Em 2016, por mais um ano os torcedores do Detriot Lions viram o time indo aos playoffs e amargando uma derrota já na primeira rodada – aliás, a última vez que os Lions venceram uma partida de pós-temporada foi em 1991. Além disso, saiba que Detroit não emplaca duas idas consecutivas ao mata-mata da NFL desde o período entre 1993 e 1995.
Para tentar primeiramente repetir a campanha da temporada passada e retornar aos playoffs, os Lions esperam que seu elenco pelo manos se mantenha longe das lesões – principalmente no ataque, essas castigaram bastante o time no ano passado. Só assim Matthew Stafford poderá ter o apoio merecido e necessário para elevar a franquia a outro patamar.
Ataque
Para o Detroit Lions, a temporada funcionou essencialmente para comprovar um fato: Matthew Stafford é uma realidade – e o fato dele ter se tornado o quarterback mais bem pago da NFL atualmente ilustra isso. Suas atuações o renderam mais de 4.000 jardas mais uma vez, além de 24 touchdowns e só dez interceptações. Além disso, ele quebrou o recorde de mais viradas no último quarto ao longo do ano. Tudo isso tendo jogado com uma lesão em um dos dedos da mão direita e sob o comando de um novo coordenador ofensivo em Jim Bob Cooter. O nome do camisa #9 não esteve em algumas conversas de MVP à toa. A questão para os Lions, então, é melhor consideravelmente o que está ao seu redor.
E esse processo de reforço deve começar pelo jogo terrestre. Detroit teve o terceiro pior ataque corrido da National Football League em 2016, e o fato de nenhum de seus running backs ter totalizado mais de 70 jardas em um jogo mostra o quão ruim esse setor foi. Todavia, existe o argumento que isso se deu, majoritariamente, devido às lesões da franquia na posição: Ameer Abdullah se lesionou na semana 2 e perdeu todos os jogos restantes, e Theo Riddick não conseguiu terminar o ano também. Por outro lado, nas ausências dos principais nomes, Zach Zenner mostrou que pode ser uma peça importante nessa rotação.
Juntamente com o ataque terrestre, devemos fazer uma avaliação negativa da linha ofensiva do Detroit Lions. Além de ter possibilitado apenas 3,7 jardas por tentativa, cedeu 37 sacks. Tal marca, verdade seja dita, não é horrível, porém o conjunto da obra indica que mudanças precisam acontecer – e o GM Bob Quinn percebeu isso. Assim sendo, os Lions adquiriram vários reforços para sua linha ofensiva, os quais são protagonizados por Ricky Wagner, T. J. Lang e Greg Robinson. Lembrando ainda que o sólido Taylor Decker sofreu uma lesão no ombro, mas deverá estar disponível por boa parte da temporada.
Outro fator a ser observado em 2017 neste time, finalmente, é o grupo de recebedores. Após a saída de Calvin Johnson, o Detroit Lions sentiu muito a falta de seu melhor wide receiver – o que não deveria ser surpresa para ninguém. E isso aconteceu porque enquanto Golden Tate manteve suas médias padrões (91 rec., 1.077 jardas e 4 TDs), a grande contratação da equipe em termos de recebedores Marvin Jones teve um ano marcado por altos e baixos (55 recepções é muito pouco para quem era, em tese, o WR nº 1 da franquia). Desta maneira, Detriot se preocupou em recrutar um jovem talento para o setor no Draft: Kenny Golladay (Northern Illinois) foi selecionado na 3ª rodada. Por fim, os Lions esperam (e precisam) que Eric Ebron participe mais do plano de jogo, especialmente nas proximidades da end zone.
Defesa
Ter visto o Detriot Lions com campanha 9-7 e indo aos playoffs na temporada passada pode ser considerado um lucro, levando em conta as performances defensivas da equipe. Acredite ou não, mas os Lions foram o segundo pior time da NFL em conversões de terceiras descidas dos adversários, o pior em porcentagem de passes do oponente, o terceiro pior em sacks e o quinto pior em turnovers forçados.
Desta maneira, as primeiras mudanças devem acontecer no front seven do time – e os torcedores têm motivos para acreditar nisso: Detroit recrutou Jarrad Davis na 1ª rodada do Draft 2017 e o fato dele aparentemente estar saudável no momento fará dele um titular certo desde a semana 1. Davis pode ser um dos principais calouros nesta temporadas. Além disso, Ziggy Ansah ainda está por lá e sua performance em 2015 indica que, se um ano de reviravolta acontecer para ele (totalizou apenas dois sacks ano passado, os Lions podem voltar a ter um pass rush eficiente. Ademais, as presenças do veterano Haloti Ngata, Akeem Spence e Antwione Williams também não podem ser descartadas.
