Nos dias seguintes ao Draft 2019 da NFL, o Shotgun abriu em suas redes sociais espaço para que seus seguidores mandassem questionamentos a respeito do evento. Agora, com todas as perguntas separadas, é hora de abordar mais cada uma delas.
Abaixo, veja mais detalhes sobre o pós-Draft dos 49ers, Ravens, Lions, Cowboys, além de mais detalhes sobre D. K. Metcalf e Nick Bosa, entre outros assuntos.
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Os 49ers podem ser considerado um time para playoffs?
Sim. Claro, isso dependerá de como Jimmy Garoppolo retornará. Todavia, a expectativa é que o time esteja consideravelmente mais competitivo em comparação aquele que vimos em 2018.
Considerando que Garoppolo se recupere bem e que o San Francisco 49ers foi talvez o time que melhor reforçou o pass rush nesta offseason (Dee Ford e Nick Bosa foram adquiridos), pode-se dizer que a franquia tem soluções para as duas funções mais importantes do futebol americano na atualidade.
Além disso, a linha ofensiva tende a melhorar com um ano a mais de experiência. O grupo de corredores, idem, já que Jerick McKinnon estará recuperado e Tevin Coleman foi contratado.
De fato, há pontos a serem questionados. Como a secundária responderá após um ano de 2018 instável? E como as apostas entre os linebackers aparecerão? O grupo de wide receivers atual é suficiente?
De um modo geral, San Francisco talvez tenha encontrado os reforços pontuais que faltavam para incluir o time de fato nas conversas das equipes realmente competitivas na Conferência Nacional.
As dispensas e escolhas de Baltimore revelam um possível novo estilo de jogo?
Sim. Melhor dizendo, vimos isso na reta final da temporada passada, quando Lamar Jackson assumiu a titularidade do Baltimore Ravens. Neste momento, a verdade é que a equipe comandada por John Harbaugh passa por um processo de renovação que começou “num piscar de olhos” na transição Joe Flacco-Lamar Jackson.
Portanto, a questão agora é reforçar o que está ao redor de Jackson e também construir um grupo competitivo a longo prazo.
Neste sentido, percebe-se por que os Ravens assinaram com Mark Ingram e selecionaram Marquise Brown e Miles Boykin no Draft 2019, por exemplo. Isso também explica as saídas de jogadores veteranos que estavam esperando um grande renovação contratual.
Lembrando que nenhum time correu tanto com a bola como Baltimore desde que Jackson se tornou o titular na semana 10 de 2018. Mesmo com menos partidas disputadas, o quarterback terminou o campeonato regular liderando os QBs em jardas corridas.
Qual time se saiu melhor no Draft?
As classes 2019 que mais me agradam em tese são a de Arizona Cardinals e Washington Redskins.
No caso dos Cardinals, o que me chamou a atenção, mesmo não aprovando a primeira escolha geral, foram os vários steals que o time conseguiu. Byron Murphy e Andy Isabella na segunda rodada, Zach Allen na terceira, Hakeem Butler na quarta e Deionte Thompson no quinto round.
Já os Redskins, aparentemente conseguiram executar com perfeição a estratégia que tinha para o recrutamento. Na primeira rodada, Washington protagonizou dois steals para reforçar duas das posições mais importantes, incluindo a de quarterback. Depois disso, reforçou o elenco com nomes “em baixa” ou subestimados, algo interessante para eventualmente ganhar valor em picks.
Qual a nota para o Draft 2019 dos Lions?
B-
Vejo que faltou um pouco de coerência nas escolhas dos Lions de um modo geral. O time poderia ter “jogado mais de acordo com o que a classe oferecia”, quero dizer. T. J. Hockenson na oitava escolha, mesmo que o tight end seja o melhor da classe, é de arriscado valor. Jahlani Tavai e Will Harris nas escolhas 43 e 81, respectivamente, foram possíveis reaches, mas que se justificam uma vez que dão interessante versatilidade à defesa de Matt Patricia. As escolhas mais interessantes de Detroit vieram no terceiro dia. Fique de olho em Austin Bryant (edge) e Amani Oruwariye (CB).
Por que D. K. Metcalf caiu tanto entre os wide receivers?
Enquanto a parte física de D. K. Metcalf impressiona, os scouts da NFL priorizaram o fato de o recebedor ter problemas na execução das rotas, os quais limitam a separação para os marcadores durante as jogadas. Em outras palavras, os times querem recebedores capazes de ficarem livres da marcação, e não necessariamente aqeueles que “ganham no alto” na maioria dos casos. Sem dúvidas, este é o aspecto que Metcalf precisa evoluir em seu jogo no nível profissional.
Falamos mais sobre as quatro principais quedas inesperadas de jogadores no Draft 2019 – neste link.
Quais os maiores vencedores e perdedores dos três dias de seleção?
Considerei a comparação vencedores/perdedores apenas no âmbito dos times, sem contar prospectos, jogadores em atividade, técnicos, divisões, ou algo do time. Separei três quatro vencedores e dois perdedores em geral após o recrutamento. Esses não são os únicos, mas sim times que me vieram a mente durante a produção do texto.
Vencedores: Redskins, Cardinals e Patriots
Os Redskins entraram no Draft 2019 da NFL tendo como duas grandes necessidades a posição de quarterback e a função de edge rusher. A equipe encontrou soluções para ambos os casos já na primeira rodada ao selecionar Dwayne Haskins e Montez Sweat. Foi o começo de uma classe da equipe marcada por steals.
