NFL

Qual jogo “matou” seu time na temporada 2019 da NFL?

Em uma temporada curta como a da NFL, é comum que alguns times tenham chances matemáticas de classificação dos playoffs pelo menos até o último mês de campeonato.

Por outro lado, o curto período da temporada da liga também pode implicar outro fator: uma derrota pontual pode “matar” seu time para o restante do ano, essencialmente falando. Em outras palavras, um revés específico pode funcionar como o divisor de águas para os planos das franquias.

Lesões, atmosfera, motivação, competitividade, enfim, são vários fatores que estão dentro de um vestiário nas vitórias e derrotas, e que podem alterar os rumos de uma campanha.

Foi com isso em mente que separei os 20 times que não se classificaram para os playoffs e especifiquei qual foi o confronto mais determinante para que isso tenha acontecido.

  1. Cincinnati Bengals (2-14)

    Jogo: semana 1, vs. Seahawks

    Poucas pessoas devem se lembrar, mas a estreia dos Benga provavelmente foi a melhor apresentação do time em 2019. Cincinnati estreou em Seattle e até começou o último período do confronto à frente no marcador. Andy Dalton completou 35 passes para 418 jardas e dois TDs e a defesa dos visitantes conseguiu limitar o jogo corrido de Seattle a 2,9 jardas por carregada. As várias dificuldades impostas pelos Bengals a uma das melhrores equipes da liga, contudo, não conseguiram evitar a derrota por 21-20 no fim do dia. Depois disso, Cincinnati amargou o pior retrospecto do campeonato.
  2. Washington Redskins (3-13)

    Jogo: semana 4, vs. Giants

    De fato, a temporada dos Redskins começou com três derrotas. Porém os três reveses foram para Eagles, Cowboys e Bears, com o ataque de Washington surpreendendo positivamente. Todavia, os Redskins encontraram “o fundo do poço” quando encararam os Giants pela primeira vez: Dwayne Haskins lançou três interceptações em sua primeira aparição na NFL — a mesma quantidade de pontos que Washington teve naquela tarde. O revés por 24-3 confirmou que os Redskins estavam em uma situação pior do que imaginado.
  3. Detroit Lions (3-12-1)

    Jogo: semana 6, vs. Packers

    Os Lions estavam invictos nas primeiras três semanas da temporada e chama atenção que houve um período em que de oito derrotas do time, em sete a equipe esteve na liderança do marcador em algum ponto. Uma delas, inclusive, ocorreu na semana 6 contra os Packers. Detroit fez uma ótima partida, esteve liderando pela maioria do embate no Lambeau Field, porém saiu derrotado por 23-22. Placar essencialmente determinado pelas questionáveis penalidades contra os Lions em terceiras descidas (duas marcações de ilegal use of hands). Uma derrota dessa maneira, para um rival de divisão que é melhor tecnicamente, e na casa do adversário, é muito complicada.
  4. New York Giants (4-12)

    Jogo: semana 7, vs. Cardinals

    É difícil separar um jogo em específico que tenha arruinado a campanha dos Giants. Contudo, houve um momento em que New York esteve 2-2, mas acabou sofrendo duas derrotas em sequência para Vikings e Patriots. Uma potencial reação depois de uma sequência complicada estava marcada para a semana 7 diante de Arizona. Contudo, com três touchdowns do running back reserva Chase Edmunds, a equipe de Phoenix chegou a abrir 17-0 e acabou vencendo por 27-21. Foi o terceiro revés seguido — de um total de nove — do grupo novaiorquino.
  5. Miami Dolphins (5-11)

    Jogo: semana 1, vs. Ravens

    A segunda metade de temporada do Dolphins teve respaldo positivo. Contudo, a essência da campanha 2019 de Miami foi determinada na estreia do campeonato: em uma das piores atuações da história da liga, os Dolphins foram derrotados em casa pelos Ravens por 59-10. Baltimore marcou 51 pontos em três períodos e fechou a tarde com vantagem de 643-200 nas jardas totais. O restante do campeonato marcou um processo de reformulação dos Dolphins e a apresentação na semana 1 indicou que os Dolphins seriam de fato uma das piores equipes da temporada.
  6. Los Angeles Chargers (5-11)

