Apenas um ano de Doug Pederson como head coach do Philadelphia Eagles parece ter sido suficiente para que a diretoria da franquia esboçasse a construção de um elenco competitivo com ele. Isso ganhou um complemento interessante que foi a boa primeira temporada de Carson Wentz na NFL. Desta maneira, a partir de 2017, os Eagles passam a montar seu time mediado pelo bom rendimento de Wentz, estando atento às necessidades do quarterback. Isso explica porque alguns wide receivers interessantes se juntaram ao Philadelphia na última offseason. Por outro lado, mostra que um plantel é construído aos poucos e que portanto muita coisa ainda precisa ser corrigida, as quais ainda devem separar Philly de um outro padrão.
Ataque
Apesar de alguns erros inaceitáveis (normais para um calouro), Carson Wentz foi muito bem em seu primeiro ano na National Football League. O ex-jogador de North Dakota State, por meio de seus 379 passes completados e 3.782 jardas aéreas, despertou nos fãs dos Eagles um sentimento que desde a época de Donovan McNabb não era visto por lá: o de ter um franchise quarterback. Certamente que ainda pode ser cedo demais para cravar isso sobre Wentz, todavia, é o que Philadelphia acredita neste momento – e por isso está criando um elenco para ele.
Tudo começa pelo grupo de recebedores de Philly, o setor mais priorizado pelo time na última offseason. Devido à falta de wide receivers de qualidade em 2016, a franquia contratou dois nomes interessantes para este ano: Alshon Jeffery, ex-Bears que deve ser um enorme alvo nas proximidades da end zone, e Torey Smith, o qual não atravessa um bom momento mas é uma grande arma vertical. Ambos farão parceria a Nelson Agholor e Zach Ertz (78 recepções no ano passado) para fechar o grupo de recebedores titular dos Eagles. Além disso, a diretoria de Philadelphia fez questão de manter a linha ofensiva do time sem maiores alterações, já que o setor teve boas performances na temporada passada. O bloqueador de maior destaque, por mais um ano, será Jason Peters, o qual segue em altíssimo nível apesar dos 35 anos.
As maiores incertezas do ataque, em contrapartida, ficam voltadas para o ataque terrestres. Isso porque o titular do ano passado, Ryan Matthews, não convenceu a diretoria da franquia e acabou sendo cortado do elenco. Sem ele no plantel, claramente os Eagles ficaram sem um exímio running back titular, e acabaram reunindo nomes “por especialidades” para o setor. Os dois melhores exemplos disso são LeGarrette Blount, um dos melhores corredores da liga dentro da red zone; e Darren Sproles, RB ideal para algumas corridas e passes curtos. Além disso, Donnel Pumphrey foi selecionado no último Draft e, se bem aproveitado, pode render consideravelmente. Como adiantado, o grupo de corredores dos Eagles está longe de ser o ideal para um time que busca retornar aos playoffs depois de três temporadas, especialmente com um quarterback em plena evolução.
Defesa
Defensivamente falando, a situação pouco muda para o Philadelphia Eagles. O setor que terminou como o 12º e 13º melhor da liga em 2016 nos quesito pontos sofridos e jardas permitidas por partida, respectivamente, tem sofrido com a ausência de grandes jogadores. Em outras palavras, a impressão que fica é que, em termos de talento puro, o sistema defensivo dos Eagles tem deixado a desejar.
Essa análise começa na secundária da equipe, grupo que conseguiu forçar turnovers na temporada passada, mas apresentou alguns defeitos, como pouca efetividade, por exemplo. Nolan Carroll e Leodis McKelvin não fazem mais parte dos Eagles, e seus substitutos imediatos deverão ser Jalen Mills, que ainda precisa de mais tempo no profissional, e Ronald Darby, recém-contratado pela franquia após troca com os Bills. Entretanto, acredita-se que um ano apenas na média dos CBs seja suficiente para “salvar” essa secundária, já que as expectativas são altas para os safeties Rodney McLeod e, principalmente, Malcolm Jenkins.
No grupo de linebackers do Philadelphia Eagles, também existem preocupações. E muito disso acontece pois o setor, ao mesmo tempo que não chega a comprometer seriamente o sistema defensivo da franquia, está longe de ser o ideal para uma potência da NFL. Em outras palavras, ainda falta talento e nomes pontuais para que os LBs de Philly atinjam o patamar desejado pela diretoria da equipe. Verdade seja dita, Jordan Hicks segue atuando em bom nível, porém seus companheiros Mychal Kendricks e Nigel Bradham pecam em termos de cobertura de passes, principalmente.