Na secundária, os torcedores de Detroit podem esperar várias mudanças. Isso pois no tempo em que Darius Slay continua como o melhor cornerback do time de um lado, do outro pelo menos quatro jogadores disputam posição, incluindo três contratações: até então Nevin Lawson é o titular da função, porém D. J. Hayden acabou de chegar de Oakland, e Teez Tabor e Jamal Agnew aparentam ter sido boas opções do último Draft. Entre os safeties, a situação está mais estável. Glover Quin segue sendo o líder da franquia e uma certeza para os Lions, vale destacar que ele foi o único defensor da NFL que não perdeu nenhum snap da temporada passada. Ao seu lado, Tavon Wilson deve permanecer o titular após ter demonstrado em 2016 ótima habilidade para cobrir o jogo corrido.
Conclusão
Todas as esperanças do Detroit Lions passam pelas mãos de Matthew Stafford, mas o camisa #9 não está no nível de conseguir fazer tudo sozinho. Portanto, ele precisa ter apoio de todo o seu elenco dos dois lados da bola, algo que não acabou acontecendo na forma ideal no ano passado – e ainda assim o time esteve nos playoffs. Se os Lions conseguirem se manter saudáveis, e uma ou outra contratação render como esperado, a equipe pode aumentar suas pretensões no ano (que neste momento tange o Wild Card), e porquê não sonhar com o título da NFC Norte – ele não acontece desde 1993.
Principais chegadas (posição, antigo time)
– Ricky Wagner (OT, Ravens);
– Akeem Spence (DT, Buccaneers);
– T. J. Lang (G, Packers);
– Greg Robinson (OT, Rams);
– D. J. Hayden (CB, Raiders).
Principais saídas (posição, time de destino)
– Larry Warford (G, Saints);
– Anquan Boldin (WR, aposentou);
– Riley Reiff (OT, Vikings);
– Rafael Bush (S, Saints);
– DeAndre Levy (LB, free agent).
Notas do time
– Ataque: B+
- Quarterback: B+
- Running backs: B
- Wide receivers: B
- Linha ofensiva: B
– Defesa: C+
- Linha defensiva: C+
- Linebackers: C+
- Secundária: B-
– Calendário 2017: B (46,9%)
Estatística determinante
Na temporada passada, a defesa do Detroit Lions permitiu que 72,7% dos passes contra ela fossem completados – essa é a maior marca da era moderna da NFL.
Nomes para ficar de olho
Matthew Stafford – No ano passado, Matthew Stafford ultrapassou as 4.200 jardas pela sexta vez, e isso ainda inclui seus 24 touchdowns e 10 interceptações, a menor marca de sua carreira em um ano completo. Ademais, saiba que o quarterback do Detroit Lions liderou a NFL (e impôs um recorde da liga) em mais viradas no quarto período, com oito. Não à toa, seu nome esteve figurando entre as conversas de MVP, já que os Lions conseguiram vencer nove partidas. Assim sendo, é possível afirmar que qualquer tipo de sucesso de Detroit neste ano passa pelas mãos de seu camisa #9.
Ziggy Ansah – Ziggy Ansah é o pass rusher mais talentoso do Detroit Lions! Verdade seja dita, sua performance na temporada passada não foram condizentes com aquelas apresentadas por ele em 2015, quando totalizou 14,5 sacks e 4 fumbles forçados, tendo indo ao Pro Bowl pela primeira vez na carreira. Ao mesmo tempo, é preciso lembrar que ele tem sofrido constantemente com lesões desde a semana 2 da temporada 2016, e ainda não é certo quando estará totalmente recuperado para 2017. De qualquer forma, se saudável, Ansah é a grande esperança que o sistema defensivo dos Lions possa subir de patamar neste ano.
Jarrad Davis – Ao recrutar Jarrad Davis na primeira rodada do Draft 2017 (21ª escolha), o Detroit Lions sabia que estava destinando sua escolha para uma das posições mais carentes do elenco. Além disso, os Lions sabem que basta que Davis encontre uma maneira de se manter saudável dentro de campo, que ele terá sido a melhor escolha de Draft da franquia desde Matthew Stafford em 2009. Tudo isso porque o ex-Florida é o nome certo para um time que precisa de um linebacker onipresente, inteligente e capaz de elevar o nível daqueles que estão ao seu lado, exatamente como Detroit.
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Este é mais um texto da série Perguntas Para a Temporada (PPT), que analisa como será o ano de cada franquia da NFL, de acordo com a ordem do Draft. Para ter acesso aos outros artigos desta série, CLIQUE AQUI – em algum momento, seu time estará por lá!
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