    Jogo: semana 7, vs. Titans

    O campeonato dos Chargers foi marcado por atuações abaixo da média e vitórias pouco convincentes, apesar dos placares apertados. Los Angeles estava 2-4 na temporada, carregando duas derrotas consecutivas, e enfrentava os Titans, que vinham de derrota por 16-0 para os Broncos e nomeavam Ryan Tannehill como o titular para tentar salvar o ano. Os Chargers foram a primeira vítima de Tannehill: a equipe de Philip Rivers chegou a estar vencendo no segundo período, mas acabou permitindo a virada e posteriormente a derrota por 23-20. Foram vários os duelos que “mataram” os Chargers em 2019. Porém o revés contra Tennessee simbolizou o ano catastrófico da franquia californiana.
  7. Carolina Panthers (5-11)

    Jogo: semana 13, vs. Redskins

    Os Panthers foram para a semana de folga com campanha 4-2 e tendo Christian McCaffrey como real candidato a MVP. Todavia, Carolina amargou uma desastrosa segunda metade de campeonato — de novo: entre as semanas 8 e 17, os Panthers só venceram uma partida. Entre as nove derrotas, aquela por 29-3 sofrida contra os Redskins foi a gota d’água para que a diretoria “jogasse o chapéu”, demitisse Ron Rivera e buscasse mudanças drásticas.  
  8. Arizona Cardinals (5-10-1)

    Jogo: semana 1, vs. Lions

    Os Cardinals não tinham altíssimas expectativas a curto prazo. Entretanto, na partida de estreia do campeonato, Arizona se recuperou de um primeiro tempo muito ruim e quase derrotou os Lions. Os Cardinals chegaram a estar perdendo por 24-6 no quarto período e ainda assim conseguiram empatar e levar o jogo para a prorrogação. No overtime, Arizona teve várias chances de conseguir uma virada espetacular, mas acabou empatada com Detroit em 27 tentos. Sim, houveram duelos mais significativos e “destruidores.” No entanto, os Cardinals quase começaram o ano com o pé direito em meio à uma reviravolta espetacular.
  9. Jacksonville Jaguars (6-10)

    Jogo: semana 1, vs. Chiefs

    O caso dos Jaguars também não é um daqueles que incluí necessariamente uma derrota no confronto mais importante do calendário (esse possivelmente ocorreu contra os Texans na semana 9). A questão é que o duelo que mudou a mentalidade de Jacksonville na temporada veio na semana 1. Com apenas oito passes tentados, Nick Foles se lesionou e seu substituto — um desconhecido calouro chamado Gardner Minshew — teve que assumir o comando do ataque contra os Chiefs. Minshew não foi capaz de evitar uma derrota por 40-26, todavia, a sequência de sólidas atuações do novato criou espaço com a diretoria e torcedores, o que, combinado com as decepcionantes apresentações de Foles, implantou uma nova mentalidade na equipe da Florida.
  10. Cleveland Browns (6-10)

    Jogo: semana 9, vs. Broncos

    Com a temporada regular concluída, a impressão que fica é que todas as derrotas dos Browns foram de certa forma decepcionantes. Na estreia, uma goleada sofrida contra os Titans. Quatro partidas depois, após uma boa vitória diante dos Ravens, uma lavada frente aos 49ers. Porém nenhum desses casos talvez ilustrou o ano ruim de Cleveland como o confronto com os Broncos: a derrota por 24-19, na qual os visitantes tiveram mais jardas e first downs e menos turnovers e ainda assim perderam, mostrou que o problema dos Browns não era apenas o nível dos adversários enfrentados.
  11. New York Jets (7-9)