Já o pass rush dos Eagles, por sua vez, isso não acontece (especialmente see olharmos para a linha defensiva da equipe). O grupo de frente de Philly, mesmo que ainda com bastante espaço para melhora, tem sido o ponto mais forte do elenco – e deve estar ainda melhor em 2017. Se aquela linha defensiva já era boa com Fletcher Cox e Brandon Graham, imagine agora com as chegadas de Timmy Jernigan, Chris Long e Derek Barnett! A impressão que fica é que para qualquer situação das partidas, não importe a descida e nem a quantidade de jardas que o setor está enfrentando, o pass rush de Philadelphia tem as peças certas para estar sempre competitivo.
Conclusão
No fim das contas, é perceptível que o Philadelphia Eagles se encontra em processo de construção de um time competitivo. Porém, esse processo é a longo prazo, fato que faz a equipe não estar pronta ainda para maiores conquistas. De qualquer forma, em comparação à temporada passada, já é outro Philadelphia Eagles, repleto de reforços pontuais, com um ano a mais de experiência e com menos pontos a serem corrigidos. Os Eagles esperam terminar a temporada 2017 “há um nível de se tornarem realmente competitivos” perante às potências da liga.
Principais chegadas (posição, antigo time)
– Alshon Jeffery (WR, Bears);
– Torey Smith (WR, 49ers);
– Chris Long (DE, Patriots);
– LeGarrette Blount (RB, Patriots);
– Ronald Darby (CB, Bills);
– Timmy Jerningan (DT, Ravens).
Principais saídas (posição, time de destino)
– Nola Carroll (CB, Cowboys);
– Connor Barwin (OLB, Rams);
– Ryan Matthews (RB, free agent);
– Jordan Matthews (WR, Bills);
– Bennie Logan (DT, Chiefs).
Notas do time
– Ataque: B
- Quarterback: B-
- Running backs: C+
- Wide receivers: B+
- Linha ofensiva: B+
– Defesa: B-
- Linha defensiva: A-
- Linebackers: B-
- Secundária: B-
– Calendário: D (53,1%)
Estatística determinante
Carson Wentz completou 379 passes na temporada de 2016 – a maior marca de um calouro na história da NFL.
Nomes para ficar de olho
Carson Wentz – Bastou apenas um ano para Carson Wentz nos mostrar como seu futuro no futebol americano profissional pode ser próspero. Como calouro, Wentz totalizou 3.782 jardas, 16 touchdowns e apenas 14 interceptações, demonstrando estar no caminho certo para se tornar um grande quarterback em termos de leituras de jogo, tomada de decisões e aproveitamento nos passes. Assim sendo, indo para seu segundo ano na NFL, o camisa #11 já é visto como um dos principais líderes deste novo Philadelphia Eagles, e sua evolução em 2017 pode ser assustadora.
Alshon Jeffery – Houve uma época que Alshon Jeffery era um wide receiver de elite na NFL. Entretanto, as lesões o atrapalharam e acabaram colocando um fim em sua era em Chicago. Assim sendo, 2017 será a primeira temporada de Jeffery com os Eagles, e as expectativas não poderiam ser melhores. Ele estará em um ataque ainda em formação, porém muito dinâmico e repleto de talentos. Ao que tudo indica, Jeffery está no local ideal para retornar aos seus principais dias no futebol americano.
Fletcher Cox – Dificilmente você encontrará um defensive tackle melhor que Fletcher Cox na atualidade. O que Cox tem feito na liga nas duas últimas temporadas fez dele, de longe, o melhor defensor do Philadelphia Eagles. Com 16 sacks desde 2015 (sendo 6,5 no ano passado), o camisa #91 é também a grande esperança que Philly terá uma defesa realmente de elite daqui pra frente. Cox tem melhorado a cada temporada, e 2017 pode vir a ser um ano ainda mais brilhante para ele.
–
Este é mais um texto da série Perguntas Para a Temporada (PPT), que analisa como será o ano de cada franquia da NFL, de acordo com a ordem do Draft. Para ter acesso aos outros artigos desta série, CLIQUE AQUI – em algum momento, seu time estará por lá!
Até onde o Philadelphia Eagles irá em 2017? Mande para nós sua opinião nos comentários ou pelas redes sociais!
–
Siga-nos no Twitter @ShotgunFA
Curta no facebook.com/shotgunfootball