dalvin Cook (escolha de segunda rodada deste ano) e Latavius Murray (ex-Raiders) sendo os favoritos para assumi-la. Seja quem for o escolhido (em tese, Murray tem a vantagem), a função aparenta estar em boas mãos. Além deles, o grupo de recebedores de Minnesota também levanta algumas preocupações. Stefon Diggs e Adam Thielen são dois bons e explosivos wide receivers, porém nenhum deles provou até agora ser um WR nº 1 para seu elenco, tanto em termos de produção quanto em termos físicos. Esse protagonismo entre os recebedores, incluindo Kyle Rudolph e até mesmo Laquon Treadwell, é algo a ser observado nesse plantel.
Quem irá proteger esse sistema ofensivo, como adiantado, é a maior preocupação. No ano passado, a linha ofensiva do Minnesota Vikings, a qual foi muito atrapalhada pelas lesões, esteve entre as piores da NFL, tendo cedido 38 sacks e possibilitado seu ataque terrestre à apenas 3,2 jardas por tentativa, a pior marca da liga. Como forma de solucionar esse problema, a franquia irá colocar três novos nomes como titulares da linha esse ano pela primeira vez; Alex Boone e Joe Berger devem ser os únicos a continuar como bloqueadores pelo segundo ano seguido. Sem uma linha ofensiva ao menos decente será difícil ver esse ataque de Minnesota rendendo tudo que pode.
Defesa
Por quase metade da temporada passada, a defesa do Minnesota Vikings dominou a NFL, sendo capaz de fazer a equipe começar o ano 5-0. No restante do ano, por mais que tenha acontecido uma queda de rendimento, esse sistema defensivo terminou como o 3º melhor da liga no geral, totalizou 41 sacks e forçou 27 turnovers.
O ponto mais eficiente dessa defesa é a linha. Com Everson Griffen (8 sacks, 2 fumbles forçados), Linval Joseph (4 sacks, 3 fumbles forçados) e Danielle Hunter (12,5 sacks), a defensive line dos Vikings tem tudo que um setor desses de elite do futebol americano profissional precisa. Tanto em termos de corridas quanto em passes, os defensive linemen da equipe são excelentes.
O front seven do Minnesota Vikings só não é impecável porque o grupo de linebackers do time ainda precisa melhorar em algumas aspectos. Melhor dizendo, ele pode render mais. O principal nome do setor, Anthony Barr, até fez um ano de 2016 sólido (70 tackles e 2 sacks), porém, para um jogador de seu talento, pode ser ainda melhor. Isso acontecendo, a dupla Barr e Eric Kendricks tem tudo para estar entre as principais de LBs de toda a National Football League.
Por fim, a secundária de Minnesota está repleta de talentos. Para se ter uma noção, a rotação titular de defensive backs da equipe (dois safeties e dois cornerbacks) conta com três nomes de primeira rodada e que vivem os melhores momentos de sua carreira: Harrison Smith, Trae Waynes e Xavie Rhodes. Para fechar o grupo, o dinâmico Andrew Sendejo está por lá. Lembre-se também que o veterano Terence Newman (escolha de 1ª rodada em 2003) ainda continua atuando em bom nível apesar dos 38 anos. Alguns detalhes ainda separam essa secundária de ser a ideal para um time de futebol, como quem será o nickel back agora que Munnerlyn saiu, por exemplo. Entretanto, esses defensive backs certamente estão entre os melhores da NFL!
Conclusão
Como citado, majoritariamente, é o sistema ofensivo do Minnesota Vikings que precisa melhorar para esta temporada; o defensivo da equipe aparenta estar ainda mais em forma para outra temporada sólida. O que realmente preocupa é que são vários aspectos do ataque da franquia que precisam evoluir, e isso pode ser complicado de ser feito em apenas um ano. Ataque aéreo, ataque terrestre e linha ofensiva, se os Vikings conseguirem encontrar uma maneira de serem ao menos competitivos nesses aspectos (e considere que eles estão diretamente intercalados), a pós-temporada é uma realidade. Entretanto, dentro da normalidade, é difícil que isso aconteça. Assim sendo, a temporada 2017 deverá ser uma de testes e, especialmente, de confirmações para este talentoso Minnesota Vikings.
Principais chegadas (posição, antigo time)
– Riley Reiff (OT, Lions);
– Mike Remmers (OT, Panthers);
– Latavius Murray (RB, Raiders);
– Michael Floyd (WR, Patriots);
– Datone Jones (DE, Packers).
Principais saídas (posição, time de destino)
– Adrian Peterson (RB, Saints);
– Matt Kalil (OT, Panthers);
– Cordarrelle Patterson (WR, Raiders);
– Andre Smith (OT, Bengals);
– Captain Munnerlyn (CB, Panthers).
Notas do time
– Ataque: B-
- Quarterback: B-
- Running backs: C+
- Wide receivers: C+
- Linha ofensiva: C
– Defesa: A
- Linha defensiva: A
- Linebackers: B+
- Secundária: A-
– Calendário 2017: A (45,3%)
Estatística determinante
Em 2016, seu primeiro ano com o Minnesota Vikings, Sam Bradford completou 71,6% dos passes que tentou. Essa foi a maior marca da história da NFL entre os quarterbacks que tiveram pelo menos 14 tentativas por partida.
Nomes para ficar de olho
Harrison Smith – Dizer que Harrison Smith é o melhor jogador deste Minnesota Vikings não seria absurdo algum. Afinal, o camisa #22 tem sido uma constante em todas as temporadas da franquia, melhorando a cada ano, diga-se de passagem. Apesar de não ter computado nenhuma interceptação em 2016, os 91 tackles totais, dois sacks e dois passes defendidos por Smith (mesmo tendo perdido duas partidas por conta de lesão) mostram parte de seu impacto no plano defensivo de Minnesota e justificam porquê ele foi eleito ao Pro Bowl e ao All-Pro Team da NFL no ano passado.
Sam Bradford – De uma maneira geral, esta será mais uma “temporada da carreira” de Sam Bradford (3.877 jardas, 20 TDs e 5 INTs em 2016). O veterano quaterback está em seu último ano de contrato com os Vikings e o futuro ainda é incerto para ele. Aparentemente, Minnesota está esperando para ver a produção de Bradford neste ano e então decidir se renovará com o camisa #8 ou voltará a apostar em Teddy Bridgewater. De qualquer forma para Sam Bradford, jogar bem em 2017, tendo em vista a intensa procura por QBs titulares na NFL, significa garantir a titularidade em algum lugar.
Dalvin Cook – Facilmente, Dalvin Cook poderia ter sido escolhido na primeira rodada do último Draft, assim como Leonard Fournette e Christian McCaffrey. Cook tem tudo que um exímio corredor profissional precisa ter. Em três anos que defendeu a universidade de Florida State, ele ultrapassou as 1.000 jardas terrestres em todos eles e totalizou 46 touchdowns corridos. De fato, existem preocupações quanto a problemas extra-campo e às constante lesões no ombro do jogador (essas são as principais razões para ele ter sido a 41ª escolha geral). De qualquer forma, sem Adrian Peterson, Cook pode ser o futuro da posição de running back do Minnesota Vikings. Futuro esse que pode estar começando agora.
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Este é mais um texto da série Perguntas Para a Temporada (PPT), que analisa como será o ano de cada franquia da NFL, de acordo com a ordem do Draft. Para ter acesso aos outros artigos desta série, CLIQUE AQUI – em algum momento, seu time estará por lá!
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