    Jogo: semana 9, vs. Dolphins

    Não é difícil encontrar um jogo que “matou” os Jets em 2019. Basicamente, basta escolher qualquer um dos sete confrontos que New York saiu derrotado nas primeiras nove semanas. O time chegou a estar 1-7 no mês de novembro e o que sacramentou isso foi o revés para os Dolphins, que estavam zerados em triunfos até então. A derrota por 26-18 contra Miami foi um ponto de exclamação em uma vergonhosa parte de campeonato novaiorquina, o qual terminou completamente abaixo do investimento projetado pela diretoria.
  12. Oakland Raiders (7-9)

    Jogo: semana 12, vs. Jets

    Houve um período em que os Raiders carregavam três vitórias seguidas e estavam a uma partida atrás dos Chiefs pela liderança da AFC Oeste. As equipes ainda iriam se enfrentar mais uma vez e entre o clássico divisional para Oakland estava um “tranquilo” encontro com os Jets. Entretanto, os Raiders foram até New York e marcaram a menor pontuação do time na temporada, com três tentos. Derek Carr e seu ataque ficaram limitados a 10 first downs e 208 jardas totais e acabaram goleados. Foi a primeira das cincos derrotas sofridas pela equipe californiana nas últimas seis rodadas, as quais apenas confirmaram mais uma não classificação aos playoffs da franquia.
  13. Indianapolis Colts (7-9)

    Jogo: semana 10, vs. Dolphins

    Os Colts tinham campanha 5-3 quando enfrentaram os Dolphins na décima rodada e, apesar do tropeço contra os Steelers na semana anterior, Indianapolis estava em boa posição na divisão, com vitórias diretas diante de Houston e Tennessee. Todavia, os Colts caíram para 5-4 quando os Dolphins conseguiram apenas a segunda vitória no ano. Indy até conseguiria um triunfo na rodada seguinte contra os Jaguars, porém quatro reveses consecutivos depois disso mostrou que o tropeço contra Miami foi mais do que um resultado inesperado.
  14. Tampa Bay Buccaneers (7-9)

    Jogo: semana 6, vs. Panthers

    Os Buccaneers aproveitaram a segunda metade de calendário contra times em baixa para mostrar certa competitividade. Antes disso, no entanto, o começo de campeonato teve no embate contra Carolina provavelmente o ponto mais baixo da campanha: os Bucs, que totalizaram apenas seis turnovers nas primeiros cinco partidas e buscavam atingir 3-3, cometeram sete turnovers e saíram derrotada por 37-26 contra os Panthers. Depois disso, Tampa Bay sofreu pelo menos um turnover em todas as partidas (pelo menos dois em sete delas) e terminou o ano como o time com mais turnovers da NFL (41) e fora dos playoffs apesar de um dos ataques mais potentes da liga.
  15. Denver Broncos (7-9)

    Jogo: semana 4, vs. Jaguars

    É difícil dizer que a temporada de um time “acabou” no primeiro mês, mas os Broncos se encaixam neste caso. O campeonato de Denver começou com tropeços, incluindo um divisional contra Oakland, um lamentável diante de Chicago e outro esperado frente a Green Bay. Buscando a primeira vitória em setembro, a equipe do Colorado jogou em casa contra os Jaguars. Apesar de ter conseguido cinco sacks e virado o embate no two-minute warning, Denver, que permitiu que Leonard Fournette corresse para 225 jardas na partida, não parou Jacksonville nos segundos finais e viu Josh Lambo conver o field goal derradeiro para dar a vitória por 26-24 à franquia da Florida. Os Broncos caíram para 0-4 e ainda perderam Bradley Chubb para o restante da competição.
  16. Atlanta Falcons (7-9)