Já os Cardinals, que tiveram possivelmente ainda mais steals, têm seu recrutamento resumido da seguinte forma: é possível afirmar que Arizona saiu do Draft 2019 com o melhor prospecto QB, CB e S do evento.
Bill Belichick fez 10 escolhas para os Patriots e foi sensato em basicamente todas elas. As necessidades que New England tinha no elenco, com a exceção de posição de tight end, foram destinadas. Ótimo valor adquirido em escolhas como Chase Winovich na terceira rodada, por exemplo. O defensive end foi um dos grandes steals deste ano. Interessante valor adquirido também com o QB Jarrett Stidham na quarta rodada. As chances dos Pats ganharem picks superiores à essa futuramente são altas.
Acrescente o Miami Dolphins na lista de vencedores também. Mesmo não tendo sido diretamente no Draft 2019, a franquia adquiriu Josh Rosen por uma escolha de terceira rodada (62ª geral). Rosen foi recrutado no Top 10 de 2018 e considerado por muitos o melhor passador da classe.
Perdedores: Lions e Giants
Esperava mais do Draft 2019 dos Lions pelas escolhas que a equipe tinha. Vejo que Detroit deveria ter organizado as escolhas de uma outra forma, baseada mais no que o draft ofereceu como um todo. O exemplo disso é a primeira escolha do time: T. J. Hockenson é possivelmente o melhor tight end da classe. Mas usar a oitava escolha geral em um TE? Sim, ele será uma “certeza” para Matthew Stafford. Porém, o leque de opções defensivas de destaque era grande.
Detroit agora recrutou três tight ends em primeira rodada nos últimos 10 anos (Brandon Pettigrew e Eric Ebron), a maior marca da NFL. Nenhum dos dois anteriores totalizou mais de 17 touchdowns vestindo as cores da franquia.
Os Giants fecharam o Draft 2019 com três escolhas de primeira rodada. E New York destinou suas três primeiras picks a quarterback, linha defensiva e cornerback. Perfeito, certo? Não é bem assim.
Não tenho problemas com o fato da equipe novaiorquina ter recrutado Daniel Jones, Dexter Lawrence e Deandre Baker. A questão é que, principalmente no caso dos dois primeiros, era possível ter feito algo melhor. Trocas para baixo provavelmente resultariam nos mesmos prospectos e ainda ganhariam picks extras; deveria ser uma estratégia em questão. Dar mais prioridade ao “melhor nome disponível”, idem.
Nick Bosa será o Calouro Defensivo do Ano?
Ele é o favorito. Primeiramente, estamos falando do prospecto que possivelmente está mais preparado para chegar à NFL neste momento. Além disso, Bosa chega para ser titular em San Francisco, como parte de uma linha defensiva em plena ascensão. Os adversários podem precisar de algum tempo para se acostumarem com a dupla Dee Ford-Nick Bosa.
De acordo com as casas de apostas, Bosa é o favorito para levar o prêmio de Calouro Defensivo do Ano na NFL em 2019 (+200). Ele é seguido por Quinnen Williams (+500), Josh Allen (+600) e Clelin Ferrell (+1000).
Lembrando que Joey Bosa, irmão de Nick, levou este prêmio na temporada 2016.
Os Redskins vão atrás de um safety para jogar ao lado de Landon Collins após não ter draftado um?
Sem dúvidas, essa a principal questão defensiva dos Redskins neste momento. Até que a temporada regular comece, não vejo o time tentando adaptar um cornerback para a função de safety. Portanto as opções são duas: encontrar uma peça o elenco ou assinar com algum free agent.
Entre as opções que já fazem parte do plantel, o favorito na função talvez seja Montae Nicholson. Porém, Nicholson será julgado neste mês e pode ser suspenso após ter sido preso por uma briga na parte de fora de um bar. Sem ele, os Redskins ficam com as opções de Deshazor Everett, titular em três jogos no ano passado, e Troy Apke, o qual disputou apenas duas partidas antes de sofrer uma lesão na perna que o custou todo o campeonato 2018.
Já entre os jogadores ainda em busca de um time, estamos falando de vários veteranos. Tre Boston, Mike Adams e Glover Quinn talvez sejam os principais deles. As características básicas desses atletas, bem como o fato de serem soluções a curto prazo, podem ser obstáculos para Washington.
Qual a nota final para as escolhas do Dallas Cowboys?
C+
Em termos de posições destinadas, a classe 2019 dos Cowboys foi bastante sólida de um modo geral. O maior problema, contudo, é que a posição de safety, uma das grandes necessidades do elenco, entrou em pauta apenas na sexta rodada. Trysten Hill na segunda rodada aparentemente foi um reach e também influencia negativamente na nota. A melhor escolha acabou sendo Connor McGovern (G) no terceiro round. Acrescentar profundidade à linha ofensiva é sempre uma boa ideia, em especial para este Cowboys.
Se considerarmos que Dallas não teve a escolha de primeira rodada pois trocou essa por Amari Cooper, a nota geral aumenta, diga-se de passagem.
Mais uma vez lembrando: a avaliação de TODOS os times no Draft 2019 da NFL estará disponível em breve no Shotgun.