    Jogo: semana 6, vs. Cardinals

    Os Falcons foram para a semana de bye com campanha 1-7 e mais uma temporada essencialmente encerrada. Enquanto as duas últimas derrotas do time antes da parada foram “esperadas” (Rams e Seahawks), a apresentação que colocou o time 1-5 foi a mais cruel aos torcedores. Atlanta enfrentou Arizona em um duelo equilibrado que só foi definido no último período. Os Cardinals desempataram o placar com um touchdown a cinco minutos do fim, liderando por 34-27. Mas os Falcons responderam e também encontraram a endzone, já no two-minute warning. Bastava o extra point para empatar o embate. Porem, sim, o veterano Matt Bryant errou o chute e não foi capaz de evitar mais um resultado decepcionante da equipe da NFC Sul.
  17. Dallas Cowboys (8-8)

    Jogo: semana 16, vs. Eagles

    Atuações como a derrota para os Jets, por exemplo, foram inadmissíveis e castigaram a campanha dos Cowboys. Todavia, o confronto que “matou” a temporada de Dallas foi, de fato, a recente derrota contra os Eagles. A equipe de Arlington precisava de uma simples vitória para se garantir nos playoffs e tinha pela frente um time de Philadelphia devastados por lesões. Contudo, os Cowboys terminaram o seu jogo mais importante do ano sem marcar nenhum touchdown e com várias chamadas ofensivas questionáveis. Resultado: o time acabou perdendo a divisão — e a vaga nos playoffs — para Philly na semana 17.
  18. Pittsburgh Steelers (8-8)

    Jogo: semana 16, vs. Jets

    A derrota dos Steelers contra os Bills, na qual a equipe cometeu cinco turnovers em casa, foi decepcionante. Porém, foi o revés contra os Jets que mais crucificou os metaleiros. Contra os Jets, os Steelers sofreram com as incertezas na posição de quarterback, o que junto com as lesões forçou Mike Tomlin a ir de Devlin Hodges para Mason Rudolph, e depois voltar a Hodges em um confronto vital para as pretensões da franquia. O resultado final de 16-10 não aproveitou os tropeços de Tennessee e fez Pittsburgh chegar a semana 17 sem depender das próprias forças.
  19. Chicago Bears (8-8)

    Jogo: semana 11, vs. Rams

    Apesar de na prática os Bears nunca terem jogado um futebol americano convincente em 2019, quando a equipe recebeu os Rams no Sunday Night Football da semana 11 era a chance da equipe do Soldier Field de empatar a campanha dos rivais de Los Angeles (5-5), embolar a disputa por uma vaga no Wild Card e continuar a perseguição a Minnesota pela seed #6 da NFC. Contudo, enfrentando uma defesa que permitiu em média quase 23 pontos por partida, os Bears ficaram limitados a sete tentos, fizeram a “intrigante” troca de Mitchell Trubisky por Chase Daniel no final do quarto período e terminaram a noite dois jogos atrás dos Rams na classificação geral. 
  20. Los Angeles Rams (8-8)

    Jogo: semana 16, vs. Rams

    A derrota para os Rams na semana 16 acabou com as chances matemáticas do time, mas também foi aquela que emocionalmente mais “doeu” nos torcedores. Los Angeles precisava de duas vitórias nas duas rodadas finais — e que Minnesota perdesse ambos os confrontos derradeiros — para chegar aos playoffs. Os Rams jogaram de igual para igual contra os 49ers, e quando Greg Zuerlein acertou o chute de 52 jardas na reta final para empatar o clássico em 31 pontos, uma prorrogação era esperada em San Francisco. Quando os 49ers tinham uma terceira descida para 16 jardas, com menos de um minuto para o fim do jogo e na própria linha de 31 jardas, o overtime era dado como certo. Contudo, Taylor Rspp falhou na cobertura — e na comunicação com Jalen Ramsey — e acabou deixando Emmanuel Sanders livre para a recepção de 46 jardas que posicionou San Francisco para o chute que eliminou Sean McVay e companhia.
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